Pokemon - Pink Ribbon escrita por Benihime


Capítulo 19
Capítulo 19 - O fantasma de Lavender Town




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Kazumi riu alto de pura empolgação, sentindo uma súbita rajada de vento soprar para trás seus longos cabelos negros quando sua Charizard passou a voar mais rápido.

— Anda, Uzui! — A menina gritou por cima do ombro para seu irmão gêmeo. — Você e essa galinha gigante não podem ser menos molengas?

— Cala essa boca, Zumi!

Uzui vinha acompanhando sua irmã naquele primeiro voo. O rapaz e seu Dodrio, que se mantinha no ar desajeitadamente, acompanhavam a dupla com dificuldade.

— Olha lá, parceira! — Kazumi exclamou, apontando para um pico denteado que parecia cortar as nuvens do céu pouco abaixo delas. — É o Monte Lua, como prometemos!

IceFire, a Charizard, soltou um rugido de triunfo e abriu sua bocarra para expelir uma poderosa coluna de chamas na direção do céu. Tanto a pokemon quanto sua treinadora riram em coro, tomadas pela emoção daquele primeiro voo, da liberdade de ganhar os céus.

Os gêmeos e seus pokemon voaram por mais algum tempo em silêncio, exceto pelos ocasionais rugidos de triunfo de IceFire. Após cerca de meia hora, Uzui ergueu uma das mãos, fazendo sinal para que sua irmã se aproximasse. A Charizard obedientemente nivelou voo, de forma a ficar lado a lado com Dodrio.

— Ei, mana. — Uzui, como sua irmã havia feito anteriormente, apontou para algo no chão abaixo. — Olhe lá. Parece encrenca.

Kazumi seguiu o olhar do garoto, identificando imediatamente o edifício de antigas pedras amareladas, cujo topo em forma de agulha se erguia na direção dos céus. Era Torre Pokemon da cidade de Lavender e, mesmo de tão alto, ambos podiam ver as pessoas que fluíam para fora como um cardume de peixes assustados.

Sem precisar de mais nenhuma palavra, os gêmeos comandaram seus pokemon a aterrissar. Pularam para o chão assim que se viram a uma distância segura, correndo o resto do caminho na direção da torre.

Uma garota colidiu com Kazumi. Era obviamente, pelas ervas que escapavam de sua mochila parcialmente aberta, uma criadora pokemon. Seu rosto trazia marcas de arranhões feitos por garras afiadas e sangue escorria num pequeno filete de duas marcas em seu pescoço. Por sorte, Uzui segurou a moça antes que caísse.

— Você está bem? — O moreno perguntou. — O que aconteceu lá dentro?

— Aquelas pessoas ... — A voz da jovem era fraca e trêmula. — Aqueles Zubats ... Atacaram todos os que estavam na Torre. Foi horrível! E os fantasmas ...

— Espere aí. — Kazumi interrompeu energicamente. — Que pessoas?! Você viu quem são?

— Eu ... Não sei. — A desconhecida desatou em um pranto de puro pavor. — Não sei! Tinham um R bordado, isso foi tudo o que vi.

A jovem criadora pokemon então cedeu, seu corpo caindo pesadamente contra o de Uzui.

— Está pensando o mesmo que eu? — O menino perguntou sombriamente.

— Equipe Rocket. — A jovem morena assentiu. — Só pode ser.

— Você vai. — Uzui disse, depositando com cuidado a jovem criadora pokemon na grama macia. — Eu vou cuidar dela, depois procurar a polícia. Te encontro assim que puder. E leve isso, pode ser que seja útil.

Kazumi aparou a pokebola no ar por reflexo e não esperou que seu irmão dissesse mais nada, disparando a toda velocidade na direção da lúgubre Torre Pokemon.

O primeiro andar era um espaçoso salão com piso de tábuas em estilo antigo, com apenas uma escada com degraus de mármore branco que conduzia aos andares superiores. Não havia ninguém ali, e Kazumi parou apenas por tempo suficiente para olhar em volta e certificar-se disso antes de subir.

O segundo andar tinha o mesmo piso, porém não estava vazio: lápides de várias formas e tamanhos ocupavam o espaço, cuidadosamente alinhadas. O cheiro suave de incenso enchia o ar, vindo de alguns dos túmulos. Alguns inclusive haviam deixado flores, frutas, brinquedos ou outro tipo de presente para os pokemon enterrados ali. O lugar, porém, estava deserto, e um silêncio opressivo fazia doer os tímpanos da pequena morena enquanto ela se apressava por entre as lápides.

