Na Paz Do Teu Sorriso!! escrita por Regina Rhodes Merlyn


Capítulo 6
Capítulo - 6 “...Me olhava igual sorriso de criança esperando o presente de Natal…”


Notas iniciais do capítulo

Olá flores. Desculpem o atraso na postagem. Tive alguns probleminhas de saúde por conta da reação a duas vacinas que tomei: antitetânica e contra hepatite B, exigências do lugar aonde estou trabalhando. Nem a vacina contra Covid me derrubou do jeito que essas duas, credo! E ainda terei uma terceira dose da antitetânica!!! Socorro!!!
Mas vamos deixar de lamentações e vamos ao que interessa.
Grata por todos os comentários. Espero mais alguns. Boa leitura.
Bjokas flores.



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—Não pode ser!!!- Sarah exclamou, apertando o pequeno objeto cilíndrico com mãos trêmulas - Como isso foi acontecer? - questiona-se, passando o dorso da mão pelo rosto suado - Calma Sarah. Respira…só ... .respira - admoesta-se, conferindo o resultado mais uma vez - É um engano. Certeza que é. Tomamos todos os cuidados, todas as vezes. Só pode ser um erro, é claro...ou uma falha do produto ... .ou então está vencido - conjectura, conferindo a validade do mesmo, sobressaltando-se ao escutar Connor chamar.

—Sarah, amor, vamos nos atrasar. Está tudo bem aí? - questiona, preocupado.

—Está sim. Já vou sair - respondeu ela, apressando-se em esconder embalagem e teste no fundo da lixeira, apertando o nó do roupão enquanto caminhava até a porta rezando para ele não perceber seu nervosismo.

Há apenas dez meses namoram firme. Há três decidiram morar juntos, escolhendo um apartamento em “campo neutro” (sugestão da irmã dele, Claire) já que Sarah se sentia pouco à vontade no luxuoso flat em que Connor morava e o apartamento ocupado por ela era pequeno. Mas a intimidade e a cumplicidade que compartilhavam era tamanha, que muitas vezes sentia como se vivessem juntos há anos. Um olhar era suficiente para perceberem o que se passava um com o outro. E o que mais a fascinava era que tudo acontecia de forma espontânea, natural.

—Oi, estranho!! - brinca ao abrir a porta, sorridente.

—Oi estranha! - ele devolve, roubando um beijo rápido -Estava preocupado. É sempre tão pontual. Por que demorou tanto hoje? - questiona, curioso.

— A água estava uma delícia e acabei me distraindo - mente, fazendo carinho em seu rosto ao passar.

—Ahhhh…- ele murmura, arqueando a sobrancelha ao visualizar a banheira vazia, voltando-se, observando-a enquanto se veste - O café está servido - avisa, se aproximando, ajudando-a com o casaco.

—Vai me deixar mal acostumada! - ela exclama, franzindo o nariz em uma careta graciosa.

—É exatamente este meu objetivo - ele confessa, envolvendo-a pela cintura, beijando-a mais demoradamente antes de irem tomar a refeição.

Alguns dias depois...

—Estou dizendo Will, Sarah está escondendo algo de mim - Connor afirma, recostando-se, deixando escapar um suspiro pesaroso - Só não entendo o porquê se quando concordamos em morar juntos, uma das regras foi justamente não fazermos isso - revela, deslizando o dedo pela borda do copo a sua frente - Regra, aliás, que ela mesma propôs - lembra, vendo, por sobre os ombros do amigo, Sarah entrar na cantina acompanhada por Natalie e Maggie, as três indo sentar-se em um canto discreto, não percebendo a presença dos dois, à princípio .

—Vai ver ela criou juízo!! - tenta brincar o ruivo, enrugando o cenho, voltando o rosto na direção que o amigo olhava - Certo…- murmura, cuidadoso, encarando o cirurgião novamente - Supondo que esteja com a razão, o que acha que a faria ter tal atitude? - interroga-o - E por favor não leve a sério o que disse a pouco!! - recomenda.

—O que disse? - Connor devolve, olhando-o confuso.

—Ooookay …. Está bem claro o que precisa ser feito aqui: sentar e conversar - diz o ruivo, apoiando as mão sobre a mesa - Não pode ficar assim, tenso e indeciso. Tem de esclarecer as coisas o quanto antes. Se ela não tomar a iniciativa, você toma - aconselha - Grande parte dos relacionamentos terminam justamente por essa espera de ver quem vai dar o primeiro passo quando surge uma situação desse tipo e já que existe um acordo firmado, apenas faça valer. De forma tranquila. Sem cobranças - sugere - Só faz valer o combinado - reforça.

—Tem razão. Farei isto - garante o cirurgião, sorrindo, respondendo ao aceno da namorada quando essa o vê - Não quero perdê-la, Will - sopra, acompanhando os movimentos dela, que vinha a seu encontro - Não importa o que seja, vou resolver - assegura, decidido, sentindo o já conhecido frisson ao vê-la sorrir.

