Meses e meses se passaram, a tão aguardada formatura do ensino médio finalmente ocorreu. Mas os estudantes não tiveram muito tempo para comemorar essa conquista, pois logo receberam as cartas com os resultados dos vestibulares...

Sasuke e Sakura, combinaram de encontram o outro casal, Naruto e Hinata, para comer fora. Seria basicamente um encontro duplo para que os todos juntos pudessem abrir as cartas ao mesmo tempo. E comemorar ou chorar, afinal nunca se sabe, já na companhia dos amigos.

 A lanchonete em questão, ficava perto da casinha simpática da Haruno, que possuía um belo jardim florido, cultivado por sua mãe, bem na frente.

Sasuke foi o último a chegar, pedindo desculpas pelo atraso, enquanto ignorava os xingamentos de Naruto, já se sentando ao lado de Sakura, que lhe deu um beijo na bochecha.

— Finalmente, Teme! —  exclamou o loiro. — Se demorasse mais cinco minutos eu ia abrir a carta, e não ia ter quem ia me parar!!

— Você não abriria — Sakura comentou, confiante, enquanto bebia um gole de suco.

É... de fato ele não teria como abrir com a rosada ali, pronta para lhe dar alguns bons cascudos se ele sequer ousasse tentar...

Hinata usou uma das mãos para cobrir o risinho, enquanto colocava a outra no braço do namorado, que mantinha as pernas agitadas em baixo da cadeira.

— Naruto-kun, não fique nervoso — começou a Hyuuga. — Independente do que tiver na carta, existirão outras oportunidades para você fazer algo que te faça feliz...

O Uzumaki respirou profundamente, sentindo a pilha de nervos se dispersar como mágica, sobrando apenas uma inquietação bem mais controlada.

Era incrível o poder que as palavras gentis de Hinata tinham sobre ele.

Sem mais delongas, Naruto foi o primeiro a puxar o envelope, já rasgando de qualquer jeito a carta, e colando o rosto contra o papel, para ler seu conteúdo, logo soltando uma risada contagiante.

— EU PASSEI! Não acredito! Passei mesmo! — ele ria de felicidade, enquanto se levantava da mesa. — Vou ter que ligar para o Ero-sennin e mostrar o resultado para ele! Ele sempre disse que se eu passasse ele me deveriam um rámen!!

— Parabéns, Naruto-kun! Eu sabia que ia conseguir — a Hyuuga corou de felicidade, enquanto o abraçava delicadamente, logo sendo exprimida pelos braços do loiro extrovertido que não parava de falar:

— Vou ter que ligar para a Tsunade baa-chan também, e pro Kakashi-sensei! E para o Shikamaru, que ficava me provocando com relação a isso...

— Por que não diz de uma vez que vai ligar para todos que conhece, Dobe? — questionou o moreno, revirando os olhos.

O loiro abraçou a namorada com força, enquanto murmurava vários “obrigado”, para ela.

— Fico feliz por você Naruto! — Sakura sorriu animada. — Com certeza ai conseguir o que quer...

— Valeu, Sakura-chan!!Eu vou ser o melhor!

— Hm... — Sasuke cruzou os braços. — Se você passou, Usuratonkashi, então qualquer passa...

— Sasuke-kun! — Sakura disse em tom de repreensão.

— O QUE DISSE, TEME?! —  Naruto se levantou da mesa, enquanto apontava para o amigo.

Ele parecia ter se esquecido completamente que estavam em uma lanchonete, junto com várias outras pessoas.

— Naruto-kun... — Hinata chamou baixinho, tentando acalmá-lo, mas o loiro não pareceu ter ouvido.

— Foi exatamente o que você ouviu, Dobe — Sasuke cruzou os braços.

— Eu trabalhei muito duro para conseguir ficar na média, ouviu?!!

— Hm... — Sasuke desviou o olhar. — De qualquer forma, parabéns, Usuratonkashi...

