Abecedário escrita por PepitaPocket


Capítulo 17
Querubim




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Era um verdadeiro rastro de destruição.

Ainda assim, ele manteve-se calmo quando viu sua sandália arruinada, seu porta-armas despedaçado e apenas alguns fiapos de seu lenço de cetim favorito, pois havia sido o primeiro (lê-se único) presente que Tsunade havia lhe dado.

Então, ele viu o pergaminho o seu tesouro mais inestimável, algo que ele roubou de Jiraiya há muito tempo: o único manuscrito com a história das gêmeas do país do gavião. Até mesmo a gravura que um artista desenhara a peso de ouro estava destroçada. O que foi a gota d’água.

Sem pensar duas vezes, ele puxara sua Kunai, lançando um olhar raivoso para a cortina onde o causador de toda sua desgraça encontrava-se bem visível. Ao menos parte dele.

 Querubim.

Orochimaru bradou furioso exalando toda sua intenção assassina, até dois grilos que estavam namorando atrás de um móvel, saltaram para cada lado.

Enquanto uma calda peluda abanava, em meio a um grunhido que era quase uma confissão de culpa.

Querubim, te sentencio a morte. – Orochimaru disse apontando a espada para o cão de pelos laranjas, que a essa altura desapareceu totalmente atrás da cortina, embora suas patinhas curvas e achatadas pudessem ser vistas. Ele era uma estranha mistura de corgi, com poodle e alguma coisa de pancada das ideias, na opinião de Orochimaru.

— Que está havendo? – Tsunade não demorou a aparecer por ali, percebendo a animosidade entre seu marido e o hóspede da casa.

— Esse cachorro era para se chamar demônio e não querubim.- Orochimaru apontou com indignação para o cão que saíra da cortina apenas para se esconder atrás das pernas de Tsunade.

— Orochimaru Kusanagi, está assustando o pobrezinho. – Tsunade disse fazendo uma carranca para seu marido que a olhou com uma expressão sinistra, por ela estar o chamando por nome e sobrenome.

— Esse cachorro aloprado só poderia ser do Jiraiya. – Quando o sannin dos sapos pediu para que seus amigos cuidasse do cãozinho, Orochimaru sentiu que era uma cilada, mas Tsunade se derretia por tudo quanto é animal peludo, fosse feio ou bonito. E aquele cachorro era....

— Temos que cuidar dele até Jiraiya voltar... – Tsunade disse estranhamente calma.

— Você diz isso porque ele destrói apenas minhas coisas. – Orochimaru continuou seu protesto, mesmo ciente de que era discussão perdida.

— Não seja exagerado, vejamos o que ele fez de tão grave... – Nesse instante, Orochimaru começou a suar frio, pois não queria que sua esposa visse os destroços do manuscrito que ela própria tentou incendiar anos atrás.

Se ela descobrisse que aquilo estava em seu poder, quem seria sentenciado a morte, seria a ela.

— Ah, quer saber? – Orochimaru disse fazendo um bico que não combinava em nada com ele.  — Vou tomar um banho e quero que você esfregue minhas costas, como recompensa.

Orochimaru tentou ser tão manhoso quanto sua esposa, mas para sua decepção, ela apenas colocou o cãozinho em seu colo...

— Quem precisa de um banho e uma esfregada nas costas é ele, depois de tudo que você fez passar... – Tsunade disse para o cão que estava com as orelhas murchas, mas não deixava de abanar o rabo, para indignação de Orochimaru...

— Kusanagi Orochimaru, quero a sala limpa quando voltar. – Tsunade disse para um emburrado Orochimaru, que ficou grato por sua esposa estar longe e furioso por aquele anjo de araque aprontar todas e ainda fazê-lo ficar a beira da morte, quando era o contrário.

“Essa bondade de Tsunade ainda vai me matar”. – Orochimaru soltou um último protesto antes de apressar-se em arrumar tudo, para tomar um banho e ficar perfumado para quem sabe...


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