—Eu sei que vai...mas se precisar, sabe que pode contar com a gente, não sabe? - Will interroga baixinho e Connor responde com um aceno afirmativo, segurando a mão que Sarah oferecia.

—Hei… conseguiu uma folga para o almoço finalmente? - ela pergunta, lhe dando um selinho - Ou Will te sequestrou? - brinca, cumprimentando o ruivo.

—Bingo!! - o médico exclama, erguendo os polegares e piscando para ela no exato momento em que o paiger de Connor toca - Ops!! Fomos descobertos!! -brinca o ruivo, fazendo ambos rirem.

—Até que demorou bastante ele me encontrar - Connor diz, bem humorado, levantando-se - Me espera no final do turno? - pede, encarando Sarah.

—Uhum...espero - ela promete, lhe dando mais um selinho antes de ele ir, seu próprio paiger e o de Will tocando juntos logo em seguida.

—Acabou o recreio!! Hora de salvar vidas!! - exclama o ruivo, tomando o restante do suco em seu copo num único gole.

—Hã...vai querer o sanduíche? - Sarah pergunta, fazendo-o enrugar o cenho.

—Não, mas tem bacon - avisa, surpreendendo-se ao vê-la dar uma generosa mordida no petisco.

—Tudo bem...uma vezinha não vai matar - ela diz, continuando a comer enquanto caminham, deixando o ruivo ainda mais surpreso.

Horas depois, no apartamento….

“....Vi que era amor quando te achei em mim e me perdi em você…”

Sarah mordia os lábios, insegura, ao mesmo tempo em que afagava a cabeça de Connor, que se encontrava deitado em seu colo, os dedos deslizando por entre os fios negros e grossos, pensando em uma maneira de começar a falar.

Haviam feito o trajeto para casa quase que em total e absoluto silêncio.

O mesmo ocorreu durante o jantar e assim permaneciam, o som vindo da televisão sendo o único a ser ouvido no recinto.

Ela não tinha ideia de como contar a novidade a ele. 

Parte dela temia sua reação e por isso se entristecia. Parte se alegrava pois mesmo que não ficassem juntos, um pedaço dele estaria com ela para sempre.

Tal pensamento a fez sorrir, um suspiro doce escapando por seus lábios.

—Cansada? - Connor pergunta, atraindo sua atenção.

—Um pouco - ela admite, ainda a sorrir - O dia foi puxado e algo no almoço não caiu bem. Acabei vomitando tudo - revela, enrugando o nariz.

—Sério? Por que não me contou? Teria preparado algo mais leve no jantar - ele inquiriu, mudando de posição, deitando-se de forma a poder olhar nos olhos dela.

—Foi apenas um mal estar e o jantar estava divino - tranquiliza-o, sustentando seu olhar, afundando os dedos na densa cabeleira negra, satisfeita ao vê-lo fechar os olhos e suspirar de prazer, um novo e prolongado silêncio vindo sobre eles, mas desta vez sem qualquer sombra de tensão.

Durante um bom tempo permanecem quietos, ela afagando o cabelo dele, ele a lateral da coxa dela, de vez em quando enrugando, discretamente, o cenho.

—Vamos para a cama? -ele  convida, de repente, se levantando.

—Uhum - ela concorda, fazendo o mesmo, desligando a televisão e apagando as luzes antes de se juntar a ele, se deixando conduzir pelos ombros até o quarto onde fazem amor sem pressa, desfrutando cada momento, trocando carícias suaves, Connor a surpreendendo com declarações apaixonadas, quase a fazendo chorar.

Saciados, permanecem abraçados até adormecerem.

Na manhã seguinte, um sábado, Sarah acorda cedo, mesmo sem precisar, espreguiçando-se languidamente, deslizando cuidadosamente para fora da cama a fim de não acordar Connor, caminhando devagar para o banheiro, a água morna acariciando sua pele, fazendo com que se distraísse a ponto de só perceber a presença de Connor quando sentiu seus braços a envolvendo carinhosamente.

—Bom dia, meu amor - sussurra em seu ouvido, a voz rouca provocando arrepios.

—Bom dia amor - devolve, deitando a cabeça no ombro dele, virando-a de forma a receber o beijo suave.

—Sente-se melhor? - ele quer saber, girando-a para que ficasse de frente para ele.

—Uhum. Sim - respondeu, retribuindo o beijo, suspirando, de olhos fechados, quando ele abandona sua boca e começa a distribuir beijos por seu pescoço, colo, seios, ora sugando, ora mordiscando a pele enquanto desce, devagar, deixando um rastro de fogo, abrindo-os, surpresa, ao perceber que beijava seu ventre repetidamente.

—Connor…????

—Achou mesmo que eu não perceberia? - ele devolve, erguendo o olhar, sorrindo gentil.

—Perceber o quê?? - ela interroga, hesitante.

—Bom, para começar…- ele diz, levantando-se devagar - Nas últimas semanas você andava muito tensa, se irritando com facilidade e não apenas comigo - lembra - Primeiro, pensei que fosse por conta de sua residência, que talvez tivesse se arrependido da escolha feita, mas logo percebi meu engano - assume, acariciando o rosto dela - Daí, comecei a buscar na memória se havia dito ou feito algo que tivesse te aborrecido e foi aí que comecei me dar conta do que poderia ser…

—C-como assim? - balbucia Sarah, intuindo que ele já sabia.

