Scorose - Quase sem querer escrita por Aline Lupin


Capítulo 23
Só o amor pode romper todo ódio


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, tudo bem com vocês? Demorei mas voltei haushuahsuahs. Segue mais um capítulo. Esse capítulo encerra o período de férias para a turma da Rose. Um beijo e boa leitura!



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Voltamos para Toca sem David. Ele havia despertado poucas horas depois que me desentendi com Scorpius e Lily. Estava ao seu lado, segurando sua mão e ele sorriu para mim. Nós conversamos um pouco e ele havia dito que iria colaborar com o ministério para prender Adrian. Um auror entrou logo em seguida na enfermaria e conversou com David. Tive que sair pois a conversa era sigilosa. Se eu tivesse como, ficaria escutando. Meu pai nos levou para casa e me despedi de Meri. Ela me abraçou e disse para eu ficar atenta as mensagens no celular. Essa tecnologia trouxa era maravilhosa, pois podia conversar com todos meu amigos assim, ao invés de usar corujas. Na volta para casa, papai me deu a ótima notícia de que David ficaria conosco. Vovó Molly aceitou acolhe-lo. Eu e Alvo nós olhamos aliviados. Scorpius ainda não me encara, parecia sério e distante, o que gerou mais frustração. Pegamos a chave de um portal para voltar e chegamos a Toca. Fui direto para o quarto dormir. No dia seguinte ainda teria que conversar com minha mãe e vovó. Elas estavam felizes em me ver, mas queriam me dar uma bronca.
No dia seguinte acordei cansada e me olhei no espelho. Estava cheia de olheiras e os olhos vermelhos. Sentia meu peito se apertar pois temia que o que tinha com Scorpius terminasse antes de começar. Lily viu meu rosto inchado, pois havia chorado a noite toda. Ela me abraçou e contei tudo a ela.
— Rose, você precisa se entender com Scorpius antes que seja tarde para isso - ela aconselha - Não perda algo que está tentando construir. Vá e fale com ele, por Merlin.
Assinto e lavo meu rosto, passo uma maquiagem e vesti a minha melhor roupa. Desço as escadas e já estou sendo interrogada por vovó e minha mãe. Elas estão furiosas por me meter em problemas. Estou de castigo até o verão terminar, realmente. Alvo está com as orelhas vermelhas, não sei o motivo. Tia Gina não está com uma cara boa. Meu primo me puxa para fora e sinto o vento gelado da manhã beijar minha face.
— O que houve? - pergunto.
Ele me olha, com uma expressão sofrida.
— Não pergunte, foi a pior bronca que já levei nada vida - ele responde, me olhando com apreensão - Rose, preciso contar algo que vai deixá-la um pouco chateada.
Engulo seco.
— O que é?
Ele começa a andar de um lado ao outro no jardim. O chão está coberto de neve e o céu cinza.
— Scorpius foi para casa.
Fico sem reação.
— Ele disse o motivo?
Alvo assentiu.
— Hum...bem ele disse algo que pareceu falso. Disse que sua mãe precisa dele. Eu perguntei se ele gostaria de se despedir de você antes, mas ele não fez uma cara boa com essa sugestão.
Tremo de nervoso.
— Que cara ele fez?
O rosto de Alvo vira uma carranca. Não consigo levá-lo a sério e acabo rindo. Ele me olha sério.
— Não estou brincando, ele parecia querer cuspir fogo pelo nariz, Rose. O que aconteceu de fato entre vocês?
Tento lembrar da nossa briga, mas não foi exatamente uma. Foi apenas um desentendimento.
— Eu não sei, sinceramente. Contei tudo a você no hospital.
Alvo coloca a mão no queixo, pensativo.
— Bem, vou tentar falar com ele. E infelizmente nosso meio de comunicação foi cortado.
— Ah, isso parece péssimo - digo, chateada - E agora?
— O jeito é esperar as férias terminarem.
Eu vou precisar esperar tanto tempo assim para falar com o loiro aguado?, pensei comigo mesma. Passamos as férias limpando o jardim e retirando os gnomos, como castigo, não havia como fugir. Lily e Hugo acabaram nos ajudando e o processo foi mais rápido. Haviamos acabado em dois dias e vovó Molly mandou limparmos os quartos e os corredores. Era limpeza de dia e a noite podíamos descansar. David chegou três dias depois. Meus avós o receberam com carinho, pois sabiam da história do meu amigo. Ted ao vê-lo, ficou ruborizado e o cumprimentou sem jeito. David sorriu para ele, com seu jeito carismático. Quando o vi na sala, sentado conversando com meus pais e meus tios, não resisti e o abracei com força.

— Calma, ruivinha, você ainda pode quebrar um osso meu - ele diz, rindo.

Eu o solto e olho de cima abaixo.

