Pokemon - Pink Ribbon escrita por Benihime


Capítulo 17
Capítulo 17 - Casa de jogos Rocket




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Lucius foi colocado de volta na pokebola, porém a pequena serpente azul recusou-se veementemente, enrolando seu corpo escamoso ao redor do pescoço de Kazumi como um cachecol.

— Está bem, então. — A menina cedeu, puxando o elástico que prendia seus cabelos de modo que os cachos negros lhe caíssem soltos. — Mas fique escondida, entendeu?

A pokemon assentiu, camuflando-se quase perfeitamente em meio aos cabelos de sua treinadora. Kazumi então entrou na Casa de Jogos e olhou em volta, procurando por algo suspeito enquanto casualmente se dirigia na direção de uma das famigeradas máquinas caça-níqueis. Sentando-se na frente de uma delas, a menina fingiu jogar.

Após alguns minutos, algo chamou sua atenção: um homem vestido de preto entrara, dirigindo-se quase diretamente para o balcão e recostando-se ali. Parecia estar conversando com os balconistas. Curiosa, Kazumi levantou-se e se aproximou sob o pretexto de trocar suas fichas recebidas por moedas.

— Ei, eu conheço você! — O homem vestido de preto exclamou num rosnado baixo. — É aquela garotinha irritante que roubou minha Eevee.

A morena se permitiu um sorriso. Aqueles idiotas da Equipe Rocket nunca aprendiam, sempre burros como portas.

— A Eevee que você deve ter roubado para começo de conversa. — Kazumi rebateu. — Agora me diga onde está Kaya.

— Kaya? Nunca ouvi falar. — O homem respondeu. — Não sei de nada.

— Ah, eu acho que sabe sim. E vai me dizer tudinho. — Kazumi praticamente ronronou, falando baixo para que ninguém mais a ouvisse. — Meu irmão disse que essa Dratini aqui sabe Hiper Raio, mas ainda não descobri se é verdade. Que tal ser meu cobaia?

Os olhos do membro da Equipe Rocket se arregalaram de medo ao ver a Dratini espiá-lo por entre as mechas do cabelo da garota. Kazumi quase sorriu novamente, apreciando a sensação de poder. Era muito fácil gostar daquilo.

— Está bem, está bem. — O homem cedeu. — Mas não diga que eu não avisei: meus colegas vão acabar com você.

A menina simplesmente o encarou, seus olhos azuis frios como cristais de gelo. Para uma criança, sua determinação chegava a ser assustadora.

— Podemos tomar conta de nós mesmas. — Kazumi declarou simplesmente. — Agora ande logo, não temos o dia todo.

O homem assentiu e foi até um pôster na parede, erguendo uma das mãos para pressionar um dos cantos do objeto. Painéis no chão se deslocaram, revelando uma escadaria discretamente instalada em um canto do edifício.

— Último aviso. — O membro da Equipe Rocket insistiu. — É sério. Volte pra casa, garotinha.

— Volte você, seu verme.

E, com essas palavras, Kazumi desceu a escada que levava até o esconderijo da Equipe Rocket. O último degrau acabava em um corredor de piso cor de creme e paredes brancas, na melhor imitação de uma sala de espera chique. A única coisa que desmentia essa impressão era outro membro da Equipe Rocket encarando-a com raiva e surpresa.

— Bu! — A morena zombou. — Lute ou cai fora e me deixe passar.

— Com prazer, garotinha.

Dizendo isso, o homem jogou uma pokebola no ar. Num flash de luz branca, um Raticate surgiu mostrando suas enormes presas. Kazumi não se deixou intimidar, escolhendo Lucius para a batalha.

O Nidoking rosnou raivosamente, apoiando-se em sua forte cauda para se erguer e desferir um golpe Chute Duplo que enviou o oponente voando vários metros para trás. O horrendo rato pokemon caiu, derrotado.

— Ora, sua ...! — O homem da Equipe Rocket rosnou. — Vou lhe ensinar a não mexer com gente grande!

Com um rugido de raiva, o homem enviou um segundo Raticate, que Lucius derrotou com tanta facilidade quanto o primeiro. Kazumi bufou ironicamente.

