Desaparecida escrita por Pinkie Bye


Capítulo 34
Onde Klívia descobre um segredo inestimado


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoinhas!
Chegamos ao último capítulo, e confesso que estou repleta de emoções. As despedidas sempre mexem comigo.
Espero sinceramente que este desfecho seja do agrado de vocês ♥



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1 ano depois…

Klivia estava montada em sua bicicleta, pedalando pelos sinuosos caminhos do condomínio South Gotham. O sol brilhava forte, destacando as sombras das árvores ao seu redor. Conforme pedalava, a mansão Wayne se ergueu em seu campo de vista, com sua estrutura gótica, exibindo sua fachada imponente em tons de cinza escuro e preto, com três andares distintos. As janelas eram grandes e decoradas com molduras elegantes.

A ausência de Damian na escola naquele dia havia despertado sua preocupação. Estavam no último ano do ensino médio e ele raramente faltava, chegando até mesmo a aparecer em sala de aula com uma febre de quarenta graus em uma ocasião. Além disso, eram ministradas matérias essenciais para o vestibular em sala de aula. Essa situação inesperada a deixou apreensiva.

Foi bem recebida pelos portões da mansão e mesmo não sendo sua primeira vez ali, ainda ficava impressionada com a beleza do lugar. O longo jardim florido e com árvores frutíferas. Ao bater na porta, Alfred a atendeu prontamente, vestido impecavelmente, com sua típica expressão séria.

— Senhorita Winters, há que devo a visita? — perguntou ele, com a voz grave e polida.

— Damian não apareceu na escola hoje, fiquei preocupada, então decidi vim vê-lo.

— Desculpe, senhorita, mas o patrão Damian está fora no momento.

Klivia pressionou os lábios.

— Tudo bem, Alfred, vou esperar. Eu trouxe o caderno de matérias do dia para o vestibular. É realmente importante que ele o receba.

Alfred assentiu compreensivo e lhe deu passagem. Foi direcionada para a sala de visitas.

— Por favor, sinta-se à vontade. Posso oferecer um café enquanto espera?

— Seria ótimo, obrigada. — sorriu agradecida. — E se possível, um pão de queijo também. Estou faminta.

O mordomo anotou e se dirigiu a cozinha.

Enquanto o aroma do café invadia suas narinas, seus olhos se encontraram com os de um adorável dogue alemão. Klivia não conseguia resistir àquela carinha. Com uma bolinha vermelha na boca, ele se aproximou com um olhar cheio de alegria e afeição. Klivia sorriu e acariciou a cabeça de Ace, dizendo:

— Oi, amigão! Como você está hoje? Parece que todos estão muito ocupados por aqui, não é mesmo? Alguém já te disse que você é um cachorrinho muito fofo? 

Ace abanou o rabo e deu um latido animado, como se estivesse concordando com ela. Ele se aproximou ainda mais e encostou o focinho em sua mão. Klivia riu.

— Ah, você quer brincar, é?  — comentou, lançando a bola. — Vamos lá, Ace, traga a bola!

Os dois começaram a brincar, Ace correndo em círculos e perseguindo a bola.

A bola deu uma curvatura e pulou para o outro cômodo. O Dogue a seguiu de prontidão. Winters esperou seu retorno por alguns minutos, porém estranhou a demora.

— Ace? — chamou.

Ela olhou ao redor e percebeu que Alfred ainda iria demorar. Levantou-se e foi à procura do cachorro.

— Ace? Tá tudo bem? — perguntou retórica. Seguiu o corredor até se deparar com um trecho escuro. Ace estava ali, sem a bola, latindo para ela. — Ace, tá tudo bem? Vem cá, garoto!

Ace se aproximou, com o rabinho abanando. Klívia se ajoelhou.

— Tá tudo bem? — Passou as mãos nos pelos do animal. — O que você estava fazendo ali, hein?

Ele abaixou a cabeça e a deixou encostada em sua perna.

— Ei, eu não estou brava, é só que você me deu um sustinho. — Soltou uma risada. Porém, num movimento ágil, o Dogue pegou a bolsa dela com a boca. Antes que pudesse reagir, o cachorro saiu novamente pelo corredor.

— Ace, o que você está fazendo? Devolva minha bolsa! — Klivia exclamou, atônita, enquanto corria, pela segunda vez, atrás do cachorro. — Volta aqui, tenho coisas importantes nela.

Parou, ofegante e observou ele adentrando cada vez mais a escuridão.

— Tem algo que você queira me mostrar? — Ele parou e a olhou. — Então sim é a resposta. Olha, me devolve que eu prometo que vou ver o que quer me mostrar.

Desobediente, lhe deu o rabinho balançando e correu mais adentro. Um acordo não era negociável.

— Tá bom, se quer me mostrar alguma coisa, seja breve.

Klívia o seguiu, e se deparou com um velho elevador industrial. Com cuidado, empurrou as portas do elevador. As engrenagens rangiam. Assim que adentrou, a porta se fechou com um sensor e o elevador começou a descer lentamente, o que a fez dar um pulinho.

Aos poucos, os sons metálicos deram lugar a um ambiente estranho e misterioso.

O elevador deu um solavanco quando parou e as portas se abriram, revelando um ambiente escuro. Ao olhar para cima, viu estalactites pendendo do teto, ao olhar para baixo viu estalagmites se erguendo do chão. Ela se comprimiu contra a parede gelada do elevador.

