Scorose - Quase sem querer escrita por Aline Lupin


Capítulo 11
Partida de Quadribol


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, tudo bem com vocês? Uma boa leitura!



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É quase natal. Estou pulando de alegria. Vou ver meus pais, minha família. Hugo está sentando comigo, enquanto usamos a lareira para falar com nossos pais. Eles contam as novidades e eu finalmente conto que convidei o professor Slughorn para o natal. Mamãe acha divertido, mas papai parece chateado. Ele queria saber disso antes, é claro. Pois nunca se deu bem com o professor de poções. Deve estar chateado pois nunca entrou no fã clube do Slugh. Mas não digo isso para ele. Não quero magoa-lo. Após conversarmos, Hugo diz que estamos atrasados para o jogo de Quadribol. Está tão frio que não quero nem pensar em ir, mas preciso, pois é Sonserina versus Corvinal. Tenho que torcer por Alvo, é claro. Ele também é apanhador, como Tio Harry. Scorpius também vai estar no jogo, mas como artilheiro. Ele é muito bom. Caminhamos até as arquibancadas e sinto o frio congelar meu rosto. Abaixo mais minha touca e sento nos bancos da Sonserina. Hoje vou torcer por eles. Hugo faz o mesmo, e ficamos enganchados. Adoro meu irmão, apesar de ele não dar muita atenção para mim. Ele vive em seu próprio mundo, com seus amigos é eu compreendo, mas sinto falta dele. Beijo sua cabeça e bagunço seus cabelos.

                - Para, se não vou jogar você daqui – ele ameaça, se afastando.

                - Ai, deixa de ser chato – digo, puxando ele de novo para perto.

                Ele bufa, mas permite eu ficar abraçada nele. Logo vemos Lily e acenamos. Ela franze a testa e vem para nossa arquibancada. De reboque, Lorcan está seguindo ela. Quando esses dois vão se acertar?

                - Oi gente, por que estamos aqui? – ela diz.

                - Porque vamos torcer para seu irmão – explico – Não é obvio?

                - Eu sei, mas ele é da Sonserina, nós somos da Grifinória.

                Eu encaro ela, sem entender.

                - São só casas, Lily. Não precisamos criar rixa por causa disso – Lorcan intervém.

                Ela fuzila ele com o olhar.

                - Pois bem, vou ficar aqui por causa do meu irmão. Não por causa dessas cobras.

                Alguns alunos ao redor olharam feio. Bato com a palma na testa. Por Merlin, minha prima não tem noção do perigo? Espera, ela é uma grifinória suicida.

                - Ok, mas bico calado – digo.

                Ela me fuzila com o olhar e sente ao meu lado, com Lorcan ao seu lado. Alvo acena para nós e Scorpius sorri. Ele está lindo de uniforme, arrancando suspiros por onde passa. Essas semanas temos passado mais tempo juntos, mas nada mudou, para minha tristeza. Ele me convida para ir a Hogsmeade. Acompanha-me em todas as rondas, fazemos os deveres juntos, tomamos café juntos, almoço, janta. Procuramos David juntos com Alvo e tomamos chá com Hagrid todas as tardes, depois das aulas. E um beijo? Eu não ganhei. Nenhum. É claro, ele é meu amigo. Mas não custa sonhar. Lily diz que tenho que dar o primeiro passo, mas eu provoco e digo que ela deve dar o seu primeiro também. A discussão acaba ai. Nenhuma das duas quer dar o braço a torcer. Não tenho visto Leon, ultimamente. Ele se distanciou de vez e não o procuro. Não quero estragar o que tenho com Scorpius e sei que ele se preocupa comigo. Apesar de achar ridículo. Já brigamos várias vezes por causa desse assunto. Não chegamos a um consenso sobre o assunto Leon. Contudo, não faz mais diferença, pois ele não conversa mais comigo. Sinto falta dele. Espero um dia que possamos voltar a nos falar.

                O jogo segue acirrado entre as duas casas. Alvo parece não avistar o pomo e fica parado em sua posição inicial. O apanhador da outra casa, Jonathan Fraser, parece ansioso. Está claro que quer terminar o jogo, pois o frio é intenso demais. Mas também permanece vidrado e analisa qualquer movimento de Alvo. Ele sabe que meu primo tem um bom olho para avistar essa bolinha brilhante. Então quando Alvo se mover, ele irá atrás em disparado. Scorpius faz vários gols para Sonserina. O placar está 80 pontos a 75 para Corvinal. Se Alvo não achar esse pomo, o jogo irá durar um dia inteiro. É visível que os jogadores já estão exaustos depois de meia hora jogando.

                Avisto Leon entre os batedores. Ele parece irritado e está brigando com seus colegas. Levou falta por lançar um balaço na cabeça de um artilheiro da Corvinal. O jogo foi parado pela Madame Hooch. Os times se reuniram em um canto. Scorpius está exaltado, apontando o dedo para Leon. Ele não parece querer ouvir e joga a vassoura no chão, saindo andando. O capitão do time, Thomas Mallory chama Leon, pedindo para que ele não saia do campo, ele não se vira. Scorpius vai atrás e os dois entram em uma briga. Os dois rolam pela grama, distribuindo socos. Fico horrorizada, com a mão na boca. Não quero ver isso, não quero ver meus dois amigos se desentendendo. O que está acontecendo com eles, afinal?

