O Corredor Da Morte escrita por Chrys Monroe


Capítulo 3
Parte II - 72 horas


Notas iniciais do capítulo

Olá!

Vocês são ótimos de teorias, hein?

Boa leitura a todos ♡



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Parte II - 72 horas.

 

 

 

[...]

Durante aquela noite não consegui mais dormir. 

Pedi para que um assistente me enviasse por email o processo dos crimes dos monstros de Virgínia. 

Isso porque aquela conversa com Isabella me deixou perturbado. 

Sinto que ela está escondendo algo.

Eu sei que está. 

Não que ela seja inocente, pois acho que Alice está exagerando por ter amor de irmã por ela, mas que ela está escondendo algo de nós, não tenho dúvidas. 

Pedi para que me enviassem os papéis para imprimir, pois sou um cara mais retrô, gosto de sentir os papéis nas mãos e analisar tudo com muita calma. 

Entre cafés e papéis, percebi algumas coisas que me intrigaram naquele processo. Uma delas é o fato de que Isabella deu duas versões do crime. 

Na primeira, afirmava ser inocente. Dizia que jamais seria capaz de matar Renesmee, que amava a filha. 

Na segunda, admitia a culpa. 

Sei que isso pode até ser comum em partes dos casos de crimws, mas ainda assim sinto que tem algo de errado nisso.

Também notei que houve vários problemas com o reconhecimento do corpo das vítimas, dos restos mortais. Alguns estavam tão debilitados que nem o exame de DNA deu conta.

[...]

Por isso, assim que o sol raiou voltamos a prisão e enquanto Jasper e Rosalie tentavam arrancar algo de Aro - sem os cigarros que ele havia pedido antes - decidi conversar sozinho com Isabella. 

— O senhor de novo? Cadê os outros?! - A morena perguntou olhando para os lados, assim que me viu. 

— Estão interrogando seu marido. 

— Ex-marido. Me divorciei pouco antes do meu julgamento, senhor. 

— Se vocês eram cúmplices, por quê se divorciou tão rápido assim? 

— Não é da sua conta, senhor.

— Pode me chamar de você, não sou tão velho assim. Aliás, temos quase a mesma idade. Você trinta e três e eu, trinta e cinco anos. - A lembrei. 

— Está bem! O que quer saber de mim? - A morena questionou engolindo em seco. 

— Quero saber porque você deu duas versões sobre sua culpa, Isabella. Na primeira, garantiu ser inocente. Na segunda, admitiu a culpa. 

— Simples. Não queria ser presa, por isso neguei a princípio. Se é só isso, gostaria que me deixasse em paz. Tenho apenas 72 horas de vida e gostaria de aproveitar meu tempo restante de alguma outra forma mais tranquila. - Fez que ia se levantar, mas segurei seu braço. 

— Por favor, Isabella. Sente-se. Ainda não terminei. 

— O que mais quer de mim, Edward? - Sentou-se a contragosto. 

— Por quê você matou sua filha? 

Bella trincou o maxilar. 

— Fiz o que era melhor para Renesmee. O que importa é que agora minha filha está em um lugar melhor. 

— Você fala de uma forma amorosa da sua filha, não faz sentido se você a matou a sangue frio. - Estranhei - Não acredito em você. 

— Não acredita no quê? Que matei minha filha e aquelas mulheres? 

— Não sei. - Respondi confuso. 

— De qualquer forma, nada disso importa mais. Nada. - Reafirmou desviando o olhar. - Posso voltar para minha cela? Estava lendo um livro muito interessante, gostaria de termina-lo. Afinal, como você sabe estou sem tempo. 

— Pode sim...

[...]

— O desgraçado do Aro insiste que só vai nos contar algo se dermos cigarros à ele. Vontade de dar um soco na cara daquele babaca. - Jasper resmungou enquanto fumávamos no terraço da prisão. 

