Sonho Renascido escrita por Janus


Capítulo 31
Capítulo 31




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No forro da casa de uma das pessoas mais importantes de Konoha, uma serpente permanecia imóvel apenas ouvindo cada som que era produzido pelos seus ocupantes durante a noite. Sua única função era a de ficar ali e ouvir tudo, e apenas depois transmitir isso ao seu mestre, embora tivesse uma certa dúvida sobre quem seria este mestre. Já fazia meses que estava lá, e algumas vezes não ouvia nada, apenas sons feitos pelas pessoas que lá viviam. Outras vezes ouvia conversas diversas, mas eram apenas comentários ocasionais. Apenas uma ou outra vez ouvia algo que parecia ser interessante. Não para ela, pois tal coisa não lhe causava interesse, mas sim para quem a enviou ali.

- Shizune-sempai! Quer parar de achar que preciso ser protegida dia e noite? Se quer sair para passear, vá em frente.

Tudo indicava que naquela noite seria mais uma vez em que nada interessante seria dito.

- Eu só perguntei se haveria algum problema se eu saísse...

- Acho que você quer é saber se eu saio com alguém escondida. Bom, até saio, mas não faço segredo disso para você.

Se fosse um ser humano, já estaria entediado com aquilo. A conversa prosseguiu por mais alguns minutos, culminando na despedida de uma das mulheres que viviam ali. Alias, desde que ela se instalara no forro da casa, aquela mulher estava saindo a noite regularmente, deixando a outra sozinha. E era nesse momento em que parecia que era dito algo interessante. Curiosamente era quando ela estava sozinha.

Parecia que ela conversava com alguém, mas seus sentidos não percebiam outra pessoa no interior da casa, apenas do lado de fora. Algumas vezes foram conversas longas, mas apenas a mulher falava. Outras vezes eram meros comentários ocasionais. Mas houve algumas vezes em que nenhum som era produzido. A mulher ficava deitada na cama imóvel ou então sentada em uma poltrona. Não parecia fazer nada para se distrair. Seja como for, não estava ali para questionar nada, apenas para prestar atenção e repetir tudo isso depois.

E algo que iria transmitir seria a da estranha impressão de seus sentidos referente àquela mulher. Quando ela ficava imóvel sentada ou deitada, parecia que haviam duas presenças em seu corpo, como se duas pessoas conversassem em seu interior. Também percebia isso quando ela falava sozinha, mas era um pouco diferente. Quando falava sozinha, a outra presença era muito vaga, quase imperceptível. Mas quando estava muda, era fácil perceber outra pessoa ali no seu interior. Não era capaz de entender tal coisa, e não se importava, exceto que uma destas presenças a assustava.

Assim tinha sido nos últimos quatro meses em que ficou ali ouvindo tudo o que ocorria. Um tempo que estava se encerrando. Logo percebeu a mulher sentar-se no sofá e a ficar imóvel, e minutos depois sentia a presença adicional naquele corpo. Isso permaneceu assim por horas, até ela ir dormir. A serpente rastejou até o alçapão por onde tinha entrado meses antes e forçou este a se abrir. Caiu no corredor do segundo andar e moveu-se pelas escadas até o piso inferior, indo para a cozinha. De lá foi até uma das janelas diante da pia e abriu o trinco desta com a ponta de sua cauda, esgueirando-se para fora da casa.

Rastejou colada a parede sempre se mantendo fora da visão das presenças que sentia que vigiavam o  local e ocultou-se em um tufo de grama. Bastava agora esperar o amanhecer. Nada de excepcional ocorreu na madrugada, exceto a outra mulher retornando de seu passeio. Pela manhã, precisou mover-se um pouco pois os raios de Sol atingiam suas escamas diretamente.

Foi por volta do meio dia que seus sentidos alertaram que seu transporte se aproximava. Poderia tentar sair da aldeia a noite, mas o risco dos vigias verem uma serpente rastejando dentro da aldeia era grande, e poderiam matá-la.

Cinco minutos depois que percebeu a aproximação, uma caixa grande e vazia começou a ser colocada lentamente do seu lado. Aproveitou a chance e esgueirou-se para debaixo desta e entrou pela abertura ali preparada. Aguardou dentro da caixa até que esta foi erguida novamente e o balanço rítmico mostrou que estava em movimento.

Depois de algum tempo, sentiu a caixa ser colocada no cão e alguém removia as madeiras da parte de cima. Logo viu o rosto do mesmo homem que a tinha levado para la em primeiro lugar. Este colocou uma caixa bem menor perto dela e ela entrou. A caixa foi fechada e percebendo que nada mais teria para fazer, a serpente relaxou para poder dormir.

Desta vez contudo, sua viagem não foi desapercebida. Udon que vigiava a casa de manhã ficou em uma posição em que viu a serpente entrando na caixa. Logo depois seguiu o homem que a carregava e deparou-se com outro ANBU que seguia este homem. Conversaram por alguns minutos e depois disto ele foi para a casa de Shikamaru conversar com ele.

