Eu estava mais calma quando Edward Cullen pediu para que eu saisse do meu quarto, o que não significava que minha indignação com o que minha irmã havia feito tivesse diminuído, Isabella Cullen havia me feito prometer que manteria o controle e mesmo que meu verdadeiro desejo fosse esbofetear Alice eu concordei.

Os olhos de Alice se direcionaram para mim quando eu desci as escadas ao lado da mamãe, desviei meu olhar do dela, dei a volta em torno do sofá e sentei distante de Alice.

Eu me senti como se tivesse doze anos de idade.

— Agora que os ânimos estão mais calmos podemos conversar- Disse Edward Cullen sentado em sua poltrona olhando para Alice e para mim- Quero que as duas resolvam essa situação de uma forma civilizada- Ele direcionou sua atenção apenas para mim- Filha, eu compreendo que esteja decepcionada com sua irmã, e sua irmã reconhece que errou, mas somos uma família e isso sempre significou resolver tudo juntos.

— Nessie- Ouvi a voz de minha irmã mas não olhei para ela- Olha eu não estou feliz com que eu fiz, na verdade eu estou me sentindo horrivel- Ela completou - Hoje mesmo eu vou pedir demissão, é o mínimo que posso fazer, eu não quis te prejudicar no seu emprego...

— Não é o emprego que está em discussão - Falei a interrompendo e olhei para ela- Acha mesmo que eu estou com raiva porquê com certeza posso perder o emprego ou até ser processada? Respirei tentando manter minha calma- Não é emprego Alice é a confiança, eu sou sua irmã, eu cresci com você, você sempre foi meu espelho, eu cresci querendo ser como você e isso se quebrou- Me levantei do sofá - Olha já ta feito, não tem como mudar isso só arcar com as consequências.

Sai da sala e fui para cozinha e peguei um prato pegando um pedaço do bolo de aniversário que havia sido interrompido por um conflito familiar, ouvi as vozes de Rosalie e Jasper que correram pela sala com suas mochilas enquanto mamãe os ajudava a organizar os materiais para irem a escola.

Olhei para sala e Emmett conversava com Alice, ele a abraçou e mesmo com os gêmeos tagarelando sem parar pude ouvir o " Dê um tempo a ela, ela vai perdoar você." Dito por ele, Alice concordou com a cabeça e caminhou pela sala, Emmett olhou para mim mas eu disfarcei e voltei a olhar para o que restava do bolo.

— Ei raposinha- Ele falou puxando a cadeira e sentou - Fiquei sabendo que essa raposa é feroz.

Dei um tímido sorriso - Você nunca vai crescer?

Ele fez uma careta- Você já teve sendo se humor, acho que sua convivência com o poderoso Black está te deixando igual a ele.

Ergui as sobrancelhas - É mesmo? E como ele é?

Emmett sorriu - Egocêntrico, já viu o carro dele?

Não segurei o riso- Ele é exibido não egocêntrico.

— Defendendo Jacob Black- ele pegou o garfo da minha mão e em seguida comeu um pedaço do meu bolo.

O encarei- Sei onde quer chegar, o pacificador.

— Me pegou- Ele riu- Não julgue a Alice, não sabemos se fariamos diferente no lugar dela.

— Não estou a julgando, só estou decepcionada.

Emmett colocou uma mecha da minha franja atrás da minha orelha e olhou em meus olhos- Não esquece que Alice ama você e eu também- Ele ergueu o corpo da cadeira e deu um beijo em minha testa - Eu preciso ir, parece que sou o unico filho dos Cullen que não ficará desempregado.

Baixei a cabeça e ri- Ai que idiota você.

Emmett parou na entrada da cozinha - Posso ficar responsável por sua mesada?

— Não - Neguei com a cabeça e rimos juntos- Emmett, eu também amo vocês.