Uma vez atingido o terceiro andar, a mudança foi perceptível: não havia mais cheiro de incenso, mas de algo mais pesado, onde era possível detectar o inconfundível odor de decomposição, por mais sutil que fosse. Havia também uma estranha neblina, tão densa que tornava impossível ver mais do que alguns centímetros à frente. O ar ali era mais frio, também, tanto que fez Kazumi estremecer.

Um flash de luz vermelha a distraiu por um instante e, rompendo o silêncio opressor com um estrondoso pop, uma sombra de olhos vermelhos se materializou à sua frente.

— Gengar. — A menina sussurrou, quase com medo de falar em voz alta. — Está vendo alguma coisa?

Os olhos do Pokemon Sombra dardejaram pelos arredores antes de ele negar com um gesto de cabeça. Era a primeira vez que via aquele pokemon sem o seu habitual sorriso zombeteiro.

— Tá, tudo bem. — Kazumi disse. — Só não tente nenhuma gracinha, ok? Nada de me assustar quando eu estiver de costas, entendeu, seu maroto?

Gengar assentiu, se pondo ao lado da menina. Aqueles olhos vermelhos fitavam a névoa, atentos a qualquer ameaça. Mesmo sabendo o que aquele pokemon já fizera, o fato de tê-lo ao seu lado fez Kazumi sentir-se mais segura. A dupla seguiu caminhando devagar naquele silêncio ensurdecedor, a menina tomando cuidado para não tropeçar ou colidir com nenhuma lápide.

De repente, saído do meio da neblina, uma sombra saltou. Era uma criatura com enormes olhos negros, tão grandes que pareciam a única coisa visível, pois seu corpo era aparentemente tão imaterial quanto o ar à sua volta. Tratava-se, é claro, de um Gastly selvagem, uma aparição comum naquele local.

— Vai, Haunter, use Soco das Sombras!

A voz feminina misteriosa foi seguida por uma mão feita de trevas que se materializou do nada no meio da névoa, atingindo o Gastly selvagem e fazendo-o recuar. 

— O-Obrigada. — Kazumi gaguejou para a névoa diante de si.

— De nada. — A mulher misteriosa respondeu, e a garota pôde ouvir seus passos se aproximarem, o estalo inconfundível das tradicionais sandálias zori usadas por mikos, as donzelas que serviam templos. — Você está bem, senhorita?

Enquanto a desconhecida se aproximava, sua figura se tornava mais clara. Tratava-se de uma donzela de traços delicados, usando os tradicionais hakama escarlate sobre um kosode branco imaculado, com seu brilhante cabelo negro amarrado para trás com um mizuhiki. O Haunter que espantara o pokemon selvagem imediatamente flutuou para junto dela, deixando claro que a donzela era sua treinadora.

— Sim, eu estou bem. — Kazumi se forçou a sorrir. — O que aconteceu aqui?

— Não sabemos. — Foi a resposta, acompanhada por um gesto pesaroso da bela jovem. — Algumas pessoas com R's bordados nas roupas apareceram, sem o menor respeito por este santuário e as almas que descansam aqui. Os espíritos se enfureceram. Minhas irmãs e eu tentamos acalmá-los, mas ... Falhamos. Nada que tentamos pareceu ajudar e agora algumas de nós ... Estão agindo estranho.

— Estranho como?

— Como ... Como se não fossem elas mesmas. — Foi a resposta. — Como se algo ou alguém as estivesse possuindo.

A jovem sacerdotisa gentilmente conduzia Kazumi enquanto falava, até que a menina se viu ao pé de mais uma escada cujo topo se perdia na névoa. A donzela sentou-se no primeiro degrau, sinalizando para que a menina se juntasse a ela.

— Se eu me livrar dessas pessoas ... — Kazumi inquiriu hesitantemente. — Isso acalmará os espíritos? Quer dizer ... Vai fazer tudo voltar ao normal?

— Talvez. — Foi a resposta. — Leve isto com você. Irá protegê-la.

O objeto que a sacerdotisa lhe entregou era pequeno, um talismã que parecia esculpido em pedra negra e lisa. Era redondo, com uma parte vazia no meio que fazia pensar em um olho.

— Eu ... — Kazumi aceitou o amuleto, pendurando-o com cuidado em seu colar, juntamente com a Pedra da Lua que ganhara de Uzui meses antes. — Agradeço de verdade. Muitíssimo obrigada.

A sacerdotisa simplesmente sorriu, um gesto tristonho e cansado que não se refletiu em seus bonitos olhos castanhos. Kazumi se pôs de pé, olhando mais uma vez por sobre o ombro antes de desaparecer na névoa rumo ao andar acima.

