Unexpected escrita por Starogue


Capítulo 3
Capítulo 3 - O Anjo




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Flash soltou um assobio.

 — Rapaz! Isso é enorme! - ele jorrou impressionado, ao observar por meio das grades grossas do portão de ferro, a enorme estrutura do Instituto. 

Ele nem mesmo sabia da existência deste lugar. E muito menos da existência de mutantes, até alguns minutos atrás.

O Arqueiro Verde foi enviado junto com o velocista. Tendo ordens expressas do Batman, de ''mantê-lo na linha’’. Oliver cruzou os braços, nada impressionado. Afinal, ele tinha propriedades como aquela.

 —  Toque o interfone - o loiro pediu.  —  Ele não vai ser tocado sozinho. 

O velocista localizou o objeto no muro imenso, e apertou o botão.

 — Sim? - veio a voz doce de uma mulher, do outro lado da linha.  —  Em que posso ajudar?

 — Uh - Flash começou incerto.  — Escute moça, isso pode parecer estranho. Mas fomos enviados pelo Batman - ele olhou diretamente para uma câmera.  —  Flash e Arqueiro Verde. E posso assegurar, que somos autênticos. Não cosplayers. Viemos falar com o Xavier.

 —  Por favor, aguarde - a mulher solicitou.

Segundos depois, houve um barulho de destrave e o portão se abriu.

 — Damas primeiro - o velocista ofereceu um grande sorriso dentuço, para o Arqueiro.

Oliver apenas lhe mostrou o dedo. E  não foi o dedo polegar, muito menos o dedo indicador.

Os meninos entraram. Enquanto caminhavam pela a vasta entrada da propriedade, o loiro olhou de soslaio para o speedster. Flash observava tudo interessado. Bom, Oliver meditou. Pelo menos, ele não tinha aquele sorriso demente, que indicava que fantasiava.

Ao chegar perto de uma fonte, adornada com a escultura de um anjo, os heróis notaram uma bonita mulher africana, de  longos cabelos brancos.

 —  Boa tarde - a mulher se aproximou, com um sorriso gentil. Era a mesma voz do interfone.  — Eu sou Ororo. Por favor, me acompanhem. Vou levá-los até Charles.

Ororo se virou e começou a caminhar. Os heróis se entreolharam e logo, a seguiram.

Após caminhar, e subir degraus, eles finalmente adentraram a mansão. O interior, era possivelmente maior do que o exterior fez parecer. Os pilares de mármores, o grande teto, as inúmeras escadas. Era impressionante. Pelo menos, Flash achou.

— Charles está no escritório - Ororo comunicou e voltou a andar. Os meninos da Liga, seguiram atrás.

— É tranquilo aqui - Flash comentou depois de um tempo, quebrando o silêncio. Para uma escola cheia de crianças e adolescentes, ele esperava gritos, barulho, algazarra. Mas quanto mais eles andavam, e mais ele observava os arredores da mansão, o casarão continuou, silencioso.

— Aqui costuma ser tudo, menos tranquilo - Ororo disse. Ela olhou por cima do ombro, e sorriu para o herói. — A maioria das crianças foi ao cinema do shopping. - A X-men retornou o foco para a frente. Ela, enfim, parou próximo a uma porta de carvalho. — Charles - ela chamou.

— Entre - veio a resposta, do interior do escritório.

Tempestade agarrou a maçaneta, e abriu a porta. Ela concedeu passagem, permitindo que os rapazes entrassem.

Flash e Arqueiro Verde entraram, e se depararam com um homem careca de meia idade numa cadeira de rodas, atrás de uma mesa longa. Ao lado dele, havia um homem peludo azul.

Os membros da Liga piscaram surpresos. Gratos por a máscara esconder seus olhos. No entanto, a reação inicial de surpresa lentamente se dissipou. E eles ficaram com um, ‘’ok’’. É esquisito, mas ‘’ok’’! Afinal, eles conviviam com um autêntico marciano verde! E em sua linha de trabalho, eles já tinham visto de tudo um pouco. O Papai Smurf grandão era só mais um.