Naruto então abriu um grande sorriso, parecendo o se esquecer das provocações do amigo, instantaneamente:

— Valeu, Teme!!

— As aulas particulares com a Hinata ajudaram bastante, imagino... — Sakura sorriu para ele.

— Ajudaram bastante, de fato...  — Naruto ficou mais animado. — Hinata tem muita paciência para explicar as coisas!

A Hyuuga desviou o olhar, ficando vermelha.

— Paciencia já sabemos que ela tem, já que ela tem que te aturar todo dia... — Sasuke não desistiu de alfinetar o melhor amigo.

— HAN?! —  as sobrancelhas do loiro se franziram, enquanto ele voltava a se erguer na mesa. — E a Sakura-chan que teve que ficar aturando o seu draminha de emo, esperando que você resolvesse finalmente se declarar!!

— O que disse?!! — Sasuke fez menção de se levantar da mesa, mas Sakura colocou uma mão no ombro dele.

Tanto ela quanto Hinata já estavam pra lá de acostumadas com essas “brigas” que não eram bem brigas, entre os dois...

— Foi isso mesmo, Teme!! — Naruto estufou o peito, confiante.

— Parem logo com isso, as pessoas estão olhando... — Sakura revirou os olhos.

Hinata puxou gentilmente a mão do namorado, apoiando a cabeça no ombro dele.

— H-Hinata...  — Naruto rapidamente sentiu o rosto esquentar, e coçou a nuca, parecendo finalmente ter se tocado do escândalo que estava fazendo.

— Vou abrir minha carta agora... — disse a delicada garota.

— Você vai conseguir, Hinata! Eu acredito em você! — Naruto sorriu, voltando a se sentar ao lado dela.

— Ele está certo — Sakura comentou. — Com certeza você foi aprovada!

Sasuke concordou levemente com a cabeça, em sinal de apoio nas palavras dela.

Hinata sorriu para os três, respirando fundo enquanto abria o envelope, tomando cuidando para não rasgar o papel. O completo oposto do namorado, que por pouco não rasgou o conteúdo da carta em si no processo.

Quando enfim ela conseguiu abrir, os olhos sem cor da garota correram pelo papel, ficando sutilmente arregalados.

— E-e aí? — Naruto balbuciou, temeroso coma  reação dela.

— Eu... — ela ofegou, fazendo o coração do loiro pesar, temendo o pior. — P-passei para o curso de veterinária!

— HINATA! — o loiro pulou sobre a tímida garota, chamando (mais uma vez) a atenção de todos na lanchonete. — Parabéns, linda! Eu sabia que ia conseguir!

Ele a abraçou de lado, deitando a cabeça no ombro dela, sorrindo bobamente.

 — O-obrigada, Naruto-kun... — a garota sorriu meigamente, passando a mão pelos cabelos loiros do garoto, que não desgrudou de si.

— Parabéns... — disse Sasuke.

— Meus parabéns, Hinata! — Sakura sorriu para ela, animada. — Vai arrasar em Tokyo, garota!

Hinata abriu um lindo e sincero sorriso, que fez algumas ruguinha surgirem no canto de seus olhos brancos.

— Obrigada... espero que fiquemos no mesmo campus...

Sakura abriu a boca para responder, mas voltou a fechá-la. Sorriu nervosamente, e concordou com a cabeça:

— Espero que sim...

Apesar de Hinata estar confiante que Sakura também foi aprovada, ela mesma ainda não tinha certeza disso.

Foi então que sentiu uma mão em sua perna. Era Sasuke.

— Você vai conseguir ir para lá também, sei disso — ele disse, confiante., fazendo-a sorrir feliz por ter sido confortada por ele.

Uma garçonete se aproximou da mesa dele, trazendo o restante dos lanches que eles haviam pedido, o que interrompeu o momento de abertura de cartas.

De repente, enquanto comiam, Naruto largou sua batata frita que dividia com Hinata apontou para Sasuke, assustando os demais na mesa.

