Lua de Sangue escrita por Bruxa Azulzinha


Capítulo 4
Nada como um dia produtivo


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!
Como vão?

Cheguei com o capítulo 4. Já vou avisando que as coisas vão começar a endoidar hehe.

Att,
Azul.



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Rin /


Uma brisa leve entrou pela janela acariciando meu rosto.
Eu estava deitada na cama olhando para o teto, com uma sensação de fadiga me consumir lentamente.

"Dia de suspensão... O que fazer quando você fica em casa de castigo?"
Pensei nas coisas pendentes para cumprir: Ir no mercado, lavar roupa, estudar um pouco, fazer comida... 

"Namm..."

Me virei na cama, afundei o rosto no travesseiro e dormi por mais uma hora antes de levantar.

**

Preparei um mingau de aveia, torradas e chá para o café da manhã e comi lentamente observando minha casa. Era tão pequena. Capacidade para três pessoas no máximo, tinha dois cômodos, mas dei um jeito de colocar "divisórias" improvisadas para separar cozinha, quarto e sala.
Era simples, porém aconchegante e bonitinha. Eu gostava assim.

Quando aquele avião de guerra caiu em cima da minha antiga casa matando meus pais, eu senti que não havia mais nada para mim naquele lugar.
E por recomendação da simpática enfermeira que cuidou de mim no hospital depois do acidente, me mudei para aquele bairro e aluguei a pequena cabana adorável do pai dela.
Eu me sentia uma camponesa, até uma bruxa. A bruxa da cabana na floresta.


Morar sozinha era bom e eu olhava isso como um retiro espiritual, porém, fazia com que um sentimento chamado solidão aparecesse de vez em quando.
Falar comigo mesma ou até com meus móveis se tornou uma mania.
Começava a pensar em como seria maravilhoso ter alguém para amar ali, naquela cabana...
Mas não naquele momento, nada de distrações. 
Talvez, em outra hora...

**

Depois do café, fui ao mercado que ficava logo na esquina.
Comprei tantas coisas que estavam faltando que não consegui carregar todas as sacolas sozinha, tanto que um funcionário do mercado me ajudou com as compras até o portãozinho da minha casa. 
Ele perguntou se queria ajuda para levar até lá dentro, mas recusei, mesmo achando muita consideração da parte dele.
A única pessoa que já entrara na minha casa foi Kagome.

**
**

Depois de guardar as compras do mercado, almoçar e lavar roupa, reuni todos os meus antigos livros e cadernos da faculdade para fazer uma leitura de revisão.
Como eu planejava voltar a estudar, não poderia chegar na sala de aula com a cabeça toda enferrujada.

"He he, essa suspensão veio a calhar, afinal.
Nada como um dia produtivo".

De repente, pensei em Kagura e notei que meu coração não sentiu raiva...
Eu não costumava guardar rancor.

— Eu te perdoo Kagura - falei em voz alta - você devia estar tendo um dia ruim e isso de qualquer forma me ajudou a ter um tempinho livre.

Sorri, feliz de estar com a consciência tranquila e comecei a estudar, debruçada sobre os livros no chão.


**
**


"Ufa... Chega de Distúrbios do desenvolvimento por hoje".

Fechei o livro didático e peguei meu celular para ver as horas.

"Hum... 18h30. A Kagome já deve estar no ônibus, indo para casa".

Procurei seu nome na lista de contatos e liguei para ela. Depois de dois toques, a mocinha atendeu.

— Fala funcionária suspensa!
— Ha há! Oi Kagome. Como você está?
— Estou bem e você? Aproveitando o dia de folga? 
— Sim - eu falei enquanto me dirigia até o fogão para preparar meu jantar - fiz até compras hoje. Adorei.
E teve novidades hoje?
— Sim Rin - Kagome falou, mas seu tom de voz ficou mais sério - James fez uma reunião com a turma hoje e falou sobre um desaparecimento.
— Desaparecimento? - minha voz saiu num sussurro.
— Sabe a Kikyou? Chefe do James? Lembra que ela não apareceu na empresa por uns dias e até fofocamos sobre ela ter saído de férias?
Então... - ela fez uma pausa - James disse que a irmã mais velha dela foi até a polícia e agora declararam como desaparecida.
Já tem uns dias que ela não voltou para casa.
— ... 
— Rin? 
— Eu não sei o que dizer Kagome. Que coisa horrível...
— O que acha que aconteceu com ela? - a voz da minha amiga era de medo.
— Não sei... Mas olha - agora meu tom era firme - toma cuidado Kagome. Você viu os jornais? Muitas mulheres estão desaparecendo ultimamente.
— Eu vou me cuidar e você faça o mesmo! 
— Pode deixar.
— Meu ônibus já chegou no ponto, vou desligar Rin. Até amanhã!
— Boa noite. Até amanhã!

