Lycamania escrita por LC_Pena, Indignado Secreto de Natal


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Bem, meu amigo secreto desse ano é um amigo antigo, muito querido e meu conterrâneo de Salvador: Isaac!

Desculpa, Isaac, eu já sabia que era você por causa dos personagens que você escolheu, eu te conheço muito bem para não saber quem tem interesse em Neville e Crouch Jr. kkkkkkkk

Para o seu presente, tentei juntar duas das suas ideias, mostrando um pouquinho de Hogwarts em época de guerra, mas pelo ponto de vista de uma sonserina tentando encontrar a cura para a licantropia. Espero que goste desse enredo doido!



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O cabelo de Ginny Weasley costumava ser uma distração e tanto durante as aulas que dividia com a turma da Grifinória: era uma cor de cenoura feia, que não favorecia em nada o bronzeado que a pele da artilheira havia adquirido com os treinos de Quadribol. Mas, como tudo em Hogwarts nos últimos meses, a única garota dos Weasleys havia desbotado e parecia realmente pequena e pouco atrativa, como as suas colegas da Sonserina costumavam comentar.

Bem, a verdade é que o castelo estava enfrentando tempos difíceis, porém, ironicamente, Alina Laurioux havia criado uma expectativa de que aquela seria, enfim, uma era de prosperidade para o mundo bruxo.

Porque era apenas lógico pensar assim, não era? Bruxos nas escolas bruxas, mestiços em escolas próprias e os trouxas em seu devido lugar!

Era inacreditavelmente antinatural que a comunidade bruxa, aquela que sempre fora a mais poderosa e evoluída, tivesse que se esconder em becos e vielas, com encantamentos e acessos aos lugares por atalhos, enquanto trouxas caminhavam livres por aí em sua ignorância.

Logo, fazia sentido que, ao estabelecer uma ordem mais natural - com os superiores no topo -as coisas finalmente se encaixassem em seu devido lugar, certo?

Entretanto, a realidade era que a vida em Hogwarts se tornara pálida e sem graça e isso somente nos raros momentos em que não era puramente sinistra e assustadora...

A aula de Feitiços finalmente acabou e, como um ratinho apressado, a garota Weasley desapareceu pelos corredores, desviando de seus colegas de casa. Em outros tempos, o som das conversas quase gritadas dos grifinórios iria reverberar pelas paredes de pedra do corredor e colocando Alina em um humor infernal, mas hoje, particularmente, o silêncio fúnebre estava fazendo muito bem esse serviço.

— Estou começando a ficar cansada dessa “fase de transição” do Lorde da Trevas.

Isla resmungou, saída de lugar nenhum. Alina a respondeu com seu tom entediado de sempre.

— Não é transição, Isla, estamos em guerra e guerras supostamente não são feitas para serem divertidas.

Embora concordasse com a amiga - porque realmente não havia nada de bom no castelo esses tempos - a sextanista se sentia na obrigação de vencer os seus próprios pensamentos intrusos, enquanto tentava injetar algum senso comum em Isla.

— Eu sei disso, o que estou querendo dizer é que, honestamente, ter uma matéria como Estudo dos trouxas como obrigatória para todo mundo apenas para falar de supremacia sangue puro é... – A garota morena fez uma pausa dramática antes de completar o raciocínio. —  Deprimente.

— Essa é uma opinião bastante interessante, senhorita Danskin. Talvez possamos discuti-la mais profundamente na minha sala, não é mesmo? — A voz de Aleto Carrow estava sempre tomada por uma raiva mal contida, então era difícil dizer com certeza quando você estava com problemas ou não. Mas dessa vez Alina tinha certeza de que Isla não estava sendo convidada para chá com bolinhos na sala da vice-diretora e atual professora de Estudo dos trouxas.

A sonserina assistiu sua melhor amiga acompanhar a gêmea Carrow com um caminhar derrotado. Suspirou pesadamente.

Sabia que Isla iria sobreviver, como todos os sonserinos castigados antes dela e, provavelmente, levaria as coisas a sério apenas por uma semana, para logo voltar ao seu antigo eu debochado e inquieto, então o que realmente incomodava Alina era a forma como nenhuma opinião, por mais inofensiva que fosse, podia sequer ser sussurrada nos corredores.

Dependendo da Casa a qual você pertencesse, até mesmo um simples pensamento poderia resultar em uma punição severa.

Alina entendia superficialmente que a guerra, além de física, era ideológica, mas fazer da vida de todos um inferno, onde até mesmo pensamentos não solicitados bastavam para te colocar em problemas, a fazia duvidar se aquele mundo que estava sendo construído seria realmente bom...

Andar nas ruas principais de Londres, fazendo magia sem medo de ser descoberta por trouxas, realmente valeria a pena tudo pelo que estavam passando agora?

