Plano B escrita por Kuchiki001


Capítulo 4
Pai ou doador?




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Caminhei nervosamente atrás do homem que eu praticamente tinha acabado de conhecer. Eu o observava inquieta sem saber o que dizer. Só o simples fato de olhar para ele me deixava com a garganta seca e milhares de pensamentos passavam pela minha cabeça me fazendo morder o lábio, eu parei de andar me sentindo uma idiota por não conseguir me pronunciar sem tremer a voz.

— Rukia? —ele se virou para me olhar e eu tive que buscar ar para controlar meus batimentos cardíacos. — Você está bem?

A voz dele era tão sedutora que me fazia perder o raciocínio. Eu estava ficando louca. Desde quando entrei no elevador e ele me olhou senti um calor tomar conta do meu corpo. Algo nele me passava confiança, talvez tenha sido o toque de sua mão na minha, Inconscientemente olhei para a minha mão e depois para ele.

Ichigo aguardou minha resposta e apenas balancei a cabeça confirmando.

— Mudou de ideia? —ele me perguntou ao abrir a porta do carro.

— Não é isso. —tentei controlar meu nervosismo para falar corretamente. — Ichigo, eu quero agradecer e pedir desculpas por ter tomado o seu tempo e... —desviei meus olhos para o chão.

Senti meu rosto ser tocado por longos dedos e novamente eu estava olhando para olhos tão quentes quanto o sol.

— Não me agradeça e também não me peça desculpas. Tudo que fiz só foi acompanhá-la.

— Mas agradeço por ser gentil.

Ele sorriu e deslizou sua mão para a minha, me puxando delicadamente, fazendo com que em seguida eu sentasse no banco do carro. Prendi a respiração quando ele passou o cinto de segurança pelo meu corpo. Contei até três para acalmar as batidas do meu coração enquanto ele guardava minhas compras no porta-malas.

Kurosaki Ichigo era um homem terrivelmente sexy e muito atraente para se ignorar.

Tentei não o olhar, mesmo quando ele entrou no carro e saímos do estacionamento. Disfarçadamente observei a mão no câmbio ao escolher a marcha, a mesma mão que havia segurado na minha tão firmemente. O olhei de relance, cabelos ruivos num tom alaranjado e sedosos propositalmente bagunçados dando um ar juvenil e sexy, um rosto bonito e uma boca que... Balancei a cabeça, o que eu estava pensando? Fechei os olhos e respirei profundamente para acalmar meus pensamentos.

— Rukia.

— Sim! — eu disse sobressaltada com a voz rouca quase em meu ouvido.

—Preciso do seu endereço.

— Ah! —mas uma vez eu perco o fio do pensamento ao olhar nos olhos dele.

Pisquei atordoada e coloquei meu endereço no GPS me recriminando por estar tão distraída. “Hormônios, tudo era culpa dos malditos hormônios”. —me convenci.

— Então... —ele limpou a garganta e continuou. —Você não pensa em ir a todas as consultas sozinha, certo? Não quero que fique presa em um elevador com um cara desconhecido.

Não consegui conter o riso e respirando fundo o encarei.

— Não acho que isso vai acontecer novamente e respondendo sua pergunta eu tenho uma grande amiga que me acompanha na maioria das vezes.

Ele me olhou e assentiu e eu mordi os lábios para controlar o nervosismo repentino.

— É bom saber que não está sozinha... Lembre-me de agradecer a essa sua amiga.

—Miya vai amar te conhecer. —eu disse, imaginando a cara que ela iria fazer e os comentários sem graça que eu teria que escutar.

Não demorou muito para eu me sentir a vontade na presença do Kurosaki quando iniciamos uma conversa trivial. Ficamos surpresos com tantas coisas que tínhamos em comum e adorei saber um pouco mais sobre aquele h0mem gentil e maravilhoso.

O trânsito estava terrivelmente tranquilo para uma segunda-feira o que me fez praguejar em pensamentos. Nem para pararmos em todos os sinais vermelhos, parecia que o mundo estava conspirando para que nos despedíssemos o quanto antes.

— Então... Como devo dizer isso? —Ichigo se perguntou e coçando a nuca desviou a atenção para a rua que dava acesso a minha casa.

O observei atentamente enquanto ele parava o carro.

— Está entregue. —ele disse e soltou o cinto de segurança.

Fiz o mesmo e antes que ele saísse do carro o segurei pelo braço.

— Você só precisa me dizer. —eu falei curiosa em saber o que ele tanto martelava na cabeça.

Ichigo colocou uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha e acariciou o meu rosto com o polegar.

— Pode parecer que estou sendo rápido demais dado que nos conhecemos hoje. —ele respirou e me olhou profundamente, me deixando com calor repentino. — Eu me interessei verdadeiramente por você e se quiser podemos nos conhecer melhor. Eu adoraria conversar mais com você.

