POV BELLA

Minha avó costumava dizer que as coisas ruins acontecem para nos colocar em direção das coisas melhores que poderíamos viver e assim eu levava essa frase comigo desde criança. Mas esse mês eu poderia dizer que tudo de ruim resolveu acontecer, a única coisa boa que me aconteceu foi encontrar um emprego melhor do que eu tinha antes na empresa do escroto do S.r. Wilson. E bom, o Edward foi bem legal comigo, sei que se fosse outra pessoa eu poderia ter saído presa daqui ou sabe-se lá o que poderiam fazer comigo, mas ele foi gentil, me deu raiva dele no início por causa da cara debochada dele que só ria e me olhava como se eu tivesse duas cabeças, achando que fui burra por ter caído em um golpe, mas eu admito ele foi legal e agora estou aqui na casa dele, no quarto que há 15 dias atrás eu escolhi como meu. Seria até engraçado se não fosse verdade.

Tenho que pensar em uma forma de arrumar uma casa ou alguém para dividir comigo um apartamento, morar em pensão eu não gosto, morei uns 2 meses quando vir para Nova York antes de morar com Samira, a minha ex colega de casa que alugou um quarto para mim, mas agora vai casar, só de pensar que o pesadelo começou tudo de novo, arrumar casa e ainda perdi 6 mil dólares, que é muito para uma pessoa como eu. A melhor coisa que eu tenho que fazer é dormir, pois amanhã vai ser um grande dia.

 Chorei a noite toda colocando para fora todo fardo que passei esses meses e quando acordei já era 6 horas da manhã, não consegui dormir bem, mas algumas horas foram suficientes. Já tinha arrumado minhas coisas quando desci as escadas e fui direto na cozinha, eu sei que já estava abusando da boa vontade do dono da casa, mas como eu comprei algumas coisas para abastecer o armário dele que não tinha nada, eu acho que tenho direito a um café, e como ele tem tudo de ultima geração o café não vai demorar 5 minutos naquela máquina perfeita, além disso hoje é domingo e provavelmente o Edward está dormindo. Perfeito engano, pois o homem estava simplesmente sem camisa e só com um short samba canção fazendo panquecas na cozinha, e puta que pariu, esse homem deve ter sido esculpido, senti meu rosto esquentar só de saber que vou encara-lo assim.

— Bom dia! – Eu disse tentando não olhar para ele e seu corpo perfeito.

— Bom dia Bela nada adormecida. – Ele sorriu com seu trocadilho ridículo.

— Está me chamando de feia? – Encarei ele com as mãos na cintura aguardando uma resposta, ele se acha, não que eu seja lindona, mas feia também já é demais, e as pessoas me chamam de Bella e sempre associam a bela adormecida e como beleza.

Ele me encarou rapidamente dos pés as cabeças e balançou a cabeça e sorriu, o sorriso dele é simplesmente perfeito.

— Que é isso, eu não te acho feia e não te chamei de feia, falei nada adormecida porque são 6 horas da manhã e domingo. – Fiquei sem graça.

— Me desculpa, eu estou um pouco nervosa e ... – Ele sorrir e me interrompe.

— Tudo bem, imagino como deve está sua cabeça, mas relaxe, hoje é domingo.

— Eu posso tomar um pouco do café? – Eu pergunto cabisbaixa.

— Não só o café como vai tomar um café da manhã completo, gosta de panquecas?

— Eu adoro. – Eu sorrio para ele e percebo que ele me encara bastante e depois balança a cabeça como fez anteriormente.

— Então me acompanhe, atrevidinha. – Eu sorrio e nem brigo com o apelido que ganhei.

— Obrigada Edward, eu nem mereço essa gentiliza toda depois de tudo que aconteceu e me desculpe os momentos que acabei sendo grossa com você, como agora há pouco. – Eu disse bem sincera.

— Não tem que sentir culpada por ter sofrido um golpe e nem envergonhada por isso, eu vou descobrir quem fez isso, até porque ele teve informações sobre a obra que estava tendo na minha casa e que eu tinha solicitado uma diarista, talvez vou precisar do seu depoimento para reconhecimento dele, e desculpa se fui grosso também, eu só me preocupei que você se colocou em perigo. – Ele é muito fofo eu só rir sem graça e já corada.

— Você fica vermelhinha quando está com vergonha. – Ele disse.

— Não fico não, eu nem estou com vergonha. – Tentei mentir para mim mesma de tanta vergonha, eu sou uma vergonha. Ele sorriu e começamos a comer.

— Quantos anos você tem? – Ele me perguntou.

— Fiz 23 tem menos de um mês.

— E está sozinha aqui em Nova York? Sem parentes? – Ele perguntou.

— Sim, meus pais estão em Forks, aqui tenho umas primas, mas elas não falam comigo e nem sei onde elas moram, a ultima vez que nos vimos eu tinha 12 anos. Mas não temos uma relação de parentes, nem devem saber que eu estou aqui. E tenho amigos aqui, a Ângela e o Ben, eles são namorados, e já moram aqui mais de 4 anos e o Jacob mais de 7 anos.

— E já morou com algum deles?

— Não, a Ângela até tentou me levar para lá, mas eu não queria ser um empecilho, pois ela e o Ben namoram e moram junto, bom, e o Jacob, ele meio que confunde as coisas, mas ele disse que quando eu precisar posso contar com ele.

— Entendi, eles não sabem dessa sua procura por moradia para terem te ajudado?

— Não, foi tudo muito rápido, quando a Samira me falou que ia casar e me deu 30 dias para sair do apartamento dela, eu só cogitei falar com eles quando eu arrumasse um lugar, se bem que eu até falei com o Jacob que estava indo para um hotel, mas porque ele me ligou para sair, só que ele mais uma vez confundiu as coisas.

