Algumas horas após os eventos no Vale da Lua de Prata, em algum lugar desconhecido longe dali…

Um homem alto, de pele negra, olhos castanhos e cabelos da mesma coloração, mas com um penteado incomum, está assentado sobre uma grande muralha do que parece ser um velho castelo. Seus olhos enigmáticos observam o entardecer com um prazer quase palpável. O homem traja uma túnica prateada, símbolo do Lineamento Universal Sublime que o mesmo criou anos atrás. Com as pernas cruzadas e uma taça aparentemente cara em sua mão direita, Azuma Senju saboreia seu vinho por meio de goles pausados e ritmados. Ele é incapaz de esconder o sorriso estampado em seu rosto.

— Quem diria que eu estaria equivocado ao interpretar a profecia de Ishizu Ishtar – articula o homem, como se conversasse com alguém, apesar de estar sozinho aqui. – O mais curioso é que, apesar do meu erro, algumas coisas muito interessantes aconteceram…

Tomando o último gole do seu vinho, o homem repousa a taça sobre a estrutura de pedra na qual está assentado. Usando o dedo indicador direito, coberto por uma luva branca, Azuma limpa os resquícios do líquido em um dos cantos de sua boca. Mesmo assim, seu sorriso não desaparece.

— O importante é que eu continuo alguns passos à frente de todos os outros que estão em busca do ser Nexus – o Nukenin da Aldeia da Folha retoma a palavra para si mesmo. – Eu tenho a plena certeza de que ninguém, exceto eu, será capaz de colocar as mãos na verdadeira portadora da energia Nexus. E quando isso acontecer… Será o fim da Aldeia da Folha.

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Três dias depois… Em uma radiante manhã na Aldeia da Folha, País do Fogo.

— Misericórdia, não aguento mais tanto banho! – reclama Akaemi Yuuhi, ao afundar uma vez mais em um pequeno lago em uma das Zonas de Treinamento da Aldeia da Folha.

Ao seu lado, Zaku Mikazuchi também afunda quase que ao mesmo tempo. Ambos daram apenas alguns passos sobre a superfície do lago antes de falharem. Por outro lado, no fim do lago, Haruki Senju ri sutilmente com o corpo direcionado para os colegas. De alguma maneira, ele parece se divertir, de pé sobre a superfície da água sem nenhuma dificuldade.

— Não estou gostando desse seu lado debochado, Haruki. Terá volta! – garante a Gennin do clã Yuuhi, com apenas a cabeça, o pescoço e o início dos ombros de fora da água.

Ao longe, em terra firme, Silvanna Senju observa seus tutorados com um olhar atento. Quando retornaram para a Aldeia da Folha, o que não tem tanto tempo, ela propôs práticas de aprimoramento do controle de chakra para seus alunos. Logo no início, no dia de ontem, os três foram capazes de concluir o exercício de escalada em árvores – Haruki fez isso em menos de meia hora e foi direcionado para o segundo exercício; os outros dois levaram algumas horas. Embora seja uma proeza básica para ninjas formados, concentrar chakra nos pés para se fixar em estruturas sólidas é uma capacidade que exige alguma prática.

A segunda prática proposta por Silvanna é a que está desafiando tanto Zaku quanto Akaemi: o exercício de caminhar na água. Um pouco mais complexa do que a escalada em árvores, a técnica de fixação em superfícies líquidas exige uma perícia mais refinada no controle de chakra, além de uma maior capacidade de concentração. Ainda assim, após algum tempo, Haruki também foi capaz de concluir com êxito no dia anterior. Diante disso, nesta manhã, o Senju acompanhou o restante da equipe a pedido da Jonin como uma maneira de garantir que seu sucesso da noite anterior não foi “sorte de principiante”.

— Escutem – pede a mais velha, atraindo para si os olhares dos dois dentro do lago e do terceiro de pé sobre a superfície. – Como sabem, o chakra é uma forma de energia existente em todas as formas de vida presentes na natureza. Para nós seres humanos, o chakra é resultante da combinação entre a energia mental e a energia física. Quanto melhor o equilíbrio entre essas fontes de energia, mais refinado será o controle do chakra do indivíduo.