— Pior é que sabemos que mesmo se dermos um maço inteiro, ele não vai revelar droga nenhuma. Edward? Você parece tão distante. - Rosalie reparou acendendo outro cigarro. 

— Deve ser o excesso de nicotina que atingiu o cérebro dele. Prometemos parar de fumar e olha aí, mais um maço de cigarro jogado fora. - Jasper ironizou rindo. 

— Vou procurar a Alice. Quero ver o que ela tem a dizer sobre a Isabella. - Avisei dando mais uma tragada em meu cigarro. 

[...]

— Que bom que me procurou, agente Cullen! Não sabe o quanto sua visita me enche de esperança! - Alice exclamou animada, dando passagem para que eu entrasse em sua casa, que era simples, mas aconchegante. 

— Só quero entender porque você acredita tanto na inocência da sua irmã, Alice. - Expliquei, ajeitando meu casaco. 

— Quer um café? Água? Sente-se!

— Não, só quero a resposta para a minha pergunta mesmo. - Respondi me sentando no sofá. 

— Tudo bem... Eu já volto. - E saiu dali. 

Em cima da mesinha do telefone, havia uma foto de Isabella abraçada a Alice. 

Ela estava tão linda naquela foto. 

Tão linda...

— Pronto, desculpe a demora. - Alice sentou-se ao meu lado, com um tablet em uma mão e, um álbum de fotos na outra. - Veja isso... - Me mostrou uma série de fotos de Isabella com Renesmee - Olha bem pra essas fotos. Olha o jeito que a Bella olha para filha, para minha sobrinha. A alegria  delas quando juntas. Veja também esses vídeos. - Me entregou o tablet - As duas brincando, felizes pelo jardim do sítio onde Bella morava com aquele monstro. Só eu sei o que vi, o que vivi com aquelas duas. O que vivemos juntas. Bella nunca fez mal a uma mosca, tenha certeza disso. Se ela soubesse daqueles crimes, teria denunciado o marido ou no mínimo, tentado ajudar aquelas mulheres. E Renesmee era o amor da vida dela, jamais a teria matado. Jamais! - Reforçou. 

— Mas aquelas mulheres e Renesmee, sua sobrinha, estão mortas. Quem as matou então? Tem alguma teoria a respeito disso? - Indaguei curioso. 

— Aro Volturi. Ele matou todo mundo e de alguma forma, obrigou a Bella a assumir a culpa dos crimes junto com ele. 

— Como eles se envolveram? Sua irmã e Aro? Não achei tantos detalhes no processo. 

— Minha mãe. Nosso pai morreu quando mamãe estava grávida de mim. Bella era mais velha que eu, quase dez anos. Éramos muito pobres, passávamos até fome e... Minha mãe fez a Bella se casar com aquele monstro quando ela tinha apenas quinze anos. Aro tinha quase quarenta anos na época e era bem de vida, rico até. Ofereceu dinheiro a minha mãe e ela aceitou por ganância, por desespero, sei lá. Eu realmente não sei, nem nunca vou saber. Mas ela também já não está mais entre nós. 

— Céus... - Me enojei com tudo que foi contado pela morena.

— Enfim, você precisa descobrir logo porque Bella se diz culpada desses crimes e também, quem é o verdadeiro assassino da Renesmee. Faltam só três dias, agente Cullen. Não permita que uma inocente seja castigada, por favor. - A morena suplicou mais uma vez. 

[...]

A conversa com Alice bagunçou ainda mais meus pensamentos. 

Ver aqueles vídeos, aquelas fotos... Bella realmente parecia ter grande amor pela filha. Outra coisa que reparei é que parece que existem duas Isabellas. 

Nas fotos com Renesmee, ela estava sempre tão feliz. 

Com um sorriso alegre, contagiante. 

Nas fotos com Aro, ficava murcha. 

Sem sorrir, visivelmente infeliz.

