Filhos da Noite escrita por Scar Lynus


Capítulo 3
Capitulo 3 - Belmonts


Notas iniciais do capítulo

finalmente rsrsrs



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[Casa dos Belmont – Adrienne e Alexander]

 

— Bom dia. – Falou Alexander entrando na cozinha. Eu estava encostada na bancada com minha terceira xicara de café em mãos, o bule passou um ficou abaixo da metade depois que ele se serviu.

— Bom dia. – Respondi e coloquei o pen-drive na frente dele. – Todas as informações que você precisa, e de bônus o projeto da sua nova “armadura”! – Expliquei.

— Muito obrigado! – Ele levantou empolgado com o dispositivo nas mãos. – E como agradecimento! – Ele puxou uma caixinha. – Feliz aniversário!

— Nossa você lembrou! – Brinquei pegando a caixa antes de abraça-lo. – Obrigada!

— Hey eu sempre me lembro! – Defendeu-se. – Abra! Vamos ver se está a sua altura.

Quando abri a caixa havia um bracelete, ele era feito de cobre com algumas partes de ouro, do lado que ficava a vista haviam duas cobras entrelaçadas. Havia uma pedra azul no centro.

— É lindo! Mas, qual é o segredo? – Questionei, nada para Alexander era sem utilidade.

— Aperte a pedra azul. – Ele falou.

Quando apertei a gema, as cobras deram um pequeno salto pra fora ao som de um clique, puxei-a e pude ver que as cobras eram um pequeno punho para uma lâmina curta, uma lâmina de no máximo dez centímetros, prateada.

— Já foi abençoada. – Ele contou.

— Humm... Está com medo que eu encontre Vampiros no meu novo emprego? – Questionei.

— Bom, você vai trabalhar no escritório de uma grande empresa. – Ele falava o obvio. – Nós conhecemos o padrão, dinheiro e poder são meio e um atrator dos mestres.

— Mas é uma mulher que comanda a empresa! – Lembrei-o.

— Sim, porém, cuidado nunca é demais. – Respondeu. – É só lembrar de me chamar e eu vou correndo te ajudar.

— Sabe eu também fui treinada! – Coloquei minha caneca de lado.

— Eu sei! – admitiu ele. – Mas, eu ainda sou o irmão mais velho e vocês não podem me culpar por protege-los.

— Claro senhor caçador! – Ironizei. – O que seria de nós sem você...

— Talvez fossem normais. – Ele retrucou me interrompendo. – Vamos lá fora que os presentes não acabaram! – Ele começou a me empurrar para a porta.

Saindo de casa eu não vi nada fora do usual, nossa rua deserta, vizinhos velhos, a moto do Alexander parada na calçada e um sol de rachar.

— Não tem nada.

— Não tem nada na sua frente! – Ele falou segurando minha cabeça. – Se virar só um pouquinho... – Ele direcionou minha cabeça para mais uma moto, quase no estilo da sua, porém, essa era toda preta. – Esse sim é o presente!

— ISSO É DEMAIS!! – Falei correndo até a moto. – Quando foi que comprou ela? – Eu já estava montada na mesma.

— Foi ontem à noite. Archie me ajudou a esconder de você.

— Eu não sei se abraço vocês ou se dou um tapa na cabeça. – Declarei.

— Você pode me abraçar e mais tarde quando estivermos em casa você acerta a cabeça do Archie! – Sugeriu ele rindo.

— Parece muito justo. – Ironizei.

— Boa sorte com o novo trabalho okay. – Ele disse me passando um capacete também preto.

— Obrigada!

Então eu dei partida na moto só pra sentir o barulho do motor enquanto ele ficava ali me encarando, esperando que eu disparasse pela rua. Eu cumpri suas expectativas após colocar o capacete e sumir pelas ruas.
Meu novo emprego era até que meio longe, nós morávamos em Harrow e eu estava indo para Greenwich, ou seja, totalmente do outro lado.

— Pelo menos não preciso ir de ônibus! – Falei sozinha enquanto pilotava.

Cheguei a “Torre Vermelha” com vinte minutos de vantagem, aquela era a sede principal da maior empresa em linhas aéreas da atualidade a Dragon Airlines. Eles trabalhavam com todos os tipos de voo e em todos os setores, já que além de aeroportos eles também possuíam as próprias fabricas para montagem e conserto de maquinas aéreas.
Minha função lá dentro seria analisar todas as finanças e garantir que nada estivesse errado.

 

[Alexander e Archibald – Escola Henry Anderson]

 

Todos os dias eu tinha que buscar o Archie na escola, afinal ainda falta um ano para ele se formar, porém, não é sempre que alguém me liga e eu preciso vir três horas antes do horário para falar com o diretor dele.
Eu até imaginei que o Archie deveria ter um bom motivo para brigar com alguém quando vi o estacionamento do lugar, todos carros de primeira classe, tinha um belo Bentley que pela placa deduzi ser do diretor, fui devagar até a sala do diretor, na recepção tinham sete garotos todos machucados e alguns homens de gravata com olhares tortos.

— Senhor Belmont? – Perguntou a mulher atrás da escrivaninha, ela deveria ter a minha idade, os cabelos estavam presos, usava óculos e todo um belo conjunto social.

— Só Alexander. – Respondi pra ela e sinalizei a porta. – Devo entrar certo? – Ela assentiu e sem responder eu já entrei. – Boa tarde?

