O Corredor Da Morte escrita por Chrys Monroe


Capítulo 2
Parte I - 80 horas


Notas iniciais do capítulo

Olá, obrigada pelos reviews do capítulo 1 ♡

Se quiserem spoilers da história, podem encontrar lá no meu grupo do facebook (link está no meu perfil)

Boa leitura ♡



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Narrado por Edward Cullen. 

 

 

 

— Filho da mãe! - Exclamei enquanto corria pelas ruas de Nova York atrás de Tobby, o bandido da vez. 

Quando Rosalie e eu o pegamos no flagra, o babaca estava dentro de uma boate, tentando fazer mais uma vítima. Por sorte, nós conseguimos evitar que ele fizesse, mas o desgraçado conseguiu nos despistar e correu. 

— Você vai para lá e eu vou por aqui! - Rosalie disse apontando o caminho para mim, já que perdemos o imbecil de vista. 

Coloquei minha arma na cintura e caminhei até um beco, aparentemente sem saída. 

Diminui o ritmo, a fim de escutar melhor os passos de Tobby.  

— Parado! Não se mexa. - Avisei sacando minha arma para o moreno, que estava de costas para mim - Erga as mãos para o alto e vire-se lentamente. - Ordenei, sendo obedecido prontamente - Rose, já encontrei o canalha. - A avisei através do ponto eletrônico. - Pensou que ia escapar, não é seu desgraçado?! - Perguntei apertando as algemas nas mãos do desgraçado que atacou e tirou a vida de três mulheres no último mês. 

Trabalho como agente do FBI há cerca de dez anos. Primeiro, fui policial em Nova Jersey e depois, fui para o FBI onde após um treinamento intenso, me tornei agente federal. Atualmente, nossa base está em Virgínia, mas viajamos para vários outros Estados, dependendo do caso. 

Após prender Tobby, Rosalie e eu retornamos para Virgínia. 

Graças ao nosso bom desempenho, ganhamos um dia de folga, muito bem aproveitado por mim para ir ao cinema e ler um livro. Sempre fui um cara sozinho, até porque toda a minha tia, Cora, que foi quem me criou ainda mora em New Jersey. 

Por isso, minhas horas de folga são quase sempre dedicadas a atividades mais individuais, como ler um bom livro ou assistir uma boa comédia na TV para me alegrar um pouco. 

Após ganhar meu dia de folga, estava prestes a retomar minhas atividades. 

[...]

Todos os dias, assim que acordo, tomo um café reforçado e vou dar uma corridinha no quarteirão do prédio onde moro. Essa foi a maneira que encontrei de manter a forma, já que não posso fazer musculação por enquanto, graças a um tiro no ombro que levei há cerca de três meses. 

[...]

 

 

Já estava correndo por quase meia hora, quando uma garota de olhos escuros e cabelos negros como a noite, surgiu na minha frente do nada. 

— Por favor, senhor Cullen? - Me chamou, segurando meu braço. 

Parei imediatamente a corrida e tirei os fones do ouvido para escuta-la melhor. 

— Bom dia, senhor Cullen. - A mulher disse tentando esboçar um sorriso, mas dava para ver que estava visivelmente nervosa, tensa... Como se algo a estivesse perturbando muito.  

— Bom dia! Quem é você? - Questionei ainda ofegante. 

— Alice Swan, muito prazer. - Ela estendeu a mão. 

— Prazer - Apertei a mão da jovem, que eatava trêmula - De onde me conhece? E o que quer comigo? - Perguntei desconfiado. 

— Dos jornais! Sei que o senhor é agente do FBI. Vi em uma entrevista o senhor dizendo que gostava de fazer corridas matinais, perto do condomínio onde mora. Procurei seu endereço da internet e achei  - Afirmou respirando fundo - Contei com a sorte e desta vez, deu certo. Preciso muito da sua ajuda. 

— Com o quê? 

— Preciso da sua ajuda para salvar a vida da minha irmã. - Respondeu aflita. 

— Como assim?

— Minha irmã está presa, acusada de um crime que não cometeu. 

— Tem certeza? - Franzi a testa, não entendendo nada. 

— Absoluta. 

— Quem é sua irmã?

— Isabella Swan. 

— Este nome me é familiar... - Murmurei coçando a cabeça, logo me lembrando do caso - Sua irmã não é o monstro de Vírginia? - Questionei me lembrando por alto de um dos crimes mais famosos da cidade.  

— Sim. - Alice balançou a cabeça negativamente - Quer dizer, não. Pois como disse antes, ela é inocente. 