— Você! Teme! Você nem abriu sua carta! E nem a Sakura-chan!!

— Só percebeu que ela não abriu agora? — Sasuke ergueu uma sobrancelha, enquanto levava o lanche á boca.

— Uruse, Teme!! Abram logo!

— Naruto, não sei quantos parafusos a menos você tem... — começou Sasuke. — Mas eu não me inscrevi em nenhuma faculdade. E você sabe disso.

O queixo do Uzumaki foi ao chão, enquanto se lembrava desse fato.

— Ah! É mesmo, eu esqueci que você é rico! — o loiro riu, escandaloso. — Já decidiu que cargo tomar na empresa?

— Ainda estou vendo com o Itachi — Sasuke ficou pensativo por alguns segundos. — Agora que ele vai ser promovido pelo nosso tio, provavelmente vou ficar com o cargo dele...

— Entendi... — Naruto concordou com a cabeça. — Sakura-chan! Sua vez!

A rosada deixou seu lanche de lado. Suas mãos tremiam ligeiramente, mas se acalmou com o toque da mão frio do moreno.

Assim que abriu o envelope, sua boca se abriu em um perfeito “O”.

— Eu passei! — ela exclamou, antes de sorrir, sentindo algumas lágrimas de alegria se formarem no canto dos olhos.

— Eu sabia disso — Sasuke sorriu presunçoso antes de abraça-la, mas aproximou o rosto do ouvido da rosada e sussurrou baixinho para que só ela ouvisse: — Parabéns, Sakura...

Ela sorriu ainda mais, deixando as lágrimas caírem.

— Sasuke-kun... obrigada.

— AÊ!! — Naruto ergueu o copo para cima, fazendo Hinata rir. — Nós três passamos, é dia de comemorar!! Nos três, menos o Teme por que o maldito não quis ir estudar com a gente...

Sasuke revirou os olhos, enquanto ele e Sakura se afastavam.

— Você fala demais, Usuratonkashi...

[...]

Depois de terminarem de comer, os quatro saíram caminhando pela rua. Sasuke havia combinado de dormir na casa de Sakura essa noite, então apenas acompanhariam o outro casal até o ponto de ônibus que eles precisariam pegar para ir para casa da Hyuuga.

Durante todo o percurso os casais manterão as mãos dadas. Naruto vez ou outra arrastava a de olhos brancos pela rua, para mostrar a ela algo que achou legal em uma vitrine.

A Hyuuga colocou uma mão sobre os lábios, rindo e ficando vermelha ao mesmo tempo, por achar graça e ao mesmo tempo fofo, o jeito do namorado. Porém, quando o loiro se debruçou contra ela, enquanto murmurava o quanto estava com sono e queriam que os dois fossem para casa logo para terem privacidade. A garota ficou tão vermelha e sem folego, que Sasuke temeu que a mesma desmaiasse ali mesmo.

Ao mesmo tempo, andando a poucos metros de distância do casal, Sasuke não largava a mão da Haruno em nenhum momento. Apesar de não gostar de demostrar afeto, ou sentimentos em geral, na presença de outras pessoas, sabia que andar de mãos dados era um recado que ele estava dando a todos os “urubus” que pudessem se interessar pela sua Sakura, enquanto andavam por aí.

Sakura achava graça disso, mas ela que não reclamaria. Afinal, estava feliz por sentir o contato da mão dele contra a sua.

Assim que chegaram no ponto, não demorou muito para o ônibus chegar. Naruto acenou para eles energicamente, sem soltar a mão da namorada, que sorriu para eles, em um gesto de despedida.

— Até outro dia! — Sakura sorriu, enquanto acenava de volta.

Sasuke nada disse, fingindo não se importar, o que resultou em alguns insultos sendo proferidos pelo Uzumaki.

Após a despedida, o casal voltou a caminhar de mãos dadas, em direção a casa dela. No meio do percurso, Sakura acabou por se perder em pensamentos.

