A Outra Face escrita por Taigo Leão


Capítulo 2
Capítulo 2




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Acordei me sentindo muito melhor. 

Ainda lembrava claramente do pavor no rosto daquele homem, e também de seu rosto sem vida. Eu nunca havia visto nada daquilo em minha vida, então poderia dizer que estava em um estado de choque. 

Estamos acostumados a ver assassinatos e mortes na televisão, e até mesmo gostamos de ver em filmes, mas, na vida real, aquilo era um verdadeiro terror. Eu não gostaria de passar por isso novamente. 

Não sabia nem mesmo o nome daquele homem, mas imaginei que logo noticiariam, pois essa é uma cidade grande, e pelas roupas que ele usava, não era um sem-teto. Ele era alguém, talvez tivesse família. Vão sentir falta dele, sei que sim. Eu sentiria falta da minha irmã se algo acontecesse com ela. Imagino que ela também sentiria a minha. Me pergunto quantos filmes ela veria até notar que eu sumi...

Quando fui até o banheiro, me deparei com uma cena da qual não pude acreditar. De início estive perplexo. Esfreguei meus olhos tantas vezes, discordando daquilo, mas logo cedi a realidade; aquilo era real. A cicatriz não estava mais em meu rosto. 

Durante minha vida, não encontrei um único médico que pôde remover a cicatriz, e estes até mesmo me tiraram a esperança de que ela viesse a desaparecer de alguma forma, pois era algo que para sempre faria parte de mim. Mas agora, de repente, ela sumiu. 

Pensava que já havia me acostumado com ela e a aceitava, mas me senti muito feliz ao ver que ela já não fazia parte de mim. Oh, que tranquilidade senti neste momento!  

Fui tomado por uma alegria sem precedentes. Algo que nunca havia sentido. Estava em tal estado de êxtase que nem mesmo me dei conta de que, modestamente, o formato de meus olhos também havia mudado. Saí rapidamente do banheiro para mostrar a novidade para minha irmã, mas ela ainda não estava em casa. Na verdade, encontrei um bilhete escrito por ela, na geladeira: 

“Estou viajando com minhas amigas. 

Tome conta de tudo até que eu volte. 

P.S: Não se esqueça de desligar o gás.” 

 

Eu estava sozinho, e continuaria assim.  

  Eu estava completamente tranquilo em relação a minha aparência, mas não pude deixar de sair de casa sem meu chapéu. Sentia que ele também fazia parte de mim, pois até mesmo no trabalho costumava utilizá-lo. Fui até um mercado próximo e olhei confiante para algumas pessoas. De lá, fui até um pequeno parque que não fica muito longe de casa e tornei a caminhar pelo bairro. De repente, me senti tonto, muito tonto, e também cansado. Achei melhor voltar logo para casa, pois temia desmaiar na rua. No caminho, vi alguns homens conversando em uma praça, com jornais em mãos, e logo um deles olhou em minha direção. O segundo o seguiu e também me encarou. 

Por algum motivo que não consigo explicar, senti que precisava sair dali, então me apressei a fazê-lo. Não corri, para não chamar muita atenção, mas me apressei. Me sentia cansado, muito cansado, como se não tivesse dormido nada, ou como se tivesse caminhado por uma distância muito exorbitante. Era um cansaço anormal, dada minha condição, e também inusitado, pois a poucas horas me sentia muito bem, mais do que nos últimos dias que conseguia me lembrar, mas estava tudo bem. Eu só precisava chegar em casa logo. 

Quanto mais próximo estava de meu lar, sentia mais dor de cabeça, de forma que me apressei muito para voltar, e assim que o fiz, desmaiei na sala, assim que fechei a porta. 

Não sei por quanto tempo dormi, mas quando acordei, já não sentia tanta dor de cabeça assim, ao invés disso, senti sede. Muita sede. 

Fui até a cozinha e me servi de um copo d’água. Um copo. Dois. Logo uma jarra inteira. Devo ter bebido mais de um litro de água, até que me senti satisfeito. 

Me sentia bem novamente, mas não deixei me levar por isso, pois mais cedo me sentia igual, e logo me senti horrível. Então apenas apreciei a situação e comecei a fazer algumas coisas cotidianas de casa, até que notei meu reflexo no espelho. 

Meu rosto estava desfigurado. Na verdade, estava completamente diferente. Não era mais o meu rosto, mas um que eu já tinha visto anteriormente. Logo comecei a me lembrar, enquanto o pavor e agonia preenchiam completamente o meu corpo, indo de ponta a ponta. Eu havia visto esse rosto uma vez. Uma única vez em toda minha vida. Um rosto sem vida. Esse era o rosto do homem que morreu naquela viela, dois dias atrás. Eu estava com o rosto dele. O que estava acontecendo? Eu não conseguia compreender. Era um rosto completamente diferente do meu, mas estava ali, no espelho, me encarando. Corri até meu quarto, e logo ao quarto da minha irmã. Me olhei em todos os espelhos, mas a imagem era uma só. Aquele rosto assustado, me encarando, era mesmo o meu rosto. 