O quarto andar era quase exatamente como o primeiro, porém mais frio, e o cheiro de decomposição era mais forte, agora claramente perceptível.  Saída do meio da névoa, outra jovem sacerdotisa avançou na direção de Kazumi. Esta, porém, tinha as roupas em desalinho, os cabelos soltos sobre os ombros e movia-se de forma estranha, como uma marionete comandada por cordas.

Sem dizer uma palavra, a moça ergueu uma pokebola. Do dispositivo saiu um Haunter. Kazumi estava prestes a escolher Lucius para a luta quando Gengar estendeu uma das mãos para detê-la e tomou à frente.

— Você quer lutar? — A menina indagou, incrédula. — Sério?

O Pokemon Sombra assentiu com um gesto solene e a menina soltou um breve suspiro.

— Muito bem, então. — A menina cedeu. — Use Bola das Sombras.

Para surpresa da morena, Gengar obedeceu prontamente, derrotando o adversário com muito pouco esforço. 

O pokemon tipo Fantasma abriu aquele seu já familiar sorriso largo e malicioso antes de desaparecer em pleno ar, reaparecendo momento depois com um grito agudo de gelar o sangue que afugentou um pequeno grupo de Gastly selvagens que se aproximava.

— Ora, ora, ora. — Kazumi não pôde deixar de sorrir. — Nada mal, Gengar.

Gengar riu, apenas meio materializado, e mostrou a enorme língua comprida em uma careta. Kazumi não conseguiu conter uma gargalhada. 

— Ande logo antes que mais companheirinhos apareçam para brincar. — A menina disse. — Vamos, seu fantasma assustador.

Agora ficando sério, Gengar novamente se postou ao seu lado e os dois avançaram com cuidado pela neblina. Mais duas vezes sacerdotisas possuídas tentaram pará-los com uma batalha, porém o Pokemon Sombra as derrotou sem muito esforço.

Logo a dupla atingiu o penúltimo andar da torre. A essa altura o ar era tão frio que fazia Kazumi tremer, e o odor de decomposição ardia em suas narinas.

— Já estamos quase lá. — A menina disse para o pokemon ao seu lado. — Aqueles desgraçados tem que estar aqui em algum lugar.

Gengar concordou com um resmungo frustrado, tão incomodado quanto ela por ainda não ter encontrado a maldita Equipe Rocket. De repente o Pokemon Sombra tomou a frente, estendendo um braço para impedir que Kazumi avançasse.

Na base das escadas que levavam ao último nível, havia uma sombra disforme. A entidade parecia composta de tentáculos que giravam e giravam sobre si mesmos como se cada um tivesse vida própria. 

Os olhos de Kazumi se arregalaram enquanto a menina inconscientemente recuava um passo em puro terror.

— Mas o que ... — Ela exclamou, sua língua embotada mal conseguindo formar as palavras. — O que é isso?!

— Vão embora ... — A voz parecia vir de todos os lugares e de lugar nenhum. Incorpórea, porém inegavelmente feminina. Fria como gelo e cheia de ameaça. — Intrusos.

Gengar bateu de leve no ombro de Kazumi, apontando para o colar que ela usava assim que a garota o olhou. Ela instantaneamente lembrou-se do talismã recebido da jovem sacerdotisa e o pegou com gestos rápidos.

A parte vazada no centro do objeto era do tamanho certo para que se olhasse por ela e, por instinto, foi exatamente o que Kazumi fez. Tal ato revelou uma criatura bípede cujo corpo ornado por uma longa causa parecia feito de lascas de rocha, quase como um Sandslash, porém mais liso. O rosto da criatura estava completamente escondido por algo que parecia uma caveira de verdade, feita de osso, e nas mãos também trazia um longo osso que brilhava de tão branco. Os olhos vermelhos do pokemon, se fosse mesmo um pokemon, encaravam Kazumi com fúria.

— Mas quem ... — A voz da jovem, pela primeira vez em muito tempo, tremia de medo. — O que é você?

A criatura não pareceu dar a menor atenção a suas palavras, investindo para atacar com uma velocidade impressionante. Kazumi se preparou para ser atingida, mas braços frios como gelo a envolveram, tirando-a do caminho e a colocando a salvo alguns metros adiante.

— Obrigada. — A morena ofegou, erguendo os olhos para encarar Gengar, sem acreditar que o Pokemon Sombra acabara de salvá-la mais uma vez. — Te devo uma, grandão.

O pokemon tipo Fantasma abriu seu largo sorriso malicioso em resposta antes de virar as costas para a menina, concentrando-se totalmente no oponente. 

Gengar tinha os dentes à mostra ao dar um passo adiante, não em um sorriso, mas num rosnado ameaçador. A criatura desconhecida investiu, usando o enorme osso que trazia numa das mãos como se fosse uma espada, porém o Pokemon Sombra meramente riu, sem ser afetado.

