Just Friends *teen!lock* escrita por YellowPamonha


Capítulo 3
III- John Watson fica fofo sorrindo, mas ele nunca vai saber disso




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Sherlock estava pingando suor quando terminou as quarenta voltas. Ele tinha certeza de que seu corpo não fora feito para correr. Os pés doíam, e parecia que alguém tinha esfaqueado ele nas pernas.

A aula de educação física acabou quando Sherlock estava na vigésima primeira corrida, mas o professor acenou para o menino continuar correndo, enquanto todos iam para os vestiários. John tentou ir falar com ele, mas o professor brigou quando ele se distanciou da turma, e Sherlock não fez nenhum esforço tentando ir até o menino.

Sua aula atual era inglês, e ele também chegaria no meio dela. Só estava torcendo para que a professora não fosse tão chata quando Krold.

Depois de tirar aquela roupa suada de educação física e colocar as roupas normais, Sherlock Holmes saiu apressado para o corredor. Ainda tinha que pegar o livro de inglês, e depois descobrir onde era a sala.

Quando bateu na porta com tudo em seu devido lugar, ouviu um "entre" de uma voz feminina de dentro da sala. Abriu a porta, e se deparou com uma mulher de meia idade o observando através de seus óculos meia-lua, juntamente com uma sala cheia de alunos.

— Posso saber onde estava, senhor...?

— Holmes, senhora Castfield. — Sherlock estava torcendo para ter se lembrado corretamente do nome que havia visto em seu horário. — Cheguei atrasado na aula de educação física por conta de um atraso na hora de pegar a chave do armário e o professor me fez ficar até completar quarenta voltas.

— Ah sim, um novato. Entre, sei como o senhor Krold pode ser duro com alunos que não o conhecem. Sente-se naquela cadeira vazia, ao lado da senhorita Hooper. — a professora apontou para a única cadeira vazia, ao lado de uma garota ruiva.

— Oi! Sou Molly Hooper, e você? — perguntou a garota ruiva enquanto Sherlock se ajeitava na cadeira.

— Sherlock Holmes.

A garota parecia pronta para dizer mais alguma coisa, mas nesse momento a professora começou a explicar qual autor trabalhariam naquele bimestre, e Molly voltou à se sentar adequadamente. Sherlock surpreendentemente prestava atenção, a professora parecia saber o que estava fazendo.

¤◆¤

Quando o sinal da última aula antes do almoço tocou, Sherlock foi um dos primeiros a sair. Não por conta da comida, mas sim porque queria encontrar John antes de conhecer os tais "amigos" do loiro. Talvez fosse melhor comer sozinho.

O Holmes achou Watson arrumabdo as coisas em seu armário. O armário do loiro parecia bem organizado, e Sherlock se encostou no armário ao lado de John para atrair sua atenção.

— Então, acho melhor não almoçar com você e seus amigos.

John ergueu os olhos surpreso, mas então fitou Sherlock com uma expressão engraçada.

— Por quê?

— Não quero te atrapalhar. E eu acho que vou ter que ser mágico hoje.

John riu.

— Mágico?

— Longa história. Conheci uma garotinha e ela teve umas más impressões sobre meus... dotes.

John riu mais ainda.

— Acho que você consegue ter um tempinho para socializar, Sherlock. Vamos, eu já falei de você pra eles.

Watson começou a puxar Sherlock pelo braço, e só parou quando já era possível ver o refeitório por meio dos alunos.

— Ali é o refeitório. Nós colocamos a comida, e você pode comer aqui dentro ou lá fora, nos jardins. Mesmo que você não vá comer, acho que pode colocar um macarrão ou salada, alguma coisa assim.

Sherlock assentiu, lentamente. Tantas pessoas. Tanto barulho. Ele estava há algumas horas sem estragar tudo definitivamente, mas sentia seu tempo de ser humano normal se esgotar.

O Holmes entrou na fila, logo atrás de Watson. Pegou apenas macarrão e uma caixinha de leite, enquato o loiro colocou em seu prato quase tudo que estava disponível.

— Aqui! — John levantou a mão, indicando a mesa que o moreno deveria se sentar. Estava vazia.

— Onde estão seus amigos?— Sherlock perguntou enquanto se sentava e tirava o sanduíche do bolso.

— Eles já deviam estar aqui... — John parecia pensativo, olhando quase o tempo todo em direção à porta.

— Tem certeza que não quer que eu coma sozinho?

— Não posso te deixar sozinho no primeiro dia de aula, Sherlock! Além do mais, você vai gostar deles. Eu acho. — o loiro sussurrou a última parte.