Eu havia me transformado naquele homem. 

Mas, quem era esse homem? Eu não sabia nada sobre ele. Não sabia seu nome nem de onde veio. A única coisa que sabia era que ele já estava morto. Como eu pude, de repente, me tornar ele? O que está acontecendo comigo? Caí para trás, completamente assustado, mas logo me levantei e comecei a tatear o rosto até ter a certeza de que me pertencia. Realmente era o meu rosto. O meu novo rosto. Eu não entendia como, mas esse era eu. 

O que eu poderia fazer? Ninguém acreditaria em mim se eu contasse. Nem mesmo minha irmã! Se ela chegar agora, me expulsará de casa e terei sorte se ela não chamar a polícia. Meu deus… 

Fui até o banheiro e tomei um banho quente, deixando a água cair pelo rosto. Esfreguei os olhos muitas vezes, passei panos no meu rosto, até mesmo cubos de gelo, até que finalmente aceitei a condição de que eu era esse homem, de uma forma até mesmo um pouco fria, mas não havia como questionar, afinal, esse era o rosto que me encarava em todos os espelhos que havia nessa casa. Se eu estivesse sonhando – o que logo descartei, pois não era capaz de criar sonhos tão elaborados – então logo iria acordar, eu só precisava aguardar. Mas esperar era muito agoniante, dada a minha condição. Eu não poderia ficar de braços cruzados, esperando que mais alguma coisa estranha aconteça. 

Então só havia algo a ser feito. Eu preciso descobrir mais sobre este homem. 

Peguei meu chapéu e fui até a loja de conveniência mais próxima, onde comprei um par de óculos escuros e também um jornal. Não sei se já haviam visto meu rosto, ou se alguém se importava com isso, mas não era adepto a ideia de ser reconhecido por aí como um homem que está morto, pois talvez seja isso que eu sou agora: a face de um homem morto. 

Fui até uma pequena praça onde revirei o jornal do início ao fim, procurando por uma notícia, mas simplesmente não a encontrei. Não havia uma outra forma de saber sobre isso. Eu teria que aguardar mais um tempo; talvez seja noticiado em breve. Mas eu estava morrendo de medo. E se me encontrassem, e vissem como sou idêntico ao homem desconhecido? 

Se continuasse assim, eu não poderia trabalhar no dia seguinte. Não poderia nem mesmo estar em casa quando minha irmã retornasse. Eu não sei o que poderia fazer; eu não tenho uma resposta. Minha cabeça está doendo e não sei nem mesmo quem ou o que eu sou agora, mas sinto que estou diferente. 

Talvez ser reconhecido seja até mesmo algo bom, pois assim eu poderia encontrar alguém próximo desse rosto, mas seria arriscado demais tentar fazer isso. Eu ainda estava eufórico, a tensão corria sobre mim. 

Pensei em caminhar até outro bairro; ir atrás de outras revistas e jornais, mas não havia uma única notícia sobre esse maldito rosto. Fui até o banheiro da última loja que passei e fiquei me encarando no espelho. Meus olhos estavam maiores, e mais claros. 

— Quem é você?! – perguntei para mim mesmo. 

Obviamente, não obtive uma resposta. 

Apenas mais uma frustração. Eu era alguém, mas não sei quem. 

Estava tão perdido em meus pensamentos que decidi pegar um ônibus qualquer, e desci na frente de uma clínica, no centro da cidade. 

— Doutor. Estou me sentindo estranho. 

— Diga, rapaz. O que está sentindo? 

— Doutor. O senhor acreditará em mim? 

— Sim. Pode dizer. 

— E se eu lhe dissesse que acordei de uma forma diferente hoje. De uma forma nunca antes presenciada por mim. Confesso que até mesmo me assustei na hora, e agora ainda estou perplexo. Por isso estou aqui, para tentar saber mais sobre isso. 

— O que quer dizer com isso? 

— Está vendo este rosto? E se eu lhe dissesse que esse rosto não é meu? Oh, dizem que o rosto é como a porta para a alma. Se sua cara anda fechada, então a alma também estará, mas o que dizer sobre um rosto que não me pertence? Está vendo, doutor? Está vendo?! Este não sou eu, não sou! 

— Se acalme, por favor… bem, eu nunca ouvi nada do tipo. Sendo sincero, diria que está alucinando. Mas você não está bêbado, muito menos alterado. Posso pedir um raio-x, se é isso que deseja, mas não creio que mostrará resultados significativos para sua teoria. 

Duas horas depois o resultado do raio-x havia saído. O doutor me deixou ficar em sua sala aguardando durante todo esse tempo. Ele não atendeu mais ninguém.

