Pokemon - Pink Ribbon escrita por Benihime


Capítulo 7
Capítulo 7 - O Pokemaníaco




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A jovem morena com um Metapod laranja nos braços bufou, já cansada. Havia passado pela famosa Ponte Nugget e pela longa rota que levava até a casa de Bill, o renomado maníaco pokemon. No meio disso tudo, sua Caterpie recém-capturada evoluíra antes que percebesse.

— Qual é, Zumi. — Ryan provocou. — Deixe de ser mulherzinha e pare de reclamar. Já estamos quase chegando.

— É fácil falar. Não foi você quem enfrentou todos os treinadores com quem cruzamos no caminho.

— Porque eu não preciso treinar para enfrentar uma líder de ginásio. — O loiro rebateu. — Sua bebê chorona.

— Vá pro inferno, Ryan.

— Ei, vocês dois. — O garoto moreno chamado Uzui interferiu, antes que ambos começassem uma briga. — Olhem lá, já dá pra ver a casa.

— Tem certeza que Bill sabe que vamos visitá-lo? — Kazumi inquiriu. — O professor Carvalho o avisou mesmo?

— Foi o que ele me disse.

— E você não entendeu errado?

— Claro que não. — Ryan bufou, ofendido. — Tenho cara de idiota, por acaso?

— Não só a cara. — A morena rebateu acidamente. — Você é um idiota completo.

— Vá se danar, Kazumi!

— Ei, chega. — Uzui, sempre o pacificador em momentos como esse, apartou. — O que o Bill vai pensar se vir vocês discutindo como dois bebezinhos? Tentem se comportar!

Kazumi grunhiu baixinho. Detestava quando seu irmão gêmeo tinha razão. De qualquer forma, os dois rivais cederam. Sendo o mais calmo e bem educado do trio, Uzui foi o escolhido para bater à porta. Não houve resposta.

— Aposto que o Bill não está em casa. — Kazumi disse. — O professor deve ter esquecido de avisar sobre nós.

— Cale a boca, Zumi. — Uzui sibilou em resposta. — Estou ouvindo alguma coisa lá  dentro. Uh ... Senhor Bill? O senhor está em casa?

Houve uma pancada seca dentro da casa e não muito depois a porta foi aberta por um Oddish, que a segurou para o trio com seu Chicote de Vinha, ostentando um largo sorriso de boas-vindas.

— Owwwn! — Kazumi exclamou, se ajoelhando para acariciar a cabeça folhosa do Pokemon Erva. — Você é muito fofo!

— É uma garota, na verdade. — Uma voz masculina disse de algum cômodo mais para os fundos. — Mas obrigada. Ela adora elogios.

A Oddish, obviamente conquistada pelo carinho e pelo elogio, pulou para o ombro de Kazumi. A menina simplesmente riu.

— Você é o senhor Bill? — Uzui perguntou. — Desculpe aparecermos assim ...

— Não precisa ser formal, rapaz. Só Bill está ótimo. — Bill respondeu. — E não se preocupe, eu não me importo em receber visitas. Vieram ver minha coleção de pokemon?

— Hum ... Sim, isso mesmo. — Dessa vez foi Ryan quem respondeu. — Podemos entrar?

— Claro, rapaz, claro! Mostre o caminho a eles, sim, meu bem?

A Oddish empoleirada no ombro de Kazumi saltou com leveza para o chão, estendendo seu Chicote de Vinha para enrolá-lo ao redor do pulso esquerdo da garota.

— Pelo jeito é para irmos com ela. Vamos, meninos.

O trio foi guiado até o que parecia ser o último cômodo da construção, bem nos fundos da casa, onde a voz de Bill os convidou para entrar. Ao empurrar a porta, Kazumi soltou um gritinho de surpresa. Ali, à sua frente, estava uma Clefairy gigante.

— Assustei você, mocinha? Me desculpe. — O pokemon gigante disse na voz de Bill. — Eu estava pesquisando e acabei preso nessa fantasia ...

— Peraí! — Ryan interrompeu, atônito. — Isso é uma fantasia de pokemon?!

— Pode apostar, meu rapaz. — Bill respondeu orgulhosamente. — O problema é que agora não consigo sair dela.

— Eu ... Ah ... Eu posso dar uma mãozinha. — Kazumi ofereceu. — Se o senhor quiser.

— Seria ótimo! Muito obrigada, mocinha!

— Por ... Por nada. — A menina gaguejou em resposta, ainda não totalmente refeita do susto de encontrar o que parecia ser um pokemon gigante.

Bill a instruiu sobre onde encontrar o zíper nas costas da fantasia e em poucos segundos uma cabeça masculina com cabelos castanhos bagunçados surgiu entre o tecido amarfanhado. O próprio Bill terminou de tirar a extravagante vestimenta, revelando um corpo esbelto e um tanto desajeitado vestido com jeans e camisa verde-claro.

— Muito, muito obrigada! — O maníaco pokemon sorriu calorosamente. — Qual é o seu nome, mocinha?

— Kazumi. — A morena respondeu. — E estes são meu irmão Uzui e nosso vizinho Ryan.

— É um prazer, meninos.

