Missão de Aniversário escrita por Lola Royal


Capítulo 1
Capítulo Um


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Hoje é meu aniversário e eu não podia deixar de postar algo especial, Missão de Aniversário terá duas partes e a segunda será postada no dia 22.
Boa leitura, bebês.



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Eu amava Bella. Amava a risada dela, amava suas panquecas, amava como ela me enviava vários vídeos de gatos sendo fofos, amava a forma como ela sempre parecia saber o que eu estava sentindo, amava passar os domingos assistindo programas de reforma ao seu lado, amava até quando me forçava a comer brócolis. 

Só tinha uma coisa que não gostava em Bella, ela ter me convencido a ir a uma apresentação de coral da sua filha em plena sexta-feira. Com certeza preferiria estar jogando cartas com meus amigos, tomando uma cerveja e comendo um hambúrguer cheio de bacon.

— Obrigada por ter vindo, amor! — Bella agradeceu mais uma vez, enquanto esperávamos a apresentação começar no pequeno auditório da escola onde a filha dela estudava.

— Claro. — Forcei um sorriso. 

Bella sorriu, sem precisar forçar, então apoiou sua cabeça em meu ombro. Beijei o topo de sua cabeça, demorando meus lábios sobre seus fios castanhos e ondulados.

— Como foi no trabalho hoje? — perguntou.

Eu era detetive de polícia em Seattle, trabalhava na mesma delegacia em que o pai de Bella era o capitão. Foi assim que nos conhecemos, belo dia eu estava na sala dele quando ela apareceu, estava levando um pote cheio de biscoitos para o Chefe Swan, fazia pouco mais de dois meses que ele tinha começado a trabalhar ali.

Bella brincou e disse que eu poderia comer alguns biscoitos, mas quando fiquei sabendo que eles tinham amora eu neguei na hora, era alérgico. Alguns dias depois ela voltou, com mais biscoitos, um pote grande para o pai e um pequeno para mim.

Não tem amoras nesse, detetive. Apenas o bom e velho chocolate ela tinha dito.

Agradeci, meu colega de trabalho, Benjamin, fez uma piadinha sobre eu convidar a moça para um encontro logo. E iria fazer isso, mas Bella corou e foi quando recebeu uma mensagem, saiu rapidamente dizendo que precisava resolver um assunto importante em casa. 

Minha irmã mais velha, Tanya, também ficou sabendo sobre os biscoitos. Ela namorava Leah que trabalhava comigo, as duas fofocaram e me convenceram a procurar por Bella. 

Foi assim que acabei usando minha conta no Instagram, que só tinha uma foto desde a criação cinco anos atrás e fui falar com a filha do capitão. Encontrar o perfil dela na rede social foi fácil, Bella trabalhava com criação de sites, então o Instagram era um dos meios que tinha de divulgar seu trabalho.

Mandei mensagem, falando que estava pensando nela e perguntando se poderíamos sair qualquer dia. Sua resposta foi…

swanbella: eu gostaria muito, mas preciso te avisar desde já que tenho uma filha de 6 anos, isso seria um impedimento pra você? 

Eu não tinha filhos, nem contato com crianças. A maioria dos meus amigos era da polícia e adiavam a ideia de ter filhos, Tanya não queria ter, Irina e Kate, minhas irmãs mais novas, ainda estavam em outras fases de suas vidas, uma focada nos estudos e a outra focada em seus dramas adolescentes.

Então, quando Bella falou da filha, hesitei. Nem sabia se eu queria ter filhos um dia, minha profissão era uma loucura. Entretanto, era só uma criança, não um monstro de sete cabeças.

edwardcullen: não é um problema.

Nós combinamos de jantar, na véspera do encontro Charlie Swan deixou um bilhete na minha mesa.

“Eu ensinei Bella a derrubar um homem no chão, não brinque com ela!”

Ele estava certo, tinha mesmo ensinado Bella a derrubar um homem. Depois do jantar nós fomos para meu apartamento, não conseguimos sair da sala de estar, ela montou em mim no chão, enquanto segurava uma taça de vinho e desabotoava minha calça.