Os três escutam atentamente. Todos tentam resgatar em suas memórias o que já aprenderam sobre o chakra na Academia Ninja. Embora tenham lidado com práticas mais simples de controle de chakra naquele tempo, dominar a Técnica da Escalada em Árvores e a Técnica de Andar na Água é algo mais complexo.

— Quando um ninja utiliza um Ninjutsu, Genjutsu ou determinados tipos de Taijutsu, uma pequena parcela do seu chakra se perde. Quanto melhor o controle de chakra, menor será essa perda visto que o indivíduo consegue aplicar a exata quantia necessária de energia para usar as suas técnicas – ela continua explicando. – Entendem o que isso significa?

— Significa que a experiência com o controle de chakra nos permitirá durar mais em campo de batalha – articula Akaemi.

— Ou usar técnicas mais complexas que, de outra forma, seriam impossíveis para nós com um controle inadequado do chakra – completa Zaku.

— Correto – garante a tutora dos Gennins, lançando seu olhar sobre Haruki logo na sequência. – Como eu suspeitava, Haruki, você tem um talento raro no que diz respeito ao controle de chakra.

— Eu? – indaga o garoto, surpreso, enquanto os outros dois jovens também olham em sua direção.

— Você provavelmente herdou de sua mãe a habilidade rara de controlar perfeitamente o próprio chakra. Em outras palavras, sua perda de energia com técnicas é zero. Por isso, você poderá aprender o Estilo do Punho Adamantino que eu utilizo e que sua mãe também utilizava – declara a Jonin, impressionando os três com as informações oferecidas.

Em seguida, a Jonin direciona o rosto para Zaku e Akaemi. Com um sutil sorriso, completa:

— Mas não se preocupem. Todos vocês terão meus ensinamentos para se desenvolverem em Taijutsu. E continuarão praticando para que possam melhorar o controle de chakra que possuem com o tempo. É impossível que alcancem um nível de controle de chakra perfeito, visto que essa é uma habilidade rara e inerente a alguns poucos indivíduos, mas podem reduzir consideravelmente a perda de energia em suas técnicas com o devido treinamento.

— Com licença, senhora Silvanna – articula uma voz masculina, quebrando a concentração da Jonin.

A loira se vira para trás, assim como os Gennins também olham naquela direção. A alguns metros de Silvanna está um jovem ruivo de cabelos levemente espetados com porções laranjas nas laterais e em mechas acima do centro da testa. Seus olhos oscilam entre o vermelho e o laranja como se ardessem feito brasa e chamas. O sujeito de pele clara e estatura considerável é Taiga Akatora, um dos Chuunins da Aldeia da Folha.

— O senhor Hokage está chamando pelo Haruki Senju – acrescenta Taiga, olhando na direção do sujeito mencionado.

Ainda de pé sobre as águas do lago, o pequeno Senju arregala os seus olhos. Em sua mente ressoa a questão: “O que o Hokage poderia querer com um Gennin assim tão repentinamente?”. Silvanna, por outro lado, esboça uma expressão de quem já esperava por isso. Na realidade, não apenas esperava, como tem plena certeza do que se trata o chamado de Goro Nomoru para o Gennin Haruki.

— Vá, Haruki – articula Silvanna, olhando bem profundamente nos olhos escuros do pequeno integrante do clã que ela lidera. – Quando retornar, iniciarei para os três os ensinamentos em Taijutsu.

— Venha, Senjuzinho! – pede Taiga, atraindo para si a atenção do irmão de Aiden Flynn. – Não temos o dia todo.

Correndo sobre a água do lago sem nenhuma dificuldade, Haruki segue na direção do Chuunin. Com acenos e palavras de despedida, ele e seus colegas se separam por ora. No entanto, Silvanna permanece séria com o olhar fixo naquele garoto. Taiga e o “Senjuzinho” caminham em direção aos aposentos do Hokage, mas a portadora da Lança Cometa não consegue afastar seus próprios pensamentos:

— Mestra Jeanne estava certa. Ele provavelmente tem tudo o que é necessário para dominar aquela técnica. Quando isso ocorrer, a rainha das lesmas estará de volta às forças da Aldeia da Folha – e suspira enquanto Akaemi e Zaku saem do lago para retomar a prática. – Agora que a ameaça dos Bestiamorfos retornou, os segredos de Katsuyu poderão definir o rumo da guerra que se aproxima…

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Algum tempo depois, na sala do Hokage…

— Senhor Hokage – articula Taiga Akatora, batendo na porta fechada com a mão direita. – Eu trouxe o seu pacotinho.

