Arco 1 - Vale da Lua de Prata

Janeiro, País do Fogo…

Pouco tempo atrás, a professora Yuri Haruno Nomoru liberou os alunos da Academia Ninja, salientando que a lista com os nomes dos Gennins aprovados já estava na porta da sala. Assim como todos os seus colegas de turma, Haruki estava ansioso para saber se estava entre os aprovados ou não. Por isso, neste momento, ele está parado diante da lista entre vários outros jovens mais novos e mais velhos. Seu coração está disparado pela adrenalina, anunciando o quão ansioso está para encontrar o seu nome entre os registros deste papel.

— “Akaemi Yuuhi, Zaku Mikazuchi e Haruki Senju… Aprovados para a Equipe Silvanna” – o irmão mais jovem de Aiden Flynn Senju enfim lê o trecho no qual é citado. – Eu passei!

Haruki é incapaz de conter a sua animação. Sorridente e alegre pela conquista, começa a saltitar, afastando-se da lista para que seus demais colegas possam consultá-la também. É quando a voz de alguém interrompe o seu pequeno ato de comemoração.

— Pelo visto, você é o Haruki – articula uma jovem garota a alguns metros dele. – Desculpe, a turma sempre foi tão grande que é complicado decorar os nomes de todos.

Ao ouvir isso, ele se afasta ainda mais do aglomerado em torno da lista. A garota, de cabelos negros levemente ondulados até um pouco abaixo do pescoço, pele clara e incomuns olhos vermelhos está ao lado de quem Haruki imagina que seja o terceiro membro da equipe. Apenas os olhos do tal Zaku, profundamente azuis, são visíveis. Afinal de contas, o sujeito está utilizando uma espécie de touca branca que cobre sua cabeça quase que completamente, luvas brancas e roupas longas brancas com padrões vermelhos e dourados.

— Como deve imaginar, ele é o Zaku Mikazuchi – diz a garota.

— Muito prazer, Senju – articula o mais alto dos três, observando Haruki diretamente em seus olhos enquanto se mantém com os braços para trás.

— Muito prazer… – corresponde o menor, um tanto quanto intimidado.

— E eu, claro, sou a Akaemi do clã Yuuhi – a jovem prossegue, esboçando um leve sorriso. – Será um prazer trabalhar com você também.

— Também acredito nisso – afirma Haruki, sorrindo em resposta.

Apesar de não falar sobre isso, o Senju observa que ambos os seus colegas são relativamente formais ao se manifestarem. Akaemi lhe parece mais falante e comunicativa enquanto Zaku demonstra ser mais silencioso e reservado. Ele não havia pensado sobre possíveis problemas com colegas de equipe, mas agora que está nesta situação sente-se alegre por poder contar com companheiros aparentemente nada problemáticos.

— Bem, vamos indo? – pergunta a garota, alternando o seu olhar entre os dois garotos tão próximos de si.

— Para onde? – indaga Haruki, arqueando a sobrancelha direita.

— Ah, é mesmo, me desculpe. Enquanto você estava tentando alcançar a lista, nós dois já havíamos confirmado a composição da equipe. Estávamos entre os primeiros a sair da sala – ela explica, focando o seu olhar no garoto Senju. – Um dos professores orientados para guiar a multidão nos explicou que devemos ir até a Zona de Treinamento Norte.

— Zona de Treinamento Norte? – o menor entre os três também demonstra ser o mais confuso.

— Sim. A maioria das aldeias possui quatro zonas de treinamento. Geralmente, cada equipe Gennin é designada para uma zona específica. Nossa tutora é uma Jonin que já costuma ensinar os seus alunos por lá, pelo que eu soube.

— Ela é do seu clã – comenta Zaku, confirmando a teoria de Haruki sobre ele ser de pouquíssimas palavras.

— Espera… É a Silvanna Senju!? – Haruki se manifesta mais uma vez. – Se bem que eu deveria ter imaginado…

— Então deve conhecer a fama dela, não é? Bem, vamos andando? – sugere Akaemi.

Com isso, os três jovens começam a caminhar em direção à saída da Academia Ninja da Aldeia da Folha. Conforme avançam rumo à Zona de Treinamento Norte, eles seguem adiante com o diálogo sobre a famigerada líder do clã Senju.