Sherlock deu os ombros. Ele sabia que aquilo não ia acabar bem, mas havia feito sua parte. Já que seu novo colega de apartamento se recusava a fazer as coisas do jeito mais fácil, a culpa não seria totalmente do Holmes mais novo.

— Por que tem crianças no jardim? — Sherlock perguntou dando uma mordida em seu sanduíche.

— O almoço delas é junto com o nosso. Só que é servido em outro prédio. — respondeu o loiro enrolando macarrão em seu garfo.

— E o que as impede de entrar aqui?

John hesitou um momento antes de responder:

— Nada, na verdade. Acho que é uma regra não dita. Elas não entram no nosso prédio, nós não entramos no delas, e todo mundo usa o espaço a céu aberto.

Sherlock assentiu, com a boca cheia.

Os dois comeram mais algum tempo em silêncio, até que John se levantou, acenando freneticamente para alguém atrás de Sherlock. Quando voltou a se sentar, sussurrou para Sherlock.

— Aja normalmente. É só não fazer aquela coisa de, sei lá, descobrir a vida da pessoa imediatamente, e tudo vai dar certo.

Logo duas pessoas se sentaram ao lado de John, uma jovem de cabelos enrolados e um rapaz de olhos negros.

— Sherlock, esses são meus amigos, Sally e Anderson. Sally, Anderson, esse é Sherlock Holmes, aquele da 221b.

— Ah, o que você procurava feito um louco mais cedo? — Sally comentou com um sorriso maldoso, vendo o rosto de John ficar avermelhado. Sherlock apenas ignorou.

— Então, onde vocês estavam? — John perguntou. — Vocês deviam estar aqui há uns dez minutos!

Anderson revirou os olhos.

— Isso não importa, mamãe.

— Armário do zelador. Fazendo coisas. — Sherlock disse com um sorriso esperto.

— O quê? — John olhou para ele franzindo as sobrancelhas.

— Eles estavam no armário do zelador.

John franziu a testa, e quando entendeu a razão de Sherlock saber tudo aquilo, deu um sorriso tímido, que parecia ao mesmo tempo orgulhoso e temeroso.

— Como você descobriu? — John perguntou colocando mais macarrão em sua boca, ao passo que Sally e Anderson estavam estáticos.

— O pó nos sapatos dele e na calça dela é o mesmo. Pó de giz. Poderia ser de uma sala de aula qualquer, se não fosse pela  mancha de produto de limpeza na manga do seu colega. Além do mais, é possível sentir o cheiro do perfume dele nos dois. — Sherlock suspirou, parecendo entediado. — Me pergunto o que faziam para a macha de pó de giz na calça de Sally estar justamente no joelho...

John não pôde esconder o sorriso admirado. Aquilo com certeza não acabaria bem, mas as expressões de Sally e Anderson faziam tudo valer a pena.

— Você é bizarro! — Sally foi a primeira a reagir, gritando. — John, como você pode ser amigo de um... estranho como esse aí?!

— Isso foi invasivo. — completou Anderson. Sherlock deu os ombros.

— Watson perguntou, vocês não responderam. Eu respondi.

John estava se segurando para não rir. De acordo com as reações dos colegas, Sherlock estava totalmente certo.

— Eu definitivamente não vou me sentar uma uma pessoa tão anormal quanto você. — Sally disse olhando diretamente para Sherlock. — E pode esperar, vai haver retorno.

Dizendo isso, Sally Donovan se levantou da mesa, em passos determinados.

— Eu vou ter que concordar com ela. — Anderson disse se levantando. — Se você mudar de ideia sobre esse estranho, John, nos procure. Tenho certeza que somos bem melhores que ele.

Quando Anderson também saiu, indo se sentar em uma mesa do outro lado do refeitório com Sally, Sherlock olhou arrependido para John.

— Eu te avisei.

John começou a rir. O moreno arqueou as sobrancelhas, sem entender aquela reação.

— Obrigado. Eu estava mesmo querendo me livrar deles. — John disse depois de quase dois minutos rindo.

— Como? — perguntou Sherlock, ainda sem entender muito bem.

— Eles mudaram muito de uns anos pra cá. Eu não me sentia bem com eles há muito tempo. E pelo jeito, você se livrou deles definitivamente. Então, obrigado.

Sherlock estava perplexo. Ele esperava qualquer reação, menos aquela.

— Então... você não está bravo comigo? — Sherlock perguntou terminando seu leite.