— Assim eu fico me sentindo como um saco de fermento – retruca Haruki, cruzando os braços e franzindo a testa em desaprovação.

Do outro lado da porta está um homem em pleno trabalho administrativo. Sentado em sua cadeira com vários papéis e pergaminhos espalhados sobre a mesa diante de si, Goro Nomoru ouve cada uma daquelas palavras. Repousando os cotovelos na mesa, entrelaçando seus dedos e apoiando o queixo sobre as mãos, o líder da Folha suspira profundamente. E declara:

— Deixe-o entrar. Você está dispensado, Taiga. Obrigado.

E assim tudo acontece. Taiga abre a porta, Haruki entra e o sujeito de 19 anos se despede do Hokage com as devidas formalidades. A porta é fechada novamente e o Gennin do clã Senju se sente um tanto quanto intimidado. É a primeira vez que se encontra sozinho diante da presença do Terceiro Hokage.

— Irei direto ao ponto – afirma o mais velho, encarando-o com firmeza. – A sua mãe acreditava que eu seria o sucessor dela muito antes de seu falecimento na Segunda Guerra. Pouco antes do que ocorreu, ela me entregou algo que pertence a você.

— Algo que pertence a mim? – questiona o mais jovem, profundamente surpreso com o que acabara de escutar.

O entrelaçar de dedos de Goro se desfaz. Seu braço esquerdo repousa sobre uma de suas pernas enquanto o direito avança em direção a um pergaminho branco lacrado por um selo dourado em formato de losango. Quando a mão do Hokage pega o objeto, ele a ergue na direção do pequeno garoto diante de seus olhos.

— Aqui está.

Curioso, o filho da Segunda Hokage se aproxima mais por meio de alguns passos. Tomando o pergaminho para si com as duas mãos, rompe o lacre e abre o pergaminho. Logo, seus olhos escuros se deparam com as primeiras palavras registradas neste papel.

— “Querido Haruki, meu precioso filho. Se estiver lendo isto, provavelmente já parti deste mundo há muito tempo. Gostaria de poder registrar muitas outras palavras para fazer jus ao imenso amor que sinto por você e por seu irmão. Porém, escrevo isto pouco antes de partir para o clímax da guerra contra os Bestiamorfos. O contexto exige que eu seja objetiva e assim serei. Considerando os requisitos que solicitei, você está lendo isto após se tornar Gennin e ter suas capacidades calculadas pela alta cúpula da Aldeia da Folha. Logo, o que eu esperava tornou-se realidade: você será o herdeiro do Selo Byakugou”.

Ao ler a última palavra em questão, Haruki arregala os seus olhos. Embora faça muito tempo, ele lembra com perfeição do que se trata o Selo Byakugou. Afinal de contas, aquele era o principal símbolo da presença de sua mãe, a Segunda Hokage. Ele também se lembra vagamente da técnica estar associada a um controle de chakra de altíssimo nível, algo incomum mesmo entre os maiores ninjas do mundo – segundo a sua mãe. Logo, toma coragem para prosseguir com a leitura:

— “O Selo Byakugou ou Selo das Cem Forças exige dois pré-requisitos fundamentais. O primeiro é um perfeito controle de chakra, algo que suspeito que você possui de forma inata. O segundo é a afinidade com o Estilo Yin, a energia espiritual que governa a imaginação e a criação de formas a partir do nada. Por causa dessa segunda condição, necessária para o desenvolvimento de técnicas médicas, por exemplo, nem mesmo a minha discípula Silvanna Senju foi capaz de dominar o Selo Byakugou. A partir de hoje, você deverá reservar uma pequena parte do seu chakra diário em um espaço específico em seu corpo. Quando o ciclo de três anos se concluir, o selo se manifestará, potencializando as suas capacidades físicas e dando-lhe o vínculo necessário para invocar Katsuyu, a rainha das lesmas. Temo que o apoio de Katsuyu à Aliança Shinobi se fará necessário no futuro e nenhuma outra pessoa até o momento em que escrevo isto foi capaz de invocá-la. Além disso, eu pedi a ela, uma inestimável amiga, para guardar determinados segredos que apenas, ao dominar o Byakugou, deverá ter acesso. Abaixo, registrei algumas orientações adicionais para a formação do selo. Confio em você. Por meus amados filhos, Jeanne D’arc Senju”...

Haruki abaixa as mãos que seguram o pergaminho. Como mencionado, existem outras informações no registro, mas o Senju ainda precisa digerir tudo o que leu até esse momento. Ele direciona o rosto a Goro Nomoru como se buscasse uma âncora na realidade para não se perder entre tantos pensamentos tempestuosos.

— Você foi designado para a equipe da Silvanna em respeito ao pedido de sua mãe – revela o mais velho, sorrindo sutilmente para seu ouvinte. – A análise de Silvanna e dos Jonins Especiais ao seu respeito foram suficientes para que eu decidisse entregar isto a você. O legado que sua mãe lhe deixou, esse perfeito controle de chakra e o potencial para despertar o Byakugou… Orgulhe-se de tudo isso. Desde que tenha a força de vontade e dedicação necessárias, poderá se tornar alguém tão extraordinário quanto a Segunda Hokage.

—  O-obrigado, senhor Hokage! – exclama o garoto em total agradecimento.

Ouvir isso faz Goro rir um pouco, algo que espanta Haruki e enfeita sua face com dúvidas. Afinal de contas, o jovem não faz a mínima ideia do que causou essa reação do líder da Folha. Porém, saberá nos próximos minutos…

— Me desculpe, pequeno. É que o seu jeito de se portar e, principalmente, sua aparência me lembram muito o seu pai –  revela o mais velho.

— Você conheceu o meu pai!? – questiona o Gennin, ainda mais surpreso do que antes.

— É claro. Na verdade, posso dizer que fui muito além de “conhecer”... – garante Goro. – Jeanne nunca quis entrar em detalhes com você e seu irmão a respeito disso porque a história é complicada. Muito complicada… Naquela época, isso só traria problemas para todo mundo. Prometo que contarei tudo após a missão de amanhã.

— Missão de amanhã?

— Sim – o mais alto confirma, desfazendo o próprio sorriso e retornando à sua típica seriedade. – Silvanna já está ciente e os trará para assumirem a missão formalmente. Deverão colher algumas informações, sobre um foragido, no País da Geada. Uma equipe da Aldeia da Névoa também fará parte da operação. Portanto, é melhor que você vá de cabeça vazia para focar no que deve focar agora. Consegue me entender?

— Sim, senhor – declara o mais jovem.

— Sendo assim, você está dispensado por hoje. Retorne ao seu treinamento e se dedique aos primeiros passos para a formação do Selo Byakugou – Goro sugere. – Qualquer dúvida, acredito que Silvanna poderá lhe ajudar. Ao menos ao que concerne à teoria.

Dessa maneira, o garoto se despede e se retira da sala. Retornando ao silêncio, Goro se sente invadido por calorosas memórias de um passado distante. A alma do Terceiro Hokage anseia pelo momento em que finalmente poderá contar aos dois filhos de Jeanne D’arc Senju as questões sobre o pai de ambos. Da mesma maneira que lhe confiou o pergaminho com a mensagem sobre o Selo Byakugou, a Segunda Hokage também lhe pediu para manter o segredo da paternidade de seus filhos até a hora correta. Ele sempre soube que esse momento chegaria… E, de fato, está para chegar.

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Algumas horas depois, com o cair da noite… Em alguma localidade no País da Tecnologia.