— Eu também. —falei, sentindo meu pulso acelerado. — Podemos nos ver mais vezes. Podemos sair e... —minha voz falhou e eu perdi o fio do pensamento ao encarar olhos tão ardentes, me perdendo neles completamente.

Não pensei muito no que eu estava fazendo apenas passei os braços em volta do pescoço dele e o beijei nos lábios, apenas um roçar e já foi suficiente para provar o quanto aquela boca prometia.

Afastei-me sentindo meu rosto quente, me surpreendendo com minha própria ousadia.

— Me desculpa! —falei sem fôlego ainda com os braços em volta do pescoço de Ichigo.

Minha cintura foi envolvida por mãos fortes e meus lábios foram tomados com possessividade. Uma língua quente invadiu minha boca me fazendo derreter. Mais um pouco e eu estaria no colo dele.

— Eu... Não consegui me segurar. —ele resfolegou quando se separou dos meus lábios.

— Quer entrar e conhecer minha casa? —perguntei controlando minhas mãos que já estavam deslizando para a camisa dele.

— Seria rude da minha parte não aceitar o convite. —ele disse e sorriu.

E aquele sorriso foi à confirmação para que eu abrisse a porta do carro e pulasse apressadamente para fora, puxei a mão de Ichigo e o conduzi até a entrada da minha casa, mal a porta foi fechada e eu já estava deslizando o terno sobre os ombros fortes, enquanto a boca dele devorava a minha. Ichigo puxou a gravata a jogando de lado e meus dedos procuravam por cada botão de sua camisa desabotoando e expondo músculos bem desenhados. Tirei a minha blusa pela cabeça e voltei a beijá-lo derrubando alguns objetos de cima de uma mesinha. Senti o zíper da minha saia deslizar e a chutei juntamente com meus sapatos. Com impaciência, Ichigo me puxou para seu colo e eu envolvi minhas pernas em volta dele.

— Subindo a escada, primeira porta a direita. —falei sem fôlego.

Ele nada disse apenas afundou o nariz em meu pescoço me arrepiando e eu aproveitei para deslizar meus dedos em seu peito sentindo o quão forte ele era. Ichigo subiu cada degrau me carregando em seu colo e quando chegamos ao meu quarto ele me deitou na cama, em minha frente desafivelou o cinto da calça.

Busquei ar, a imagem dele tão viril era tão sensual que me deixava molhada. Se apoiando nos cotovelos sobre mim, Ichigo me olhou e antes que eu pudesse fazer qualquer movimento, ele entrelaçou seus dedos nos meus e perguntou:

— Eu fui muito impulsivo e não questionei o mais importante.

—O que seria? –perguntei curiosa.

—Têm certeza que podemos... Sabe... Fazer isso?

Sorri enormemente e assenti.

— Está com medo?

— Eu só não quero te machucar.

— Você não vai me machucar. —falei e o beijei languidamente.

Ele retribuiu o meu beijo de forma inebriante e pela primeira vez em muito tempo eu deixei a cautela de lado e escutei bem lá no fundo a voz da minha amiga Miyako sussurrando. — “Aproveita amiga”.

***

Acordei com um barulho insistente em meus ouvidos, pisquei os olhos num esforço para abri-los, minha mente estava anuviada e o meu desejo era voltar a dormir. Senti algo fazer pressão no meu corpo e uma respiração batia suave em meu pescoço. Passei as mãos em um cabelo sedoso e logo lembranças inundaram minha mente.

Eu tinha transado com um cara no mesmo dia que o conheci. Eu estava me sentindo a mulher mais rebelde da face da terra. Se meu avô sonhasse que engravidei sozinha e que seria mãe solteira e que, eu estava transando sem compromisso ele enfartaria, se já não estivesse morto.

No mesmo instante o toque rompeu o silêncio novamente, cuidadosamente retirei o braço que agarrava minha cintura e vagarosamente puxei minhas pernas que estavam envolvidas pelas do ruivo.

Suspirei aliviada ao me desvencilhar de Ichigo que dormia pesadamente na minha cama. Notei que já estava escuro e a luz que iluminava o quarto era fornecida pela janela. Tropeçando nos lençóis desajeitadamente peguei o aparelho celular que estava no chão e atendi.

— Ichigo onde você está? —a voz do outro lado da linha me soava bastante familiar. — Você não é mais uma criança e está preocupando seu tio.

Afastei o celular da orelha e olhei o nome escrito na tela.

“Tia psicopata”

Aquele não era meu celular, mas aquela entonação na voz. A impaciência e até mesmo o suspiro teatral. Coloquei o celular novamente no ouvido.

— Miyako? —perguntei baixinho.

— E quem mais seria? O que aconteceu com a sua voz?

Boquiaberta, olhei para o homem estupidamente lindo sem roupa na minha cama que tinha acabado de me mostrar o paraíso. Mordi o lábio e senti minhas mãos tremerem.

Miyako chamava no celular e respirei buscando coragem para falar.