Bill estendeu ambas as mãos, cumprimentando os dois ao mesmo tempo. As três crianças foram logo absorvidas pela imensa coleção de fotos, artigos, pelúcias e a incrível Pokedex quase completa de Bill. Uzui, cujo sonho era justamente se tornar um pesquisador pokemon, logo olhava para o homem de cabelos castanhos como se este fosse um herói. Conversaram por tantas horas que, quando enfim se deram conta, já estava anoitecendo.

— Minha nossa! — Uzui exclamou, vendo pela janela o céu tingido pelo laranja do pôr do sol. — É tarde. Temos que ir logo se quisermos chegar ao Centro Pokemon antes de escurecer.

— Por que não ficam aqui esta noite? — Bill sugeriu gentilmente. — O sol vai se pôr logo e é uma caminhada perigosa até Cerulean no escuro.

— Tem certeza, Bill? — Kazumi inquiriu. — Não queremos incomodar.

— De forma alguma. — O maníaco pokemon declarou calorosamente. — Afinal, fui eu quem os segurou aqui até agora.

— Obrigada, Bill. — A menina morena sorriu. — Você é o máximo.

Bill corou violentamente e os convidou a sair para o jardim, pois tinha algo a mostrar. O trio obedeceu e perderam o fôlego ao saírem para o ar fresco daquele final de tarde.

O céu estava azul, tingido com estrias laranja e de tons pastéis pelo pôr do sol. A luz do astro que se punha fazia a própria atmosfera parecer dourada. Nesse céu multicolorido, com suas asas brancas parecendo se tornar quase iridescentes na luz do poente, voava um grupo de Butterfree.

— Isso são ...

— Sim, são Butterfree. — Bill completou. — A evolução final de Metapod. Esse grupo passa por aqui todas as tardes, achei que gostaria de vê-los. Olhe aquele lá em particular, no meio do grupo. Consegue vê-lo?

A menina teve que se esforçar, mas enfim o localizou: um espécime maior do que os outros, com pernas e pés de um lindo tom de cor de rosa e olhos verdes que brilhavam como joias.

— Aquele lá tem cores diferentes!

— É um Butterfree brilhante. — Bill explicou. — E a evolução do seu Metapod.

— O que?! Quer dizer que a minha Metapod ...

— É um pokemon brilhante. Isso mesmo. — O maníaco pokemon completou com um sorriso. — Eles são bem raros. Dizem que ter um traz boa sorte.

— Legal! — Kazumi exclamou. — Ei Uzui, me ajude a treinar. Quero que minha Metapod evolua logo!

— Calma aí, mana. — Uzui respondeu, surpreso com tanto entusiasmo. — Nem temos onde treinar.

— Podem batalhar aqui o quanto quiserem, há bastante espaço. — Bill disse. — Só tomem cuidado com aquele canteiro de flores, está bem? Não as amassem.

— Nós prometemos. — Kazumi disse fervorosamente. — Anda logo Uzui. A tartaruga aqui é o Squirtle, não você.

— 'Tá bom, mana, tô indo. — O garoto moreno rebateu. — Credo! Dá pra se acalmar um pouco?

Os gêmeos logo começaram a batalhar. A Metapod de Kazumi, apelidada pela menina de Gold, era um espécime e tanto. Resistente e determinada, parecia adorar quando a batalha ficava difícil e não se continha nem um pouco ao atacar.

O Squirtle de Uzui era ao contrário: um pokemon cuidadoso que parecia não gostar de atacar e focava principalmente em movimentos defensivos e evasivas.

Entre vitórias e derrotas para ambos os lados, os gêmeos e seus pokemon batalharam até anoitecer. Só pararam quando ouviram Bill chamando-os para o jantar.

— Caramba! — Uzui exclamou. — Eu não tinha percebido que era tão tarde. Anda, mana, vamos encerrar por hoje.

— Boa ideia. — Kazumi concordou. — Eu estou morrendo de fome. E vocês dois?

Squirtle e Metapod assentiram também, ambos deitados exaustos onde haviam se deixado cair sobre a grama. O Pokemon Tartaruguinha foi o primeiro a se levantar, inclinando-se para ajudar sua parceira. De repente, ambos foram envoltos por uma luz ofuscante que fez seus treinadores precisarem cobrir os olhos.

— Eles estão evoluindo! — Uzui exclamou.

— É isso aí! — Kazumi gritou empolgadamente, erguendo um punho cerrado no ar. — Conseguimos!

Quando a luz evanesceu, os dois treinadores olharam para seus novos pokemon à luz do luar que nascia. Os raios prateados faziam a magnífica cauda de Wartortle, ainda úmida com os esguichos de seu último ataque Raio de Bolhas, brilhar como se fosse madrepérola. 

Butterfree, então, era uma visão quase etérea. Suas asas pareciam opalescentes à luz do luar e seus olhos ostentavam um verde mais profundo do que o visto durante o dia, parecendo um par de esmeraldas.

— Uau! — Kazumi exclamou enquanto a borboleta pousava em seu ombro. — É muito mais bonita de perto.

A borboleta bateu as asas devagar, parecendo corar com o elogio. Então, acompanhados por seus pokemon recém-evoluídos, os dois gêmeos enfim foram jantar.


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