 

-x-

 

Ele chegou em casa no fim da tarde carregando uma pequena caixa e a colocou de forma tranqüila na entrada da porta. Sua cunhada perguntou o que seria aquilo, e ele apenas disse que eram especiarias que iria enviar como amostra para o depósito no dia seguinte. Ele parecia um pouco ansioso, e seu irmão começou de novo achando que ele tinha se envolvido com outra jovem mulher.

Pelo menos tinha aquela desculpa para caso estranhassem ele agir de forma estranha. Nunca agradeceu tanto a sua reputação com as jovens moças como agora. Devia apenas sair de manhã cedo com a caixa e abri-la na metade do caminho da aldeia onde fazia suas compras. E estaria tranqüilo.

Sentiu o cheiro do jantar sendo preparado e seu estomago o lembrou de que estava com fome. Como ainda ia demorar para ficar pronto, pensou em ler alguma coisa ou talvez jogar conversa fora com o irmão. Já estava indo para a estante com livros quando a porta de entrada se abriu e seu sobrinho entrou por ela, com vários arranhões e carregando usa mochila as costas.

- Filho! – disse a mãe dele o abraçando preocupada e olhando suas feridas leves – esta tudo bem?

- Está sim, mãe. Só foram só alguns arranhões, nada para se preocupar. Afinal, já voltei mais machucado que isto antes.

E como tinha se machucado antes. No mês passado estava com o olho enfaixado, e um pouco antes ficou dois dias acamado, e isto pelo treino que fazia com a sensei dele. Desta vez agora fora uma missão em que ele saiu fazia uma semana.

- Eu sei, mas sempre me preocupo com você – dizia ela o ajudando a retirar a mochila – vá tomar um banho para relaxar um pouco e depois você nos conta o que puder dessa sua missão.

- Posso contar tudo desta vez, me machuquei quanto o Outa-kun me invocou no alto de uma arvore... – ele fez uma careta – eu apareci no ar e levei um belo tombo... precisamos planejar mais esta estratégia dele nos invocar de surpresa para cercar os ladrões.

O pai dele riu, e Gen sorriu levemente. Ainda estava com o coração acelerado com a caixa ali na casa, mas não confiava deixá-la na loja. Voltou a estante mas antes de poder ler qualquer um dos títulos de livros ali, sua cunhada gritou de medo e moveu-se correndo para ela, assim como seu irmão. Para sua surpresa, havia uma serpente perto dos pés dela.

Por um instante, pensou que era a serpente que estava na caixa, mas viu que era outra. Era azulada e tinha faixas vermelhas ao redor dos olhos. Umito que tinha se afastado para tomar banho voltou correndo com o grito da mãe, e deteve seu pai que já erguia um cabo de vassoura para a serpente.

- O que está fazendo? – gritou seu irmão para o filho – é uma serpente...

- É minha amiga! –disse ele assustando a todos ali – Nidi! – chamou a serpente esticando o braço para ela.

Ela parecia mesmo um pouco assustada da forma que tinha se enrolado. Quando seu sobrinho a chamou, ela se moveu devagar ao lado de sua cunhada e enrolou-se no braço dele, chegando ao pescoço e enrolando-se ali.

- Amiga? – seu irmão fez uma careta – filho, já conversamos sobre animais de estimação...

- Ela não é de estimação – ele retrucou – é uma serpente que invoco. Pensei que você tinha ido embora – ele disse olhando para a serpente que sibilou alto e parecia até que articulava algum tipo de fonema – certo... – Umito buffou – depois do jantar eu te levo até lá...

- Você falou com ela? – a mãe do garoto o olhava surpresa.

- Mãe, sou discípulo de Anko-sensei, aprendi a invocar serpentes e a falar com elas. Não consigo invocar as grandes ainda, mas Nidi foi uma das primeiras que invoquei, e as vezes nos ajuda nas missões. Mas gosta de receber ratos do campo como pagamento. Por isso que ela ainda não voltou para a terra dela.

Terra dela? Achou estranho ele falar aquilo, mas preferiu ficar em silencio. Seu sobrinho poder invocar serpentes o assustava, especialmente porque uma outra pessoa que invocava esse mesmo tipo de animal os estava usando para alguma coisa na aldeia.

Umito foi tomar banho levando a serpente com ele e Gen relaxou um pouco. Pegou um livro e começou a ler, mas a cada palavra que lia, esquecia da mesma em seqüência. Sua mente não estava ali, mas no que devia fazer no dia seguinte.

Pegaria a caixa, a levaria até a carroça, sairia da aldeia e em algum lugar a deixaria aberta para a serpente partir. Bem simples. Continuou se esforçando para ler o livro quando o jantar ficou pronto. Ao se sentar a mesa notou que aquela serpente ainda estava no pescoço de Umito.

- Ela... fica sempre assim com você? – perguntou olhando a serpente com curiosidade.

- As vezes – ele rio – para ela é melhor do que ficar rastejando.