Kazumi não teve coragem de desviar os olhos. Era óbvio que a aparição contra a qual o pokemon de seu irmão gêmeo lutava não era desse mundo. Surpresa, a menina viu Gengar ser envolvido por uma luz verde, como o sol através das folhas das árvores. Tal luz foi emitida num flash, envolvendo também o oponente.

No momento em que a criatura misteriosa caiu, a estranha neblina que envolvia o interior da torre começou a se dissipar, assim como o cheiro de decomposição.

— Muito bom! — Kazumi exclamou, aliviada. — Caramba, Gengar, quando foi que Uzui te ensinou Giga Dreno?

Gengar meramente sorriu e indicou a escada com uma das mãos, galgando alguns degraus antes de olhar para a menina por sobre o ombro, como se a desafiasse. Revirando os olhos, Kazumi seguiu o pokemon para o próximo e último andar da Torre Pokemon.

Os túmulos eram mais juntos no último andar, deixando apenas um espaço central que ia da escada ao final do cômodo, como um comprido corredor. Um corredor que, nesse momento, estava ladeado por membros da Equipe Rocket.

Três deles, os mais próximos ao topo da escada, mandaram que seus pokemon atacassem a menina. Um Golbat a agarrou pelos ombros com suas garras afiadas, enquanto os poderes psíquicos de um Drowzee impediam seus membros embotados de lutar. Um Raticate tomou a frente, seus enormes dentes amarelados à mostra preparados para uma mordida.

— Ah, não, não vai! — Uma voz familiar exclamou. — Zynx, Soco de Gelo!

— Pegue eles, Growlithe!

Zynx, a Jynx de Uzui, acertou Golbat com um bem mirado Soco de Gelo. Um cão com espessa pelagem laranja saltou à frente, acertando Drowzee com um ataque Mordida, e uma mancha amarela atingiu Raticate direto no peito antes que este tivesse a chance de ferir Kazumi.

— Zumi! — Uzui exclamou, correndo para o lado de sua irmã. — Você está bem?

— Estou, obrigada. Vocês chegaram bem na hora.

— É bom saber. — Um dos outros dois garotos, com um bagunçado cabelo castanho-aloirado e olhos azuis, disse com um sorriso. — Estávamos na cola desses Rockets há algum tempo.

— É mesmo? E por que?

— Porque eles são uns filhos da mãe sem escrúpulos. — O loiro respondeu acidamente. — Só isso. Mas acho melhor acabarmos com eles primeiro antes de começarmos a fofocar.

— Ah, cala a boca, Blue. — A única outra garota do grupo, uma baixinha de rosto simpático emoldurado por longos cabelos castanhos cor de chocolate, ordenou rispidamente. — Anda, vamos nessa.

O outro garoto, um moreno alto, pálido e calado, com intensos olhos castanhos, assentiu enfaticamente, como que concordando com a fala da garota.

— 'Tá, Red, que seja. — O garoto chamado Blue bufou impacientemente. — Caramba, cara, dá um tempo!

Red imitou o bufo impaciente de Blue. Kazumi não pôde ter certeza, mas pensou ter visto o garoto lançar uma piscadela e um breve sorriso em sua direção.

— Anda, mana, vamos dar o fora daqui. — Uzui disse. — A polícia vai chegar a qualquer momento.

— Não. — A morena protestou. — Eu quero ficar. Quero lutar.

— Você está ferida. — O jovem apontou para seus ombros, que sangravam devido às garras de Golbat. — Precisa de curativos. Agora.

— É isso aí. — O loiro chamado Blue disse. — Além do mais, uma garotinha como você só iria nos atrapalhar.

Kazumi grunhiu de raiva ante aquelas palavras, mas deixou que seu irmão a amparasse e a levasse dali. A menina de cabelos castanhos os acompanhou.

Um pokémon, uma majestosa raposa de nove caudas e pelo dourado, andava à frente do grupo, mantendo seus olhos vermelhos penetrantes atentos a qualquer perigo.

— Ei. — A garota de cabelos castanhos disse, passando um braço pela cintura de Kazumi ao ver o quanto a outra menina parecia fraca. — Não ligue para o que o Blue diz. Ele é sempre assim, um completo babaca.

— Bluebaca. — Kazumi riu baixinho. — Ele devia trocar de nome.

Sua piada, que arrancou meramente um bufo de contrariedade de Uzui, fez a outra menina rir com gosto.

— É, pode crer. — Ela assentiu, seus olhos castanhos-claros brilhando de malícia e divetimento. — E eu sou Leaf.

Kazumi ia responder, mas nesse momento suas forças a abandonaram completamente.


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