Eu gostei de você, Edward — ela falou naquela noite e me beijou mais uma vez. — Vamos ser rápidos, tá? A babá cobra uma fortuna.

Foi rápido, mas intenso e tão bom!

Depois daquele dia não paramos de nos falar, mensagens no meio do expediente, ligações no horário do almoço. Também nos encontramos diversas vezes, jantares, cinemas, meu carro no meio de uma tarde, meu apartamento, nunca o dela.

Bella dizia que não queria impor minha presença a sua filha, eu entendia, ela queria ter certeza de o que éramos um para o outro antes de me levar para conhecer a pessoa mais importante do seu mundo. Isso não mudou quando a pedi em namoro, duas semanas depois de começarmos a sair. Não mudou até termos três meses de namoro, já conhecia os amigos dela, sua mãe, seu irmão caçula e sua cunhada, os amigos e alguns colegas de trabalho, menos a filha. Conheci até o apartamento dela, em uma noite que a garotinha foi ficar com os tios. Entretanto, fui convidado para o aniversário do Capitão e Bella me apresentaria a Alice ali.

Ou melhor…

Sou Mary Alice Swan Volturi! — a garotinha exclamou ao se apresentar quando Bella nos colocou frente a frente. — Você é o namorado secreto da minha mamãe?

Bom, acho que não sou mais secreto — murmurei, minhas mãos suavam, estava nervoso de conhecer aquela menina. Tinha medo da garota não gostar de mim e Bella me largar. 

A menina era muito parecida com a mãe, pele branca, cabelos escuros, narizes arrebitados, só que os olhos da minha namorada eram castanhos e os da filha dela azuis. 

Hum, entendi. — Alice apoiou as mãos na cintura, ela tinha feito 7 anos durante aqueles meses do meu namoro com Bella. Naquele domingo, no churrasco de aniversário do avô, estava usando uma roupa muito rosa, um macacão, blusa, sapatilhas, tudo da mesma cor, até as ligas que prendiam as suas tranças também eram cor de rosa. — Você não penteou seus cabelos, não?

Bella gargalhou, eu paralisei. A garota era difícil. Passei a mão por meus cabelos, que como sempre estavam bagunçados.

Eu tentei — sussurrei. — Gostei do seu penteado, Mary.

Só meu pai pode me chamar de Mary — a menina disse. — E você não é meu pai, agora vou brincar com o filho da vizinha, ele trouxe um Nintendo Switch. Tchau, mamãe!

O namoro continuou, mas mudou. Com Alice sabendo de mim eu a via com certa frequência. Algumas vezes ela me dava nos nervos, quando tinha suas birras infantis, mas conversando com minha mãe ela me lembrou das minhas birras e eu aguentei firme.

Sempre que estava com Bella e Alice enchia  a paciência, eu respirava fundo e deixava a mãe dela domar a ferinha, minha namorada era boa nisso. Algumas vezes a garota disse em alto e bom som que não gostava de mim, da primeira isso me deixou mal, mas Bella explicou:

Ela não te odeia, você não é o problema, ela só se sente mal por não ter o pai presente.

Eu nem podia imaginar como era não ter um pai presente, sendo assim nem ligava mais quando Alice dizia me detestar. Apenas deixava ela se acalmar com a mãe e depois lhe dava um grande pote de sorvete de creme, que era o favorito de nós dois.

Você vai conquistar ela e fazer a menina acabar diabética — Bella falou uma vez, mas sorriu e beijou minha bochecha. 

Dois meses e algumas semanas após eu conhecer Alice, lá estávamos nós na apresentação do coral dela. Aos poucos a menina ia aceitando mais minha presença, aquela noite era até fundamental para isso, segundo Bella sua filha ia adorar me ver ali a apoiando.

— Foi bom, peguei um caso de triplo homicídio — respondi a pergunta de Bella, que estremeceu junto a mim.

— Credo, Edward — reclamou.

— Perdão. — Eu ri e afaguei suas costas. 

— Quem diria, acabei namorando um policial. — Ela bufou. — Freud deve explicar isso.

— Eca, você está apaixonada por uma cópia do Capitão — brinquei, ela revirou os olhos. 