- Não acredito que fez amizade com uma cobra! – disse seu irmão.

A serpente sibilou alto e mostrou sua língua bifurcada várias vezes para ele.

- Ela é uma serpente, não uma cobra, pai. Serpentes e cobras não se gostam muito.

- Qual é a diferença?

- Cobras tem aquela parte larga e chata na cabeça, como as najas. Como pode ver, Nidi não é assim.

Gen sorriu levemente. Nunca tinha imaginado aquilo.

- Tudo bem, me desculpe – ele olhou para a serpente e parecia que ela sorria – ela vai comer conosco?

- A dieta dela é um pouco diferente – Umito riu – vou levá-la mais tarde para onde os restaurantes deixam suas sobras. Lá tem as criaturas que ela gosta de comer.

A serpente pareceu usar sua língua como se estivesse lambendo os lábios.

Enquanto estavam comendo, a serpente no pescoço dele começou a ficar inquieta, e Gen sentiu que estava ouvindo um outro sibilar mais distante. Mais precisamente vindo da caixa que tinha deixado na entrada da casa.

Depois de alguns minutos com todos os presentes olhando ao redor – depois de confirmarem que não era Nidi que fazia aquele som – seu irmão não se conteve mais.

- Trouxe outra serpente contigo, filho?

- Não – respondeu ele levantando-se e olhando ao redor muito preocupado – mas parece que estou entendendo este sibilar... mas eu não deveria entender serpentes comuns.

Nidi sibilou algo no ouvido dele e o garoto seguiu em linha reta para a caixa que ele tinha deixado do lado da porta de entrada. Começou a ficar sem ar com o medo crescendo dentro dele. Aquela serpente não podia ficar quieta? Porque tinha que ficar sibilando logo agora.

Quando Umito estava em frente a caixa a observando atentamente, a serpente no seu pescoço se enrolou forte nele, como se estivesse com medo. Ele se voltou para a família com os olhos arregalados.

- De quem é esta caixa?

- Do seu tio – respondeu a mãe dele – ele disse que são especiarias.

- Parece que tem mais do que isso ai dentro – disse Umito pegando uma kunai de sua bolsa e encaixando na tampa da caixa. A serpente voltou a ficar da mesma forma que estava antes, mas seus movimentos indicavam que ela estava temerosa de algo – Nidi está com medo do que tem aqui dentro.

Estaria aquela serpente sentindo a outra dentro da caixa? Ou a que estava dentro da caixa sentiu esta fora e a estava chamando? Fosse o que fosse, o garoto ia abrir a caixa, e iam descobrir o que ela continha. Levantou-se apressado da mesa mas nunca teve tempo de impedi-lo. Em uma ação rápida ele abriu a caixa e de forma inesperada a serpente lá dentro saltou direto para aquela que estava no pescoço de Umito, como se quisesse atacá-la.

Para felicidade de Nidi, Umito agarrou a cabeça da serpente a milímetros dela alcançar seu objetivo, e logo depois fez o mesmo com a cauda, a deixando presa pelos polegares. Podiam ver agora que era pelo menos duas vezes maior que a outra.  Nidi começou a sibilar alto e de forma bem rápida, como se estivesse dizendo algo bem depressa. Gen por sua vez tentava se controlar, já tentando imaginar uma desculpa para a situação. Iria jogar a culpa em Daichi. Era a melhor e única opção que tinha no momento. Diria que ele lhe deu a caixa dizendo que tinha especiarias e quando fossem investigar seu sócio ele fugiria da aldeia. Sabia muito bem que deixar uma serpente onde a hokage morava seria visto como traição.

Umito se virou lentamente para eles e parecia não acreditar no que tinha ocorrido. Andou da entrada até ficar diante da mesa de jantar e ainda olhava com os olhos bem abertos para a serpente capturada em sua mão.

- Filho, o que foi?

- Isto... – ele arregalou mais ainda os olhos e firmou a kunai em sua mão – é uma cobra invocada, como Nidi! Mas não é nenhuma das que eu ou minha sensei podemos invocar.

A serpente se contorcia em suas mãos, tentando libertar sua cabeça ou cauda, mas não ia conseguir. Algo que Umito aprendeu com sua sensei foi a como segurar as serpentes. Aquela que ele tinha invocado ainda estava enrolada no seu pescoço, e observava atentamente a outra tentando se libertar. Ela começou a sibilar no seu ouvido, como se falasse com ele.

Ele encostou a kunai no focinho da serpente, e esta parou de se debater, mas começou a sibiliar com muita força, quase como se gritasse algo.

Gen não sabia o que fazer agora. Estava pensando e fugir, era sua única opção. Nenhum dos presentes parecia se lembrar que aquilo tinha saído da caixa que ele tinha trazido.

- Tio.. – chamou Umito o olhando de forma séria e incrédula – o que o senhor tem com isto?

- Eu? – abriu os olhos o máximo que pode – nada! Não sabia que esta serpente estava ai, foi Deichi quem...