— Você está melhor? - pergunto.
Sua voz ecoa na minha mente: Estou bem, ruivinha, agora senta no sofá, que estão nos olhando, inclusive seu pai. Não quero ser morto hoje. Seguro o riso e sento em um sofá em frente a ele. A conversa retorna. Recebo olhares estranhos do meu pai. É claro que ele está com ciúmes. Meu tio Harry tenta segurar o riso ao me fitar. Ele parece dizer com o olhar que sabe meu dilema. Mamãe parece curiosa e tia Gina também. Ted está lendo seu livro, mas não para de lançar olhares para David, que finge olhar para o teto. Logo entram na sala Alvo, Lily e Hugo. Meus avós já estão dormindo, por ser muito tarde.
Depois da conversa amistosa, os adultos se recolhem. Minha mãe me beija na bochecha e faz um pergunta sussurrada:
— Querida, diga que esse não é esse namorado.
Quero rir, mas me contenho.
— Não mãe, ele é meu amigo. É muito importante para mim.
Ela respira fundo.
— Ainda bem, seu pai não gosta nada dele.
Reviro os olhos.
— De quem meu pai gosta perto de mim? - pergunto, irônica.
— Rose, tenha paciência com ele - ela pede.
Apenas assinto. Ela se afasta. Meu pai me beija e diz para não dormir tarde. Parece querer fazer alguma pergunta, mas desisti, ao ver o olhar de repreensão da minha mãe. Logo ficamos somente eu, Hugo, Alvo, David, Ted e Lily. 

— Desembucha - falo para David.

David suspira.

— O que você quer saber? - ele pergunta, cansado.

— O ministério conversou com você?

— É, o que vai ser feito agora? - Alvo pergunta.

Ted olha por cima do livro, curioso.

— Bem - David diz, cruzando as mãos atrás da cabeça - Digamos que eu vou ser a isca para meu tio. Mas eu dúvido muito que esse plano funcione. Adrian só se importa com ele mesmo, por que vai precisar de mim? Mas, mesmo assim, irei voltar para seu covil, em breve. Serei acompanhado de perto de uma força tarefa. Vou fingir estar do lado de Adrian, mas é claro que não posso estar tão satisfeito com isso, então vou usar meus dons teatrais para fingir indignação ao estar perto dele. O que não é mentira  - ele suspira, passando as mãos pelos cabelos - Vou relatar todas as atividades de meu tio para os aurores, para que eles possam entender com quem ele está trabalhando. Basicamente, estou ferrado.

Meu peito se aperta.

— Você não vai ficar aqui, então? - pergunto, triste.

Percebo pelo canto de olho que Ted também tem um semblante sofrido.

— Bem, eu não tenho opção, não é mesmo? - Meu amigo diz, tentando ser irônico, mas vejo sua agonia.

Saio do meu lugar e o abraço pelo pescoço. Ele parece surpreso mas permite e envolve seu braços na minha cintura. Solto ele e olho nos seus olhos.

— David, eu sinceramente espero que tudo fique bem com você. Espero que seu tio tenha o que merece.

Ele assente, mas ainda está abatido. A noite passa tranquila e todos nós resolvemos jogar xadrez de bruxo. Joguei com Alvo e David com Ted. Os dois não trocam uma palavra, mas vejo os dois se olharem intensamente, como se houvesse uma conversa interna entre os dois. Estou exultante. Talvez David seja o rapaz que Ted gosta. Cochicho no ouvido de Alvo, para que saírmos e deixemos eles sozinhos. Alvo entende na hora. Nós chamamos Hugo e Lily, e os dois a contra gosto nos acompanham. Ficamos no corredor, tentando ouvir alguma coisa, mas os dois não falam nada. Dou uma espiada e o que vejo não espereva. Os dois estão se beijando. Fico vermelha e me afasto.

— O que foi? - sussurrou Alvo, ao ver meu rosto ruborizado.

Hugo e Lily estão com um expressão de pergunta também. Eu balanço com a cabeça. Não quero falar sobre aquilo. É a intimidade dos dois. Alvo se aproxima e espia, ele olha pra mim e segura o riso.

— Então era por isso que Ted não parava de olhar David - sussurra Alvo em meu ouvido.

Acabo rindo alto demais. David aparece na porta, com cara de poucos amigos.

— Está na hora das crianças dormirem. Deem o fora - ele diz, com raiva.

Nós batemos em retirada. Ficamos no corredor do andar de cima, rindo sem parar. Realmente somos crianças ainda. Mas há algo que vem há minha mente,  quando deito em minha cama, com o coração apertado, ao lembrar de Scorpius: só o amor pode romper todo ódio que existe, todo desentendimento e tristeza. Espero conseguir esse feito, quando ver Scorpius novamente.


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