Bumerangue escrita por MaryDuda2000


Capítulo 6
Epílogo: Quando nos deram uma segunda chance


Notas iniciais do capítulo

Olá, leitores! Tudo bem?
Chegamos ao nosso último encontro em "Bumerangue", a história de um amor que sempre volta. Claro que eu não podia finalizar a história sem dar um apoio a nossa querida ceifeira e a vocês que também torceram tanto por esses dois.
Desejo a todos uma boa leitura!



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Nascer. Crescer. Morrer.

Três estágios simples da vida, que não se revela tão simples assim.

A vida exige que seja vivida. Se não o fizer, ela arrasta, como o mar, sem perguntar o destino. Apenas se é forçado a seguir. Ficar parado não é uma opção.

Para não ser monótona ou sem aspirações, foi adicionada a vida a graça das paixões. Encantar-se, apaixonar-se e permitir-se sentir. Mergulhar nas sensações, nas ações e emoções. Gostar e gostar de gostar. Parece simples, mas não é. Exige coragem.

Algumas paixões tornam-se amores. Grandes ou pequenos, intensos ou calmos, que duram a vida toda ou não, mas nem por isso deixam de ser amor. Amores possuem diferentes intensidades e naturezas. Os mais belos são aqueles que não são temidos e sim vividos.

E há também aqueles amores predestinados. Aqueles que se ligam por além das eras, que não se permitem serem esquecidos nem mesmo após a vida e ficam para a próxima, como a melhor herança que um ser poderia receber. São as chamadas almas gêmeas.

Para justificar o conceito de almas gêmeas estarem destinadas a se reencontrarem, surgiu a lenda do akai ito. Um fio vermelho invisível aos olhos que pode se embaraçar e emaranhar, contudo nunca se parte, pois essas pessoas estão interligadas para toda vida.

O amor perfeito, uma ideia que faz até os mais descrentes desejarem viver ao menos uma vez.

Só que, naquele momento, a última coisa que estavam pensando era nas lendas bobas sobre amor. Na verdade, eram jovens demais para confabular teorias sobre tal sentimento.

Um punho passou extremamente próximo a sua orelha. Um movimento rápido de apenas dois centímetros impediu que o golpe fosse certeiro e talvez rendesse um nocaute para o adversário.

Revidou chutando sua canela e dando um soco que cruzou o ar para lugar nenhum.

Uma joelhada fez com que o garoto caísse de quatro. Um chute nas costelas estendeu seu corpo no chão.

O gosto de sangue dominou sua boca.

— Eu falei que você não conseguia. — o garoto de pé riu junto aos amigos.

O loiro se levantou, tentando disfarçar a dor que sentia se espalhar pelo corpo a cada movimento.

Seu adversário era forte. Precisava admitir. Só que boa parte da sua força vinha do fato de ser três anos mais velho.

— Ainda não acabou. — o mais novo falou. — O combinado foi: ou eu acerto a sua cara ou você me nocauteia. Não vai dar para trás, não é?!

O adolescente riu. Aquele garoto o divertia. Tinha uma arrogância proporcional a coragem. Ou talvez fosse apenas muita estupidez.

— Tudo bem.

Num movimento rápido, o jovem deslizou, dando uma rasteira no mais novo e ficando de pé no instante seguinte.

Não esperava que a queda do loiro fosse dar o impulso necessário para que seu chute fosse direto no queixo do adversário. O restante do golpe não foi tão gracioso. Rendeu mãos raladas e uma queda dolorosa sobre o ombro no chão duro e sujo da quadra.

O adolescente cambaleou para trás. O corte em seu lábio era a prova que o mais novo tinha atingido seu objetivo.

Ao redor, os demais alunos que completavam o público pareciam chocados. Quem diria que o novato conseguiria mesmo atingir o rosto do mandachuva da escola? Aquilo era impossível. Bom, não mais, aparentemente.

O adolescente se aproximou do loiro, que mal conseguia se sustentar de pé devido a forte dor abdominal. Estendeu a mão e exibiu um sorriso avermelhado por conta do sangue nos lábios.

— Você é tão corajoso quanto idiota. Parabéns!

O loiro sorriu e todos ao redor bateram palmas. Tinham acabado de ver uma das passagens de comando mais épicas de todos os tempos naquela escola no subúrbio de Tóquio.

Não demorou para que os professores chegassem e levassem os dois para a enfermaria e, depois, a diretoria. Ganharam ambos uma suspensão de três dias, no entanto estavam bastante orgulhosos daquilo que fizeram.

Enquanto seus pais conversavam com o diretor, o loiro esperava no corredor, rabiscando em seu caderno de desenho. Não que fosse um artista, porém não aguentava mais ter que ficar ali sem fazer nada. Mexer-se demais também não era uma opção.

O lápis escapou de sua mão e rolou até parar próximo aos pés de outro garoto, o qual sequer tinha se dado conta de ter se aproximado.

— Pode pegar para mim?

O garoto chutou o lápis de volta para o loiro.

— Pega você!

O loiro o olhou emburrado e curvou-se para pegar, sentindo o corpo protestar e deixando escapar um gemido de dor.

Bufando, o outro se aproximou, recolheu o lápis e entregou a seu respectivo dono.

— Obrigado! — o loiro agradeceu num resmungo.

— Espero que esteja doendo bastante.

Aquele comentário fez o loiro realmente se enfurecer. Quem era aquele garoto? Como podia ser tão mal? E por que estava agindo com ele dessa maneira se nem se conheciam?