- Não é o que ela esta dizendo – seus olhos se estreitaram – sou discípulo de Anko-sensei, e como ela eu posso falar com as serpentes invocadas. Estou entendendo o que ela esta dizendo, e o que ela está dizendo é “liberte-me Gen”.

Sentiu que estava suando frio agora. Seu sobrinho.. também podia falar com aquela serpente? A serpente que estava ainda no pescoço dele o olhou também, e podia jurar que a expressão de seus olhos era de reprimenda.

- Segundo Nidi, essa serpente não faz mais parte da terra de onde ela vem – começou a falar o garoto se aproximando do tio com uma expressão de raiva no rosto – é uma das renegadas que obedecem a Kabuto! – terminou gritando aquele nome – o que o senhor estava fazendo com uma serpente dele que está pedindo para que a liberte?

Não esperava ser confrontado desta forma, muito menos pelo sobrinho. E o pior era que este sobrinho era um ninja! E um ninja furioso pelo que podia ver em seus olhos.

- Gen, o que você andou fazendo? – perguntou o seu irmão olhando a cena incrédulo.

Desesperado, ele pegou uma faca da mesa e agarrou sua cunhada, pondo a faca no pescoço dela. Umito ficou um pouco descontrolado, tanto que apertou a cabeça da cobra com força, a sufocando por alguns instantes.

- Solte esta serpente, Umito! – comandou ele com os olhos mostrando desespero – me obedeça!

Nidi sibilou forte agora, e Umito apertou os lábios. Ele começou a abaixar a kunai ao mesmo tempo em que a serpente parecia sair de seu pescoço pelas costas.

- Eu disse para soltar! Agora! – ele apertou a faca no pescoço da cunhada e fez um pequeno corte. Umito tremeu enquanto pressionava os dentes violentamente.

- Já basta Gen! – ouviu uma voz dizer em tom de comando bem perto dele. Moveu a cabeça de um lado para outro mas não viu nada, até que em uma nuvem de fumaça eles apareceram. Dois ANBUs na sala de jantar da casa.

Não sabia como foram parar la, nem há quanto tempo deviam estar observando o que ocorria, mas sabia que diferente de seu sobrinho, não teria como negociar com eles. Já se preparava para cortar o pescoço da cunhada quando sentiu algo se enrolando no seu pescoço e a apertar como se fosse uma corda de enforcamento.

Surpreso ele soltou a mulher e tentou retirar o que o estava sufocando, mas nem teve tempo de tocar o que quer que fosse. Assim que empurrou a cunhada para longe, seu sobrinho saltou em sua direção e o atingiu no estomago, o fazendo perder as forças e desabar no chão. Segundos depois os ANBUs o seguravam firme.

Ainda respirando com dificuldade, viu aquela serpente de seu sobrinho cair na sua frente e seguir em direção dele. Então tinha sido ela que tinha se agarrado no seu pescoço.

- Tio... – a voz dele era um misto de incredulidade com choro – o que você fez?

- Fui ambicioso demais – murmurou ele – e medroso demais também. Desculpe Umito...

Sentiu um dos ANBUs que o seguravam o soltar e pular na frente do garoto, o segurando com as mãos nos ombros. Gen podia jurar que ele tinha visto uma expressão ensandecida no rosto do sobrinho momentos antes disto ocorrer.

- Está tudo bem agora, Umito – disse o ANBU – ele virá conosco. E... esta serpente?

- É uma serpente invocada – disse ele – provavelmente de Kabuto. Se for levá-la, segure sua cauda e cabeça desta forma, ou ela irá fazer um jutsu reverso e desaparecer. Pode confirmar isso com minha sensei.

O ANBU pegou a criatura da maneira que ele mostrou e depois de informarem que alguém iria conversar com eles mais tarde, Gen e a serpente foram levados de lá.

Antes de se afastar muito, ele ouviu seu sobrinho chorando. Nunca tinha sido um herói para ele, mas sempre se mostrou sendo alguém honesto. Alguém que de uma forma grande ou pequena acabou servindo de inspiração para ele. Não podia culpá-lo por ele se sentir decepcionado.

 

-x-

 

Na manhã cedo daquele dia, a hokage for avisada do incidente do dia anterior, e quanto esta seguiu em direção ao prédio onde iriam ser interrogados, um ANBU que tinha sido informado devidamente foi até a casa da conselheira Koharu e a avisou que a hokage se dirigia a sala de interrogatório.

 

Não esperava obter provas convincentes por meio do próprio sobrinho do suspeito, mas a afirmação do mesmo de que era um ofídio invocado e a confirmação disto pela sensei dele não deixava dúvidas. Além do mais, o ANBU responsável pela segurança pessoal da hokage viu ele retirar a criatura de lá.