Uma outra teoria surgiu em minha cabeça. 

E se Bella for inocente desses crimes contra as mulheres? 

E se ela na verdade, fez o que fez com Renesmee para protegê-la?

Ela disse na conversa de ontem que a filha estava em um lugar melhor. 

Será que na verdade, ela se refere ao que viria a acontecer com a filha se estivesse viva? Por que talvez, ela tenha feito o que fez, sei lá, acreditando que assim, ia protegê-la de tudo. 

Até eu estou ficando confuso agora, nem sei se essa minha teoria faz algum sentido, mas acho que não.

[...]

Resolvi investigar mais um detalhe. 

A perícia do caso. Será que tem alguma evidência de que Bella cometeu aqueles crimes?

Para tirar essa dúvida, procurei o perito do caso, Phillip Arnold. 

— Edward? Quanto tempo! - Phil, que já trabalhou comigo em alguns casos, atendeu minha ligação prontamente - Vi seu recado no meu email. Qual dúvida gostaria de tirar?

— É sobre o crime dos monstros de Virgínia, Phil. 

— Fiquei sabendo que eles serão executados essa semana. Não é mesmo?

— Sim. Enfim, você lembra se haviam provas cabais da culpa da Isabella?

— Ela assumiu a culpa, cara. Quer prova maior que isso?

— Me refiro a provas técnicas, Phillip. 

— Bem... Não muitas, só alguns indícios. Tinha cabelo da Isabella em uma das vítimas, na última ou penúltima, mais precisamente. Er... Também havia sinais de que ela tinha estado no celeiro, onde as vítimas eram torturadas. Acho que só. Tirando isso, nada muito concreto. 

— Então não há evidências concretas da culpa da Isabella? Porque os cabelos nas vítimas, os sinais no celeiro não são provas tão cabais assim. Já que ela morava naquele lugar. 

— Basicamente sim. - Concordou comigo, que dei um sorriso de canto de boca, me convencendo um pouco mais da inocência de Bella. 

[...]

— Aro agora quer bebidas. Gin, mais precisamente. Esse panaca está pensando que somos o quê?! Um bar? - Rosalie reclamou enquanto dirigia para a prisão, acompanhada de nós. 

— Ele está brincando conosco. Se divertindo porque sabe que queremos a localização dos corpos e que só ele pode nos dar. - Comentei. 

— Bella também poderia nos dar. - Jasper lembrou - Mas já perguntei e ela afirma que não sabe mesmo, que se soubesse nos diria sem problemas. Particularmente, acredito que ela está dizendo a verdade. 

— Que tal se fizermos alguma coisa para desestabilizar o Aro? - Sugeri - Sei lá, ele a Isabella costumam interagir na prisão?

— Que eu saiba, não. - Rosalie respondeu - Pelo menos há algum tempo, já que as semanas finais da execução, são sempre muito solitárias. 

— Pois bem... Vamos forjar um encontro casual entre eles, ver como se comportam. O que acham? - Dei a ideia. 

— Acho que vai ser interessante. - Jasper concordou enquanto Rosalie estacionava o carro, já no nosso destino. 

[...]

A ideia era bem simples. 

Ficamos parados em um dos corredores da prisão e pedimos aos policiais que tirassem Aro e Isabella ao mesmo tempo, para que se encontrassem no corredor. 

Agora, é só aguardar.

Segundos depois, aconteceu. 

Na hora em que Isabella saiu de sua cela e se deparou com Aro, sua expressão aparentemente tranquila, se fechou. 

Já ele, abriu um sorriso bisonho ao se deparar com ela. 

— Isabella... Isabella... Que encontro emocionante! - Ele exclamou - Daqui três dias, três dias e ficaremos juntos pra sempre. Eu, você e a nossa filhinha... Todos juntos no inferno! 


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Notas finais do capítulo

Teorias novas depois desse capítulo do babado?

Me contem nos comentários ♡