Lua de Sangue escrita por Bruxa Azulzinha


Capítulo 3
Aroma delicioso


Notas iniciais do capítulo

Chegando com o terceiro capítulo! Espero que gostem!



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// Sesshoumaru //


Eu estava realmente de mau humor naquela manhã.


Como se já não bastasse aquele cheiro de humanos por todos os lados da casa, agora havia um morto bem em cima da mesa de reuniões do meu pai.
Há meia hora atrás, o sobrinho do chefe da família Ivanov, uma das maiores máfias do país, veio até a casa de meu pai, achando que tinha a moral para negociar com este Sesshoumaru, alguns terrenos para vender.


A Família Taisho é a melhor no ramo de construção civil e não negociamos com reles humanos que sujam as mãos de sangue em um joguinho de máfia.
O fim desse humano desprezível, por sua insolência, foi ter a cabeça estourada por minhas garras e os ossos estraçalhados com o impacto do seu frágil corpo em todas as paredes da sala.


— Sesshoumaru, você tem outra reunião daqui três... ah minha nossa! O que aconteceu aqui?


E a Governanta da casa, Kagura, entrava pela décima vez para me importunar.


— Nada demais - falei sem rodeios, passando por ela - chame alguém para limpar isso antes que meu pai chegue.
— Sim, providenciarei isso - disse ela me seguindo como de costume. Algo que me deixava mais irritado ainda - Mas e o corpo?
— Você não é uma youkai? 
Não está acostumada com isso ou preciso te ensinar a ser uma?
— Não - ela sussurrou se aproximando para acariciar minhas costas - eu só pensei que podia me ajudar.
— Tenho outras coisas para fazer - respondi me livrando de suas mãos - Ligue logo para a companhia de limpeza e dê um jeito nisso.


Dizendo isso, subi as escadas e fui direito para o meu antigo quarto.
Apesar de eu não morar mais ali, meu pai ainda fazia questão de deixá-lo sempre limpo e organizado (como se esperasse sempre meu retorno).
Meu nome é Sesshoumaru Taisho.
Primogênito de Inu Taisho e Lady Inu.
Como meus pais, sou natural do país Flóges, um lugar 100% habitado por youkais.
Lá vivíamos uma vida tranquila e totalmente distantes dos humanos, porém um guerra há 3 anos atrás fez com que nossos países se cruzassem e agora, humanos e youkais, convivem uns com os outros.
Os humanos não sabem da existência dos youkais. Nossos poderes permitem o disfarce de nossas feições em público.
Temos um juramento de mantermos isso em segredo, todos aprendem desde pequenos, mas há algumas excessões... Por exemplo, o meu pai... Que se apaixonou por uma humana.
Mas, o motivo que levou nosso país, até então pacífico e apático, para um confronto com outros 3 países tem intrigado meu pai.
O que o nosso presidente tinha em mente ao colocar nosso país em guerra com os humanos por um mísero minério?
Seria esse o único motivo?


E há outra coisa além disso... 
Desde a união dos países, muitos desaparecimentos estão acontecendo e são todos de humanas.


Meu quarto, antes apenas um dormitório, agora era uma sala de pesquisa.
Eu tinha um quadro de investigação em cima da minha mesa, com todos os dados de todas as famílias mafiosas dos 4 países.
Eram os principais suspeitos dos desaparecimentos.
Os Taisho agora eram uma organização secreta e trabalhávamos para descobrir o que estava acontecendo de errado.
Eu, particularmente, odiava humanos, com todas as minhas forças.
São desprezíveis, egocêntricos e só sabem criar lixo e se afogar nele por toda sua curta vida miserável, porém meu pai insistia em querer fazer a boa ação com eles.


Eu e meu pai somos muito diferentes.



*


Fazia um hora que eu estava sentado em frente ao meu notebook, lendo sobre mais um desaparecimento em Caminhos Verdes, quando um cheiro chegou até mim.


Era odor de humano.


Geralmente, eles não cheiram bem, mas esse era doce e suave e me atingiu em cheio.
Deixei o mouse de lado e agucei minha audição de youkai para escutar melhor o que se passava lá embaixo:


" Rin, solicitamos uma faxineira para a nossa sala de reuniões. Nós temos nossos próprios funcionários..." 