Shikamaru recostou-se e olhou atentamente para os dois ali sentados no centro da sala. Haviam quatro ANBUs cuidando da segurança. Infelizmente devido a pura incompetência do ANBU que a segurava, a serpente libertou sua cauda enquanto era levada ao hospital para ser sedada e tinha desaparecido, provando sem sombra de dúvidas ser oriunda de invocação. Talvez Umito ou Anko conseguissem invocá-la de volta, mas ele tinha dúvidas. De qualquer forma finalmente ficou esclarecido como algumas informações poderiam ter vazado, bem como quem podia ser o responsável por isso. Mas ainda precisava confirmar isto melhor, e também entender o porque do provável responsável daquela serpente os estar espionando daquela forma. Levantou-se da cadeira e seguiu até ficar diante deles.

- Antes de mais nada – começou ele se dirigindo aos dois – quero que saibam que para mim é uma chateação ter de estar aqui. Eu preferia já deixá-los ao encargo de nossos interrogadores, mas como o trabalho deles acaba sendo demorado, estou lhes dando a chance de aliviarem as coisas um pouco.

Ambos o olharam demonstrando medo nos olhos, mas permaneceram em silencio. Talvez não soubessem sobre o que deveriam falar.

- Já os estamos vigiando há muito tempo – continuou ele pondo as mãos nas costas e parecendo indisposto – na verdade, aquela pessoa com o qual fizeram contato no depósito onde compram suprimentos já foi detida também – mentiu ele. Houve a ordem de detê-lo, mas isso tinha sido há poucas horas atrás.

Fez outra pausa e os observou. Não houve grande alteração neles. Ia continuar a dizer o que sabia quando a porta se abriu, e uma claramente rancorosa hokage entrou na sala, logo seguida de Moegi. Ela se colocou entre ele e os suspeitos e os olhou detidamente. Agora era evidente uma alteração em seus rostos. Antes estavam com medo, agora era pânico o que podia ver. Viu ela pressionar os punhos e abri-los lentamente. Sem dizer nada, foi para um canto da sala e ficou ali observando. Sua discípula ficou ao seu lado.

Imaginou que Moegi devia ter vindo mais para segurar a hokage caso esta ficasse fora de sério. Alias, Sakura nunca tinha ido ver um alguém sendo interrogado inicialmente. Sem dúvida ela tinha motivos pessoais no assunto, e temia o que iria haver caso esses motivos se confirmassem e aqueles dois tivessem tido alguma participação no evento que culminou na morte de sua antecessora.

- Indo direto ao ponto... vocês violaram um túmulo no cemitério?

A pergunta deixou os dois chocados. Deviam imaginar que estavam ali por causa da serpente que tinham pegado saindo de onde a hokage vivia.

- C-como? – perguntou o tio de Umito demonstrando confusão.

- Não me façam repetir... estamos vigiando vocês desde aquele dia. Só não foram presos antes porque queríamos identificar todos os envolvidos. Mas como foram idiotas para fazer algo contra a hokage também, não nos deixaram escolha – andou até ficar a um braço de distancia deles e foi mais direto na pergunta – porque violaram o tumulo de Naruto, e o que fizeram com o corpo dele?

- Não fizemos nada – disse o outro – não havia ninguém no caixão.

- Ora, ora... já responderam a varias perguntas de uma vez – ele sorriu – já sei que foram os responsáveis pela violação, e que abriram o caixão a machadadas e não acharam nenhum corpo ali. Agora quero que me digam... porque?

Aguardou um pouco enquanto observava suas unhas. Devia tê-las cortado na véspera, mas ficou muito entretido brincando com o filho para isso.  Olhou para eles novamente e ambos pareciam que estavam encabulados. Porque sempre tinha de ser assim? Eles sempre gostavam de esticar o assunto muito mais do que o necessário.

- Se continuarem a não querer falar, vou entregá-los logo aos profissionais. Vai demorar mais, mas teremos as informações que procuramos. Claro... – sorriu de forma cruel para eles – vai ser muito mais invasivo o método deles, e muito provavelmente poderão haver seqüelas...

- Q-queriam que usássemos um pergaminho no corpo dele – disparou Gen quase atropelando as palavras – só isso! Depois íamos enterrar o caixão de novo.

- Que pergaminho? – ele se maldisse por não ter pensado naquela possibilidade. Um pergaminho? Devia ser um fuuinjutsu, algo que provavelmente eles não saberiam o que faria.

- Não esta mais conosco – murmurou ele tremendo – eu devolvi ao meu contato.

- Aquele negociante do depósito?

- S-sim – disse ele.

Olhou para um dos ANBUs ali e este maneou a cabeça saindo em seguida. Ele iria informar aqueles encarregados de capturar o terceiro suspeito para tentarem localizar este pergaminho, caso ainda existisse. Acreditava fortemente que ele já devia ter sido destruído, e recriminou-se mentalmente mais uma vez por não ter pensado naquela hipótese.

- O que deviam fazer com o pergaminho?

- Fazer?

- Como iam usá-lo? – ele se curvou e quase agarrou Gen pelo pescoço. Estava mesmo furioso consigo mesmo.