— Está vendo? Não há nenhuma anomalia. Nada de anormal em seu crânio. Sua mandíbula, etmoide até mesmo os palatinos. Tudo está perfeitamente desenhado ao formato de seu rosto. Não sei bem o que estava lhe preocupando, mas este realmente é você, vê? O molde de seu rosto bate perfeitamente com o que está nesses resultados. Talvez esteja sofrendo de prosopagnosia. 

— O que é isso? 

— Bem, é uma doença neuro cerebral, um pouco mais comum do que devia ser. Em termos técnicos, ela ataca uma parte do cérebro chamada giro fusiforme, responsável por ligar as redes neurais associadas ao reconhecimento. Na prática, faz você esquecer do rosto de outras pessoas, mas um caso assim, onde o paciente esquece o próprio rosto… bom, eu nunca vi nada deste tipo. Posso te indicar alguns antidepressivos ou ansiolíticos, e logo você se sentirá melhor. Aliás, você disse que é bem recente, não é mesmo? Então peço que volte aqui em uma ou duas semanas, mesmo que o problema não persista, pode ser? Quero saber mais sobre isso. 

— Ora, doutor. Não acredito que isso ajudará, mas não irei contra seu conhecimento. Se está dizendo isso, então aceitarei. O que são duas semanas para alguém que acaba de nascer? 

— Então você acredita ser um novo homem. 

— Sim. Acredito. Estou procurando respostas sobre esse rosto. Talvez exista alguém assim por aí, mas enquanto não encontro, sinto que sou uma nova pessoa. Meu rosto de verdade era completamente diferente desse. Meus olhos eram menores, mais escuros… meu nariz era maior e meu queixo era um pouco menos achatado. Além do meu cabelo ser diferente e… eu possuía uma cicatriz em meu rosto. 

— Que tipo de cicatriz? 

— É de um acidente, mas eu não consigo me lembrar dele. Minha irmã diz que foi terrível, por isso não lembro. Eu gostaria de me lembrar… 

— Então você possuía uma tremenda cicatriz mas desconhece sua origem? Parece haver muita confusão em sua mente. Acredito que está alucinando em relação a esse rosto imaginário e a cicatriz. Isso sim é algo comum. Enquanto procura por respostas, espero que esses comprimidos possam te ajudar. Não se esqueça de voltar aqui na data que estipulamos, ok? 

Saí do consultório tão perdido quanto entrei. Mais do que um problema, agora eu tinha uma possível doença. De qualquer forma, eu não poderia deixar que minha irmã me visse desse jeito, pois tenho a certeza de que eu não sou assim. 

De certa forma, taxei o doutor como um idiota, pois obviamente estou em sã consciência de tudo que se passa em minha vida, mas eu não podia contrariá-lo por inteiro, afinal não sou tão tolo para temer a ciência e os que utilizam dela. Não é possível que eu esteja alucinando, pois como já disse sobre os sonhos, não possuo uma mente capaz de criar algo tão elaborado assim. Isso está fora de meu alcance, então não desconsidero totalmente, mas também não levo como uma possibilidade. 

Ao contrário disso, agora vejo minha situação como um desafio, pois se conseguir provar que esse não sou eu, então ele terá que acreditar em mim. Mas não só como desafio, vejo isso como uma necessidade, pois me sinto bem, muito bem, mas ao mesmo tempo às vezes me sinto mau. Minha cabeça dói, e logo volta ao normal. Tenho medo do que pode ser isso, ou melhor: tenho medo de ficar muito tempo desse jeito e esquecer quem eu sou. 

Eu poderia vir a ser outra pessoa, apenas por que meu rosto mudou? Se o médico não pôde dar um nome a isso, imagina eu, um ignorante em relação a medicina. 

Caminhei durante muito tempo, na esperança de ser reconhecido por alguém, mas não aconteceu nada de muito notável; nada de extravagante. Ninguém veio em minha direção, ninguém me abordou. Se me reconheceram, foi ao longe, de forma retraída. Acredito que, para mim, eu estava no ápice da estranheza humana, mas, para os demais, eu era apenas mais um homem que caminhava, sem nada que chamasse a atenção. Não havia nada digno de atenção em mim, a menos para os que me conheciam, mas, como explicar que este era eu? 

Quando voltei para casa já era noite, e passei por uma situação de adrenalina terrível, veja só: 

Ao subir as escadas para o apartamento certo, senti uma presença familiar vindo pouco atrás de mim. De certo era ela: a minha irmã! 

Tentei apressar o passo um pouco, temendo que ela me visse nesse estado. Estava apreensivo, pois temia que ela não acreditasse em mim e me expulsasse de casa. Apenas meu rosto havia mudado, mas para mim isso já era uma coisa horrível, da qual eu não poderia suportar. Preferia que me vissem nu; sem minhas roupas, do que me vissem nesse estado. 