— Caramba. — A menina disse. — Que fracote. Lucius, suma com ele, por favor.

O Nidoking abriu um sorriso cheio de crueldade, pegando o criminoso pela gola da camisa e lançando-o com brutalidade contra a parede. A menina morena se encolheu ao ouvir o som de osso batendo contra os tijolos.

 — Você exagerou, grandão. — Ela disse ao ver o corpo inerte caído contra a parede. — Tente não pegar tão pesado da próxima vez, tá?

Os bigodes do Pokemon Broca se moveram levemente enquanto ele assentia, não parecendo nem um pouco arrependido. Kazumi suspirou pesadamente ao colocar seu Nidoking de volta na pokebola. O temperamento violento daquele pokemon era um problema, às vezes.

Seguindo sozinha pelo corredor, a menina enfim chegou a um segundo lance de escadas. Ela encarou os degraus, surpresa com o quão grande era aquele lugar. Até onde a Equipe Rocket tinha ido? Há quanto tempo estavam ali? E por que a polícia não fazia nada?

O andar inferior era exatamente igual àquele que acabara de deixar, e a menina seguiu cautelosamente próxima à parede, atenta a quaisquer outros membros da equipe que pudessem estar por perto.

No extremo oeste daquele sub porão havia outro lance de escadas, este ascendente. Kazumi subiu na ponta dos pés para se deparar com uma espécie de laboratório.

Mesas ocupavam o centro do aposento, tomadas por uma confusão gigantesca de papéis, canetas e blocos de anotações espalhados. Computadores bipavam e emitiam luzes coloridas, encostados à parede mais distante. No canto oposto repousavam dois contâineres mas, fora isso, o lugar estava deserto.

Desapontada, Kazumi voltou a descer para explorar mais do sub porão. Não tardou a encontrar outra escada que descia, a qual galgou rapidamente. Depois de vários minutos andando pelo lugar, estava começando a se tornar descuidada.

— Ora, ora. — Uma voz masculina disse lentamente. — Olha só o que temos aqui.

A menina morena pulou de susto ao se ver frente a frente com mais um membro da Equipe Rocket, este acompanhado por um Drowzee. O Pokemon Hipnose tinha um sorriso malicioso no rosto.

— Mostre pra ela, parceiro. — O homem disse com malícia. — Use Psíquico.

 Kazumi foi subitamente erguida no ar. A menina tentou se libertar, mas seu corpo não lhe obedecia. Estava completamente paralisada.

— Vai, Arcanine, use Mordida!

Um cão gigantesco saltou e afundou os dentes no Drowzee inimigo, libertando Kazumi de seu controle psíquico. A menina caiu, mas foi pega pela braços firmes de um policial antes que atingisse o chão.

— Você está bem, mocinha? — O policial inquiriu.

— Sim, estou. — A morena respondeu. — Obrigada.

O homem assentiu, gentilmente colocando-a no chão. Assim que se viu de pé, Kazumi olhou ao redor. O policial que a salvara não era o único no local. Havia cerca de uma dúzia, homens e mulheres fardados. Finalmente, seus olhos encontraram um par de íris azul-acastanhadas que a encaravam.

— Uzui! — Ela exclamou, correndo na direção de seu irmão gêmeo. — Você conseguiu! E bem na hora certa. Te devo uma.

— Foi muito perigoso ter vindo até aqui, sabia? — Uma policial disse em tom severo. Pelo distintivo, Kazumi soube que se tratava da oficial Jenny — Podia ter se ferido.

— Nossa amiga está em apuros. — A menina rebateu. — Eu não podia ficar parada esperando. Tinha que fazer alguma coisa!

— Você já fez o bastante. — Jenny disse, seu semblante se abrandando em um leve sorriso. — Deixe que nós cuidamos disso agora. Vamos encontrar a sua amiga, eu prometo.

Os olhos castanhos da policial eram tão claros e honestos que Kazumi se viu assentindo sem sequer pensar duas vezes, deixando que Uzui a pegasse pela mão e a levasse dali.

— Jenny tem razão, sabia? — O garoto disse. — Foi bem perigoso ter vindo aqui.

— Alguém precisava manter esses Rockets ocupados, não acha?