— Claro que não! Eu sabia dos riscos. E foi muito legal ver as expressões deles, na verdade. Só tome cuidado com Sally, ela pode ser um pouco... vingativa.

Sherlock assentiu, sem saber mais o que fazer. Não estava acostumado à coisas dando certo em sua vida, e secretamente desejava que John o odiasse agora. Seria mais fácil acabar com tudo isso logo, antes de se importar demais com o loiro.

Holmes e Watson terminaram suas refeições em silêncio. John de vez em quando sorria sem razão aparentemente, enquanto Sherlock tentava deduzir cada pessoa presente no refeitório. Ele já havia feito bastante sucesso.

De repente, Sherlock sentiu a manga de sua blusa ser puxada. Estava tão absorto em seus pensamentos que não havia percebido que uma jovem menina havia ido até ele. Ou que a John a encarava intrigado há um bom tempo. Ou que todos no refeitório encaravam a menina e Sherlock curiosamente.

— Sherlock. —Martha sussurrou. — Eu consegui fazer amigas! Mas elas não acreditam quando eu falo que tenho um amigo mágico. Você pode ir lá e mostrar que eu não estou mentindo, por favor?

— Claro. — Sherlock respondeu, sem hesitar. Se virando para John, disse: — Volto logo. Tenho que ser mágico.

John Watson obviamente não entendeu, mas assentiu, vendo Sherlock e a garota de meias mostarda e botas seguirem até o jardim.

¤◆¤

Sherlock não foi tão rápido quanto esperava. Haviam várias garotinhas, e descobrir alguma coisa enquanto elas pulavam não foi fácil. Mesmo assim, conseguiu; descobriu que uma tinha comido donuts sem a mãe saber, outra tinha trocado suas frutas por doces, e outra ainda tinha entrado em uma briga por uma folha de formato diferente, o que resultou em ficar com várias folhas no cabelo. As companhias de Martha certamente eram... diferentes.

Quando terminou de convencer todas as garotinhas que era um mágico real, o intervalo dele já tinha acabado. E ele só percebeu isso quando voltou ao refeitório e o encontrou vazio. Tentou se lembrar qual era sua próxima aula, mas não conseguia chegar a um consenso.

Depois de descobrir em qual aula ele deveria estar - física -, Sherlock Holmes pegou seus materiais necessários e andou calmamente até a sala certa. Chegar poucos minutos mais tarde não faria grande diferença, faria?

Bateu na porta, e ao invés de obter uma resposta, a porta foi aberta por um homem que parecia uma versão mais velha de John. Com certeza os dois eram os únicos da escola que ainda usavam suéter.

— Ora, ora, ora, o que temos aqui? — perguntou o professor alternando seu olhar entre Sherlock e a turma, que ria discretamente.

— Me desculpe, senhor Rocksby. Vejo que não consegui chegar no horário correto para a aula.

Esse era mais um dos motivos pelos quais Sherlock não gostava de escolas. Tinha que fingir ser quem não era, ou era suavemente punido por isso. E, por suavemente, queria dizer que os professores prestavam atenção em cada passo que dava, e o punia se saísse da linha. Mas não se importavam tanto se você fosse educado e saísse um pouco do correto.

— Parece ser uma constatação óbvia, senhor...

— Holmes. — Sherlock não gostava daquilo. Nem um pouco. Estava sendo feito de idiota sutilmente, sem ter a chance de se defender.
— Posso saber o que estava fazendo, senhor Holmes?

— Estava sendo um mágico, senhor.

O homem deu um gargalhada.

— Um mágico?! — ele se virou para a turma, ainda rindo. — Vocês ouviram isso?

A turma toda riu, assentindo. Menos uma pessoa. Ela chamou a atenção de Holmes. John Watson não estava rindo como os outros. E a visão de seu rosto alarmado impediu Sherlock de cometer uma bobeira.

— Se me desculpa, senhor, posso ir me sentar? Acho que estamos gastando um tempo precioso da sua aula.

Daniel Rocksby ainda tinha um sorriso no rosto, mas a sala gargalhava.

— O que vocês acham? Eu devo deixar o mágico entrar? — perguntou o professor para a turma. Mas ninguém prestou atenção. Estavam muito ocupados rindo e fazendo piadas sobre Sherlock.

Watson se levantou, atraindo a atenção de Rocksby.

— Se me permite, senhor Rocksby, gostaria de pedir para deixar Holmes entrar. Você sabe, as coisas são complicadas para novatos em seu primeiro dia. — John completou, com um sorriso de canto.

O professor assentiu.

