Just Friends *teen!lock* escrita por YellowPamonha


Capítulo 1
I - Prazer, sou John Watson


Notas iniciais do capítulo

Sherlock e John se encontram pela primeira vez.



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Sherlock sabia que seu irmão iria acordá-lo antes da hora, mas não imaginou que seria tão cedo. Ao ouvir a música irritante que sempre passava no rádio no último volume, Sherlock se levantou em um salto, procurando a fonte daquela tortura. Quando finalmente achou o celular de Mycroft, seu irmão mais velho, já estava totalmente desperto. A música parou de tocar, e Mycroft apareceu na porta.

— Achei que não fosse acordar, Sherly. Vamos, cansei de te esperar. Empacote o que ainda falta e desça. Quero chegar cedo na sua nova casa.

Sherlock revirou os olhos. Quando decidiu que queria morar longe dos pais, como seu irmão já fazia, não imaginou que seria tão difícil. Tantos papéis, tantos pequenos detalhes para acertar —já estava ficando de saco cheio. Por sorte, Mycroft saiu logo de seu quarto, evitando assim ser o depósito de todo aquele sentimento ruim.

O mais novo seguiu para o banheiro, escovou os dentes e vestiu sua roupa habitual: a calça jeans preta e a camisa social azul. Era sua roupa favorita, embora Mycroft e seus pais dissessem que ele parecia um adulto, não um menino de 17 anos.

É fato que nessa idade ele não deveria morar sozinho, mas ele não ia estar totalmente sozinho. O trato para sair da casa dos pais foi arrumar um colega de quarto. Isso não foi difícil, Mycroft deu alguns telefonemas e arrumou o "companheiro perfeito para Sherlock", nas palavras do mais velho. Ele havia se recusado a contar a Sherlock qualquer coisa sobre seu novo companheiro de quarto, exceto que Sherlock iria estudar na mesma escola que seu companheiro estudava.

O Holmes mais novo não sabia se aquilo era bom ou ruim. Talvez o companheiro fosse uma pessoal legal e ele conseguiria fingir que era uma pessoa legal, ou talvez fosse um babaca que faria da vida de Sherlock um inferno. Não que ele se importasse, na verdade. Já era acostumado a ser considerado uma "aberração que não deveria ter nascido", já era parte de sua rotina. Ele havia realmente
tentado fazer amigos uma vez, mas acabou em desastre. Depois daquilo, nunca mais tentou se enturmar. Era mais fácil ser mais inteligente do que todos e usar isso a seu favor.

Sherlock terminou de empacotar suas coisas, e deu uma última olhada em seu quarto. O quarto que passara toda a sua vida. Tinha certeza que aquele seria um marco em sua vida, que as coisas iam ser diferentes. Talvez alguns assassinatos mais interessantes. Afinal, Londres era uma cidade movimentada. Desceu as escadas, e Mycroft o esperava sentado na mesa, tomando uma xícara de café.

— Sherly, leve essa caixa lá para o carro.

— Onde estão mamãe e papai? — Sherlock odiava esse apelido, mas não adiantava dizer isso para Mycroft.

— Eles já foram para sua nova casa. Disseram que iam arrumar as coisas pra você. Agora leve a caixa para o carro.

Sherlock abriu o porta malas e colocou a caixa lá dentro. Então, entrou no carro e se sentou no banco passageiro. Mycroft logo apareceu, com um copo descartável na mão, que continha leite.

— Beba. Você não pode ir de barriga vazia.

— Não estou com fome.

— Não perguntei se estava com fome, te disse para beber. — Sherlock não se mexeu. — Enquanto não beber, não vamos sair dessa garagem.

Sherlock revirou os olhos. Odiava quando seu irmão o dava ordens. Não era só porque travalhava para o governo britânico que poderia mandar e desmandar nele. Sherlock pegou o copo, e bebeu tudo de uma vez.

— Feliz agora?

Mycroft não respondeu, mas ligou o carro e começou o percurso até Londres.

¤◆¤

Ao sair do carro, o Holmes mais novo foi imediatamente abraçado por sua mãe. Ele amava seus pais, mas sua mãe tinha uma preocupação excessiva.

