Que o Scotty era um cão grande, disso eu dabia. Eu só não sabia que ele era tão afobado.

Se o Tom não tivesse pegado a coleira da minha mão, Scotty com certeza teria fugido e isso não seria nada legal.

-Ele é assim mesmo! -o Tom me disse tentando fazer eu me sentir melhor.

-É, ele é igual ao dono! -eu não olhei para ele e tentei fazer minha voz soar normal.

-O que você quer dizer com isso? -ele parou de andar e eu continuei como se nada tivesse acontecido.

-Hmm.. -eu me virei e ele ainda estava parado no memso lugar em encarando. -Deixa! -eu sorri para ele.

-Saibia que as vezes eu não entendo você? E essa deve ser uma das razões pela qual eu amo você? -ele foi até mim e acabou com a distância entre nós.

-Sabia! -eu respondi.

Seguimos em silêncio pelo parque separados pelo Scotty.

-Cansei Tom! -eu me sentei no chão na sombra de uma árvore.

-Podemos parar para descansar um pouco eu acho.... -quando ele ia se sentar do meu lado, Scotty foi mais rápido e fez isso primeiro, fazendo com que o Tom se sentasse do lado do bicho e não do meu. O cão estava separando eu do Tom.

-Ele parece uma criança! -eu disse acariciando Scotty.

-Nem fala! Uma criança dá menos trabalho que ele! -eu acho que ele não sabia o que estava dizendo.

-Duvido que você queria ser pai! -eu quis jogar o jogo que ele começou.

-Depende de quem seria a mãe! -ele olhou para o horizonte. Sinceramente? Essa resposta não me convenceu!

-Como assim? -eu o olhei. -Deveria ser quem você ama! -ele não me olhou.

-Você?-ele perguntou ainda com os olhos perdidos no horizonte.

-Não sei! -fingi que não sabia a resposta - Sou eu? -levantei as sombrancelhas para parecer mais surpresa.

-Talvés! -ele estava jogando meu jogo! Que safado! -Você queria que fosse você? -ele me olhou nos olhos.

-Se você dissesse que era, eu não acharia ruim! -eu respondi brincando com Scotty.

-É... -ele parou de falar. -É você que eu queria que fosse a mãe dos meu filhos.... Eu amo você! Não sei se você sabe disso o suficiente para acreditar.....

Aquilo me tocou o coração. Desde que saímos de casa eu estava sendo grossa com ele e por outro lado, ele estava sendo mega fofo comigo.

-Desculpa Tom.... -virei meu rosto para não ver a reação dele.

Ficamos em silêncio. Eu sou uma anta mesmo! Eu não deveria ter dito isso a ele!

-Tudo bem! Eu entendo! Não é todo dia que estamos bem! -ele soriu para mim.

-Se isso te fizer feliz Tom, eu também amo você! Eu fui grossa demais.....

-Não tem problema! Isso não fez eu gostar menos de você! -Deus, ele era fofo demais para ser de verdade!

Apenas sorri, não consegui falar nada, as palavras me fugiram na hora que ele segurou minha mão.

-Di, hoje tem uma festa.... Eu pensei se você queria ir......comigo.... -ele estava me chamando para sair e estava com vergonha! Deus cadê aquele garoto sem vergonha de tudo e totalmente galinha que as revistas tanto publicavam?

-Por que não? Será legal! -tentei descontrair o clima, porque se não ele me conquistaria mais ainda!

-Tem como você chamar a Júlia também? Porque tipo ela é a sua amiga e tals....

-Sem problema! Ela vai adorar ir! -eu espero!

-Vai ser uma festa em homenagem aos cinco anos de Durch Den Monsun... Não vai ter muita gente, mas se você quiser ir...

-Pode deixar! Eu estarei lá! -assim espero!

-OK! -ele estava mega sem graça.

-Tom o Tokio Hotel inteiro vai estar lá, certo? -imagina! era um festa em comemoração aos 5 anos do maior single deles e o resto não vai estar lá, eles vão estar ocupados em comer jogar cocos nos macacos do zoológico de Hamburgo!

-Vai sim! -ele não brincou com a minha cara! -A gente precisa ir agora!

-Por que? -eu queria que esse momento durasse para sempre.

-Vai ter um show hoje ainda! Eu fiquei de passar o som com os garotos, não posso me atrasar! -ele levantou e bateu as mãos na calça.

Estendi meus braçõs e ele me puxou, me colocando de pé de novo.

-Obrigada! -eu disse batendo as mãos na minha calça para tirar a sugeira da grama da minha bunda.

O Tom pegou a coleira de Sotty e caminhamos até o carro em silêncio, só que dessa vez o silêncio não era constrangedor, ele era calmo, algo confortável, arrisco até a dizer que era algo que só existia entre pessoas apaixonadas....

Chegar me casa não demorou muito, já que cada um ficou perdido nos seus próprios pensamentos o caminho inteiro.

-Liga para a Júlia, as 10 eu venho buscar vocês duas! -eu sai do carro.

-OK! -mandei um beijo para ele.

-Ah! É assim que você se despede de mim? -ele ficou me olhando.

Dei a volta pela frente do carro e o beijei com força:

-Obrigada por hoje! -sorri e voltei para dentro do prédio, ouvindo apenas os pneus cantarem e o Tom ir embora....