— Com certeza. — O garoto moreno abriu o mais breve dos sorrisos. — Só estou dizendo ... Que foi maneiro. Você foi bem corajosa.

— Talvez, depois que eu vencer a Liga ... — A menina disse enquanto andavam lado a lado. — Eu me torne policial. Seria bacana, né? Acabar com bandidos tipo a Equipe Rocket.

— Seria bem maneiro. — Uzui concordou. — Falando nisso ... Aposto que Jenny e o resto da equipe não vão perceber se explorarmos mais um pouco.

— Sério?! — Kazumi riu, empurrando jocosamente o ombro do menino. — Quem é você e o que fez com o covarde do meu irmão?

— Não sou covarde. — Foi a resposta, talvez um tanto rápida demais. — E aí, vamos ou não?

— Ah, com certeza! — A menina exclamou. — É só me seguir, maninho.

Os gêmeos trocaram um breve olhar de antecipação enquanto desciam mais uma escada. Haviam galgado cerca de metade dos degraus quando um Koffing os atacou, investindo contra Kazumi com seu corpo gasoso e quase a derrubando.

— Mas que merda?!

— Vocês não deviam estar aqui. — Disse uma voz feminina, enquanto o clique de saltos altos soavam escada acima. — Não deviam mesmo.

— Nós decidimos isso. — Kazumi rebateu. — Uzui?

— Conta comigo. — O garoto respondeu. — Vai, Doduo!

— Vamos nessa, IceFire!

Doduo era muito rápido, usando Time Duplo para confundir e proteger IceFire, que atacava com brasas bem miradas sempre que tinha uma abertura. E o Pokemon Ave Gêmea certificou-se de que sua parceira tipo Fogo tivesse várias. Com esse trabalho em dupla, os gêmeos venceram em questão de minutos.

Doduo saltou, encurralando a treinadora adversária contra a parede. IceFire juntou-se a ele, mostrando suas garras afiadas num gesto de ameaça. Algo caiu com um estalo metálico, e o pokemon tipo Voador o recolheu, levando o objeto para Uzui.

— É um cartão magnético. — O menino disse. — Para que serve?

A mulher, mesmo acuada, encarava-os com desdém.

— Bem que vocês gostariam de saber.

— Tem razão. — Kazumi disse. — Pode falar para nós de boa vontade, ou para nossos parceiros. E, se isso não funcionar ... Bom, os policiais ainda estão revistando o prédio. Eles podem descobrir.

A mulher pareceu ponderar por um momento, sua expressão se tornando séria até ela por fim assentir.

— Está bem, eu direi. Mas com uma condição. — Ela disse. — Quero sair daqui sem que a polícia me encontre. Sou bonita demais para uma prisão.

— Discordo. — Uzui zombou, num tom tão parecido com o de sua irmã que por um momento até os dois se surpreenderam. — Mas por mim tudo bem. Zumi?

— Não é exatamente justo, mas ... — A menina deu de ombros. — Ok, trato feito.

A criminosa abriu um sorriso perverso enquanto se recostava mais casualmente contra a parede, explicando como aquele cartão e a senha pessoal que o acompanhava podiam ser usados em um elevador naquele esconderijo para acessar um quarto nível subterrâneo, onde aparentemente as coisas mais interessantes eram mantidas.

Os gêmeos a seguiram através de corredores laterais estreitos e um labirinto de pequenas salas até a mulher indicar um elevador engenhosamente camuflado em uma parede.

— É ali. — Ela disse. — Pronto, agora já sabem tudo o que precisam. Adeus.

Nenhum dos dois sequer lhe deu ouvidos, ambos curiosos e empolgados já seguindo para o elevador. Nenhum dos dois notou o brilho do sorriso satisfeito da mulher enquanto ela se afastava.

— O que você acha que vamos encontrar? — Uzui perguntou, empolgado pela perspectiva de uma aventura. 

— Nem ideia. — Foi a resposta, dada com a mesma empolgação. — Algo legal, espero.

 Os gêmeos sorriram, ambos tomados por aquele entusiasmo pueril da infância, sem fazer ideia do que os esperava.

As portas de metal estavam abertas, deixando visível o que parecia ser um escritório. Num sofá de couro que parecia caro, sentava-se um homem alto e moreno que vestia um terno negro de aparência igualmente cara, encarando os gêmeos com um olhar frio.