— Não é o Ichigo. —falei quase sem voz.

O silêncio reinou do outro lado da linha.

— Você é quem estou pensando que é?

Balancei a cabeça confirmando.

— Humhum. —balbuciei.

— Como isso é possível? Rukia!! O que você está fazendo com o celular do Ichigo, não me diga que vocês dois... —ela deixou a voz morrer e eu de fininho saí do quarto descendo as escadas.

— Miya me escute! Isso tudo não passa de uma grande coincidência.

— Se eu tivesse adivinhado que meu sobrinho fazia seu tipo, tinha te apresentado antes e te poupado uma grana.

Suspirei numa tentativa de manter o controle, eu estava bastante atordoada.

— Você nem sequer cogitou. —eu disse com ressentimento. — E dinheiro nunca foi problema para mim.

— Pense pelo lado bom Kia, você conheceu o pai do seu filho. E então, o que achou? Eu te falei que ele era um bom candidato.

Torci a boca e massageei as têmporas com frustração, eu deveria saber que minha amiga me colocaria numa confusão mais cedo ou mais tarde.

— Você saberia uma hora ou outra. —Miyako continuou. — Agora o que você vai fazer, vai contar para ele?

Fiquei em silêncio.

Eu não tinha o direito de falar nada, ser mãe foi uma decisão minha e ter encontrado o doador e transado com ele, foi mero acaso. Eu não era uma adolescente em busca do amor, eu só queria ser mãe.

— Miya, eu não...

Perdi a voz quando senti lábios quentes em meu pescoço e mãos fortes me envolverem.

Virei-me assustada, dando de cara com um Ichigo apenas vestido com a calça, prendi o ar me recriminando dos pensamentos eróticos que minha mente subitamente produziu.

— Eu te assustei? —ele me perguntou e me olhou de cima a baixo perscrutando minha nudez.

Engoli em seco e todas as palavras fugiram da minha mente abandonando-me e deixando-me a minha própria sorte. A sensação era de que eu tinha sedo pega fazendo algo muito errado.

— E—E—Eu...

— Rukia? O que houve? Fiz alguma coisa de errado? —perguntou me puxando pela cintura afastando o cabelo do meu rosto.

Balancei a cabeça negando e o vi desviar a atenção para o celular.

— Esse é o meu? —apontou.

Tudo que consegui fazer foi assentir.

Coçando a nuca, ele me olhou atentamente.

— Meu tio provavelmente está me procurando.

Eu tinha esquecido completamente da minha amiga e apenas entreguei o aparelho para ele. Sem me soltar Ichigo aceitou o celular, aguardei ele finalizar a ligação engolindo a saliva em puro nervosismo.

— Desculpe por ter atendido. –pedi sentindo as pernas bambas, torcendo para que ele não tenha ouvido nada da minha conversa com Miyako.

 Ichigo fez um biquinho pensativo e apoiou o queixo no meu ombro me agarrando ainda mais de encontro ao seu corpo.

— Você conhece a esposado meu tio Kaien? —perguntou com a voz tranquila e beijou a pele entre meu pescoço e orelha me arrepiando.

Eu não podia mentir, quanto mais mentiras mais difícil seria para mantê-las, optei por dizer a verdade.

— Conheço a Mia desde a faculdade.

Ele simplesmente se convenceu com o que eu respondi e deslizou as mãos pelas minhas costas nuas.

— Você sem roupa está me fazendo perder a sanidade.

Ichigo se afastou um pouco e me olhou profundamente. Minha respiração começou a falhar e eu tive que buscar ar.

Ele sorriu lindamente e eu me peguei imaginando se meus filhos herdariam aquele mesmo sorriso, ou a mesma cor de cabelo. Cerrei os olhos com força me recriminando mentalmente. Eu poderia imaginar Kurosaki Ichigo como pai dos meus filhos? Ou, apenas como o doador? Eu estava em conflito.

— Ei! —ele acariciou meu rosto e eu ergui o olhar para ele. — O que a maluca da Miyako falou para você que te deixou nervosa?

Desvencilhei-me e caminhei até o sofá, peguei uma manta e a envolvi no meu corpo me cobrindo.

— Nada. —respondi sem o olhar.

O escutei suspirar e as palavras que ele disse em seguida, fizeram o meu coração bater forte em meu peito e meu estomago se contorcer.

— Eu sei que posso soar como um louco com o que vou te dizer. Apesar de termos nos conhecido hoje. Eu quero construir um relacionamento sério com você, eu não me importo que esteja grávida, se me permitir eu serei o pai dos bebês. Rukia. —ele me abraçou por trás. — Estou disposto a assumir a responsabilidade desde que você esteja disposta a ficar comigo.

Inspirei profundamente. As coisas estavam acontecendo rápido demais para que eu pudesse processar. Meu mundo não tinha dado um giro de 360° ele havia capotado e caído de um penhasco e tudo isso em menos de um dia.


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