— Você está bem? Como foi a viagem? — sua mãe o atropelava com as perguntas. — Já colocamos tudo no devido lugar. Só faltam seus pertences. É um flat muito bom, e tem um lareira magnífica!

— Tomara que tenha só dois quartos. — Sherlock sussurrou.

— O seu amigo ainda não chegou. Qual era mesmo o nome dele, Mycroft?

— Ele não é meu amigo, mãe. Eu nem sei o nome dele.

— John Watson.

Sherlock franziu a testa.

— Que nome comum.

O pai de Sherlock colocou a mão no ombro do filho.

— Pronto para uma vida independente?

— Mal posso esperar. — disse Sherlock sem muita empolgação. Ele estava empolgado, não o entenda mal; mas seus pais ainda assim não saiam do seu pé.

— Mycroft, você tem que cuidar muito bem do seu irmão. Eu e seu pai não poderemos vir aqui toda semana, então é sua responsabilidade. — disse a mãe dos Holmes, dessa vez séria.

Mycroft abriu a boca para responder, mas nesse momento um carro parou na rua, em frente ao flat. Era um carro antigo, e Sherlock deduziu que a família não tinha muitas condições, ou estava gastando quase todas as suas reservas mandando o filho morar sozinho. Um homem de cara fechada saiu do carro, seguido por uma mulher de rosto sofrido, uma menina de uns doze anos e um menino de cabelos loiro escuros.

A mulher veio diretamente até a família Holmes, que olhava os recém-chegados com uma expressão diferente cada um.

— Você é a mãe do garoto que vai morar no flat da 221b? — a mãe de Sherlock se adiantou.

A mulher fez que sim com a cabeça, e puxou o menino para perto de si.

— Este é meu filho, John. — ela disse sorrindo.

— Que menino adorável! Este é meu filho mais novo, Sherlock. — a mulher fez menção de puxar o filho para perto de si, mas mudou de ideia. — Ele é um pouco... tímido, mas espero que vocês se dêem bem.

Sherlock examinou o novo colega de flat, enquanto John estendeu a mão.

— Prazer. Sou John Watson. — o loiro disse com um sorriso agradável. Com certeza estava tentando ser agradável.

Sherlock o encarou por um momento, antes de estender a mão.

— Sherlock Holmes. — ele tentou sorrir, mas não deu muito certo. Ficou parecendo uma careta.

— Sou Mycroft Holmes. Eu contatei vocês por telefone.

John franziu a testa por um momento, então se lembrou da pessoa que havia arrumado um flat tão em conta para ele.

— Ah sim, me lembro de você.

O homem de cara fechado apareceu ao lado de John e da mulher com uma mala e a menina atrás deles.

— Essa é Harry, minha irmã. — disse John, apresentando a irmã.

— Harry é nome de menino. — Sherlock falou.

O sorriso de John sumiu, e sua mãe deu um beliscão nele.

— Sherlock! Não seja mal-educado.

— Harry é apelido pra Harriet, esquisito. — Harry respondeu de cara fechada. John olhou feio para ela, mas não disse nada.

Sherlock franziu a testa. Não estava acostumado com crianças.

— Certo. — disse o pai de Sherlock para quebrar o contato visual que Harry e Sherlock estavam tendo. — Vocês já conhecem o flat, John?

— Não, eu apenas vi algumas fotos em um site que o Mycroft indicou.

Mycroft... parece Microsoft, pensou Harriet. Família esquisita.

— Ah, que ótimo! — exclamou a mãe Holmes. — Sherlock também não conhece. Eu já arrumei umas coisinhas, então não está muito bagunçado. Venham, vou mostrar tudo a vocês.

Para John parecia estranho que uma mulher que nem ia morar no lugar soubesse mais de lá do que ele, mas mesmo assim a seguiu escada acima.