— Crianças. — Ele disse enquanto se punha de pé com lentidão deliberada. — Não deviam estar aqui. Crianças como vocês deviam ficar longe dos assuntos dos adultos.

— Quem é você? — Kazumi exigiu saber. — Você e esses ratos da Equipe Rocket é quem vem roubando pokemon, não é?

— Ratos?! — O homem moreno riu, um som frio e sem humor. — Ora, ora, garotinha, você tem bastante coragem para alguém tão pequena. Para responder sua pergunta: sim, capturamos pokemon ao redor do mundo e os vendemos pela maior soma possível.

— Seu ... Seu monstro! — Uzui rosnou, furioso. — Pokemon não são objetos para serem tratados dessa maneira! Você é um desgraçado desprezível!

— E você é um garotinho insolente. — O moreno respondeu. — Por causa disso, conhecerá um mundo de dor.

— Deixe o meu irmão em paz! — Kazumi berrou, pondo-se na frente do garoto. — Se quer lutar, lute comigo!

Por alguns segundos o homem de terno simplesmente a encarou, então seus lábios finos se curvaram no menor dos sorrisos.

— Que assim seja. — Ele assentiu. — Por mais tola que seja, sempre admirei a coragem em todas as suas formas. Qual é o seu nome, menina?

— Kazumi. — A morena respondeu enquanto dava um passo à frente, analisando seu adversário. — Kazumi Nakamoto.

— Pois bem, Kazumi. — O homem mais velho inclinou a cabeça num cumprimento cavalheiresco. — Sou Giovanni, o líder da Equipe Rocket. Considere-se com sorte por ser eu a derrotá-la.

— Pode ir sonhando. — A menina rebateu. — Eu não vou perder para alguém como você.

Giovanni nada mais disse, simplesmente tirou do bolso uma Ultra Bola. O dispositivo continha um pokemon felino, com uma longa cauda curvada no final. As orelhas da criatura eram grandes e redondas, e suas quatro patas estavam ornadas com garras afiadas.

— É um Persian. — Uzui sussurrou para sua irmã. — Ele é um pokemon do tipo Normal. Lucius deve ter vantagem contra ele.

A menina não protestou, simplesmente escolheu seu Nidoking para batalhar contra o adversário. A enorme criatura roxa investiu a plena carga, mas os saltos ágeis de Persian o punham fora do alcance mesmo no espaço limitado.

— Droga! — Kazumi exclamou, rosnando de fúria em uníssono com seu pokemon. — Ele é rápido. Use sua cauda, Lucius!

Persian saltou com as garras em riste, pronto para atacar. Lucius girou e atingiu o felino em pleno ar, lançando-o e fazendo com que batesse contra a parede do lado oposto da sala. A força do impacto foi tão grande que abriu um buraco.

Giovanni estalou os dedos duas vezes, e seu pokemon se pôs de pé novamente, mostrando as presas num sibilo raivoso. Persian saltou novamente, desviando com agilidade de mais um golpe da cauda poderosa de Lucius. Sem aviso, o felino enterrou as presas no pescoço do adversário. Valendo-se do ângulo privilegiado e do ponto de apoio, cravou também as patas traseiras nos ombros musculosos de Lucius, deixando as afiadíssimas garras dianteiras livres para arranhar à vontade.

 — Pare com isso! — Uzui gritou. — Você vai matá-lo! Wartortle ...

 — Ah, não, garoto, você não vai. Persian!

 O felino soltou Lucius e investiu na direção de Uzui, enterrando as unhas afiadas no pulso do garoto. Sangue manchou o chão enquanto ele soltava um arquejo de dor. Persian, porém, não lhe prestou mais atenção do que a um Rattata incômodo, voltando-se imediatamente de volta para Lucius.

 As garras e cauda poderosas do Nidoking eram armas letais, assim como seu corpo musculoso que lhe dava um poder de ataque fenomenal. Persian, porém, era ágil. Seus fantásticos saltos sempre o punham fora de alcance no momento certo, enquanto o felino esperava o momento certo para atacar. Finalmente, vendo uma abertura nos ataques enraivecidos do adversário, Persian saltou e aplicou-lhe um valente ataque Talhar no rosto, mirando os olhos. Lucius rugiu de dor quando o sangue começou a escorrer.