Ela havia sido aprovada em medicina, em uma das melhores universidades do Japão. A mesma que Naruto e Hinata iriam. Seriam colegas de faculdade...

Isso era incrível, é claro... mas Sasuke não iria com eles...

Essa constatação fez a sua empolgação murchar. Sasuke, apesar de parecer indiferente, era muito observador, especialmente quando se tratava da rosada. Ele percebeu no mesmo momento a mudança em seu semblante, e não deixou de questionar, preocupado:

— O que houve?

— Hm? — ela olhou para ele confuso, deixando seus questionamentos de lado.

— Você pareceu desanimada de repente — ele voltou a olhar para frente, mas continuava a observando com o canto dos olhos. — No que está pensando?

— Não precisa se preocupar, Sasuke-kun — ela abriu um sorriso forçado.

Sasuke apenas olha-la com mais seriedade, logo fazendo a rosada perceber que não teria como tentar engana-lo, afinal...

Com isso em mente, ela parou de andar, sendo imitada pelo outro.

— Agora que fui aprovada para estudar em Tokyo... ser médica e poder ajudar as pessoas é o meu sonho.

— Sei disso — o moreno concordou com a cabeça.

Admirava muito a dedicação e generosidade da rosada

Ela respirou fundo, buscando coragem e as palavras certas a serem ditas.

— E-eu queria saber... digo, o que vai ser, digo... nós?

— É isso que te preocupa? — ele franziu o cenho, enquanto cruzava os braços.

Sakura balançou a cabeça positivamente, enquanto mordia os lábios pelo nervosismo.

 —  Você vai para Tokyo e nada vai mudar entre nós. vai continuar sendo a minha garota. Simples assim.

A Haruno arregalou os olhos, surpresa.

— Mas a distância. Não vamos nos poder ver mais como é agora...

— Bom...  — Sasuke cruzou os braços, dando um risinho de canto. — Meus pais tem uma filial em Tokyo. Então... vou pedir para assumir o cargo diretamente nessa filial para ficar mais perto da minha namorada.

Ele nem precisou continuar a falar. Sakura havia se atirado nos braços dele.

— Sasuke-kun!!  — o sorriso dela brilhava, assim como seus olhos verdes. —Estou tão feliz!

Sasuke passou os braços pela cintura dela, a puxando para mais perto, antes de erguer o queixo dela para o alto, roubando um beijo de tirar o fôlego.

— Naruto vai ficar feliz com essa notícia — Sakura disse, ofegante assim que se separavam e voltavam a andar de mãos dadas. — Já contou para ele?

— Por que eu deveria? — ele ergueu uma sobrancelha.

— Por que são melhores amigos — ela revirou os olhos, rindo com empolgação. — Ele vai ficar animado em saber que você também vai se mudar para o mesmo lugar que todos nós.

— Tch... aquele desmiolado nem se lembrava que eu não vou fazer faculdade, quem dirá ter cogitado que eu não fosse me mudar para lá de qualquer jeito...

Sakura riu ainda mais, enquanto o abraçava de lado. O rosto dela parecia ainda mais iluminado que antes, ao menos nos olhos de Sasuke.

— Por que está sorrindo assim?

Sakura s evirou para olhar para ele, fechando os olhos antes de responder:

— Estou tão feliz que continuaremos juntos, Sasuke-kun...

Dito isso ela passou o polegar pela mão dele, em um delicado carinho.  Esse simples gesto foi o suficiente para fazer o coração do Uchiha começar a martelar contra o peito. Foi então que alguns pensamentos começaram invadir a mente do moreno, que só fizeram o rosto dele esquentar ainda mais.

— Oe...Sakura... — ele chamou, hesitante.

— Hum? — ela se virou para ele, curiosa. — O que foi, Sasuke-kun?

Ela o olhou com uma visível curiosidade, que transbordava de seus belos olhos esverdeados.

Sasuke abriu um sorriso de canto, enquanto desviava o olhar para outra direção.

— Nada, não...

Sakura o olhou, sem entender.