Sherlock foi o último a subir, logo atrás do pai de John. Ele era um sujeito estranho; não tinha falado nada até o momento, e não parecia o tipo sentimental. A mãe de John também não havia falado muito, e a que parecia se importar mais com John era sua irmã, Harriet. Sherlock já tinha uma teoria: o pai de John gostava de beber, e talvez batia na mulher nas piores ocasiões. John achava isso tremendamente errado, e uma briga ocorreu com o pai. Por isso eles estavam gastando o que tinham para John sair de casa, antes que algo ruim acontecesse. O único problema era Harriet... onde ela se encaixava? Logo descartou essa teoria, já pensando em outra.

Sherlock gostava da facilidade que tinha para deduzir coisas e aprender coisas. Desde pequeno seu irmão o mostrava enigmas e casos não resolvidos, e Sherlock mostrava cada vez mais facilidade para resolver casos complexos. E então, quando seu irmão começou a trabalhar para o governo, Sherlock ficou ainda mais perto de assassinatos e todos os tipo de crime. Era isso que o fazia se sentir vivo, e que fazia seus colegas o acharem maluco. Sempre que a polícia estava com dificuldade, Mycroft conseguia colocar Sherlock na investigação, que acabava com sucesso. Mudando para Londres, ficava ainda mais fácil de seu irmão o contatar quando houvessem casos estranhos.

John não estava arrependido de ter saído de casa, apenas se questionava se fora uma boa ideia ter escolhido aquele menino como colega de quarto. Ele já sabia que o nome dele era Sherlock Holmes, tinha até procurado no Google para descobrir mais. E o que descobriu foi, no mínimo, estranho: Sherlock parecia ser uma espécie de gênio que ajudava a polícia em casos complicados. Pensou que seria interessante ter um colega com uma vida tão ativa e instigante quanto aquela, mas percebeu que Sherlock não seria nem de longe a pessoa que ele imaginou. O Holmes parecia ser frio, não uma pessoa legal com quem dividir um flat. Talvez ele fosse assim só na frente dos pais, e mudasse quando os dois ficassem sozinhos.

Quando chegaram no flat, John se surpreendeu. Era maior do que ele esperava, e mesmo com todas aquelas pessoas ainda sobrava espaço.

— Eu adorei aqui! Posso morar com você? — Harriet perguntou pulando em uma poltrona.

— Harry, querida, não faça bagunça. — disse a mãe de John.

— Gostaram? — perguntou Mycroft para John e Sherlock.

— É fantástico. — respondeu John, olhando em volta.

Sherlock apenas assentiu, e seguiu para o corredor em que os quartos ficavam. Ao dar uma olhada, percebeu que estava tudo do seu jeito, mas que não tinha banheiro dentro do quarto. Entrou no quarto de John – que não estava decorado – e percebeu que também não tinha banheiro. Voltou para o corredor, e abriu uma porta que até então estava fechada, e percebeu que teriam que dividir um banheiro.

— Só tem um banheiro. — disse Sherlock para Mycroft.

— E isso é um problema? — Sherlock não respondeu.

— Querido, você acha que vai ficar bem? — perguntou a mãe de John. Ela sabia que ele conseguia se virar, mas ele entendeu que era por causa de seu companheiro. Ele não parecia a melhor pessoa para dividir um flat.

— Não se preocupe, mãe. Vai dar tudo certo.

— Posso vir te visitar? — perguntou Harriet para John.

— Claro, Harry. Só não todo dia.

Sherlock suspirou. A casa cheia era a coisa da qual ele menos gostava.

— Certo, mãe e pai, vocês já podem ir embora. Já fizeram tudo que tinham que fazer. Você também, Mycroft.

— Você tem certeza, meu amor? Ainda pode voltar para a nossa casa. Você acha que consegue se cuidar sozinho? — a mãe de Sherlock estava, mais uma vez, duvidando de sua capacidade.

— Mãe, eu resolvo assassinatos. É claro que eu posso cuidar de mim mesmo.

— Vamos, querida, já está na hora de irmos embora. — o pai de Sherlock tentava ajudar o filho. Ele sabia que a esposa iria ficar sentimental.

Sherlock conseguiu que os pais saíssem do flat, e ficaram apenas Mycroft e a família Watson.

— Ele é legal, Sherlock. Tente fazer amigos. — Mycroft parecia estar reunindo toda sua força para falar aquelas palavras.

— E desde de quando você se importa, irmão?