— Eu não cuidei deste caso na época, pois estava em outra cidade resolvendo outro crime. Mas meus colegas, agentes tão experientes quanto eu, cuidaram de tudo. E duvido que tenham cometido algum erro. Aliás, se não me falha a memória, a própria Isabella assumiu a culpa dos assassinatos, junto com o marido na época. 

— Sim, mas ela é inocente. Não tenho dúvidas disso, senhor Cullen. - A morena insistiu. 

— Inocente? - Suspirei - Olha, eu sei que pra família é muito difícil aceitar que alguém tão amado possa ter cometido uma atrocidade daquelas, mas essa é a verdade - Dei de ombros - Sinto muito, senhorita.  

— Não, não é - Alice negou me olhando nos olhos - Minha irmã jamais tiraria a vida de alguém daquela maneira. Muito menos de quem sabemos que a justiça acredita que ela tirou. Jamais! Eu a conheço mais do que ninguém e sei do que estou falando.  

— Mas ao que me consta, ela assumiu a culpa. É um fato.  - Dei de ombros de novo - Por que ela faria isso? Por que aceitaria ser executada por um crime que não cometeu? 

— Isso é o que o senhor vai ter que descobrir. Nosso advogado disse que vocês do FBI irão a prisão onde Bella está  para fazer entrevistas ou algo do tipo, não entendi muito bem. Tentei falar com os outros agentes, mas não adianta. Eles estão convictos de que a Bella assassinou todas aquelas pessoas, e de que fez aquela coisa horrível com minha sobrinha, mas é mentira! Te procurei porque o senhor não participou do caso na época, então talvez tenha outro olhar sobre ele. 

— E o que quer que eu faça, Alice? - Questionei pondo as mãos na cintura. 

— Quero que o senhor prove a inocência da Bella, antes que ela seja executada. - Respondeu com lágrimas nos olhos - 

Minha irmã está no corredor da morte, senhor Cullen. Vai ser executada daqui poucos dias se nada for feito. Por favor, não permita que uma inocente pague por um crime que não cometeu. Nos ajude, senhor Cullen! Eu te imploro! - Exclamou ficando de joelhos diante de mim. 

— Calma, senhorita - Pedi segurando as mãos dela e a ajudando a se levantar - Se eu realmente for cuidar deste caso, prometo que irei verificar se sua irmã é realmente inocente. Okay? - Prometi pois senti muita pena do desespero daquela jovem, que parecia estar na casa dos vinte anos. 

— Obrigada, muito obrigada! - Alice agradeceu beijando minhas mãos. 

— Preciso de um contato seu para nos comunicarmos, caso seja necessário, Alice. - Pedi e imediatamente, a morena me entregou um cartão com número de telefone, email, absolutamente tudo o que eu precisaria caso realmente precisasse manter algum tipo de contato com ela. 

[...]

Após conversar com Alice, voltei para casa, tomei um banho rápido e me arrumei para o trabalho. Em seguida, tomei um último gole de café, peguei as chaves do carro e me dirigi até meu local de trabalho em Quântico, Virgínia. 

— Jasper, Rosalie e Edward. Quero vocês cuidando do caso dos monstros de Virgínia. Vamos entrevistar os assassinos  Aro e Isabella Volturi, pois eles serão executados daqui cerca de 80 horas. - Nosso chefe, Edgar, nos ordenou em volta da nossa mesa redonda de reuniões - Para ficar na nossa base de dados. Sei que atualmente, boa parte dos crimes que o FBI resolve são do colarinho branco, mas vez em outra sempre aparece um serial killer e, é importante que estejamos de olho neles. Além disso, os corpos de cinco vítimas ainda não foi localizado, mesmo depois de tantos anos. Quero que tentem de alguma forma, arrancar essa localização deles. 

— Ok. Esqueci de contar a vocês um fato curioso que me aconteceu mais cedo. - Comentei. 

— O que houve Ed? - Rosalie questionou curiosa.

— Uma garota, Alice, me procurou afirmando que a irmã dela, Isabella, não participou dos assassinatos daquelas mulheres. Disse também que estamos prestes a executar uma inocente. - Revelei. 

— Ah, ela fez o mesmo comigo outro dia. - Rose, que é uma das minhas melhores amigas, comentou tomando um gole de café preto, nossa bebida favorita. 

— É impossível. Isabella confessou para mim, na minha cara que tinha sido cúmplice do marido sim. Por que ela faria isso? - Jasper indagou revirando os olhos - Não faz o menor sentido!  

— Eu sei. - Concordei - Só achei curiosa a forma visceral como Alice afirma que a irmã não cometeu aqueles crimes todos. Provavelmente, ela realmente acredita na inocência da irmã e vai sofrer muito quando ela for executada. - Avaliei suspirando profundamente. 