- Apenas devíamos abri-lo e... e... – ele parecia ter esquecido, ou talvez o medo devia estar bloqueando suas lembranças – o que era mesmo?

Mais uma vez a porta se abriu neste momento, e para a surpresa de todos, a idosa Kaharu havia entrado na sala. Ela nada disse, apenas ficou perto da porta observando tudo. Ficou imaginando o porque dela estar ali. Sakura também a olhou, mas não pareceu muito intrigada. Se continuasse assim, a sala ia acabar cheia antes dele terminar.

- Certo – ele esfregou os dedos nos olhos – deviam por o pergaminho no corpo, dizer alguma coisa ou fazer algo no pergaminho?

- Devíamos por uma gota de sangue nele – disse o outro suspeito.

- Sangue de quem?

- Não sabemos... tínhamos um vidro com isso.

- E onde está este vidro agora?

- Jogamos fora...

Talvez um fuuinjutsu de teleporte. Alguém seria transportado pelo pergaminho ou – mais provável – o corpo seria transportado para outro local. Precisariam do pergaminho para saberem. Agora só havia mais uma coisa para perguntar a eles referente a essa questão.

- Muito bem – ele estava mais calmo – mas ainda falta o mais importante. Quem os contratou para fazerem isso?

Eles se entreolharam e pareciam temerosos de dar a resposta.

- Não sabemos – disse Gen – apenas fazemos as coisas de acordo com o que Ataru pede.

- Parece que trabalham com essa pessoa já faz um bom tempo, não é?

Eles apenas manearam as cabeças concordando.

- Desde quando?

- Acho que a primeira vez – começou Gen depois de pensar um pouco – foi quando ele pediu para mim dar informações sobre qual estrada uma caravana com jóias iria passar. Eu estava na caravana com meu irmão e seu filho. Levei-os junto para não suspeitarem de mim.

- Foi a caravana em que eu detive os assaltantes? – perguntou Sakura de surpresa. Ele olhou para ela assustado e indicou que sim com a cabeça.

- Foi este incidente que inspirou seu sobrinho a se tornar um ninja. O mesmo sobrinho que o entregou.

Até que era curioso isso. Seu primeiro ato de roubo para com a aldeia também tinha plantado a semente que um dia iria desmascará-lo. Mas isso também levantava outras perguntas.

- E como vocês passaram de meros ladrões para traidores? – Shikamaru os encarou nos olhos – vocês deixaram uma criatura venenosa na moradia da hokage. Isso é um ato de traição! Foi este Ataru quem mandou fazerem isso?

- Não...

- Daichi! – exclamou Gen o olhando assustado.

- Já acabou, Gen – ele suspirou – aquilo foi pedido por outra pessoa.

- Quem? Melhor ainda... é a primeira fez que fazem serviço para esta pessoa?

- Não... – Daichi estava apático, quase como que em transe – já tínhamos feito outro, bem parecido. Era muito simples, como esse. Apenas levar uma serpente e deixá-la em um local da aldeia.

Viu Sakura se aproximar deles e os olhar com uma clara expressão de raiva.

– Qual local? – inquiriu ela pressionando os punhos.

- Perto de onde a patrulha da aldeia se reúne... deixamos uma serpente ali.

- Quando foi isso? – havia algo estranho na voz dela. Parecia mais grave, como se houvesse um fraco rosnado ao fundo.

- Alguns anos atrás... – ele murmurava agora, sentindo um pavor enorme por encará-la. Shikamaru andou um pouco e ficou em uma posição na qual podia ver Sakura de perfil. Podia ver seus dentes pressionados pelos lábios abertos. Ela queria aquela resposta, e ele já sabia qual era.

- Quando a godaime morreu?

- S-sim...

Por isso nunca encontraram nenhuma evidencia do que houve. A serpente que eles deixaram lá devia ter se infiltrado no local e provavelmente cuspido uma bomba de fumaça que colocou todos ali para dormirem, impedindo que pudessem dar o alarme quando a barreira da aldeia foi violada. E não deixou pistas porque provavelmente reverteu o jutsu de invocação para desaparecer. Mas ele deixou todos os pensamentos de lado quando notou que Sakura estava com um olhar extremamente homicida.

Mais do que isso, ele podia sentir algo vindo dela. Algo que o estava assustando, e a todos ali dentro. Reparou nos ANBUs se entreolhando, confusos com aquilo, e na própria Moegi que observava sua mestra com os olhos arregalados. Os dois suspeitos tentavam se afastar dela empurrando as cadeiras onde estavam com as pernas. Mas o que mais o assustou foi a visão que teve dos dentes dela.

Estavam ficando pontudos.

- Hokage-sama! – disse Koharu dando um passo a frente.

Sakura a encarou e imediatamente começou a se acalmar. As pessoas que estavam na sala não mais sentiam como se houvesse algo terrível diante delas, e aquilo que tinha chamado a atenção de Shikamaru antes não estava mais lá. Podia ver ainda seus dentes pelos seus lábios entreabertos, mas estes não mais estavam levemente parecidos com dentes pontudos. Teria sido uma ilusão? Ou talvez o chakra dela associado a sua raiva tinha sido tão poderoso que os pegou desprevenidos?