John estava tendo um momento constrangedor com a sua família. Harry estava distraída, mexendo nos fios soltos da poltrona, e John não sabia o que dizer para seus pais. E aparentemente, seus pais também não sabiam o que dizer.

— É um bom lugar. — disse o pai de John. Era a primeira frase dele desde que eles desceram do carro. — A localização é boa, e tem um estabelecimento embaixo.

John engoliu em seco. Sabia que seus pais estavam loucos para ir embora.

— É. — ele olhou para a porta, vendo Sherlock conduzir seus pais para fora do flat, e sentiu um alívio por não ser o primeiro. — Acho que está na hora de vocês irem.

A mãe de John se adiantou e abraçou o filho, um abraço forte. Então foi a vez do pai, e John fez o possível para não o tocar mais que o necessário. O cheiro de cerveja contaminava as roupas do homem.

Finalmente, Harriet se levantou.

— Me liga, ok? Você não pode me abandonar pra ficar com esse esquisito.

John riu.

— Eu não vou te abandonar, Harriet. Agora, vem cá.

A menina deu um abraço tão forte em John que o deixou momentaneamente sem ar.

— Você nunca foi assim. — sussurrou Mycroft.

— Ainda bem. — respondeu Sherlock.

Quando a família Watson foi embora, só restou Mycroft de convidado.

— Vaza, Mycroft. — Sherlock segurou a porta para o mais velho passar.

— Calma, Sherly. Preciso falar com o senhor Watson. Por que você não vai terminar de arrumar suas coisas no seu quarto, hein?

Sherlock revirou os olhos. Sabia que, se não saísse dali naquele momento, Mycroft o obrigaria depois. Então, foi arrastando os pés até seu quarto.

— John, meu irmão pode ser chato às vezes, mais continua sendo meu irmão. Como você pôde ver, ele não é muito sociável. E não conversa muito. Eu te escolhi principalmente porque você estuda na escola que Sherlock vai estudar, então espero que posso fazê-lo se sentir bem. Ele não possui um histórico escolar com grandes amizades. Posso contar com você?

— Claro.

— Esse é o meu telefone. — Mycroft o entregou um papel pequeno. — Se alguma coisa acontecer, me ligue. Se Sherlock estiver estranho, mais do que o normal, me ligue. Vou mandar uma mensagem para você amanhã, para ver como foi o primeiro dia de Sherlock na escola nova.

— Certo. Me telefone é...

— Não precisa, eu já tenho seu contato salvo. Até mais, John.

Mycroft foi até o quarto, provavelmente para se despedir, mas John ouviu um "sai daqui!" bem zangado vindo do quarto. Mycroft voltou e, com um sorriso enigmático, fechou a porta.

John estava de queixo caído. Como Mycroft tinha seu número? Quer dizer, todo o contato deles ocorreu pelo telefone fixo. Será que o Holmes mais velho era um stalker?

Sherlock apareceu na sala de estar.

— A geladeira está vazia. Vou ao mercado. — ele inspirou profundamente. — Quer... vir comigo?

John ainda estava perplexo, mas conseguiu registrar as palvras do Holmes mais novo.

— Eu até gostaria, mas tenho que terminar de... arrumar minhas coisas.

Sherlock o encarou por um momento, e então respondeu:

— Certo. Quer que eu compre alguma coisa?

John pensou um pouco.

— Não, obrigado.

Quando Sherlock passou pela porta, e ele ouviu a porta da rua bater, John se sentou em uma das duas poltronas. O que ele havia feito? Por um lado, Sherlock fora agressivo, até, com o irmão, mas completamente gentil com os pais. E até falou com John!

O Watson mais velho se levantou. Não adiantava mais. Ele agora tinha que bolar um estratégia para integrar Sherlock ao seu grupo, não podia deixar que ele ficasse excluído. Por mais que o menino fosse diferente, e seus amigos meio preconceituosos, não queria deixar que Mycroft ficasse com raiva dele. Se o homem havia conseguido seu número de celular, poderia conseguir muito mais.

¤◆¤

Ao chegar de mãos cheias no que podia chamar de "casa", já estava tarde, e Sherlock percebeu que a luz da sala não estava acesa.

