Uma fagulha de esperança escrita por AndyWBlackstorn


Capítulo 5
Capítulo 5




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Uma das coisas que ajudou Selina a começar a entender e entrar no seu papel de Sra. Wayne foi uma escolha simples, trocar os lençóis da cama. Alfred a mostrou o que havia ali na mansão e ela escolheu, deixando Dory trocá-los. Observou a cama por um momento, pensando que era ali onde dormia há algumas semana já, passando ali mais tempo sozinha do que acompanhada, durante a noite. Deu um suspiro, ela sabia da missão do marido e da sua importância, e sendo sincera, queria voltar à ação logo. 

 

Sentindo o estômago roncar, acabou indo logo tomar café, esperando encontrar Bruce em algum canto daquele lugar enorme, já que não o via desde noite passada.

 

Encontrou uma mesa posta completamente pronta para ela, uma porção de coisas variadas que ela sabia que haviam sido recomendadas por Bruce. Preocupado com ela, e com o bebê, como sempre, Seu coração vibrou de gratidão por isso. Se sentou então, para desfrutar da comida. Ele não demorou a aparecer, Selina teve que ser a primeira a lhe dar um beijo de bom dia, era uma coisa que ele precisava trabalhar, não iniciava nenhum gesto de carinho se ela não fizesse primeiro. Era um pouco de cautela, ela achava.

 

—Bom dia - ele murmurou, ainda meio desolado pelo sono e cansaço.

 

—Bom dia - ela respondeu - tudo bem com você?

 

—Sim, sim - disse ele, meio distraído, mastigando alguma coisa da mesa, uma porção pequena - e você? E o pequeno?

 

—Tudo bem - ela sorriu - só estamos morrendo de fome.

 

—É por isso que pedi por uma mesa farta - ele complementou.

 

—Não sou só eu que preciso comer muito, você também - ela o repreendeu.

 

—Eu como o suficiente - Bruce afirmou veementemente.

 

—Sei... é bom você se cuidar, docinho - ela cobrou dele.

 

—Claro, falando em se cuidar, tem uma coisa que preciso falar com você, acho que está bem claro que você não vai voltar pras missões tão cedo - Bruce deixou claro.

 

—Ah eu já estava esperando por essa conversa - ela revirou os olhos - acho também que é claro que não estou exatamente doente.

 

—Selina, você sabe o quanto isso tudo é perigoso, eu não quero arriscar perder você e muito menos o bebê, sabe que eu sinto falta da sua parceria nas noites lá fora, mas eu prezo pela sua segurança muito mais que isso, pra mim é melhor chegar aqui e encontrá-la sã e salva do que ter sua companhia e arriscar te perder, perder vocês dois - Bruce deixou claro cheio de preocupação em sua voz.

 

Mas uma vez, a Sra. Wayne teve que dar o braço a torcer, era maravilhoso e reconfortante como ele se aportava com ela e com o filho. Mesmo assim, ela pensou em outra solução para não se sentir inútil e menos preocupada enquanto ele passava as noites lá fora combatendo o crime.

 

—Posso ao menos monitorar as missões, não é? Ter certeza de que você está bem e não vai fazer besteira, e me inteirar do que está investigando - ela propôs, fazendo questão de ser atendida.

 

—Claro, me parece justo - ele acabou concordando, assentindo e dando um leve sorriso.

 

Conversaram e comeram um pouco mais, pela insistência mútua dos dois de que precisavam se alimentar direito. Bruce então se levantou, indo se aprontar para passar a manhã em seu disfarce, o bilionário dono da Wayne Enterprise.

 

—Vai pro trabalho certo? - Selina hesitou um pouco em perguntar.

 

—Sim, e é bom que eu não me atrase - ele respondeu, um tanto apressado, mas sem ser rude com ela.

 

—Acho que tem uma coisa com a qual eu possa me ocupar pra te ajudar com isso - ela propôs.

 

Bruce tinha uma vaga ideia do que ela poderia estar pensando, mas ficou confuso mesmo assim. Deixou que a esposa o acompanhasse até o quarto. Sem muita cerimônia, trocou a camiseta larga preta e as calças de moletom pelo terno preto. Selina o deixou à vontade, o observando aqui e ali, até que se levantou depois de ver que ele pegaria uma gravata preta.

 

—Não, nem pensar! - ela o impediu, segurando seu braço, de repente.

 

—Qual o problema? - Bruce a olhou completamente confuso e atordoado, com os olhos estreitos.

 

—Não vai usar uma gravata preta de novo, dá a impressão que você só tem essa, e outra coisa, é deprimente demais, então deveria escolher outra de outra cor - ela argumentou.

 

—Isso não faz sentido nenhum - Bruce acabou soltando uma risada discreta, baixa, quase como se tivesse escapado com dificuldade dos seus lábios.

 

Pelo menos a insistência de Selina o tinha feito rir, o que a deixou contente.

 

—Vai por mim, faz sim, e eu disse que você estava melhorando sua figura pública, uma gravata de outra cor, por mais que seja um detalhe mínimo, faz diferença no fim do dia - Selina elaborou um pouco mais, vendo a compreensão passar na cabeça dele pelo seu olhar.

 

—O que sugere então? - ele deu de ombros, esperando a próxima ação dela.

 

—Eu dei uma olhada no seu armário, mesmo com você precisando de um pouco mais de cor, tem algumas gravatas aqui além de preto - enquanto se explicava, abriu o compartimento, deixando Bruce espantado, era como a certeza que tinha uma esposa que o conhecia bem a ponto de querer mexer em seus armários afundasse em seu peito naquele momento, era realmente real o fato de ele ter uma esposa - que tal essa?

 

Selina lhe mostrou o ornamento azul marinho com listras cinzas. Ele fez uma careta inicialmente, relutante a seguir aquele plano, mas por fim, acabou aceitando.

 

—Está bem, obrigado - ele murmurou quietamente, puxando a gravata das mãos dela, Selina o impediu outra vez - o que foi? Já concordei em colocar essa.

 

—Eu só queria fazer isso, sr. Irritadinho - ela se explicou o provocando, mas Bruce apenas sorriu.

 

—Não estou irritado, pelo menos, não mais - ele suspirou - fique à vontade.

 

Selina se aproximou então, erguendo os braços para alcançar o pescoço dele, fazendo um nó meticulosamente bem dado. Ela fez um floreio ao ajeitá-la depois de terminar. 

 

—Obrigado, ficou ótimo - ele elogiou de coração - tenho que ir agora.

 

—Claro, não quero te atrasar, tenha um bom dia - ela disse, entendendo a situação.

 

Bruce a olhou por um momento, tão agradecido pela mulher na sua frente que decidiu demonstrar isso de alguma forma. Mesmo que ainda se achasse desajeitado quando o assunto era contato físico e até mesmo um simples beijo, beijou a esposa mesmo assim, se despedindo dela.

 

—Eu amo você - fez questão de dizer, para que ela soubesse o que ele estava sentindo no momento.

 

—Também amo você, Bruce - Selina respondeu, sentindo o mesmo.

 

Ela o observou sair, desejando que ele tomasse cuidado e não demorasse em voltar.


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