— A fama dela… – o menor, pensando sobre as palavras usadas pela colega, decide compreender melhor suas colocações. – Se refere ao fato dela ser uma discípula da Segunda Hokage e atual líder do meu clã?

— Na verdade, não. Essas coisas pouco importam diante de tudo o que falam sobre as habilidades dela – afirma a integrante do clã Yuuhi.

— Sim – Zaku decide complementar, atraindo para si os olhares de ambos os colegas enquanto todos finalmente se retiram das dependências da Academia Ninja da Aldeia da Folha. – Ela é conhecida como a “Ninja Amazona” da Folha.

— Por quê? Na verdade, eu não a conheço bem. A vi poucas vezes, e sempre bem longe – revela Haruki.

— Todas as habilidades ninjas são categorizadas em três classes: Ninjutsu, Genjutsu e Taijutsu – a garota, pacientemente, começa a explicar. – Aprendemos desde cedo na Academia que Ninjutsus são as técnicas com consumo de chakra mais comuns e com efeitos variados. Podem ser aplicadas de maneira ofensiva como muitos dos Ninjutsus elementais ou de maneira suplementar como os Ninjutsus Médicos. Os Genjutsus são as técnicas de controle, utilizadas para manipular sentidos e percepções do inimigo. Os Taijutsus, por fim, nada mais são do que as técnicas corpo-a-corpo.

— Embora os Ninjutsus sejam as técnicas mais utilizadas e com maior diferença no campo de batalha, o que acontece quando o seu chakra acaba? – Zaku, por sua vez, decide realizar essa provocação.

— Resta apenas usar o Taijutsu. Esse é um ensinamento básico da Academia Ninja – alega o integrante do clã Senju.

— Exato. Por isso, ninjas especializados em Taijutsu são extremamente duráveis em campo de batalha. Além de potencializarem seus atributos físicos com treinamento, possuem um gasto de chakra menor e costumam focar em causar danos com ataques de alvo único. Ou seja, praticamente não há desperdício de chakra. Acontece que todos do seu clã, e com você não deve ser diferente, são conhecidos por possuir imensas reservas de chakra. Alie isso ao perfeito controle de chakra pela qual a professora Silvanna é conhecida e você entenderá…

— Espera… – Haruki tenta ligar os pontos de tudo o que sua colega acabou de falar. – Você quer dizer então que ela dura muito mais em batalha do que a grande maioria dos ninjas?

— Sim, mas não só isso! – garante Akaemi. – Ela é uma das Sannins, as kunoichis lendárias consideradas como as mulheres mais poderosas da Aliança Shinobi. Dizem que ela simplesmente não precisa usar Ninjutsus ou Genjutsus porque a sua força sobre-humana e sua perícia inigualável em Taijutsu a tornam uma adversária extremamente letal mesmo com um baixo consumo de chakra. Por isso, ela é chamada de “Ninja Amazona”. É uma referência a uma lenda antiga de mulheres guerreiras que nunca se rendiam no campo de batalha.

— Portanto, tivemos muita sorte ao sermos designados para a equipe da professora Silvanna – argumenta Zaku.

— É, mas do jeito que vocês falaram, não sei se é uma boa mesmo… – admite Haruki, relativamente temeroso com o que virá logo adiante em seu treinamento com uma das Sannin.

— Relaxa, dizem que ela está de bom humor na maior parte do tempo – diz Akaemi, desmanchando o seu sorriso e arregalando os seus olhos de forma sinistra logo em seguida. – Mas quando não está…

Atento à sua colega, Haruki parece se assustar ainda mais. Engolindo seco, nem mesmo ousa perguntar alguma outra coisa. E se a professora Silvanna não estiver de bom humor? Em seu íntimo, ele se questiona o quão sofrível será o treinamento inicial se esse for o caso de hoje. Por algum tempo que o garoto é incapaz de calcular, se perde em seus pensamentos e possibilidades daquilo que está por vir.

— Chegamos – a garota se manifesta outra vez, interrompendo os seus passos.

Ao “voltar à realidade”, o Senju se surpreende. Tanto ele quanto Zaku também param de caminhar. Haruki presta atenção no ambiente ao seu redor para verificar o que Akaemi acabou de dizer. De fato, eles já estão longe o suficiente da Academia Ninja. O local em que estão é um terreno campado com algumas árvores próximas. Realmente parece ser uma área ideal para o treinamento, aberta e com nenhum fluxo próximo de pessoas. No entanto, existe uma quarta figura aqui presente ao longe.