[...]

No caminho até a temida prisão do corredor da morte, aproveitei para recapitular o caso com o uso do meu tablet de trabalho. 

Isabella era casada com Aro, mais de vinte anos mais velho do que ela. Aro é acusado de estuprar, torturar e matar essas dez mulheres no celeiro da casa onde moravam, no oeste de Virgínia. Isabella foi considerada culpada não só por viver com ele naquela casa e certamente, saber do ocorrido, mas também, por ter se declarado culpada. Não só de cumplice da morte das mulheres como também de Renesmee, a filha de ambos. 

Isabella Volturi matou a própria filha que teve as ossadas encontradas junto com a das outras vítimas. Por isso, ela foi apelidada ao lado de Aro como o monstro de Virgínia. 

Um crime pesado e muito triste. 

O que pode levar uma mãe a fazer isso com a filha de três anos? 

Observando a foto de Isabella, não consigo acreditar que uma mulher tão linda como essa possa ter cometido uma atrocidade como aquela. Cabelos castanhos, olhos cor de chocolate e rosto angelical, de menina mulher. 

Bem meu tipo, aliás. 

— Quer um babador, Ed? Jasper perguntou me dando uma cotovelada - Você está há uns cinco minutos olhando pra foto da assassina. E o pior, está gostando do que está vendo. 

— Só me faltava essa! Você estar encantado por uma serial killer! - Rose brincou parando o carro - Chegamos - Nos avisou estacionando. 

— Idiotas! - Xinguei revirando os olhos. 

Descemos do carro e fizemos todos os procedimentos necessários para entrar na prisão. 

A espera do corredor da morte não costuma ser tão sombria quanto parece. Durante os anos presos, Isabella e Aro podiam trabalhar na prisão e até mesmo fazer exercícios físicos. Mas como ambos estão na última semana de vida, foram transferidos para a área de vigília, onde tem menos celas e presos.

Além do mais, ambos passam o dia todo trancados na cela, vigiados por dois guardas. E só saem para tomar banho, ir ao banheiro e falar com psicólogos, policiais e nós, do FBI. Fomos direto para a sala de visitas, onde aguardamos o momento de entrevistar um deles.

— Quem vamos entrevistar primeiro? - Perguntei desligando meu tablet. 

— Aro Volturi. - Jasper respondeu ligando o gravador, enquanto Rosalie checava se estava tudo certo com as câmeras. 

Segundos depois, Aro surgiu na sala, com um sorriso alegre nos lábios. 

— Boa tarde, FBI! - Exclamou enquanto o policial que o trouxera, encaixava suas algemas na cadeira - Uma FBI mulher, que delícia... - Murmurou lambendo os beiços - Opa, eu sei quem você é. Você me prendeu da outra vez. Aliás, foi um alento ser preso por uma mulher tão... - A mediu de cima a baixo - Apetitosa. 

— Vá para o inferno, Aro! - Rosalie xingou se ajeitando na cadeira. 

— Vamos ao que interessa. - Cortei. 

— Quem é você? Você não estava no caso na época, tenho certeza. - Aro me mediu de cima a baixo. 

— Edward Cullen, agente do FBI. Não vou dizer muito prazer, pois estar diante de uma figura como a sua, não é nada prazeroso. 

— Pelo contrário, ninguém está feliz de estar aqui. - Jasper prosseguiu - Mas é importante para o nosso trabalho. Então, vamos lá. Por que você matou aquelas mulheres? 

— Vocês ainda não sabem? Depois de todos esses anos? - Aro gargalhou - Porque eu sou um monstro. O monstro de Virgínia, que estampou os jornais do mundo todo. Fiquei famoso, né? - Riu - Mas aquelas mulheres... Elas estavam pedindo. Parecia que pediam com os olhos pars que eu as torturasse. Aliás, você... Rosalie... Eu sinto que você também está pedindo. 

— Ah é? - Rose riu - Por que você não tenta?! Opa, desculpe! Esqueci que você está preso e que daqui três dias, vai morrer lentamente com uma bela injeção letal no braço, do jeito que você merece. - Ironizou. 

— Acha que tenho medo da morte, gatinha? - Aro riu como um louco - Não tenho não. 

— Todos dizem que não tem. Até ficar diante dela, frente a frente. - Rebati - Mas e a Isabella? Ela participou dos crimes?

— Mas é claro. Minha querida esposa estava do meu lado o tempo inteiro. - O desgraçado confirmou se curvando na mesa - Fazendo o seu papel de esposa, que é ajudar o marido sempre. Cegamente, afinal, Bella é louca por mim. Terrívelmente louca por mim. Se duvidar, ela torturou aquelas mulheres bem mais do que eu. Oh, bons tempos...