Desde que a anciã a examinou na sua presença que ele não conseguia tirar da cabeça que estavam fazendo um jogo de palavras com ele. Um jogo do qual a própria anciã começou a tomar parte naquele momento. Mas devia deixar isso para depois. Tinham um interrogatório amigável para fazer no momento.

- Desde o começo - recomeçou ele em voz alta atraindo a atenção de todos – quem os mandou entregar essa serpente?

Eles olharam para o chão, e se pareciam mais com dois condenados diante de sua execução.

- Kabuto... – murmurou Daichi cabisbaixo.

Viu Sakura tremer dos pés a cabeça e logo depois ela saiu da sala. Provavelmente foi quebrar alguma coisa para tentar se acalmar. Ele tentou obter mais informações dos dois ali. Soube que Kabuto os tinha contatado anos antes de pedir qualquer coisa para os mesmos, e os chantageou para colaborarem com ele, caso contrario contaria sobre suas operações ilícitas, o que acabaria os levando para a cadeia e mais tarde a serem expulsos da aldeia.

Aquilo foi muito incômodo. Significava que Kabuto preparou todo o terreno para ser usado anos antes da morte da godaime. Fez mais algumas perguntas, mas não conseguiu mais nada de útil. Agora era melhor os deixar com as pessoas especializadas em interrogatórios para que pudessem ter detalhes que podiam ter esquecido. Ele já tinha a solução para o que a hokage pediu. E também confirmou sua suspeita. O incidente do cemitério não teve nenhuma relação direta com a morte de Tsunade, exceto o fato de haver o envolvimento das mesmas pessoas.

Os ANBUs pegaram os agora prisioneiros e os levaram da sala, deixando apenas ele e a anciã ali. Esta já estava se encaminhando lentamente para a saída, e enquanto a observava, imaginou o motivo dela ter vindo. Muito provavelmente ela devia ter desconfiado que Sakura podia ficar com muita raiva, e que talvez precisasse de ajuda para se acalmar. Mas porque se incomodaria?

Claro, tinha uma resposta. Uma resposta que o incomodou desde que levou a sua desconfiança a ela. Uma resposta que surgiu em sua mente quando a mesma examinou Sakura atrás de um selo e confirmou que este não existia. Uma resposta que sempre o perturbou pela forma como Sakura sempre lhe respondeu a suas perguntas. “Ela não está selada em ninguém”.

Em nenhum momento Sakura afirmou que a raposa não estava em uma pessoa, apenas que não estava selada. Alias, foi exatamente a mesma afirmação da conselheira após examinar a hokage, porém, esta estava alterada, quase que bestificada com algo. E com certeza era a mesma coisa que o deixava abismado agora.

Não há um lacre em você, portanto não é uma jinchuuriki.

Mas era a presença de um lacre que determinava isso? Ou a presença de um bijuu?

Lamento, Shikamaru. Mas esta informação vai permanecer oculta comigo.

Sim, a informação devia estar realmente oculta com ela. Como não desconfiou antes daquele jogo de palavras?

- Koharu-sama – chamou ele pouco antes da mesma tocar a maçaneta da porta.

- Seja breve, Shikamaru – disse ela tentando endireitar o corpo encurvado – sinto minhas pernas doerem de tanto ficar em pé aqui.

- Só quero fazer uma pergunta. Bom, na verdade são duas perguntas em uma.

- Fale – disse ela parecendo estar cansada.

- Dizer que a nossa hokage não tem um bijuu em seu corpo, e falar que ela não tem um selo para lacrar um bijuu, é a mesma coisa?

De todas as reações que ela podia ter, aquela foi a mais inesperada. Ela estava rindo! Um riso suave, quase um murmúrio, mas era uma risada, e seu rosto também parecia demonstrar uma certa alegria. Era tão estranho vê-la assim que isso o perturbou.

- Acha que um bijuu ficaria quieto dentro do corpo de uma pessoa sem um selo para mantê-lo ali?

Ele franziu o cenho. Ele esperava ouvir um “não, impossível” ou um “esse assunto não lhe diz respeito”. Até mesmo um “não sei” seria aceitável. Mas uma resposta destas em que na verdade não respondia nada, apenas o fez ficar mais certo de seus pensamentos.

E mais preocupado ainda.

Kyuubi está em paz, e não tem nenhum interesse em voltar.

- Se ele está em paz... porque o bijuu iria querer sair? – disse ele entrando no jogo dela, ao mesmo tempo em que se lembrava das palavras de Sakura que foram ditas na montanha dos hokages.

Ela não respondeu, e também parou de rir. O olhou séria e respirou fundo.

- Cuide de nossa hokage, Shikamaru. E por favor... pare de perguntar sobre aquilo do qual já sabe a resposta. Não existe nenhum lacre nela. Isto é tudo o que direi, isso é tudo o que você precisa dizer a quem perguntar. Lembre-se disto.