— Lucius! — Kazumi gritou. — Lucius, não!

 Antes que ela ou seu pokemon pudessem reagir, um tropel de passos soou no corredor. Eram os policiais, decerto atraídos até ali pelos sons da batalha.

  — Vejo que temos companhia. — Giovanni declarou calmamente. — Parece que nossa batalha terá de ser concluída em outro momento, pequena Kazumi.

 — Ah, não, você não vai fugir, seu desgraçado!

 O líder da Equipe Rocket meramente sorriu, e de repente as luzes se apagaram. Momentaneamente cega na escuridão, Kazumi ficou completamente paralisada. 

 — Zumi! — Uzui chamou. — Zumi, cadê você?

 — Estou aqui. — A menina estendeu uma das mãos para seu irmão, sentindo seus dedos ficarem pegajosos ao segurar-lhe o pulso. — Ah, droga! Uzui!

— Eu estou bem. — O menino assegurou, embora sua voz mal disfarçasse a dor. — É só ... Um arranhão.

— Arranhão coisa nenhuma! — Kazumi protestou. — Seu bobo! Não devia ter interferido! 

 — Crianças! — A voz da oficial Jenny soou na porta, acompanhada pelo facho de uma lanterna. — Crianças, vocês estão bem?

— Estamos bem. — Uzui respondeu enquanto a policial se aproximava. — O que aconteceu com as luzes?

— Não sabemos. — Foi a resposta, enquanto os olhos da mulher mais velha se arregalavam ao ver o ferimento no pulso do menino. — O que aconteceu com vocês?

— Foi um homem chamado Giovanni, com um Persian. — Dessa vez foi Kazumi quem respondeu. — Ele disse que era o líder da Equie Rocket e ...

 — Giovanni esteve aqui?! — Jenny exclamou, surpresa. — Unidade, espalhem-se e procurem, ele ainda pode estar por perto! Vocês dois, venham comigo, vou levá-los ao hospital.

 — Mas ... Mas queremos ajudar a procurar!

 — Filho. — A policial disse gentilmente enquanto se curvava para apoiar Uzui. — Esse seu corte precisa de pontos. Você e a sua irmã não vão faze bem nenhum aqui, ainda mais nessas condições.

 Nenhum dos gêmeos protestou depois disso. Como havia prometido, a policial acompanhou os dois até o hospital e ficou com Kazumi enquanto um dos médicos suturava o longo corte no braço de Uzui, que ia do pulso ao ombro.

 — Aquele Giovanni ... — A menina morena, que até então estivera em silêncio absoluto, finalmente falou. — Quem é ele, exatamente? Como ele pode ser tão forte?

 — Ele é exatamente o que disse ser: o líder da Equipe Rocket. — Jenny respondeu. — E um homem muito, muito perigoso. Você jamais deveria ter batalhado com ele sozinha.

— Eu sei. — A voz de Kazumi tremia levemente, tamanho era seu esforço para conter as lágrimas de frustração. — Lucius ... Eu não ... Nós não conseguimos fazer nada.

 A policial estendeu uma das mãos, bagunçando de leve o cabelo negro da menina num gesto afetuoso.

 — Não se culpe. — Ela disse. — Giovanni é notoriamente forte. Não acho que ninguém além da Elite dos Quatro ou o campeão tenha chance contra ele.

 Kazumi assentiu em silêncio, revendo na memória o sorriso arrogante de Giovanni, como se ela fosse meramente um Magikarp espadanando inutilmente na água, fraca e indigna sequer do pensamento de ser uma ameaça. Suas mãos cerram-se em punhos, com tanta força que ela sentiu suas unhas cortando-lhe a carne, mas não se importou.

Isso não vai ficar assim, a menina jurou silenciosamente para si mesma. Se era necessário um campeão para derrotar Giovanni, pois então era exatamente isso que ela se tornaria, tornando-se mais e mais forte até por fim ver aquele homem derrotado. Nem que fosse seu último ato. Porque ninguém, ninguém mesmo podia machucar seu irmão e se dar bem. 


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