— Você pelo menos não tem aquele bigode horroroso.

— Prometo nunca deixar o bigode.

— Obrigada, amor. — Beijou meus lábios rapidamente.

— Ei, eu te amo — sussurrei e acariciei seu rosto, Bella sorriu. Os primeiros eu te amo tinham sido ditos semanas antes de eu conhecer seu mundo por completo.

— Também te amo, mesmo que você seja fruto de algum transtorno psicológico da minha cabeça.

Daquela vez eu gargalhei, ela me beijou de novo, mas logo nos afastamos. A apresentação ia começar, Bella pegou seu celular da bolsa e começou a gravar.

— Olha minha bebezinha! — exclamou emocionada. — Ela canta tão bem.

Bella amava muito a filha, porque só assim para achar aquilo. Alice era péssima!

Por isso deviam ter colocado ela na parte de trás do coral, eu tinha a escutado cantando antes e podia afirmar que a garota causou danos ao meu ouvido.

— Ela não é maravilhosa, Edward?

Porém, era claro que eu não falaria aquilo para a mãe dela.

— Uma excelente cantora — declarei, agradecendo por Bella não estar olhando para mim ou veria a careta que eu não consegui esconder.

xxxx

Depois da apresentação fomos para uma pizzaria, Alice estava calada, o que era muito atípico, e só comia porque Bella prometeu que as duas iriam ao cinema no dia seguinte. Só elas.

— Sinto muito se sua noite foi chata — Bella murmurou quando chegamos ao apartamento dela, Alice tinha ido ao banheiro e estávamos sozinhos na sala. Eu ainda carregava o assento do banco de carro da garota, Bella nunca a deixava andar sem isso e me obrigava a colocar toda vez que usávamos meu carro. — Aro prometeu para ela que iria.

Alice era filha de Bella com Aro Volturi. O homem foi professor da minha namorada durante a faculdade, eles tiveram um relacionamento duplamente proibido, pela questão de professor e aluna, mas também por Aro ser casado e muito mais velho.

Eu nunca tinha visto Aro pessoalmente, mas sabia que ele visitava a filha de vez em quando, bem de vez em quando. Ele ainda era casado com a mesma mulher, tinha três filhos com ela, mais velhos que Alice, e segundo Bella a única coisa que fazia direito como pai da sua filha era pagar a pensão.

— Suspeitei que ele não iria, como sempre acaba faltando. — Bella tirou seus tênis, ela não era uma mulher de saltos. — E com meus pais na Califórnia e meu irmão atolado de trabalho, pedi para você ir e dar essa forcinha para Alice. — Eu ouvia a vontade de chorar na voz da minha namorada. — Sério, desculpa pela noit…

Eu a calei, toquei seu rosto com a mão livre e sussurrei:

— Bella, estou bem. E eu lamento que o pai da Alice seja um idiota.

Ela assentiu.

— Você é a melhor mãe do mundo, tá? — Bella sorriu. — E Alice te ama, pode não ter Aro presente, mas tem você e sua filha sabe disso, vai crescer sabendo que você é incrível.

— Mas é cansativo ser o dobro — murmurou. — E tão triste, me sinto culpada por ela ser largada de mão assim por ele, queria que minha filha tivesse um bom pai. 

Eu comecei a pensar sobre nosso futuro, talvez Bella e eu tivéssemos fil…

— Vamos assistir algo depois de eu fazer Alice dormir? Ainda tá cedo e amanhã você tá de folga, né?

— Tô sim. Quer que eu vá ao cinema com vocês?

— Acho que Alice vai preferir um dia só comigo.

— Entendo, vou ligar para o Benjamin, talvez ele troque de turno comigo e eu fico livre no domingo. Ai nós dois podemos aproveitar o dia juntos já que na segunda no seu aniversário estaremos trabalhando, o que me diz?

Bella faria 28 na segunda-feira, era três anos mais nova que eu.

— Uma boa ideia, vou ver se mando a pequena pra casa do Emmett e a gente vai para seu apartamento encher a cara de vinho e trepa…

— Mamãe! — Alice chamou do corredor.