                Madame Hooch separa os dois e parece dar uma bronca. Os dois ficam em cantos separados e Leon é penalizado, sendo retirado do jogo. É substituído por outro colega. Vejo-o sair cabisbaixo do campo, com a vassoura em mãos. Não resisto o impulso de segui-lo. Aviso meu irmão que vou sair só por um momento. Lily está tão distraída com Lorcan, que não percebe que sai. Corro até o vestiário e vejo-o largar a vassoura e retirar a camisa. Ele parece não notar minha presença. Ele tem marcas nas costas, parecem vergões. Desvio o olhar para o chão, sentindo meu rosto queimar. Ando de costas, para sair do vestiário, mas esbarro em um armário. Ele se vira e me encara. Está com uma expressão séria, mas relaxa ao me reconhecer.

                - Não devia estar aqui, Rose – ele diz, me encarando com surpresa.

                Engulo seco.

                - Eu sei, mas vi você sair do jogo e pensei...

                - Pensou que eu precisava de companhia? – ele me interrompe.

                - Eu só queria conversar – digo, olhando para os meus pés.

                Sinto ele se aproximar e parar na minha frente. Ele já vestiu uma camisa, de cor preta. Não ergo minha cabeça para encara-lo.

                - Rose, não é uma boa ideia – ele sussurra – Não quero arranjar problemas para você.

                Eu o fito, surpresa.

                - Que problemas, Leon? É por isso que você não fala mais comigo? Por medo que eu tenha problemas?

                Ele suspira. Sacode seus cabelos dourados com as mãos, tentando liberar o estresse.

                - Rose, quando vi você na arquibancada, fiquei nervoso – ele diz. Fico magoada e ele percebe. Não pode ser minha culpa por ele ter perdido a atenção no jogo – Eu e Scorpius não estamos muito bem. Depois daquele dia que brigamos na aula de feitiços, fiz um juramento que não iria me aproximar de você.

                Fiquei pasma. Juramento?

                - Espera, tem algo relacionado à magia? – pergunto.

                - Mais ou menos isso. Mas a penalidade não é a morte se eu quebrar – ele responde.

                - E o que vai acontecer se ele descobrir que está falando contigo? – insisto no assunto.

                Ele aperta os olhos, frustrado.

                - Rose, o mais importante é que eu preciso cumprir minha palavra – ele desconversa, se afastando.

                Sinto magoa por ele se recusar a me dizer. Estou sendo excluída da sua vida sem ter a chance de conhecê-lo melhor. Quero sua amizade e nem eu entendo o motivo. Meus sentimentos estão um turbilhão. Seguro seu braço, tentando dizer mais alguma coisa, algo que o faça parar e me dizer que vai ficar tudo bem. Mas não digo nada, estou sem palavras.

                - Rose, não torne isso mais difícil – ele pede, sem me olhar, mas não se afasta.

                - Por favor, Leon, tem que haver outro jeito. Eu vou conversar com o Scorpius e pedir para que ele pare com isso.

                Leon balança a cabeça.

                - Não tem jeito de conversar com aquele idiota – ele diz, irritado – Mas podemos conversar sem que ele saiba.

                Sinto uma pontada de culpa por estar pensando em concordar com isso. Mas ao mesmo tempo estou com raiva de Scorpius. Raiva, pois ele não dar um passo para dizer que sente algo e quer controlar meus passos e minha vida.

                - Eu não me importo com o que vocês juraram – digo, sentindo uma pontada de remorso. Guardo esse sentimento no fundo do meu coração. Não vou sofrer por isso – Só quero nossa amizade de volta.

                Não sei até que ponto isso é realmente desejar sua amizade ou querer causar ciúmes em Scorpius. Não irei raciocinar sobre isso, não agora.

                - Muito bem, Rose – ele diz, sorrindo – Só tem que prometer que isso vai ficar em segredo.

                Ele oferece sua mão para que eu aperte. Eu aceito, mirando seus olhos verdes água. Sinto um leve formigamento nas mãos, como se isso tivesse sido tratado com magia.

                - Te vejo hoje à noite, depois das rondas? – ele pergunta, esperançoso.

                Eu apenas assinto com a cabeça e ele se afasta. Espero que se afaste, para que eu passa voltar para o jogo. Volto às arquibancadas e parece que ninguém notou minha falta. Respiro aliviada e acompanho o jogo, que continua acirrado. Depois de vinte minutos, Alvo captura o pomo, quase caindo da vassoura ao colidir com Thomas. Os dois haviam avistado a bolinha dourada e corriam velozes pelo campo. No último instante é que Alvo conseguiu esticar a mão mais rápido que seu adversário e agarrou a bolinha. Alvo desceu ao chão com assovios e aplausos dos sonserinos. Pulei de alegria junto com Hugo. Lily estava emburrada, mas bateu alguns palmos, apenas pelo irmão. Ela frisou isso, enfática. Scorpius estava com um sorriso no rosto e ajudava seus colegas a erguerem Alvo do chão. Ver seu sorriso me dói na alma, pois sinto que o trai dessa vez, apesar de nós dois não termos nada. Sinto meu coração doer e não quero participar da comemoração. Despeço-me de todos e saio andando e percorro o terreno do castelo. Só quero me distrair e não pensar em mais nada.


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