Meu irmão mais velho piscou e pegou sua bolsa- Cullen to de saida o dever me chama- Ele falou alto a animado passando ao lado de meu pai.

— Estou indo com as crianças- Mamãe falou dando um beijo em meu pai e olhou para mim- Você vai ficar bem meu amor?

— Eu cuido dela - Papai respondeu retribuindo ao gesto carinhoso da esposa, olhei para ambos e sorri, se um dia eu tivesse uma família eu queria que tudo fosse como era entre eles, amizade, amor, compreensão e muitos filhos para dar do de cabeça.

— Eu estou bem mãe não se preocupa.

— Otimo- mamãe selou os labios do meu pai- Cuida dela.

— Pode deixar querida- Papai respondeu.

Mamãe olhou novamente para mim e me jogou um beijo e então saiu nos deixando a sós.

Em menos de um minuto a casa ficou silenciosa.

— Então você quer conversar, sobre o que aconteceu? Papai perguntou puxando a cadeira e sentou ao meu lado.

Eu suspirei, mesmo Alice tendo agido de forma errada eu não devia ter tentado agredi-la - Eu sinto muito, não sei porque fui tão agressiva com minha irmã.

— Todos temos um pouco de agressividade - Ele falou segurando minhas mãos - Filha mudando de assunto, por acaso você voltou a ter aqueles pesadelos?

Rolei os olhos deduzindo que Alice havia dito alguma coisa a ele- Parece que minha irmã se tornou uma fofoqueira.

— Ela apenas se preocupa com você, assim como eu.

Olhei para meu pai em silêncio e lembrei de minha conversa com Crownley no dia anterior- Pai- Dei um tímido sorriso- Você vai ne achar louca mas, se eu disser que acho que não foi uma pessoa que matou a Olivia?

A expressão de meu pai se tornou confusa- Como assim não foi uma pessoa?

Eu hesitei, mas precisava saber se Crownley dizia a verdade- Se eu disser que os pesadelos são lembranças e eu sempre vejo uma coisa na escuridão com os olhos amarelos?

A expressão de Edward Cullen se tornou mais séria, ele segurou minhas mãos e sorriu- Eu acredito em você, mas você estava sobre efeito se alguma substância e pode ter tido uma alucinação.

A resposta dele foi tão imediata que pareceu ter sido ensaiada, decorada e pronta por antecipação para ser dada.

Sorri timidamente - É, você tem razão - respondi tentando convence-lo que eu havia concordado com ele.

Ele suspirou e olhou em meus olhos- Filha quero que saiba que eu farei qualquer coisa para proteger você, sempre , entendeu.

— Eu sei pai- respondi dando um tímido sorriso.

Ele sorriu e tocou minha bochecha mas ao ouvir o som do bip em seu aparelho celular ele levantou e olhou a mensagem.- Chamada de aniversário.

— Vai lá meu herói - Falei sorrindo.

Ele beijou meus cabelos e então caminhou de forma apressada falando com alguém no celular, o observei em silêncio pegar o casaco e em seguida ouvi o bater da porta.

A atitude de meu pai havia demonstrado que ele estava escondendo alguma coisa, me levantei e olhei pela janela, o carro dele saiu da garagem e passou pela calçada partindo logo em seguida.

Só havia um lugar onde eu encontraria respostas, a sala localizada perto da escada.

Caminhei lentamente e abri a porta do escritório de Edward Cullen, entrei na pequena sala e caminhei na direção da sua mesa, haviam alguns papéis sobre ela, peguei um por um lendo atentamente mas eram apenas coisas policiais sem importância, ao menos para mim.

Olhei para a gaveta da mesa e a abri, dentro tinha uma pasta preta, sentei na cadeira de meu pai a abrindo.

Meus olhos se arregalaram ao ver algumas imagens, eram das pessoas mortas e um dos cadáveres era diferente.

—Lobisomem- Murmurei olhando as imagens.

Crownley havia falado a verdade.