— Vou levar sua consideração em conta, senhor Watson. Se o defende, acredito que um atraso no primeiro dia de aula não o faz uma pessoa tão ruim. Entre, senhor Holmes.

— Obrigado, senhor Rocksby.

Sherlock entrou na sala, e se sentou na única cadeira disponível, do outro lado da sala onde John estava. Holmes podia perceber que John tentava freneticamente se comunicar com Sherlock, sem sucesso. O moreno não entendia os gestos de Watson. Ele estava dizendo para ele se sentar, se acalmar, que estava morto ou que iria morrer?

— Muito bem, vamos continuar a aula como antes da interrupção do senhor Mágico Holmes. Abram na página 13, onde vou mostrar os assuntos desse bimestre.

Sherlock desligou sua mente após aquelas palavras. Agora, entrar em seu Palácio Mental para guardar todos os detalhes sobre John Watson daquele dia era. O jeito como ele havia agido, como ele havia se comportado, o que o havia feito rir e o que o havia feito ficar irritado... Sherlock tentava reter todas as informações importantes. E pretendia ter mais para guardar antes de dormir.

Por estar tão absorto em seu Palácio Mental, Holmes só percebeu que a aula tinha acabado quando sentiu uma mão balançar seu ombro. Mesmo com os olhos abertos, não estava prestando atenção. Por isso não tinha percebido que a sala havia se esvaziado, exceto pelo professor parado na sua frente e John que guardava seus materiais extremamente devagar, observando Sherlock.

Por quê John traz a sua mochila toda?, perguntou-se Sherlock mentalmente, enquanto levantava o rosto para encarar Rocksby.

— Sim, professor?

— Estava dormindo, senhor Holmes? — perguntou o professor com um sorriso divertido. Sherlock manteve o rosto neutro.

— Não, senhor. Estava arquivando algumas informações.

— Sobre a matéria, eu espero.

— O senhor é livre para pensar o que quiser, senhor. — disse Holmes olhando para John, que havia terminado de guardar seus materiais e só observava o diálogo.

Rocksby olhou para onde Sherlock olhava.

— Quer tirar alguma dúvida, senhor Watson?

John pareceu em choque por um instante.

— Não, senhor, só estou esperando Sherlock. Preciso falar com ele.

O professor deu um sorriso como alguém que sabe de um segredo.

— Falar, entendo. Bem, está liberado, senhor Holmes. Espero que na próxima aula chegue no horário e preste atenção.

Sherlock apenas assentiu, sem expressão. O que mais ele podia fazer? Falar que aquela matéria era irrelevante para a vida dele?

John foi até a porta, seguido por Sherlock. O professor o ouviu dizer, mesmo estando fora da sala:

— O que diabos você estava fazendo, Sherlock?!

Sherlock não respondeu. Estava tentando se lembrar do número do seu armário.

— Quais são suas próximas aulas?

— O quê? — Sherlock conseguiu se lembrar do número.

— Me deixe ver seu horário.

Sherlock procurou em seu bolso, e tirou um papel amassado de lá. John o analisou.

— Olha, temos algumas aulas em comum. Sua próxima aula não é comigo, mas a outra sim. E aí nós vamos procurar o meu amigo da polícia.

Sherlock assentiu, feliz por John não estar bravo com ele. Mal percebeu que havia chegado ao seu armário.

— Certo, eu tenho que ir. Chegue na aula no horário certo, e preste atenção, ou pelo menos finja. Qual é o seu armário?

Sherlock apontou para o armário atrás de si.

— Ok, vou te encontrar aqui no próximo intervalo e ter certeza que você vai chegar na hora certa. — John olhou nervosamente para o relógio em seu pulso, — Tenho que ir, só tenho mais um minuto e meio.

Sherlock observou enquanto John se embrenhava naquele mar de gente. Ele não estava com a menor pressa de ir para a próxima aula, seja lá qual ela fosse, mas não queria desapontar John. Por isso, seguiu arrastando os pés para a aula de Artes. Se ele tivesse sorte, a professora não o deixaria entrar.

¤◆¤

Sherlock não teve sorte. A professora falou de como a arte influenciou o mundo que hoje temos, e Sherlock ficou mais de quarenta minutos deduzindo onde seus colegas compravam sapatos.

Dessa vez, Sherlock se levantou da cadeira exatamente quando o sinal tocou. Ele estava contando os segundos, literalmente. Foi o primeiro a sair da sala, e se dirigiu até seu armário. Por alguma razão que ele não sabia definir, seu coração estava batendo mais forte.

John não tardou a chegar. Menos de dois minutos depois, ele já estava ao lado de Sherlock.