— Ace, onde você me trouxe? — perguntou, sendo ignorada pelo cãozinho, que apertou sua bolsa com mais força entre os dentes e saiu em disparada mais uma vez. — Que droga, Ace! — murmurou, respirando fundo. 

Seguiu o Dogue e, depois de alguns passos, viu luzes azuis ao longe. Seguiu-as, e em certo ponto, quase caiu de uma longa escada de pedra. Devido a ausência de corrimão, se segurou na parede rochosa e acabou ralando o braço com o impacto.

— Hoje definitivamente não é o meu dia… — sibilou, pressionando a área machucada. Então, ergueu o olhar e ficou estarrecida.

Apesar de estar dentro do que deduziu ser uma caverna, o que via era extremamente tecnológico. Era um espaço pequeno, porém cheio de computadores e monitores gigantes, que refletia tons azuis.

— Que lugar é esse?

Quando percebeu, tinha descido todos os degraus e estava no centro dos monitores. Aquele lugar tinha conquistado sua atenção. O cachorro latiu, lembrando-a de sua presença.

Ele estava perto de vitrines com uniformes engraçados, variando entre as cores pretas e coloridas, tanto masculinas quanto femininas. Foi só naquele momento que ela notou que não se tratava apenas de um andar, mas sim de três. No fundo, perto dos trajes carnavalescos, havia um elevador. O segundo andar parecia se tratar de uma espécie de laboratório, muito mais avançado do que qualquer outro que ela já tivesse visitado.

No monitor do andar onde se encontrava, viu ícones com ilustrações de chave de fenda, halteres, algemas e um microscópio.

Ouviu mais um latino e Ace estava ao seu encalço, deixando a bolsa um pouco babada aos seus pés. Ele se inclinou, esticando as patinhas para frente em um espreguiçar adorável. Klívia queria manter uma postura firme, mas era quase impossível resistir à tamanha fofura.

— Que lugar incrível é esse que você me mostrou, hein amigão? — indagou enquanto abaixada e fazendo carinho entre suas orelhas. — Será que o Dami conhece esse lugar? — Lançou outro olhar ao redor. — Mas tô pressentindo que nós não deveríamos estar aqui.

O animal descansou a cabeça em seu colo, parecendo concordar.

— Venha, vamos indo antes que Alfred note nosso sumiço. — disse ela ao se levantar. Foi impossível não notar algo grande coberto por um pano preto.

Seu interior dizia que ela deveria ir, mas… a curiosidade falava mais alto.

Ace caminhou em direção ao objeto coberto, também curioso. Enquanto se aproximava, ela tentava deduzir mentalmente o que poderia ser.

Seria uma mesa de granito? Ou talvez mais um computador de última geração? Uma metralhadora avançada? Ou até mesmo mais uma vitrine de trajes peculiares? Ou talvez... um monstro?

Colocou a mão sobre o pano..

— Vamos lá, Ace. No três. Um, dois, três!  — E puxou.

Seus olhos se arregalaram de surpresa ao ver uma carroceria negra como a noite, com linhas que combinavam força e elegância, curvas suaves que transmitiam agilidade e velocidade. Os pneus eram robustos, os aros reluziam sob a luz ambiente. As superfícies cromadas estavam meticulosamente polidas. No painel superior, destacavam-se um par de metralhadoras imponentes.

 Seu deslumbramento foi interrompido ao perceber pichações e marcas de sangue na lataria. Por um momento, se lembrou da matéria que seu pai estava lendo no jornal local durante o café da manhã.

Boquiaberta, arregalou os olhos e deu três passos para trás.

Não… Aquele não era um carro qualquer, muito pelo contrário! Ele parecia ser o que Lois Lane, do The Gotham Times, costumava chamar de Batmóvel…


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Notas finais do capítulo

Caros leitores,

Hoje, com uma mistura de alívio e gratidão, venho até vocês para expressar minha imensa alegria por finalmente ter concluído esta jornada de um ano e meio. Escrever esta história foi uma experiência desafiadora, porém incrivelmente gratificante.

Gostaria de começar agradecendo a todos os meus leitores, que estiveram ao meu lado durante toda essa jornada. Seus comentários e apoio constante foram fundamentais para me impulsionar adiante e me inspirar a continuar. Vocês foram a força motriz que me ajudou a chegar até aqui, e por isso sou profundamente grata.

Em especial, gostaria de destacar minha amiga Klívia, a pessoa a quem dediquei esta história. Klívia, seu incentivo incansável e sua presença constante foram verdadeiramente inestimáveis. Você sempre esteve lá, acompanhando cada novo capítulo e me apoiando em todos os meus projetos. Se este história finalmente chegou ao seu desfecho hoje, é graças a você. Sua amizade e apoio foram uma bússola que me guiou através dos momentos mais difíceis e incertos.

Espero sinceramente que tenham gostado de cada página desta história, incluindo este final aberto e um tanto, inesperado.

Enfim, gostaria de encerrar expressando minha imensa gratidão a todos. Obrigada por dedicarem seu tempo para ler minha história, por acompanhar cada capítulo e por compartilhar suas opiniões e sentimentos.

Com carinho, Bia!



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