— Sabe quem eu sou, por acaso?

— O idiota que desafiou o maior babaca da escola para assumir seu lugar quando se formar. — o moreno deu de ombros. — Você até parecia legal nos primeiros dias de aula. Que decepção!

Naquele momento, o loiro lembrou-se de onde o conhecia.

— Sasuke, não é?! Você é da minha turma.

— E você é o Naruto idiota.

— Ei! Eu não estou aqui para fazer bullying com  ninguém. Só que eles me provocaram e eu precisava revidar. Meu pai me treinou a vida toda para saber me livrar de babacas como eles.

— Sua vida toda? Nossa... Doze anos treinando é mesmo muito tempo. Só não sei se surtiu muito efeito, já que você apanhou um monte. Só acertou a cara daquele babaca porque deu sorte dele ter se descuidado.

Naruto deu de ombros. Estava feliz com a conquista.

— O que importa é que ninguém mais vai precisar ter medo enquanto eu estiver aqui. — bateu no próprio peito, orgulhoso, arrependendo-se na mesma hora.

— Ah, claro, senhor "Por acaso sabe quem sou eu?". — ironizou. — As pessoas terão medo de você, espertão.

Naquele momento, foi como se o cérebro de Naruto travasse.

É, o garoto arrogante estava certo.

— Merda!

— Pois é, gênio!

— Você pode me ajudar, não é?!

Os olhos do loiro o encararam esperançosos.

— O que? De onde tirou essa ideia?

— Estou aqui há poucos dias, mas já deu para notar que você é o aluno exemplar. O mais inteligente da turma, tira notas altas, é popular com todo mundo, nunca se mete em confusão. Se nós andarmos juntos, as pessoas vão apenas me respeitar e não ter medo de mim.

Sasuke se escorou na parede ao lado do garoto.

Arqueou as sobrancelhas e o encarou.

— E por que eu faria isso?

— Porque você é um cara legal.

— Quem disse?

— Eu sei. — Naruto falou, confiante. — Eu sinto.

O moreno suspirou, revirando os olhos em seguida. O novato tinha chamado sua atenção desde o primeiro dia de aula, ainda que não soubesse dizer o motivo. Talvez fosse essa energia caótica que ele transmitia.

Enfim, não custava dar uma chance. Quem sabe assim não entendesse o real motivo de seu interesse por ele?

— Ok! Podemos tentar...

Um sorriso enorme estampou o rosto do loiro, que ficou de pé para um abraço, todavia foi impedido por outra pontada forte de dor que atingiu seu corpo.

— Devagar, ok?! Você ainda está em fase de teste. Não é como se fôssemos amigos.

— Sim, senhor.

— Pare com isso! — o garoto repreendeu, um tanto constrangido. — Me chame só de Sasuke, ok?!

Naruto sorriu, concordou.

Logo seus pais deixaram a sala do diretor. A expressão furiosa no rosto de sua mãe anunciava que teria sérios problemas quando chegasse em casa, mas não se importava. Podia aguentar aquilo, assim como as dores dos hematomas dos golpes que sofreu mais cedo.

Tinha derrubado um reinado de bullying e, de bônus, estava prestes a fazer um amigo. Estava mesmo otimista com a nova escola.

Não sabia ele que essa amizade surgiria. Que, em alguns anos, estariam tão próximos que um sentimento mais profundo e intenso floresceria em seus corações, como se viesse de outras vidas.

Entretanto, dessa vez, estariam dispostos a fazer de tudo para que as coisas dessem certo.

Spoiler? Daria tudo certo.

♡ FIM ♡


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam?
Fechamos "Bumerangue" com essa promessa (e spoiler) de que esse casal terá mais uma chance de ficar junto e ser feliz. Convenhamos, é tudo que a gente queria, ainda que talvez não tenha sido da maneira esperada.
Gostaria de agradecer a todos leitores que deram uma oportunidade para a fic. Depois de muitos anos sem escrever e postar, retornei ao Nyah! e embarquei num estilo que até então nunca tinha escrito.
NaruSasu foi um casal que me envolveu nesse meu retorno às fanfics como leitora. Então veio o Desafio Janeiro/Feveireiro 2023 – Songfic. Comentei com a minha irmã e no dia seguinte apareceu para ela um vídeo do TikTok com a música "Por nossos filhos" relacionada a eles. Naquela hora, eu senti que precisava escrever.
Só que a história não podia se limitar a cinco mil palavras. Acabou indo além e decidi que ia sim até o final, por mais dolorido que fosse. O que foi bom, porque acabei tendo ideia para uma ShinoKiba nesse meio tempo para o desafio e deu tudo certo.
Sendo assim, obrigada a todos que disponibilizaram seu tempo para embarcar em "Bumerangue".
Espero que possamos nos encontrar futuramente em outras fics, sejam deles ou não.
Aproveito agora para finalizar trazendo a música do epílogo, que não podia faltar, o vídeo que inspirou tudo e também aquele convite básico a outras fics minhas de Naruto.
Até a próxima e, mais uma vez, obrigada!

☆ Música do epílogo: The one that got away – Katty Perry
https://youtu.be/g4n-OOW3enI

♤ Vídeo NaruSasu que inspirou a fic
https://www.youtube.com/shorts/SjfMGDwh62s

♡ Segue o convite para minhas outras fics. Você será mais que bem vindo nelas também.

• Crisálida
https://bit.ly/3JJwVqf

• Querido cometa
https://bit.ly/3YoOzUa