— Watson? — perguntou o moreno enquanto colocava as sacolas em cima da mesa da cozinha.

— Estou no quarto. — respondeu John.

Sherlock começou a guardar as compras, e quando havia guardado tudo, pegou algumas coisas de volta. Seu almoço ia ser sanduíche natural, e ele havia comprado ingredientes que dariam sanduíches para uma semana.

Colocou várias fatias de pão uma do lado da outra, e então passou o patê de frango. Em seguida, colocou o alface, o tomate e a rúcula, e embalou tudo em papel alumínio. Guardou na geladeira, e devolveu todos os ingredientes para o devido lugar.

— O que você estava fazendo?

Sherlock se virou para a fonte da voz, e viu John de cabelos molhados e uma roupa parecida com pijama na entrada da cozinha.

— Sanduíches naturais. A comida da escola não deve ser muito saudável.

John riu.

— É, você está certo.

John foi até a geladeira e a abriu.

— Pode comer o que quiser, eu não me importo. — disse Sherlock.

John colocou a mão na nuca. Era um gesto que ela fazia sem pensar, quando estava nervoso ou com vergonha.

— Obrigado.

Um silêncio constrangedor se seguiu.

— Você gosta de pizza? — perguntou John.

— O quê?

— Você gosta de pizza?

— Não estou com fome, obrigado. E você não tem dinheiro para comprar uma pizza.

— O que você está dizendo? — perguntou John franzindo a testa.

— Sua família não tem condições financeiras muito boas. Seu pai era do exército, mas voltou para casa após ser baleado na perna esquerda, a julgar pelo jeito que ele anda. Ele bebe muito para extravasar o sentimento de culpa por não ajudar o país, e isso acaba com quase todo o dinheiro que sua mãe ganha e seu pai recebe de apoio. Você e seu pai brigam por conta da bebida e do dinheiro mal gasto, e isso cria um clima ruim para uma adolescente como Harriet. Então ela decidiu que seria melhor você morar sozinho, também para ajudar a criar sua independência e tudo mais. Acho que sua mãe também quer tirar a filha de casa, mas começou pelo mais velho. — Sherlock parou e olhou para John. — O que eu errei?

John não conseguia processar nada naquele momento. Como o menino sabia de tudo aquilo? John sabia que não poderia ter descoberto tudo aquilo pela Internet.

Mas o irmão dele tem seu celular... disse uma voz no fundo da cabeça de John.

— Eu quis me mudar por conta própria. Minha mãe queria que eu ficasse em casa. E minha mãe não quer tirar a minha irmã de casa, eu acho.

Sherlock fez uma careta.

— Sempre alguma coisa.

— Como você sabia tudo isso?

— Eu presto atenção aos detalhes. — John esperou que o moreno completasse, mas isso não ocorreu. Sherlock estava ocupado lavando as vasilhas que tinha usado.
— Eu reparo nas coisas, basicamente. É muito difícil de explicar.

— Hum. É estranho.

Sherlock encolheu os ombros. A única pessoa que poderia ser sua amiga, e ele estragou tudo.

—Eu sei. Escuto muito isso.

— Mas é interessante.

Sherlock, virado para a pia, torcia para que sua voz não mostrasse o quanto estava feliz e surpreso.

— Acha mesmo?

— Claro. Foi brilhante. Extraordinário.

— As pessoas não costumam dizer isso. — comentou Sherlock, em uma voz mais baixa.

— O que elas dizem?

— Cai fora.

John riu.

— Bem, estou feliz por ser diferente, então. — ele fez uma pausa. — Você trabalha para o governo?

— Não, só o Mycroft. Eu trabalho para a polícia, de vez em quando. — mesmo sem John ver, os olhos de Sherlock brilhavam. Ele amava falar de seu quase emprego. — Eu ajudo eles, quando surge dificuldade com algum caso.

— Eu tenho um amigo que trabalha lá meio período. Vou apresentar ele para você amanhã. — dizendo isso, John se despediu e foi para o seu quarto.

Talvez eu tenha feito as coisas da maneira certa, no final, pensou Sherlock.

 


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