— Sim, chegaram – diz uma mulher alta e loira com os seus longos cabelos presos em um rabo de cavalo baixo, atingindo a linha da cintura.

Os três jovens permanecem relativamente distantes dela. Cada um, à sua própria maneira, pode dizer que está impressionado por se colocarem diante da presença de uma figura tão importante e reconhecida no mundo ninja. Quando Silvanna se vira para os Gennins, suas vestes também os impressionam: um longo robe azul celeste, uma camisa vermelha de bordas brancas abaixo dele, um grande cinturão dourado com uma pedra esmeralda e tecidos vermelhos anexados, uma calça azul escura e botas em tom vinho com joelheiras douradas. Seu traje é ornamentado por ombreiras e braceletes de ouro, assim como uma presilha de mesmo material mantendo o rabo de cavalo dos seus cabelos.

Para Haruki, no entanto, é o que a mulher porta com sua mão direita que realmente captura o seu olhar: uma lança de cabo dourado com peças de ouro na extremidade sustentando uma grande pedra dourada; duas dessas peças se ramificam como duas fitas de ouro que circulam a extensão da lança até sua metade. Ele reconhece o artefato como a lendária Lança Cometa, arma utilizada por sua mãe, a Segunda Hokage, no passado.

— Devo parabenizá-los por terem sido aprovados no Exame Gennin – diz ela, alterando o olhar entre cada um deles. – No entanto, ainda precisam passar por uma avaliação minha.

— Avaliação? De que tipo? – Akaemi procura saber.

Silvanna acopla a barra de sua lança em um pequeno dispositivo em seu bracelete da mão esquerda. Em seguida, ela ergue a mão direita, mostrando-a bem aberta. Os Gennins imaginam que os cinco dedos que ela apresenta possuem alguma simbologia que será explicada em breve.

— Cinco minutos. É o tempo que vocês terão neste teste. E é bem simples – garante a mais velha, mantendo sua palma aberta próxima do próprio rosto. – Basta que permaneçam conscientes durante esse tempo.

— Então significa que você nos atacará, professora Silvanna? – pergunta Haruki, já assustado com essa possibilidade.

Ao ouvir isso, a loira foca o seu olhar azul no jovem integrante do seu clã. Abaixando quatro dedos, ela evidencia o seu indicador. E declara na sequência:

— Um dedo. É o que utilizarei contra vocês.

Tanto Haruki quanto Akaemi arregalam seus olhos, impressionados com o que acabaram de ouvir. No entanto, a seriedade de Silvanna demonstra que ela não está brincando. Para além disso, a Jonin acrescenta:

— Basta que resistam aos meus ataques durante esse tempo. Estarei avaliando os seus atributos físicos, técnicas, raciocínio e habilidades. Caso os julgue inadequados para o meu treinamento, serão dispensados.

— O que!? – os dois mais falantes da equipe se manifestam, entreolhando-se assombrados com a possibilidade de voltarem para a Academia Ninja.

— Alguma dúvida? – pergunta Silvanna, finalmente abaixando o seu braço.

— Podemos usar qualquer tipo de recurso para vencer a tarefa? – questiona Akaemi após engolir seco, temerosa pela possibilidade do fracasso.

— Sim. Lembrem-se de que sou uma Jonin, a categoria mais alta da formação ninja. Portanto, mesmo que eu use apenas uma parcela das minhas habilidades, não estarei em perigo mesmo que usem todas as suas forças. Já o contrário… – argumenta a loira, fazendo uma “pausa dramática”. – Caso se segurem, não posso garantir a integridade física de nenhum de vocês. Lembrem-se do fundamento básico das missões em equipe: trabalho conjunto. Algo mais?

— Não – nega Zaku.

— Nada mais. Podemos começar – garante Akaemi.

— Estamos prontos. Eu acho… – Haruki, por sua vez.

— Valendo. – declara a professora dos três.