Não ter as invenções e valores esquisitos dos trouxas espalhados pela comunidade bruxa realmente seria uma recompensa boa o suficiente para justificar viver com medo de discordar das pessoas no poder no futuro?

Comensais da morte eram humanos antes de tudo e humanos erram... A própria vice-diretora Carrow se atrapalhava várias vezes com datas e conceitos simples nas suas aulas, então, como seria um mundo em que novas ideias não podiam sequer ser pensadas livremente?

A causa purista era justa, mas a execução era... Bem, como Isla havia descrito mais cedo: deprimente.

Alina continuou seu caminho em direção às masmorras, onde poderia finalmente terminar seus apontamentos de Feitiços, quando um grupo de Comensais da Morte cortou o seu caminho. Não era incomum encontrar os principais servos de Voldemort na escola, já que o Lorde das Trevas sabia do apreço que Potter tinha pelo castelo e como as chances dele aparecer ali eram grandes. Mas aquele grupo em particular fez o sangue da sextanista gelar em suas veias.

Havia um lobisomem entre eles!

Um lobisomem de verdade e não um daqueles que realmente pareciam amaldiçoados e dignos de pena, como o professor Lupin, no segundo ano... Aquele era um lobisomem real, com uma aura maldosa e presas à mostra em plena luz do dia!

A criatura pareceu ler seus pensamentos aterrorizados, pois virou e lhe deu um sorriso predatório. Alina sempre se perguntou qual seria a sua reação ao se deparar com um lobisomem igual aquele que matou seu pai há tantos anos, se teria o instinto de fugir ou se vingar...

Quando soube da real natureza de Remus Lupin, ela era muito nova, boba e despreparada para poder reagir antes de sua partida da escola, mas seu instinto hoje provou ser uma grande porcaria, porque sua única reação foi ficar congelada no lugar, sem nem sequer respirar.

Um dos comensais humanos falou algo para a criatura, o que o fez continuar seu caminho sem nem sequer diminuir seus passos. O lobisomem parecia muito satisfeito com o choque e repugnância que causara na sonserina. Somente quando todo o grupo desapareceu de vista na intercessão seguinte, a menina foi capaz de respirar novamente.

Então os boatos eram mesmo verdade, o Lorde das Trevas havia feito uma parceria com lobisomens!

Para Alina, dementadores eram aceitáveis, pois alguém tinha que fazer o trabalho sujo, gigantes eram toleráveis, já que podiam ser peões impressionantes em qualquer campo de batalha, mas lobisomens...

O Lorde das Trevas não tinha essa alcunha a toa, claro que ele se aliaria a criaturas das Trevas, mas fazer acordo com lobisomens era passar de todos os limites!

Aqueles monstros eram mais racionais do que qualquer outra criatura das Trevas, eram tão assustadores que podiam até viver misturado entre as pessoas normais sem serem identificados, como Lupin havia feito por quase um ano inteiro em Hogwarts, mas o mais terrível é que eles podiam condenar qualquer um àquela existência maldita!

Você, literalmente, podia acordar como uma bruxa saudável em uma manhã e adormecer como uma criatura amaldiçoada à noite.

A ideia era horripilante!

Alina mudou seu trajeto para o corredor oposto ao que os comensais haviam seguido. Não iria mais para as masmorras, pois a biblioteca era seu destino agora. Porque se o Lorde das Trevas havia se associado a lobisomens, alguém tinha que pensar em uma medida de contenção das criaturas, assim que a guerra acabasse.

Não havia a menor chance de uma sociedade bruxa ser realmente evoluída tendo lobisomens como iguais! Alina Laurioux, daquele momento em diante, tomou uma decisão muito séria para seus meros 16 anos de idade: estava determinada a fazer da eliminação da maldição da licantropia a missão de sua vida!

***

Levou exatamente dois meses para a sextanista da Sonserina perceber que os livros, por melhor que fossem, só podiam te levar até um certo ponto do caminho. E que talvez tivesse sido um pouquinho arrogante ao achar que resolveria uma questão que nem mesmo os melhores pocionistas do mundo haviam solucionado em séculos de pesquisa, em suas primeiras tentativas.

— Eu preciso de um lobisomem. — A garota declarou para uma sala comunal praticamente vazia. Isla a olhou de soslaio.

— Você precisa é de um namorado. — A morena respondeu, voltando a folhear a última edição da Inside d’Spell. Alina fingiu que não a havia escutado.

— Não preciso de um inteiro e talvez nem sequer de um vivo! Eu só preciso do sangue de um lobisomem, de preferência colhido quando ele estiver transformado... — A sextanista murmurou mais para si mesma do que para a amiga, enquanto procurava por uma anotação específica na bagunça da mesa a sua frente.