Ela olha para baixo enquanto a chuva constante molha o seu corpo. Da alta estrutura em que está até o chão, ela pensa que é uma distância suficiente para interromper a dor. Será que deve? Será que passará? Sua mente é bombardeada por ideias estranhas, imaginando como seria caso tomasse essa decisão. Pensa sobre como outras pessoas chegaram ao “sim” e como teria sido para elas se escolhessem a outra alternativa. Reflete se até mesmo o simples fato do seu atual estado de espírito atingir alguém, como palavras que voam ao vento, não é nada mais do que um ato egoísta e condenável.

“Por que estou aqui?”. “Por que existo?”. “Por que nasci?”. “Por que tenho que continuar?”. As questões são constantes, como o fluxo de uma cachoeira que se move sem parar em nenhum segundo. Não há como deter os seus pensamentos sem parar o seu coração. Ao menos é o que a loira de olhos azuis imagina agora. Seu pé direito, calçado em uma bota de couro preta, se move um pouco para a frente. Resta pouco, muito pouco, caso sua decisão seja em favor do que está abaixo dos seus olhos. A estrutura gigantesca fornece uma distância suficiente para arrancar-lhe o sopro da vida?

Suas lágrimas já não podem mais ser diferenciadas das gotas de chuva que caem dos céus. Tudo é apenas um único ato de tristeza e solidão. Não seria a chuva nada mais do que o lamento agonizante das nuvens? Não seriam elas as únicas que sempre estiveram aqui, observando em silêncio um choro tão semelhante ao seu? Acontece que a mulher de pele clara e cabelos lisos até o pescoço chora e não sente que pode voar. Mas sente que pode cair.

— Quem é você e o que quer aqui? – questiona a loira, mantendo-se na mesma posição sobre um grande prédio laboratorial.

Sob a chuva, aproximando-se enquanto caminha com serenidade, uma mulher de longos cabelos rosados não demonstra qualquer interesse em ocultar a sua presença. A marca lilás em forma de losango em sua testa é a evidência de que ela pode ser apenas uma única pessoa: Ikaruga Haruno, uma perigosa Nukenin da Aldeia da Folha.

— Meu nome é Ikaruga. Estou aqui para fazer uma proposta. Você pode recusar e se autodestruir ou pode aceitar e adquirir um grande motivo para viver – articula a espadachim, se aproximando conforme carrega sua arma na bainha em suas costas.

— O que te faz pensar que qualquer coisa que diga será significativo para mim?

— Eu conheço a sua história. Raptada quando criança. Usada em experiências desumanas. Transformada em uma arma de guerra. Abandonada e solitária após matar o seu algoz. Incapaz de retornar à sociedade como uma pessoa comum… – Ikaruga pontua, finalmente parando de caminhar a alguns poucos metros da loira que ainda está de costas. – O mundo ninja sempre virou as costas para pessoas como você. Mesmo com a criação da Aliança Shinobi, nada disso mudou. Os mais pobres continuam pobres e os mais poderosos permanecem monopolizando riquezas e recursos.

— E…? – sua ouvinte demonstra estar ansiosa para que a Nukenin da Folha chegue onde quer chegar.

— Eu descobri o segredo para controlar os Bestiamorfos. O poder necessário para esmagar a Aliança Shinobi e vingar pessoas como eu e você – revela a mulher de cabelos rosados.

Ouvir isso faz os olhos azuis da mulher de cabelos loiros se arregalarem. Em seguida, sem quase nem mover o seu corpo, ela leva o rosto na direção da recém-chegada. Ikaruga, por sua vez, sorri ao perceber o interesse no olhar daquela que veio recrutar.

— Eu suponho que isso é um sim, Lazuli – determina a espadachim, enlarguecendo o seu sorriso gélido.

A Haruno estende a sua mão direita, permitindo que as gotas de chuva caiam sobre seus dedos e escorreguem sobre suas unhas vermelhas. Desse modo, completa as próprias palavras:

— Venha. Junte-se a mim para construir um mundo governado por nós… O Armageddon.

Acompanhe a próxima missão da equipe de Haruki Senju em “Justiça: O Pergaminho de Rei”! Enquanto isso, mergulhe na jornada pessoal de Ikaruga Haruno nos próximos capítulos com…

Arco 2 - A Odisseia de Ikaruga… Começou!