Desliguei o telefone e voltei para o que estava fazendo no fogão.
Kikyou...
Uma moça tão linda... Esperava de coração que ela estivesse bem.
Naquela noite, depois de jantar, fui direto para a cama, mas demorei para dormir devido aos pensamentos preocupados que me vinham a mente.


***
***


No dia seguinte, 
Eu não pude deixar de pesquisar notícias sobre a Kikyou. 
Apenas um canal falou a respeito e não era tão famoso. Dizia que as buscas já haviam começado e que aparentemente ela sumiu quando saía do trabalho, a noite.

Saí de casa mais cedo do que de costume, então cheguei na empresa antes da Kagome.

— Bom dia Rin - James me cumprimentou com um sorriso tímido.
— Bom dia James.
— Ainda me odeia? - ele fez um bico.
— Não - eu sorri - você só estava fazendo seu trabalho.
— Que bom que pense assim - ele sorriu de volta e me entregou a tarefa do dia.


**
**


O primeiro serviço foi moleza, tive que limpar um pequeno lar de idosos, nada muito sujo.
E quando voltei para a "Brilhante", fui direto para James perguntar sobre a chegada da Kagome.

— Não, ela ainda não chegou Rin... - disse ele, olhando para o enorme relógio na parede.
— Nossa, mas ela nunca se atrasa - respondi, estranhando esse acontecimento.
— Pois é - James fez uma cara nada agradável - atrasos não são legais e já estou contando 2 horas.
"Talvez estivesse doente" - Pensei na tentativa de me acalmar.
"Talvez o Souta, irmão dela, estivesse doente... Ou o vovô...
Bom, depois do expediente eu telefonaria para ela".


*
*


Às 18h30, eu me despedi do supervisor e meus outros colegas de trabalho e fui esperar o ônibus no ponto.
Peguei o celular e liguei para a Kagome.
Só chamava. 
Liguei novamente... Nada. 
O ônibus chegou. Me sentei no banco dos fundos e continuei tentando, mas sem sucesso.

"Droga Kagome. Atende."
Resolvi ligar para a mãe dela. Eu tinha o telefone da casa também.
— Alô? - Uma voz de criança atendeu.
— Souta? É a Rin!
— Ah, oi Rin - Souta falou com uma voz inocente 
— Sua irmã está em casa?
— Não Rin, ela foi trabalhar. Você não a viu hoje?

Meu coração disparou.

— Souta, pode passar para a sua mãe, por favor?
— Tudo bem, espera aí!

Ele chamou a Sra. Higurashi, que devia estar na cozinha e alguns segundos depois, ela atendeu.

— Oi Rin. Quanto tempo!
— Sra. Higurashi... A Kagome não apareceu no trabalho hoje.

A mãe dela confirmou: ela saiu de casa no mesmo horário de sempre para ir ao trabalho.
Então contei sobre sua ausência na empresa e sobre as ligações não atendidas.

— Oh meu Deus - a Sra. Higurashi agora estava com a voz trêmula - eu vou ligar para a polícia, ela nunca fez algo assim antes.
— Eu vou até a sua casa esperar com vocês - eu falei tentando acalmá-la - Não faça nada. Quando eu chegar, vamos cuidar disso juntas.
— Tá bom Rin, estou te esperando.
— Até logo.

Desliguei a ligação.
Me levantei do assento e dei o sinal para descer. Teria que pegar outro ônibus para ir até a casa dos Higurashi.

"Kagome... Por favor... Não desapareça também" - eu tremia da cabeça aos pés - "Por favor, não faça isso comigo".


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