— Ah, só isso? Então hoje é seu dia de sorte, porque estamos em plena lua cheia... Talvez aquele lobisomem que sempre anda por aqui te conceda o seu desejo. — Isla falou com uma falsa animação. Fechou a revista, marcando a página sobre o novo disco do The Prophets, antes de jogá-la em cima da mesinha de centro.

— Por que não vamos atrás dele à meia-noite, hum? E pedimos a ele por um pouquinho de seu sangue, com bastante educação e cordialidade, claro! — Completou sarcasticamente, fazendo Alina a olhar com pouco interesse.

— Infelizmente Greyback não está no castelo essa noite, Isla, porque, aparentemente, ele tem coisas para resolver com seu bando... — A loira descartou a ideia com um gesto de desinteresse, o cenho franzido pela insatisfação.

— É muito assustador que você saiba tanto sobre um lobisomem que você diz ter asco...

— Eu tenho asco, mas também tenho uma curiosidade científica saudável sobre meu objeto de estudo! — Antes que a amiga pudesse acrescentar algo, Alina a calou com um levantar de mão e continuou sua defesa.  — E eu só estou fazendo tudo isso pela...

— Pela causa! Já sei, já sei... Você não para de repetir isso e acredita tanto nessa baboseira, que até conseguiu aquela sala asquerosa para seus experimentos, sem nem contar a verdade para o diretor Snape! – Isla falou exasperada, em seu sussurro gritado de sempre.

— Fale baixo, garota! E pare de mentir, você sabe muito bem que o diretor Snape entendeu minhas boas intenções para a causa e tem coisa melhor para fazer do que ficar negando uma sala vazia para uma aluna aplicada...

— Mas suas notas estão indo de mal a pior...

— Eu sei! E é por isso que eu preciso de um lobisomem para continuar com os meus testes! Usar a mata-cão como base não está dando resultados! Sem o sangue envenenado de um lobisomem, eu não tenho como saber como a maldição afeta o corpo da vítima na prática e...

— A sua resposta não tem absolutamente nenhuma relação com o que eu acabei de dizer! — Isla respondeu incrédula, avaliando rapidamente o quão dilatadas estavam as pupilas da amiga. — Você, por um acaso, andou aspirando os vapores dos seus testes sem proteção de no...

— Ei, vocês duas! Diretor Snape solicitou a presença de todos no Salão Principal! — Uma das monitoras da casa avisou com pouca paciência, antes de partir para os dormitórios, em busca de mais alunos desavisados.

— Pelo amor de Circe, o que é agora? Além de todas as loucuras que temos que fazer durante o dia, agora vão nos obrigar a jantar também? — Alina questionou indignada, mas em voz baixa, porque não queria passar as próximas horas tentando fazer a língua parar de arder por causa de uma das azarações bobas dos monitores-chefe.

Nenhuma das duas estava feliz com o rumo que a noite havia tomado, mas se levantaram e arrumaram a bagunça rapidamente, antes de seguir em direção ao Salão principal. Alcançaram um grupinho de colegas que caminhavam mais à frente.

— Sabe, Alina, você bem que podia fazer um bom uso de algo além de café e poção restauradora, para variar. Não que eu esteja muito melhor, mas...

— Ei, vocês ouviram os boatos? Parece que Potter foi visto nos arredores de Hogsmeade! — Uma garota baixinha do quinto ano interrompeu Isla, com uma empolgação exagerada. — Sabe o que isso significa? Que Lorde Voldemort deve finalmente vir a Hogwarts pessoalmente!

Por sorte a menina não esperava resposta, porque Alina e Isla não seriam capazes de demonstrar o mesmo grau de adoração da garota, ela literalmente conteve um gritinho de excitação, antes de levar a informação para os próximos incautos.

— Você acha que finalmente está acontecendo? — Isla perguntou assustada, sussurrando discretamente para que apenas Alina pudesse ouvir.

Nas últimas semanas, todos podiam sentir nos ossos que a batalha final entre Voldemort e Potter estava perto, mas Alina acreditava que nunca estaria realmente pronta para presenciar o maior evento histórico dos últimos séculos bem diante de seus olhos.

— Eu não sei, eu espero que sim... Quer dizer, a espera está nos matando, não é? — Tentou fazer sua resposta soar como uma piada boba, mas, assim que Alina terminou de falar, as duas sonserinas acabaram se encontrando com alguns alunos retardatários da Lufa-lufa.

E, por Circe, aquelas crianças pareciam que estavam realmente perto da morte! Bem, com um pouco de sorte, talvez tudo aquilo acabasse em breve.

Assim ela esperava.


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Notas finais do capítulo

Bem, primeira parte postada, até o final do dia venho com a parte 2!

Bjuxxx



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