—Lembrei de um comentário que fiz, semanas atrás, sobre você não precisar de dieta que te deixou brava - relembra, seu riso aumentando - Você havia perdido peso, até comentou comigo, mesmo estando se alimentando bem e agora, está ganhando - observa, levando ambas mãos à cintura dela - Suas formas estão mudando. Está mais arredondada, digamos assim... também notei os enjoos e mal estares frequentes - enumera, deslizando uma mão para o ventre dela - Mas a certeza mesmo tive agora a pouco, quando estava deitado em seu colo, e devo admitir: sou capaz de beijar o Latham por praticamente ter me obrigado a estudar aqueles áudios na biblioteca do Med - diz, fazendo-a rir - No começo achei que fosse um eco de seu coração porque estava ansiosa desde que chegamos, mas logo percebi que estava errado...que não se tratava de eco mas de batidas de outro coração...mais rápido...típico de bebês...Nosso bebê!! - conclui com um brilho no olhar.

—Eu...eu…- Sarah engasga, puxando o ar e fechando os olhos por um segundo, controlando a emoção - Eu estava pensando em como te contar - admite, abrindo os olhos, mordendo o lábio inferior - Tive medo de como reagiria, o que pensaria, afinal, estamos juntos a tão pouco tempo...sequer falamos sobre esse assunto, quero dizer, eu nem sei se você quer filhos e eu também nunca pensei muito a respeito...e sempre tomamos tanto cuidado e mesmo assim aconteceu e eu não sei como foi possível, estou tão surpresa quanto você e nem imagino o que os outros irão pensar ou que sua família vai pensar e…- retém o ar, surpresa, ao receber o beijo terno.

— Amor, pouco me interessa o que os outros ou minha família irão pensar!! - Connor exclama, segurando o rosto dela entre as mãos - E reconheço que não esperava já que, como acaba de dizer, tomamos todas as precauções, mas aconteceu. De alguma forma, em algum momento, elas falharam e o resultado é esse pequeno brotinho crescendo em seu ventre!! - diz, dando um selinho - E mesmo que não tenhamos planejado, mesmo que seja completamente inesperado, eu já amo demais essa sementinha esperta que burlou todas as barreiras que impusemos - brinca, conseguindo um sorriso divertido dela - E sei que pode...que vai ser assustador para nós dois, mas se estiver disposta a enfrentar o desafio, estarei bem aqui, ao seu lado e pouco me importa, como falei a pouco, o que os outros irão dizer ou pensar, especialmente minha família - afirma calmamente - Tudo o que me importa é o que você quer - completa, encarando-a, sério.

—Minha primeira reação foi de incredulidade. Depois, medo. Depois angústia. E por fim, alegria - confessa a jovem residente, suspirando - Fiquei insegura com o que poderia pensar, mas já havia tomado a decisão de tê-lo independente de você querer…

—Eu jamais te pediria para tirar, Sarah. Jamais!! - a interrompeu - Mesmo que não fossemos ficar juntos, e sei que vamos - frisa, lhe dando mais um selinho - Assumiria minha responsabilidade sem pestanejar - garante.

—Sei disso, coração e jamais pensei que agiria diferente - ela assegura, tranquila, afagando os cabelos dele - O que me preocupou foi pensar que você pensaria que fiz de propósito pra te prender - confessou, corando intensamente.

—Eu nunca pensaria isso de você, amor. Nunca - tranquiliza-a - Até porque você já me prendeu desde aquele dia, no trailer, quando me sorriu dessa forma que tanto me encanta - revela, beijando-a demoradamente - Eu amo você, Sarah. Amo - reitera, se inclinando até ficar perto do ventre dela - E já amo você também, sementinha esperta. Meu pequeno brotinho de feijão!! - declara, emocionando-a ao distribuir beijos por toda extensão de sua barriga - Será um menino ou menina? Já sabe de quanto tempo está? Procurou a Grant para uma consulta? Por que está chorando, amor?  - dispara, preocupado.

—De alegria, coração. De alegria - Sarah responde, secando o rosto com o dorso das mãos - Já procurei a Grant sim e estou entrando na nona semana - revela, envolvendo o pescoço dele com os braços - E para mim tanto faz se for menino ou menina. Só quero que venha com saúde - deseja.

—No que depender de mim, virá, porque de agora em diante vou cuidar de sua alimentação atentamente - declara, retribuindo o abraço.

—Hummmm…. já disse que te amo, coração? - Sarah interroga, beijando-o….

“....Somos pão e padaria, piano e melodia, filme e pipoca;

De dois corações um só se fez; 

Um que vale mais que dois ou três…”


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Notas finais do capítulo

Se cuidem. #vacinassalvam vidas, mesmo que doam e te coloquem de cama, kkkkkk.
Até segunda. Bjokas
Em tempo: a música deste capítulo é Dois corações, do Melim



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