— Como assim, confundiu as coisas? – Ele parecia muito interessado no meu assunto.

— Eu falei que estava indo para um hotel, mas não entrei em detalhes, ele me ofereceu para ficar lá na casa dele, eu até pensei em ir, só que ele mandou mensagens muito animado, falando de filmes, vinhos enfim, eu não queria que ele pensasse outra coisa.

— Ele achou que você estava querendo dormir com ele. – Ele disse

— Não sei.

— Acredite, ele estava e ele não é seu amigo. – Ele disse.

— Por que diz isso?

— Quando você disse que ia para um hotel, ele perguntou o porquê disso?

— Não.

— Então, ele apenas achou que você estava a fim de algo a mais que amigos e nem se preocupou que se estava indo para um hotel porque algo estaria te acontecendo. – Ele falou como se fosse algo simples, eu preferi não retrucar, Como eu não falei nada ele continuou.

— Isso que pode acontecer se você arrumar um apartamento e dividir com algum homem. Você é frágil, não falo no sentido de não saber se defender ou se posicionar, mas no sentido físico, se alguém lhe fizer algo até você pedir socorro, já era e por isso não confie em homens.

— Eu estou na sua casa, acho que confio em você um pouco, por estar todo esse tempo aqui. - Eu rebati.

— Como eu te disse, você teve sorte.

— Bom, eu tenho que ir resolver minha vida, obrigada por tudo mais uma vez.

— Você vai apagar aquele anúncio com seu número?

— Como sabe do anúncio? – Eu perguntei.

— Você me disse e eu vi ontem a noite quando fui dormir, você precisa apagar. – Ele disse.

— Não, eu preciso arrumar um lugar para morar.

— Já arrumou.

— Como?

— Isso que ouviu, já arrumou, fique aqui. Já que você quer um quarto, já tem um. – Ele disse como se fosse a coisa mais simples do mundo.

— Eu não posso aceitar.

— Porque não? Você quer um lugar para morar e não perder o emprego, eu estou te oferecendo um, qual a diferença de você morar com alguém estranho? Exceto pelo fato que eu não vou fazer nada de mal a você.

— Edward, eu agradeço, mas a forma que eu parei aqui foi sem noção nenhuma, estou envergonhada, com raiva, brava, perdi dinheiro, estou de cabeça quente e nunca teria dinheiro para pagar um valor desse quarto, eu confio em você, você é uma pessoa incrível e nem sei como algum dia vou conseguir te agradecer, mas não posso.

— Ei, não estou pedindo nada, você vai ficar aqui e não precisa pagar. – Ele disse.

— Assim que eu não fico mesmo, Edward. Você só pode estar louco, muito obrigada, mas não aceito. – Ele respirou fundo.

— Tudo bem, então vamos fazer assim, você fica até encontrar um lugar, eu posso te ajudar, tudo bem?

— Mas não vai atrapalhar sua vida?

— Claro que não! – Ele sorrir.

— Então tudo bem, só até eu arrumar um apartamento ou um quarto, bom que eu não gasto com hotel o que já nem tenho. – Ele revirou os olhos quando mencionei achar um quarto.

— Ótimo! E você não precisa se preocupar comigo, eu jamais faria algo com você, não vou ficar te secando pela casa e nem vou dar em cima de você, logo você não corre perigo comigo. – Ele disse e eu corei.

— Eu não pensei isso. – Eu sorrir mais corada ainda.

— Eu tenho uma garota legal, nós estamos quase namorando, ela é incrível. Não consigo pensar em outra mulher, então você aqui é como se fosse homem, e se sinta à vontade. – Ele sorrir sem graça.

— Uau, ela deveria casar com você, que fofo você falando assim dela. Mas porque estão quase namorando? – Eu e minha curiosidade de pensar quem recusaria um homem desse.

— Ela trabalha na minha empresa, nós já ficamos, aliás sempre ficamos, mas sempre que falo de namorar, ela muda de assunto, acho que porque pensa que por eu ser o CEO da empresa alguém vai julgar ou algo assim.

— Legal, ela vai entender e vai aceitar, você é um fofo acho difícil alguém não gostar de você, eu já estou gostando. – Ele sorrir e me deixa vermelha.

— Claro, que gosto no sentido de amigo, pois você foi muito legal e está sendo comigo... – Ele sorrir e me interrompe.

— Tudo bem Isabella, eu entendi. – Ele sorrir mais.

— Bella, me chame assim. – Eu disse.

— Tudo bem, eu já estava com vontade de chamar você assim, mas Isabella é muito lindo também, quando você aprontar eu vou te chamar pelo seu nome. – Sorrimos.

— Então, não vai ficar estranho com a sua quase namorada, qual nome dela? – Eu pergunto.

— Kate, e não vai ficar nada estranho, relaxe. Agora porque não vai dormir um pouco mais?

— Estava tão preocupada ontem que não consegui dormir, mas estou sem sono. E você, por que acordado?

— Geralmente eu acordo mais tarde no domingo, mas como estava viajando não malhei, então vou malhar agora.

— Tem academia no prédio?

— Tem, mas vou malhar aqui mesmo, tem uma academia nesse apartamento. – Claro ele é Edward Cullen.

— Não estou surpresa. – Eu disse sorrindo e ele fez aquilo de novo de me encarar demais

— Quer ir malhar comigo? E depois fazemos um tour pelo apartamento.

— Ótimo, só vou colocar uma roupa para isso. Embora eu nunca malho.

— Ok, te espero aqui. E deixa suas coisas aí depois eu levo para o quarto. – Eu assenti e saí. Esse homem só pode ser de mentira, e de repente minha cabeça já visualizou um mocinho para meu próximo livro.