Mal sabia ela, que na mente do moreno, ele fantasiava a imagem de Sakura mais madura, usando o símbolo de sua família nas vestes, sendo chamada por todos de senhora “Senhora Uchiha”...

O coração do moreno bateu acelerado.

 “Ela aceitaria se eu pedisse por isso?”, pensou ele, se sentindo perdido.

Porém, ele não poderia ter tido uma surpresa maior, ao ouvi-la perguntar para ele, simplesmente:

 — Sasuke-kun... eu estive pensando... será que conseguiríamos nos casar embaixo de uma árvore de cerejeira, no período que ela estivesse florida?

Sasuke arregalou os olhos, enquanto entreabria os lábios.

— O- o que você disse?

Ela teria acabado de ler seus pensamentos?

Como ela sabia que ele estava justamente pensando naquele momento em se casar com ela?

Sakura colocou ambas as mãos atrás das costas abrindo um lindo sorriso, compreensivo, parecendo meio encabulada.

— Acho que pensei alto demais... Não quis te assustar Sasuke-kun, haha... eu estava brincando, somos muito novos ainda... mas um dia, quando formos mais velhos quem sabe... — ela deu uma risadinha, parecendo ainda mais nervosa. — Não vou te pressionar com o assunto casam...

Foi aí que ele a calou com um beijo intenso. Ambos haviam parado de caminhar no meio da rua, que por sorte não estava movimentada. O Uchiha passou as mãos pelas laterais do rosto dela, a puxando mais contar si para intensificar o contato.

Sakura a princípio não retribuiu, surpresa, mas logo o abraçou, passando a retribuir o contato necessitado.

Foi então que Sasuke se afastou, ofegante e passou uma das mãos pelo rosto dela, afastando uma mecha de cabelo cor de rosa para o lado.

— Aonde você quiser... — ele respondeu sério, a poucos centímetros de seus lábios, segurando os ombros dela com firmeza.

— Hum? — ela piscou os olhos verdes, parecendo ainda meio anestesiada pelo beijo surpresa. — Como assim?

Sasuke desviou o rosto para o lado, não querendo que ela visse a coloração avermelhada de suas bochechas.

        — V-você... — ele estalou a  língua irritado. — Eu estava respondendo a sua pergunta de antes... E minha resposta é “ aonde você quiser”.

A rosada ficou alguns segundos parada, tentando entender o que ele havia dito. Quando a compreensão enfim a atingiu, a Haruno arregalou os olhos.

Vendo a reação dela, o Uchiha, ainda mais vermelho voltou a falar, com afobação, temendo ter estragado tudo:

          — Q-quer dizer... que mal faz planejar isso? Não precisa ser agora, mas o pedido já é válido... mas eu entendo se você não quise...

Porém, ele não pode concluir o que ia dizer, por que a rosada se atirou nos braços dele pela segunda vez naquele dia, mas dessa vez estava chorosa.

— Sasuke-kuuuuun!~

O Uchiha não conseguiu esconder um sorriso de canto, enquanto encostava a testa contra a dela.

— Vou interpretar isso como um sim — ele sorriu presunçoso, a apertando em seus braços.

Sakura enterrou o rosto contra o peitoral dele, sentindo algumas lágrimas de alegria escorrem pelos seus olhos.

— É um sim! É óbvio que sim! — ela abriu um sorriso, que dava ênfase em suas bochechas rosadas.

Ele deu um largo sorriso, enquanto estreitava os olhos de forma maliciosa.

— Hm...  — Sasuke não conseguiu não sorrir, enquanto passava as mãos pela cintura dela, a apertando. — Bom saber... já posso espalhara  notícia por ai?

— Espalhar? —  Sakura piscou confusa.

—  Sim, afinal é mérito meu por ter me aproximado de você antes que outro cara fizesse isso. Tenho direito de me gabar...

— Sasuke-kun! — ela o repreendeu, rindo.

“Ele não mudava...”