Tempestade suavemente fechou a porta, e os deixou.

— Por favor, sentem-se - o Professor pediu educadamente, e apontou para duas cadeiras na frente de sua mesa. — Eu sou Charles Xavier - ele se apresentou. — E esse ao meu lado, é o Dr. Hank McCoy.

Fera lançou um sorriso amigável para os rapazes.

— Arqueiro Verde, e Flash - Oliver fez as honras. — E se você não se importa, preferimos ficar de pé - o loiro colocou a mão no braço do velocista escarlate, impedindo sua intenção de sentar.

Tendo sido avisado de antemão por Batman, da habilidade telepática de Xavier, o Arqueiro estava apreensivo. E preferia ficar o menor tempo possível, na presença enervante do homem desconhecido, que podia vasculhar mentes.

— Como quiser - Xavier respondeu, entrelaçando os dedos das mãos. Ciente de que seu dom, podia gerar desconforto. — Como posso ajudá-los?

— O Anjo - Oliver foi direto ao ponto. — Batman nos mandou para saber mais sobre esse cara. Ele por acaso, é um dos seus?

Xavier trocou um rápido olhar com Hank. Eles estavam certos, quando presumiram que a atividade heroica do menino, atrairia atenção. E pelo o visto, não foi só a de Eric.

— Sim - o telepata confirmou. — O Anjo é um mutante. Mas não creio que ele possa ser um problema. Acredito que sem a supervisão adequada, ele pode atrair problemas. 

Flash se moveu pelo escritório, como uma criança inquieta. Oliver, entretanto, permaneceu atento a Charles.

— Se importa em ser mais específico? - o velocista perguntou, espiando uma coleção de livros numa estante. — É que o Morcego neurótico, tem essa tendência compulsiva de controle, onde ele tem que saber de tudo - ele divagou. — Bats tem esse profundo problema de confiança - ele pegou uma bugiganga esquisita, e a ergueu. Ele não fazia ideia, do que diabos era o troço. — Você sabia que ele conhece uma maneira de derrubar cada membro da Liga, caso um de nós migre para o lado sombrio da força?

Não. Charles não sabia. Mas não duvidou da veracidade da informação. Pelo o que ele aprendeu no seu último encontro com Batman, era que o vigilante, era dono de uma psique turbulenta. E possuía uma personalidade complexa. O Professor deu um aceno para Hank. Não havia necessidade de manter sigilo. Afinal, essas pessoas eram heróis. E Batman, descobriria de qualquer maneira.

Fera abriu a gaveta inferior da mesa de Charles, e retirou um papel. Ele o depositou sobre a mesa.

— Quando eu mencionei atrair problemas - Xavier explicou. — Me referi a Magneto. Ele é um mutante, que acredita que nossa espécie é superior aos humanos. Eric sempre tenta recrutar novos mutantes. Seus modos de persuasão podem ser inclusive violentos - o Professor ponderou. — Talvez, por isso Batman estivesse preocupado. Provavelmente, ele temia que o menino pudesse ser influenciado e se juntasse ao time de Magneto. Eles sim, necessitam ser monitorados.

— Nesta manhã - Hank pronunciou. — Charles enviou dois de nossos alunos e um de nossos instrutores, para localizar o Anjo em Nova York. Por sorte, eles conseguiram intervir bem a tempo, quando Magneto fazia o uso da força, numa catedral depois que o menino o rejeitou.

O Professor deslizou o papel sobre a mesa, em direção a Oliver. 

— Esse é o Anjo.

O Arqueiro Verde se aproximou e o observou. O Queen arregalou os olhos por trás da máscara, surpreso. Ele conhecia o menino loiro, da foto impressa. Tratava-se do filho, de um dos figurões da alta sociedade.