Ficou com a boca levemente aberta enquanto a idosa mulher se virava e abria a porta da sala, logo depois andando pelo corredor usando a bengala como apoio. Tratar a hokage dessa forma tinha sido totalmente inesperado. E ainda por cima pedir para ele protegê-la? Porque ele?

Apertou os lábios e olhou para o chão contendo um sorriso. A resposta era obvia. Ele sabia! Como ela também soube provavelmente quando a examinou.Talvez tenha sentido algo, ou encontrou algo totalmente inesperado nela. Ficou imaginando quem mais poderia saber daquilo, mas a única resposta que pensou foi Tsunade. Talvez fosse hora de uma segunda conversa com Sakura, esta bem mais franca.

E também convidá-la para jogar xadrez. Ela o induziu direitinho para que ficasse confuso com aquela situação. Mas ainda achava inacreditável a Kyuubi estar no corpo de Sakura, mas não selada! Porque não tinha interesse em sair? Ou melhor, como ela se mantinha ali? Talvez tenha sido justamente este mesmo pensamento que fez a conselheira ficar consternada quando descobriu. Teria Naruto a domado enquanto ela esteve selada nele? E... se Kyuubi não queria sair de Sakura, porque saiu de Naruto? O rompimento do lacre impedia que ela permanecesse no hospedeiro?

Lembrou-se da vez em que Sakura disse que faltava um cavalo para representar as coisas corretamente. Após pensar nas possibilidades, ele apostou em Yamato, que podia conter a Kyuubi com o mokuton. E quando Sakura disse que ele estava fazendo um serviço para a segurança da aldeia nos últimos quatorze anos, teve a certeza de que a raposa estava envolvida com Sakura de alguma forma. Mas ainda assim não tinha cogitado a questão de não existir um lacre, na verdade pensou que Koharu fazia parte de tudo, e apenas tinha dito que não tinha lacre na hokage para preservar o segredo. Yamato devia estar observando Sakura constantemente, pois sem lacre aquele bijuu poderia se manifestar quando bem entendesse. Mas aparentemente ele nunca o fez.

Nem mesmo quando Tsunade foi assassinada!

De qualquer forma, precisava conversar com Sakura. Ela manteve esse segredo por mais de uma década, arriscando inclusive causar um rompimento nas relações entre os paises. Precisava saber o porque dela correr este risco. Na verdade, precisava também saber o porque de Koharu aparentemente concordar com isso quando soube a verdade.


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Notas finais do capítulo

Eu tentei por tudo em um capitulo, mas o site não está deixando, assim quebrei em 3 mesmo

Só uma explicação, porque sei que vai ter gente que vai achar que estou extrapolando.
— A fic é baseada no manga, mas não vai segui-lo a ferro e fogo.
— Da mesma forma que Kushina podia puxar a Kyuubi de volta ao seu corpo e mantê-la ali com suas correntes de chakra, porque a Kyuubi não pode se manter no corpo de Sakura com as nove caudas dela se enrolando no chakra do hospedeiro?
— Pode parecer que fiz um jogo de meias verdades, fazendo o leitor pensar que A kyuubi estava na Sakura e depois negar e agora afirmar de novo, mas o fato é que NUNCA foi dito que a raposa NÂO ESTAVA na Sakura, apenas que não estava selada nela. Todos subentenderam que precisava ter um lacre para o bijuu estar ali, e eu contei com isso para dar esta surpresa. É preciso lembrar que bijuus tem vontade própria ao contrário de kunais ou outras coisas. Para mim um lacre não é obrigatório para manter um bijuu em alguém, é apenas para que este não escape. Se alguém achar algo no manga que conteste isso, ainda assim a fic permanece deste jeito.
— A resposta de COMO a Kyuubi entrou no corpo de Sakura vai ser explicado no próximo capitulo com a história contada da batalha final de Naruto x Sasuke x Tobi. Mas é a visão de Sakura e ela não viu tudo. Também vai ser explicado porque ela tem olhos de cores diferentes e porque Kyuubi aparentemente não se manifestou quando Tsunade morreu.
— Finalizando, Kyuubi permanece em Sakura por vontade própria, por isso Sakura não precisa de nada em especial para conte-la, pois ela não está fazendo isso. E depois de 14 anos, Sakura e a raposa estão bem adaptadas uma a outra.
— E sim! Quando Sakura falava sozinha, ela estava falando com Kyuubi.

Outras observações:
Eu adiantei algumas coisas, do contrário eu só revelaria a kyuubi no capitulo 40. Descrevo as coisas devagar mesmo.
Não esqueci que não falei nada do jantar de Kiba e Nayuko na casa da mãe. Isso vai ser comentado para a frente.
Ah sim... a pessoa com quem Sakura anda se divertindo não é um mistério, é apenas um problema dela! :P
Os próximos capítulos devem voltar ao tamanho normal.Este ficou bem grande mesmo.