Quando cheguei ao corredor, rapidamente destranquei a porta, entrei e corri para meu quarto. A porta foi aberta logo depois, de forma que quase não consegui trancar a de meu próprio quarto. 

— Irmão? 

— Oi. – disse, trancado em meu quarto. Ao menos minha voz continuava a mesma. – Não vi que estava atrás de mim, me perdoe por isso… 

— Você está bem? 

— S-sim. Eu estou. Na verdade, me sinto um pouco febril. Caminhei durante o dia todo, e fui ao hospital. 

— E o que eles disseram? 

— Disseram que é algo passageiro, fique tranquila… eu só preciso descansar. 

— Tudo bem, então. Irei tomar um banho. Qualquer coisa é só me chamar, tudo bem? 

— Obrigado. 

Peguei minha pasta e uma bolsa, onde coloquei algumas roupas. Eu não sabia o que iria fazer, mas escrevi um bilhete. Não contei do problema ou dei algum indício dele, apenas disse que voltaria logo, e isso era uma promessa. Dei um suspiro profundo e olhei cada parte de meu quarto. Não havia nada ali que demonstrasse um traço de personalidade. Nenhum quadro, foto ou algo do tipo. Apenas móveis padrões. Esse quarto poderia pertencer a qualquer pessoa. 

Quando apaguei a luz e saí do quarto, escutei o barulho do chuveiro. Minha irmã realmente estava tomando banho. Ótimo, era melhor desse jeito. Fechei a porta e saí. Era o melhor que eu poderia fazer naquele momento: me despedir através de um pequeno bilhete. 

Ao menos ela não havia visto meu rosto, isso era tudo que importa. 

  

Já era noite. Eu usava meu chapéu e meus óculos escuros, como se estivesse a tentar não chamar tanta atenção, mas isso chamava mais atenção do que andar com o rosto de um morto. Então assim que saí do trem, tirei os apetrechos, ficando com o rosto descoberto. Seria até bom se alguém me reconhecesse.

Caminhei por uma rua pouco deserta, como as que era acostumado a caminhar, até chegar em meu destino, onde bati na primeira porta. 

— Já vai, um momento, por favor. 

Aguardei. 

— Olá. 

— Oi. Vi o anúncio no jornal. Toh apartamentos, certo? 

A mulher continuava a mesma da primeira vez em que estive aqui. Digo sobre a aparência. Os rolos na cabeça e as roupas casuais e gastas. Mas, ao contrário daquela vez, me tratou com estima e muito bem. 

— Isso, você está no lugar certo. – Ela disse, com um sorriso. – Gostaria de ver os quartos? 

A mulher me levou pelas escadas, dizendo que havia três quartos desocupados, e dizendo como era difícil arrumar bons moradores através do anúncio. 

— Você parece ter um emprego importante, estou certa? 

— Bom… sou um agente financeiro... 

— Oh, isso é incrível! Veja esse quarto… o que acha dele? 

O quarto que ela me levou era o 102, que eu já havia visto antes. Disse que esse não chamou minha atenção pelo andar, e se tinha algum mais superior. Ela então me levou ao 204, e foi com esse que fiquei. Ela me disse que outros já haviam ido até lá para ver os apartamentos, e que inclusive já estava apalavrada com uma mulher, mas, se eu quisesse de verdade, ela poderia cedê-lo para mim, que já estava ali. Eu realmente precisava de um lugar para ficar, então dei a ela o equivalente a um mês de aluguel adiantado, o que deixou a síndica muito feliz. Pela forma que ela se portava e me olhava, diria que estava atraída por mim. Era muito diferente da forma que me viu da primeira vez, o que quase me fez rir. 

O apartamento era pequeno: uma pequena cozinha, uma pequena sala e um pequeno quarto. Mas era aconchegante, isso era certo. Completamente mobiliado, então eu não precisava me incomodar com essas coisas; não precisava ir atrás de nada, além de saber o que estava acontecendo comigo. 

  

No dia seguinte, bem cedo, liguei para meu chefe. 

— Olhe, estou doente. Então não irei aparecer pelos próximos dois ou três dias. 

Disse, e logo desliguei, para não ter que dar mais explicações. Ao menos agora poderia focar totalmente em meu rosto, que não mudava de forma alguma. Eu ainda tomava banhos quentes, passava gelo, esfregava e dormia. Isso não era um sonho. Era real. Esse era meu novo eu agora, e talvez estivesse louco, mas acredito que até mesmo minha altura tenha mudado um pouco. Talvez eu estivesse maior, ou até mesmo um pouco menor, não sei ao certo. Só sei que algo dentro de mim está mudando. 


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Notas finais do capítulo

Espero que estejam gostando da história. Por favor, deixe um comentário para que eu saiba sua opinião!