O Gennin de face oculta é o primeiro a agir, abrindo sua bolsa de ferramentas ninjas acoplada ao lado direito de sua cintura. Sem demora, atira duas shurikens na direção da mais velha. Akaemi e Haruki, ao mesmo tempo, correm para lados opostos se afastando de Zaku. Enquanto fazem isso, acessam suas próprias bolsas de ferramentas e atiram uma kunai de cada uma das mãos. Dessa maneira, os três parecem acreditar que a instrutora terá muitos alvos de diferentes direções para lidar.

— Não sei se vai funcionar, mas pelo menos a atrasará – pensa Akaemi, ainda correndo enquanto estuda os movimentos da professora em completo silêncio.

No entanto, para a surpresa deles, Silvanna desvia com facilidade da primeira shuriken e coloca o seu indicador direito na abertura esférica no centro do projétil. Movendo-o rapidamente através do dedo, ela rebate a segunda shuriken e as duas kunais em uma sucessão de movimentos que nenhum dos três é capaz de acompanhar. O trio se impressiona, mas não há abertura para divagações uma vez que a Jonin começa a correr na direção deles com grande velocidade.

— Eu conheço a Lança Cometa! – declama Haruki, parado onde está assim como os colegas, atraindo para si a atenção dos dois. – É uma arma extremamente pesada que poucas pessoas são capazes de empunhar. Isso significa que ela tem mesmo uma força monstruosa. Um único ataque, se nos atingir, pode significar nocaute.

— Então basta que não sejamos atingidos – articula Akaemi, ativando três selos manuais para utilizar alguma técnica.

Com isso, duas cópias da garota surgem, uma em cada lado da original. Desse modo, o trio começa a correr na direção de Silvanna, que já está bem próxima devido à vasta velocidade demonstrada por ela. Em seguida, Zaku também faz uso da Técnica de Clonagem, criando duas duplicatas de si mesmo. Haruki, por outro lado, apenas observa o avanço dos companheiros de equipe originais e seus clones: todos se armam com kunais na mão direita.

— Espero que entendam que uma técnica tão simples como essa é inútil aqui – garante Silvanna, já próxima o suficiente de todos eles.

Curvando-se rapidamente, a loira move o seu indicador direito em direção ao gramado baixo sob seus pés. Quando o dedo dela atinge o chão, uma grande rachadura é formada em direção a Akaemi, Zaku e todos os seus clones. Ambos os Gennins se surpreendem com o feito abismal de força da mais experiente, uma vez que o trecho do terreno em que estão se fragmenta como se fosse cortado ao meio. A onda de choque criada pela rachadura é suficiente para dispersar os clones.

Antes que possam se dar conta, os dois são surpreendidos por outro movimento rápido da Jonin. Colocando-se entre os dois, desestabilizados pela rachadura que afetou o terreno, ela direciona o dedo indicador da mão direita para a testa de Zaku. Com um simples peteleco, ela o lança para metros de distância. Em um único instante, Silvanna se move depressa e realiza o mesmo com Akaemi.

— Eu sabia… Ela não é apenas muito forte, mas também muito rápida. Carregar algo tão pesado como a Lança Cometa mal parece prejudicar sua movimentação… – reflete Haruki, em uma determinada posição no ar, metros acima de Silvanna.

A mulher olha para o alto, mas já é “tarde demais”: Haruki já havia lançado três bombas de fumaça em sua direção. Quando atingem o solo ao redor dela, criam uma densa cortina de fumaça cinza que bloqueia por completo a visão da mulher. Apesar de ter incontáveis recursos para se livrar dessa distração, ela espera ansiosamente pela dispersão natural da fumaça. Quando isso acontece, após consideráveis segundos, Silvanna se dá conta de que nenhum dos três Gennins está em seu campo de visão.

— Ela me lançou longe com um único dedo como se eu fosse uma peteca! – exclama Akaemi, correndo entre árvores a alguns metros dali.

— Pelo menos a minha tática de distração vai nos render algum tempo – articula Haruki, bem no meio em relação aos seus dois colegas de equipe. – Tentar atacá-la no corpo-a-corpo pode ser muito perigoso mesmo que ela continue usando apenas o dedo.

— Akaemi, você é do clã Yuuhi. Deve ser boa com algum Genjutsu para ganharmos tempo – sugere Zaku, atraindo para si o olhar da garota.

— E-eu posso tentar… – diz a jovem, tentando se encorajar.

Logo, os três olham para trás e avistam a loira que está se aproximando. Assustado, Haruki se manifesta outra vez:

— Então acho melhor que você tente usar agora! Não vai demorar nada pra ela nos alcançar.