Então, esse cheiro vinha da funcionária da companhia de limpeza.
Interessante.


Continuei prestando atenção ao som dos movimentos da Kagura e da humana. Quando percebi que esta fechou a porta para começar seu trabalho, voltei para minha pesquisa.
"No que você está pensando Sesshoumaru? Não passa de uma reles humana".


**
**


Olhei no meu relógio de pulso, 14h00.


"Perdi a noção do tempo. Terei uma reunião daqui a pouco".


Sai do meu quarto e desci as escadas de mármore até a cozinha para beber água. Os empresários chegariam em 20 minutos.


A cozinha estava vazia, com um pão assando no forno e cujo cheiro invadia todo o ambiente, mas mesmo assim, o aroma daquela humana insistia em se sobressair na minha cabeça.


Peguei um copo de vidro no armário, enchi de água, fiquei bebendo em frente a pia lentamente e não ousei mudar de posição quando senti o aroma ficando cada vez mais forte atrás de mim.
Escutei o som de seus passos ficando cada vez mais forte e de repente, parando na entrada da cozinha.
Foi aí que depositei o copo na pia e virei meu corpo para fitá-la.
E a visão que eu tive foi de uma humana de pele alva, com longos cabelos castanhos e olhos também castanhos, mas bem escuros e muito brilhantes, como se fossem imaculados pela inocência de um sonho. 
E seu aroma... Ahh.. este Sesshoumaru tinha que admitir que estava gostando daquilo.


— Ah.. ah, boa tarde. D-desculpa te incomodar - ela começou a falar, visivelmente nervosa - mas, eu estou procurando a Senhorita Kagura.


Pisquei duas vezes, para me recompor de meus pensamentos deveras impertinentes e inadmissíveis para um youkai como eu e então apontei para Kagura que vinha logo atrás.


— Serve aquela? 


A humana pareceu receber minha resposta com surpresa, mas não me importei.
E no momento que as duas começaram a se falar, eu aproveitei para usar toda a minha velocidade para retornar ao quarto e me preparar para a reunião.
Não sei o porquê, mas não quis trocar mais nenhuma palavra sequer com aquela humana. Algo nela me deixou muito... Estranho.


*
*


A reunião sobre a construção de uma nova sede para o banco da cidade já ia começar e os empresários e bancários já haviam chegado. Kagura os recepcionou e os levou até a sala de reuniões.
Eu estava seguindo até lá, quando escutei meu pai me chamar:


— Filho!


Olhei para trás. Ele estava no hall de entrada, sorrindo e de mãos dadas com Izayoi, sua esposa.


— Boa tarde - respondi simplesmente - Você está atrasado pai. A reunião já está começando.
— Olá querido - Izayoi me cumprimentou com um sorriso e eu apenas acenei com a cabeça.
— Querida, por favor, nos dê licença - meu pai se inclinou para beijar a mão de Izayoi e em seguida veio até mim - O que aconteceu enquanto eu estava fora?
— Nada demais - eu dei de ombros - só precisei chamar o serviço de limpeza de novo.
— Hum... Espero não ter que me preocupar com os resultados disso depois.
— Uhum.
— E onde está o seu irmão?
— Os paradeiros daquele meio youkai não são de meu interesse - grunhi.
— Você deveria agir um pouco como irmão mais velho de vez em quando - meu pai insistia nessa ideia irritante o tempo todo - mesmo que ele seja apenas seu meio irmão.
— InuYasha não está nos meus pensamentos agora e sim os novos desaparecimentos dessa semana, pai - eu sussurrei abrindo a porta da sala de reuniões.


Meu pai colocou uma das mãos no meu ombro como um sinal de: "mais tarde conversamos" e depois se dirigiu aos 10 homens que se levantaram com sua chegada.


— Boa tarde, senhores! - disse meu pai, cuja presença era sempre aclamada pelos homens de alto poder aquisitivo.


A reunião começou e as palavras ditas chegavam aos meus ouvidos, mas não eram processadas por meu cérebro.
...
Minha cabeça estava muito distante, em uma certa humana para lá de intrigante..


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