— Aro, você sabe que o corpo de algumas vítimas, possíveis vítimas suas, ainda não foram encontrados. Você vai morrer daqui 74 horas. Por que não aproveita para nos dar a localização dos corpos e fazer algo que preste na sua maldita existência? 

— Hoje não... - Aro fez uma careta - Estou com saudades de fumar. Vocês fumam? Deixa eu analisar... - Mediu cada um de nós, de cima a baixo - Os garotos fumam e muito... Principalmente você, ruivo. Sabe como consegui perceber? Essas rugas na sua cara. Já a gata loira, não deve fumar não.   

— Errou. Nós três fumamos. - Rosalie revelou sorrindo. 

— É, eu ando ficando velho mesmo. Vocês poderiam me arrumar um maço de cigarros? Me arrumem cigarros amanhã e revelarei a vocês onde estão os corpos... E quantas vítimas fiz no total. Será que foram só dez? Amanhã vocês saberão. 

[...]

— Esse babaca está brincando conosco. - Jasper resmungou enquanto fumávamos do lado de fora da prisão. 

— Também acho. Será mesmo que ele vai nos dar a localização dos corpos? Seria tão bom para as famílias terem um alento. - Rose perguntou dando uma tragada. 

— Vamos com calma. Temos uma boa quantidade de horas ainda para alcançarmos nosso objetivo. - Falei tentando anima-los. 

[...]

Agora estávamos novamente na sala de visitas, aguardando a outra criminosa, Isabella Swan. Alguns segundos depois, uma figura morena, de cabelos desgrenhados e uniforme laranja surgiu diante de nós. 

Isabella estava bem diferente da foto que vi a caminho daqui. 

Seus olhos cheios de olheiras, fundos e tristes. 

Muito tristes. 

Tinha um peso assustador neles. 

Era como se eu pudesse sentir através daquele olhar, toda a dor que o monstro de Virgínia sentia dentro de si.  

— Olá, senhores. - Isabella disse se sentando a nossa frente. 

— Não precisa algema-la policial. Isabella costuma sempre se comportar muito bem conosco. - Rosalie avisou e o policial que a trouxe, não a algemou, apenas se retirou do local. 

— Olá, Isabella. - Jasper a cumprimentou - Quanto tempo. 

— Jasper, Rosalie... E você? Quem é? - Ela perguntou olhando para mim. 

— Edward Cullen. - Me apresentei. 

— Edward estava envolvido em outro caso na época que te prendemos, Isabella. - Rose explicou. 

— Ah... Entendi. Vocês vieram nos entrevistar para quê?

— Material para trabalhos futuros. - Expliquei. 

— Tudo bem. Aro e eu matamos aquelas mulheres e eu matei minha filha porque sou uma pessoa podre, um verdadeiro monstro como me apelidaram na época. Monstro de Virgínia, não é mesmo? Pois bem, não tem explicação. Cometemos crimes e daqui 73 horas iremos pagar por todos eles. E ponto final. 

A forma como Isabella falou aquilo me intrigou. 

Era como se ela estivesse aliviada.

E também, sem a mínima vontade de colaborar conosco.  

— Você parece aliviada por estar no corredor da morte. - Reparei. 

— Vocês vão se livrar de mim, do monstro de Virgínia. O mundo todo vai se livrar de mim, da minha influência. Isso não é bom? 

— Depende. Se você for realmente culpada, sim. - A morena desviou o olhar - Por quê desviou o olhar? Está escondendo alguma coisa de mim? - A questionei. 

— Eu não tenho nada a esconder. - Isabella continuou olhando para o lado. 

— Então por que está me evitando?

— Te evitando? Eu nem te conheço, rapaz! - Sua fala saiu levemente trêmula, confirmando a minha tese. 

Isabella está nervosa. 

— Por isso mesmo. Não deveria estar me evitando. - Ela então me olhou.  

— Eu não estou te evitando. - Garantiu. 

— Alice me procurou - Joguei meu trunfo.  

— Como é? - Isabella me olhou chocada. 

— Sua irmã me procurou. Disse que você é inocente. 

— Alice é uma boba, não sabe o que faz. 

— Tem certeza? Porque sinto que você está escondendo algo, Isabella.

— Não estou, senhor Cullen. E mesmo que estivesse... Não há mais tempo para o senhor descobrir. Não é mesmo?


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Notas finais do capítulo

E aí?

Quero saber as teorias de vocês, hein?

Comentem ♡