— Então, qual é a nossa aula agora?

— Química. Você não prestou atenção no horário?

Sherlock não se importou em responder. Pegou seu livro de química, e seguiu o loiro enquanto ele fazia uma trilha em meio aos alunos. John parou antes da sala. Ele parecia nervoso.

— Olha, Sherlock, o professor de química é muito bom. E eu tenho quase certeza que ele me acha um bom aluno, então por favor, preste atenção na aula, ok?

Sherlock assentiu, e John se virou para entrar na sala. A um passo da porta, porém, ele se virou novamente para Sherlock.

— Hã... provavelmente o professor vai escolher as duplas para o resto do ano de acordo com os lugares que nos sentarmos hoje. Você quer ser minha dupla?

John estava obviamente nervoso. Suas bochechas estavam vermelhas. Sherlock não entendia por quê. Ele estava perguntando se eles podiam ser duplas, não morar juntos. Ah, espera, Sherlock pensou. Eles já moravam juntos.

— Claro. — ao dizer isso, Sherlock viu John respirar aliviado, para depois entrar na sala. Os dois se sentaram em uma mesa no lado esquerdo da sala, que tinha duas cadeiras e alguns frascos, como todas as outras da sala.

Não demorou muito para a aula começar. O professor era até interessante, e parecia saber sobre o assunto, como a senhorita Castfield. Sherlock fez tudo o que o professor disse, como abrir o livro na página 21, organizar os frascos e ficar calado. Quando a aula chegou ao fim, o professor não foi reclamar com ele, e John parecia satisfeito com seu comportamento.

Depois de saírem da sala, já prontos pas ir embora e no corredor, John falou:

— Agora temos que achar meu amigo, Lestrade.

Sherlock assentiu, pensando qual seria a probabilidade de ser o mesmo Lestrade do chá na polícia. Watson e Holmes acharam Lestrade na parte de fora da escola, conversando com uma ruiva que Sherlock reconheceu como Molly Hooper, da aula de inglês.

John colocou a mão no ombro de Lestrade, e quando Greg percebeu quem era, sorriu calorosamente. Sherlock sentiu um pouco de inveja. Ninguém nunca tinha sorrido para ele daquele jeito.

— Lestrade, esse é meu novo amigo, Sherlock Holmes. — Sherlock sorriu internamente ao ser chamado de "amigo". — Sherlock, esse é Greg Lestrade. Ele trabalha na polícia, achei que seria legal apresentar vocês.

Lestrade fraziu a testa, como se tentasse se lembrar de algo. De repente, sua expressão se iluminou.

— Ah, sim! Eu conheço ele! Ele é uma espécie de gênio, mais inteligente que todos os detetives juntos. — Greg disse rindo.

John riu, e se virou para Sherlock.

— Sherlock, essa é Molly Hooper.

Sherlock acenou, e Molly disse:

— Nós nos conhecemos mais cedo. Na aula de inglês, ele se sentou do meu lado.

John franziu a testa.

— Bem, pelo visto todos já se conheciam aqui. — Watson disse sorrindo de lado.

— Vocês já falaram com o Anderson e a Sally, não é? — Greg perguntou.

John e Sherlock assentiram.

— Como você sabe? — o loiro questionou.

— Eles pareciam perturbados quando os vi. E sempre que o Sherlock aqui faz uma dedução sobre alguém, as pessoas ficam assim. É por isso que várias pessoas da polícia não gostam dele.

Sherlock sorriu amarelo. Ele não estava muito ansioso para John descobrir como ele normalmente se comportava.

— Bem, aparentemente a polícia está cheia de idiotas como Sally e Anderson. — Sherlock riu internamente ao ouvir John dizer aquilo.

Lestrade pegou seu celular no bolso.

— Tenho que ir. Meu pai disse que precisa de mim no escritório.

— Vou com você. — disse Molly. — Tchau Sherlock, tchau John.

John e Sherlock acenaram de volta, e começaram o caminho para casa.

— Seu amigo faz um chá ótimo.

John deu uma gargalhada.

— Você está me dizendo que Lestrade serve chá para os policiais como emprego?!

Sherlock deu um sorriso de canto.

— Ele de vez em quando dá uma opinião, guarda alguns casacos, mas o chá que ele faz é muito bom. 

John Watson ficou rindo o caminho todo. Sherlock notou como ele ficava fofo sorrindo. Não que ele fosse admitir algum dia, obviamente.  Aquele momento ficou marcado na parte de "importante" no Palácio Mental de Sherlock Holmes.

 


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