— Worthington?

O barbudo sentiu uma corrente de ar, e do lado dele, estava Flash analisando a foto.

— Me parece familiar - o speedster comentou vago, com os dedos sob o queixo.

— Porque é. Você já deve tê-lo visto no jornal, ou na televisão - Fera ajudou. — Ele é filho do dono da Worthington Enterprises, Warren Kenneth Worthington III.

A lâmpada foi acesa na cabeça de Flash.

— Não me lembro de vê-lo com asas no jornal.

—Isso é porque em suas aparições públicas, ele sempre está com um sobretudo - o Arqueiro respondeu, lembrando que todas as vezes, que cruzou com o rapaz em eventos da alta sociedade, ele usava um casaco longo. — Então Warren tem asas, e bancou o super-herói.

— Sim - Charles confirmou. — Warren, é de fato um mutante.

Os meninos voltaram a observar o Professor. Bem, precisamente Oliver observou. Porque Wally, notou na janela atrás do careca, alguém familiar para ele, se movendo pelo o gramado do jardim. Flash estreitou os olhos em concentração, tentando desvendar se sua mente estava lhe pregando uma peça.

— Como Hank disse - Xavier falou. — Dois de meus alunos, e um instrutor que se chama Logan, salvaram Warren mais cedo, da tentativa de Magneto de recrutá-lo à força. Eles ofereceram ao menino, o convite para se juntar a nós no Instituto. Fui informado que Warren aceitou o convite. E de que ele está vindo, junto com os meus alunos. Lhes asseguro, que ele é um bom menino, e que ele só precisa da supervisão adequada.  E estou disposto a ser esse supervisor.

O telepata parou e estudou a expressão dos heróis. A do velocista em particular, lhe chamou a atenção. O rapaz parecia congelado, a boca aberta, e ele não parecia que estava respirando. 

— Você está bem, Flash? - o mutante questionou, preocupado.

Com isso, Oliver olhou o amigo com o canto do olho. Tendo presenciado em primeira mão as ‘’escapulidas’’ de Flash nos últimos dias, ele se acostumou com as ‘’viagens.’’ O loiro acenou com a mão, dispensando a preocupação de Charles.

— Ignore ele. Ele não tem agido como uma pessoa sã nos últimos dias - Oliver parou e coçou a barba. — Se bem, que não me lembro de um único dia, em que ele já tenha sido completamente são.

E Wally, só comprovou que sua sanidade, não era lá essas coisas. Ele lentamente, saiu do modo ‘’off’’, e voltou para o modo ‘’on’’. Então, sua boca escancarada se esticou nos lados, e formou um sorriso radiante. Ele soltou uma risada borbulhante. E num rompante, jogou as duas mãos para o alto em comemoração, e deu uns passinhos malucos, de dança.

— O que no mundo? - McCoy perguntou perplexo, ao levar a mão ao coração.

Os outros dois, assistiam o velocista, pasmos, confusos e até assustados.

Charles levou repentinamente as mãos às têmporas. Tendo sua mente agressivamente, invadida por imagens. Imagens, provenientes da mente do jovem herói exultante. Não é que ele bisbilhotasse, mas Flash em seu estado de alegria exacerbada, inconscientemente projetou.

— Rogue - o Professor murmurou genuinamente, surpreso. Sua aluna mais antissocial, tinha compartilhado um momento com o herói, naquela viagem escolar de Central City. Desde então, Rogue tinha se tornado a fixação romântica do velocista. E o motivo de seu ‘’surto’’, era porque ele finalmente, a ‘’encontrou.’’

— Tudo bem, Shakira - Oliver cauteloso, pôs a mão no ombro do amigo. — Chega de Waka Waka. Você já nos assustou o suficiente por hoje.