 — Tô indo! — gritou de volta. — Então, vamos deixar o nosso filme para domingo?

— Beleza. Isso está entregue. — Guardei o assento no armário perto da porta. — Vai colocar ela para dormir, vou pra cozinha tomar o sorvete de creme que sei que tem enquanto tento falar com o Benjamin.

— Certo. — Bella beijou minha bochecha e foi atrás da filha.

Na cozinha acabei me distraindo, enquanto tomava sorvete fiquei lendo as mensagens que Irina tinha me enviado. Minha irmã estava, aparentemente, apaixonada por um amigo e me achava o mais sensato da família para compartilhar aquela informação.

— Edward, Alice veio dar boa noite! — Bella apareceu na cozinha, acompanhada da filha que vestia um pijama com estampa de ursos.

— Por que ele pode tomar sorvete a essa hora e eu não, mãe? — Alice questionou.

— Porque ele é um adulto, filha.

— Hum, sei — Alice resmungou.

— Dê boa noite, filha — Bella pediu.

— Boa noite, Edward. Não tome todo o meu sorvete!

Tive de rir.

— Pode deixar, ficou bastante pra você.

— Ok.

O celular de Bella, em algum lugar fora da cozinha, tocou. Ela deixou Alice ali e foi atender.

— Você vai dormir aqui? — a garota questionou, estava bem desconfiada.

— Não, vou para minha casa daqui a pouco.

Eu nunca tinha dormido no apartamento de Bella com Alice lá, a menina ainda fugia para a cama da mãe algumas noites. Minha namorada não achava que estava pronta, nem a filha, de tirar a permissão de Alice ir ficar com ela.

— Entendi. — Alice assentiu.

Bella voltou, parecia bem chateada com algo.

— Alice, precisamos conversar, amorzinho.

— O que foi?

— Você terá que ficar com uma babá amanhã, podemos ir para o cinema outro dia.

— Por quê? — Alice perguntou quase chorando.

— Um dos sites que eu fiz está com um grande problema, eu terei que passar o dia trabalhando amanhã. É o site da tia Angela, lembra dela?

— Sim. — Alice fungou, mas ainda não chorava.

— Pois é, a tia Angela quer que eu vá lá no escritório dela amanhã, iremos passar o dia trabalhando nisso juntas. Mas eu prometo que estarei aqui de noite, se você ainda estiver acordada podemos assistir um filme por aqui mesmo.

— Tá — Alice falou, mas não parecia nada contente. — Mas não quero ficar com a babá.

— Filha, seus tios também estarão ocupados amanhã e seus avós só voltam para Seattle de noite. Pode colaborar com o trabalho da mamãe e ficar com a babá?

— Quero ficar com o Edward — Alice falou, fazendo com que Bella e eu ficássemos em choque.

— Você quer? — minha namorada perguntou incrédula.

— Quero. — Alice sorriu para mim. — Vamos ao cinema, Edward?

Não!?

Bella olhou para mim, menos em choque e mais esperançosa.

— Isso seria uma boa, querido. Vocês podem se divertir bastante.

Talvez!?

— Tudo bem — me vi respondendo.

Mãe e filha sorriram.

— Decidido, você fica com o Edward amanhã, Alice.

— Eba! — a criança comemorou, isso era suspeito.

Bella se aproximou de mim e sussurrou em meu ouvido.

— Estou te deixando ficar com ela porque confio em você, mas se trair minha confiança e algo acontecer com a minha filha eu vou te matar, vai cuidar direito dela, Cullen?

— Claro que vou — respondi.

— Excelente, não esquece que meu pai tem armas e eu posso facilmente roubar elas para ir atrás de você — ameaçou, beijou minha cabeça e me olhou toda sorridente. — Vou ligar para Angela e dizer que está tudo certo para amanhã. Alice já te coloco na cama.

Ela voltou a sair da cozinha e sua filha disse para mim:

— É o seguinte, tenho uma missão de aniversário para você. Faremos uma festa surpresa para a mamãe.


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Notas finais do capítulo

Beijinhos.
Lola Royal.
19.11.21



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