— Tá bem, tá bem! – exclama Akaemi, suspirando profundamente enquanto olha na direção de Silvanna e ativa um único selo manual.

Imediatamente, Silvanna abaixa o seu rosto para o chão por perceber algo aparentemente ofensivo: flores roxas surgem do solo, dispersando suas pétalas como lâminas afiadas na direção do corpo dela. De olhos arregalados, a loira para de correr e desvia com facilidade de todas as incontáveis pétalas das várias flores em um círculo bem diante de si.

— O quê!? Será que é um ataque da Kekkei Genkai do Primeiro Hokage!? – diz a Jonin para si mesma em seus pensamentos enquanto desvia das pétalas.

Com um único salto, Silvanna se afasta da área do ataque por alguns metros consideráveis. É quando ela olha para o terreno ao seu redor e percebe algo diferente: as poucas árvores que existiam antes no ambiente, agora, parecem ter se multiplicado. O cenário, para os olhos da kunoichi, é de um espaço completamente fechado por árvores em todas as direções. Ainda que atacasse com apenas um dedo, levaria algum tempo para se livrar de tudo. Porém, deixando os seus olhos azulados entreabertos, ela sorri de leve e se manifesta para si mesma:

— Técnica Ilusória da Colina de Flores e Ilusão Demoníaca: Técnica do Lugar Falso. Ambas são Genjutsus de baixo nível e não me surpreende que uma integrante do clã Yuuhi, ainda que jovem, seja capaz de executá-las. O surpreendente é que a garota foi muito rápida para aplicar a primeira ilusão como distração para usar a segunda – e suspira, prosseguindo instantes depois: – O garoto mascarado também parece bom. Demonstrou um talento interessante com seus projéteis e parece ter alguma desenvoltura em Taijutsu. Já o jovem Senju é o mais analítico dos três. É possível que tenha estudado lógicas básicas da medicina ninja para focar na leitura de padrões de ataque. Mesmo que não me conheça, foi capaz de elaborar uma rota de fuga em pouco tempo para afastar os dois aliados de mim.

Realizando um selo manual com a mão direita, a loira consegue dispersar a Técnica do Lugar Falso com facilidade. Graças a isso, a ilusão no cenário começa a se dissolver, mas algo a surpreende: uma enxurrada de kunais vindo em sua direção. Graças ao Genjutsu, os projéteis só puderam ser notados por ela agora. Instintivamente, Silvanna salta para trás para desviar das armas, mas se espanta mais ainda ao pisar em algo: uma tarja explosiva com os padrões do emblema do clã Senju. Dessa forma, uma forte explosão atinge a região em que a mulher está.

— Será que exageramos? – pergunta Zaku, ao longe, segurando um pergaminho aberto em sua mão direita.

— Não. Isso não foi nada para um Senju no auge dos atributos físicos do clã – garante Haruki, ao lado direito do mascarado.

— O importante é que distraímos ela – articula Akaemi, um pouco ofegante por ter corrido muito e ativado dois Genjutsus sobrepostos em um curto espaço de tempo.

Repentinamente, Silvanna ressurge ilesa da região cheia de fumaça na qual a bomba foi detonada. Os três Gennins se espantam e tentam correr para longe, mas ela é muito rápida. Rápida o suficiente para alcançá-los em alguns instantes mesmo com todo o esforço do trio para deixá-la para trás.

— Ela vai nos pegar! – exclama Haruki, olhando para trás.

Movendo-se depressa, Silvanna salta por cima dos três e pousa bem diante deles. Seus movimentos sequenciais são tão velozes que a única coisa que sentem é uma forte dor na testa. Haruki, Akaemi e Zaku, respectivamente, são lançados a metros de distância entre as árvores, gritando de dor por causa dos petelecos recebidos. Quando cada um deles, no chão, recobra o controle do próprio corpo, já imaginam que o próximo ataque os nocauteará. Contudo, são surpreendidos por pequenas caixas atiradas próximas aos seus rostos colados no terreno.

— Abram. São as bandanas de cada um de vocês, a prova definitiva de que são Gennins. Parabéns – diz a mulher ao longe, sorrindo gentilmente. – Vocês passaram. Agora levantem-se imediatamente. Temos um local para visitar…