O ruivo cessou a sua dança feliz maluca, e se tornou consciente do seu redor. No momento em que ele constatou que a garota no jardim, era de fato real, e não uma alucinação produzida por sua mente criativa, tudo tinha se dissipado. E ele em êxtase, tomado por uma alegria vertiginosa, expressou todo o contentamento e felicidade que sentiu, por finalmente tê-la achado.

— É ela! - Wally exclamou animado, e num piscar de olhos, ele estava com o rosto e com as mãos coladas no vidro da janela enorme, atrás de Charles.

— A futura sra. Flash? - o Arqueiro balbuciou incerto. No entanto, a incerteza foi embora. E se transformou em certeza, quando ele viu Wally soltar um daqueles suspiros sonhadores profundos ridículos.

Oliver se aproximou da janela, e se juntou ao ruivo. Hank também foi. McCoy se considerava inteligente, um gênio até. Mas ele admitia que estava meio perdido aqui.

— Rogue? - o mutante peludo azul sussurrou, ao ver a menina lá embaixo.

— É o apelido dela? - o Arqueiro Verde perguntou, ao observa-la também.

— Sim - Xavier respondeu, ao girar a cadeira de rodas. — Ela é nossa aluna, e uma de nossas residentes.

Wally descolou a cara do vidro.

— Rogue - ele saboreou o apelido, e sorriu como um pateta. Em seguida, ele se afastou da janela e dos homens. Eles, no entanto, seguiram seu movimento, curiosos.

Flash apontou com o polegar por cima do ombro, para a porta fechada do escritório.

— Meu futuro está lá embaixo me esperando - ele sorriu amplamente, com a sua habitual confiança de sempre. Ele focou em Oliver. — Você vai ter que ir embora sem mim. Reporte ao Morcego rabugento o que descobriu.

Então ele se virou, e vibrou o corpo. E passou pela porta sólida, ainda fechada.

 O silêncio dominou o escritório.

O Arqueiro Verde por fim, suspirou. Ele pegou a foto impressa de Warren de cima da mesa. Que Wally, resolvesse sua vida amorosa. Talvez, uma mulher o fizesse ser menos maluco.

— Obrigado por tudo - o barbudo se dirigiu rumo a porta. Ele apertou o comunicador do ouvido, pronto para chamar J’onn J’onzz, para teletransporta-lo de volta para a torre da Liga.

— Não há de quê - Xavier disse.

E o herói saiu do escritório, fechando a porta atrás de si.

Hank se apoiou na mesa. Ele retirou os óculos do rosto, e esfregou as pálpebras.

— Me corrija se eu estiver errado, Charles. Mas o jovem Flash, parece ter uma queda pela a nossa Rogue.

O Professor X abriu um sorriso. Pelo o que ele tinha obtido da mente do jovem, a atração, era de fato genuína. Talvez ele fosse o que era necessário, para que Rogue sorrisse mais. Flash era um pouco impulsivo, descontraído. Mas sem sombra de dúvidas, um bom menino.

Xavier entrelaçou os dedos das mãos, e sorriu para McCoy.

— Você não está errado, velho amigo. E tenho a sensação, de que a partir de hoje ele se tornará um visitante regular.

x-x-x-x-x

 

Rogue estava sentada na grama do jardim. As costas escoradas no tronco grosso, de uma árvore. A garota tinha um bom romance gótico, de Anne Rice em suas mãos. 

Rogue virou a página do livro, Lestat estava tentando convencer Louis de que ser um vampiro era a coisa mais incrível do mundo. 

Uma leve brisa, esvoaçou o seu cabelo. Mas a jovem ignorou. Porque nesta tarde, o vento estava soprando ocasionalmente mesmo. Então, nada de incomum aí.

O incomum, foi o, ‘’oi linda’’ que ela escutou.

A garota estreitou os olhos. Ela os retirou do livro, e olhou para cima. E ao fazê-lo, seus olhos se arregalaram, quando viram um Flash sorridente, de pé com as mãos na cintura, em sua frente.





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