— O que? É apenas a verdade... — ele sorriu ainda mais, convencido. — Mas eu também não preciso me preocupar com outros, afinal você só tem olhos para mim...

Sakura fez um biquinho, mas seu rosto havia ficado corado om as palavras. Ele estava certo, afinal...

A garota então apanhou a mão dele, sentindo seus dedos entrelaçarem. Sasuke massageava a mão macia dela com o polegar, enquanto sorria de forma presunçosa.

“Sakura é minha noiva... “ pensou, voltando a imaginar como ela ficaria daqui há alguns anos.

Foi então que uma nova imagem curiosa surgiu e sua mente...

O Uchiha visualizou Sakura segurando uma pequena criaturinha em seus braços. O pequeno ser possuía com cabelos escuros como os dele, e um sorriso contagiante da rosada, e o chamava de “papa”...

Sasuke arregalou os olhos balançando a cabeça, enquanto sentia o coração disparado de uma forma que nunca sentiu antes.

Que sensação calorosa era aquela que corria em seu peito?

Sasuke não sabia ainda mas essa tal imagem mental que criara apareceria para ele em diversos sonhos dali para frente, até que em um futuro próximo, enfim... ela se tornasse realidade.

A realidade dos dois.

 Ou melhor dizendo, dos três.

Alheia aos pensamentos do moreno, Sakura ainda se sentia nas nuvens com a proposta.

— Estou tão feliz, Sasuke-kun! — ela balançou a mão. — Shanarooo!

Sasuke piscou.

— O que você disse? — ele ergueu uma sobrancelha confuso, deixando-a totalmente vermelha.

— Han? — Sakura parou de comemorar, arregalando os olhos. — Eu disse isso em voz alta?

— Disse — ele franziu o cenho. — O que isso significa isso aí que você falou?

— A-ah... nada. Sasuke-kun! — ela desviou o olhar, brincando com os próprios dedos. — É s-só uma mania minha de falar. N-nada demais...

Sasuke a encarou fixamente, antes de soltar um risinho soprado, antes de abraça-la com força.

Sakura Haruno era estranha as vezes...

E mesmo assim ele a amava.

Ele amava e sempre amaria Sakura Haruno, essa garota estranha que havia acabado de se tornar sua noiva.

Sua futura esposa. Era um grande passo dado, rumo ao futuro de ambos.

Rumo a felicidade. Felicidade essa que viria, através de beijos, abraços, companheirismo.

E foi dessa forma que os anos foram se passando, mas isso em nada mudou o amor profundo que um sentia pelo outro.

Até enfim, a felicidade que eles já sentiam diariamente em sua rotina de casal, aparecia para eles, de uma nova forma: através de em uma linda e corajosa garotinha de óculos avermelhados, que agora corria pelos corredores da casa, rumo ao quarto de seus pais.

— Mama! Papa! — Sarada Uchiha gritou, enquanto abria a porta e pulava na cama dos pais, que estavam se ajeitando para ir dormir.

— Sarada, o que foi? — Sakura perguntou, enquanto afofava um travesseiro.

Sasuke, já sentando na cama olhou curioso para a filha, que estava no auge de seus sete anos de idade.

— Não quero dormir ainda, não estou com sono! —  ela fez um beicinho, enquanto cruzava os braços. —  Quero ouvir uma história antes!

— Você sempre quer ouvir histórias — o moreno deu um meio sorriso, enquanto dava algumas batidinhas no colchão, sinalizando para a garotinha se sentar ao seu lado, o que ela fez sem hesitar.

— Que história quer ouvir dessa vez? — Sakura perguntou, sorrindo amorosa.

— A de vocês! — Sarada balançou as mãos com energia. — Papa, mama... como se conheceram?! Se apaixonaram a primeira vista?!

Os olhos dela brilhavam da mais pura curiosidade infantil.

— Sarada! — Sakura deu uma risadinha, sentindo o rosto esquentar.

— Hm... bem curiosa a sua filha — Sasuke deu um cotovelada de brincadeira na esposa.

