O desembarque foi tranquilo. Eram seis horas da manhã e o céu estava nublado.

Pegamos um táxi (graças a Deus a Júlia não estava no volante! ) e fomos para o hospital.

-Dinha você tem que dormir! A viagem foi muito cansativa! -a Jú era muito atenciosa como amiga.

-Ju eu preciso ver ele! Eu sei que ele não vai durar muito! Algo está me dizendo isso. Por favor não me impeça de vê-lo.... De me dispedir dele....

-Ok! -ela sorriu para mim.

Saímos e o Tom pagou o táxi. (ele era o único que tinha dinheiro, apesar de ser em euros).

Entramos no hospital.

-Bom dia! No que eu posso ajudá-los? -a Júlia deu todas as informações da qual a atendente precisava.

Fomos levados até um quarto que era cercado de por vidros. Deitado na cama e ligado a aparelhos eu podia ver me avô.

-Moço, eu posso vê-lo? -eu perguntei a um médico que passava.

-Um por vez! Vou levá-la até o lado de dentro. -ele abriu a porta e eu deixei a Júlia entrar primeiro.

-Vai lá, amiga! Conversa com ele. Se despede também do seu vô.Depois eu vou! -eu e a Júlia quandos nós erámos menores,era meu avô que buscava a gente na escola.Todo final de semana nós íamos para a fazenda dele, andar a cavalo. Meu avô chamava a Jú de neta também, do tanto que ele gostava dela.

O Tom segurou a minha mão:

-Ele vai ficar bem, meu amor! -ele disse isso em alemão e eu percebia que ninguém ao redor havia entendido.

-É o que eu espero! -o abracei com força.

A Júlia saiu e eu entrei. Nunca pensei que o dia de dizer adeus a ele chegaria tão rápido. Me sentei ao lado dele e comecei a dizer:

-Vô, eu sei que o senhor pode me escutar, mas não pode me responder. -segurei a mão dele que estava com uma seringa enfiada. -Eu amo o senhor e não vai ser a distância que vai mudar isso. -eu comecei a chorar. -Eu nunca vou me esquecer de tudo o que o Sr. fez por mim e se houver algum jeito de recompensá-lo por tudo, eu espero achar esse jeito. -ele apertou os meus dedos -O Sr. promete que para onde quer que Sr. vá, você vai me esperar do lado de lá?

-Vo.... -ele me respondeu por trás da máscara de oxigênio.

-Vô eu nunca quero que o Sr. se esqueça que eu o amo. Como você sempre dizia quando eu e Jú íamos embora da sua casa: Isso daqui para mim...

-Não é o adeus, meu bem. -ele estava lúcido. -Eu espero que você seja feliz com ele.

-Quem?

Ele apontou para fora do vidro com o dedo tremendo muito. Na direção que ele apontava, eu conseguia ver o Tom sorrindo pra mim. A Júlia estava com os olhos marejados.

-O Tom? -eu perguntei.

-Ele te fará feliz... -a voz dele era muito baixa.

-Como que o Sr. sabe?

-Eu apenas sei, agora eu posso morrer feliz e sem preocupações, porque você está bem! Dê muito valor aos dois, porque eles te amam de verdade como eu amo você!

-Não vô, por favor... -eu comecei a chorar mais.

-Eu amo você pequena e do outro lado saiba que eu vou estar esperando e torcendo por você. Fique em paz, meu amor. -eu podia jurar que ele tinha sorrido para mim.

Ele soltou a minha mão.

-Vô? Vô? -o aparelho estava apitando, mostrando a mim que ele havia ido para sempre.

Os médicos entraram na sala correndo e me pediram para sair.

Eu sai do quarto e pelo vidro eu ainda podia ver os médicos tentando reacordá-lo.

-Acabou! Ele se foi! -eu cai e o Tom me segurou em seus braços.

-Eu estou aqui Di! -eu chorava muito.

-Nada vai trazê-lo de volta Tom. Ele se foi....

-Calma! Tudo vai ficar bem!

A Júlia trouxe para mim um copo com água e açúcar.

-Bebe amiga. Você vai ficar melhor! -peguei o copo e tomei tudo o que estava nele.

-Obrigada Jú. -sorri para ela.

-De nada, amor! -eu a abracei com força. Meu avô tinha razão, os dois me amavam.

Fomos para a sala se espera receber a notícia que eu já esperava receber antes mesmo de chegar...