— Ela é sua filha também, senhor Uchiha — devolveu a rosada em tom petulante, antes de rir.

— Mama! Papa! Eu quero saber! — teimou a menininha.

— Se quer tanto saber... — Sasuke começou, em tom misterioso. — Eu vou te dizer qual foi a primeira impressão que tive da sua mãe.

— Lá vem coisa... — Sakura torceu o nariz, já esperando ouvir o famigerado “irritante”.

E pensar que mesmo depois de tanto tempo, vez ou outra ele ainda a chamava assim, só para provoca-la...

— Eu a achei irritante — Sasuke comentou, fazendo a rosada revirar os olhos enquanto se levantava indo buscar algo no armário. — Porém, de alguma forma... eu sabia que havia algo mais nela...

Isso fez Sakura voltar a prestar atenção na conversa, enquanto fingia dobrar algumas camisas.

— E o que era, Papa? — Sarada perguntou, curiosa.

— Um gloss de cereja — ele sorriu malicioso, enquanto olhava para a esposa com o canto dos olhos, vendo a corar.

— Gloss? — a garotinha ficou confusa, enquanto a mãe dela ficava tão rosada quanto os seus cabelos. — Como assim?

— Sasuke-kun! — a mulher repreendeu, enquanto tentava disfarçar o constrangimento, voltando o seu olhar para o grande armário.

— Estou brincando... — Sasuke riu, olhando para a filha. — Na verdade não estou, mas não era isso que eu queria dizer... — ele fechou os olhos pensativo, sentindo-se nostálgico ao se lembrar do período do ensino médio, aonde conheceu-a. — Eu percebi quase de cara que a sua mãe era forte. Não apenas fisicamente, mas emocionalmente. Além disso, era impossível não reparar que ela era mais linda do que a mais bela das flores de cerejeira, como diz o seu nome...

— Isso é tudo verdade! — Sarada comentou, orgulhosa de sua mãe.

Sakura abriu um sorriso tímido, enquanto apoiava as costas no armário, olhando para o marido, que mantinha o olhar fixo em si. Mas Sasuke ainda não havia acabado sua declaração:

— Sabe, Sarada... foi a sua mãe que fez o famoso ciúme Uchiha brotar em mim... acho que eu sempre soube que seria ela a mulher da minha vida,  mas eu era teimoso demais para aceitar de cara... Simplesmente, foi impossível para mim não me apaixonar por ela, tanto que, até hoje, sinto que me reapaixono por ela, todos os dias...

Sasuke terminou, abrindo um sorriso de canto, enquanto abaixava o olhar, passando uma mão pelo cabelo.

— Papa! — os olhos da garotinha brilharam emocionada.

E não foram só os dela que estavam assim.

— Sasuke-kun... — a mulher olhou para o marido, sem palavras.

— Só disse a verdade — ele afirmou, voltando a olhar para a ela. — Só posso agradecer por você ter aceitado ser minha esposa e ter me dado os dois melhores presentes que recebi em minha vida... o seu coração e...bom...

Ele terminou olhando para a filha, seu segundo presente, que estava a beira das lágrimas de emoção.

Em um piscar de olhos, tanto a rosada quanto a garotinha já esmagavam Sasuke em uma abraço de urso.

 “Sarada realmente herdou a força da Sakura... certamente se tornará uma mulher incrível...”, ele pensou sorrindo com orgulho.

— Papa! — gritou Sarada, emocionada.

— Sasuke-kun! — Sakura apoiou a cabeça no ombro do marido, deixando algumas lágrimas correm soltas pelo rosto.

Sasuke apenas retribuiu o abraço, enquanto mantinha um grande sorriso no rosto.

E mesmo em alguns momentos o aperto forte das duas acabasse sendo até um pouco dolorido para ele sentir, Sasuke Uchiha não poderia estar mais feliz de estar ali mesmo, junto das duas mulheres mais importantes de sua vida.