— Boa tarde senhor Belmont. – Fui respondido por uma voz rouca atrás de uma mesa evidentemente cara. – Por favor sente-se. – Eu sentei em uma das cadeiras a frente dele, na outra estava Archie com uma cara de tedio.

— Eai Archie. – Cumprimentei meu irmão. – Ganhou uma briga é? – Ele assentiu e não pude deixar de sorrir.

— O senhor está achando que a atitude do seu irmão é louvável? – Questionou o diretor.

— Não senhor. Apenas perguntei se ele venceu. – “Corte rápido”. – O senhor vai me dizer o que aconteceu? – perguntei para o Archie.

— O cara entrou na minha frente na fila. – Ele respondeu.

— E aí você começou uma agressão. - Declarou o diretor – Esse comportamento é inadmissível aqui!

— Diretor será que eu posso ouvir a história do Archie? – Perguntei e o mesmo assentiu. – E por isso você bateu neles?

— Não! Eu falei pra ele sair da minha frente educadamente, mas, aí ele me empurrou.

— E então você deu uma surra nele! – Conclui o restante da história. – E o senhor me chamou aqui para repreender o meu irmão?

— É claro! Brigas não são toleradas nessa escola. – Respondeu o velho com orgulho.

— Mas corrupção pelo visto é! – Respondi fazendo o diretor ficar em silencio. – Afinal se o outro garoto acha que pode fazer o que quer com alguém mais novo, significa que ele está acostumado a ter um tratamento especial.

— Está insinuando que fazemos vista grossa para os alunos?

— Eu só falei um fato, mas, se a carapuça serviu! – Debochei. – Meu irmão lutou contra sete garotos e venceu já que ele não tem nenhum arranhão, ou seja, além de lutar  contra garotos mais velhos ele lutou sem vantagens. Por que foi que os monitores só entraram em cena depois que os garotos estavam no chão?

— Senhor Belmont eu conheço o seu tipo. Um herdeiro marrento que quer justificar o mal comportamento do irmão e...

— Herdeiro coisa nenhuma! Eu ralei muito e sou um arquiteto de sucesso que paga o seu salário igual os responsáveis dos seus outros alunos! – Me exaltei sem querer. – O Archie está certo em brigar? Não! Eu vou repreender ele? Sim eu vou, mas, não vou deixar o senhor ficar na sua cadeira apontando o dedo na nossa cara e julgando quem nós somos.

— Garanto que não foi minha intenção. – Ele tentou apaziguar tudo. – Só peço que converse com seu irmão para ter mais autocontrole.

— Fique tranquilo senhor. – Encarei meu irmão que continuava em silencio. – Vamos conversar quando chegarmos em casa.

— Perfeito. Tenham uma boa tarde. – Ele estendeu a mão para mim.

— Igualmente. – Apertei sua mão da maneira mais firme possível. – Não vai se repetir. – Dei uma forçada no aperto.

Archie e eu voltamos para a recepção onde um pai provavelmente irritado de ver o filho sem um dente ficou bloqueando nosso caminho.

— Com licença, nós precisamos passar. – Falei para ele.

— Esse garoto arrancou o dente do meu filho. – Declarou o engravatado. Olhei para os garotos assustados e feridos, todos sentados em silencio e provavelmente com medo do Archie.

— Uma pena que seu filho e seus outros seis parceiros, não conseguiram dar conta de um garoto do segundo ano. – Respondi tocando o ombro dele. – Eu também acharia bem humilhante!

— Olha aqui rapaz eu não vou aceitar esse desaforo. – Fiquei encarando-o sem mudar minha expressão.

— E o que você quer? – Perguntei. – Ahhh já sei. – Dei meu cartão pra ele. – Qualquer coisa que queira resolver é só me ligar, mas, não espere que eu vá pagar o dente dele. Agora por favor saia do caminho.

Ele não parecia muito contente quando precisou me dar passagem, mas, ele não paga minhas contas então não estou nem aí. Fomos em silencio até a moto, Archie só passou na sala pegar suas coisas antes de me seguir. Não conversamos no caminho de volta também, imaginei que não seria necessário ficar tocando no assunto, apenas o vento e a moto faziam nossa trilha sonora até chegar em casa.

— Sete contra um... Muito bom. – Falei quando ele desceu da moto. – Para um amador. – Joguei o capacete nele, porém, ele já bem treinado pegou o mesmo no ar.

— O que eu deveria ter feito? – Perguntou ele confuso. – Você me ensinou pra isso certo! Eles são valentões se colocando sobre os outros. A única diferença deles para os vampiros é que os vampiros brigam melhor!

— Wow wow respira ai Maninho! – Levantei meus braços. – Não vou brigar com você. Não acho que você estava errado, mas, da próxima vez evita arrancar os dentes de alguém.

— Okay. Posso ir? – questionou ele.

— Claro. Hoje não é dia de praticar e como está tudo tranquilo sua única tarefa é jantar numa boa e lavar a louça!

— Mas nem é meu dia. – Reclamou.

— Passou a ser quando me fez te buscar mais cedo na escola. – Vai tomar seu banho que eu ainda tenho que trabalhar.

Eu não iria brigar com ele por isso, mas, é sempre bom colocar um pouco de disciplina para funcionar”.

 

[Adrienne – Torre vermelha]

 

— Se lembrar dessas regras vai se dar muito bem por aqui querida. – Explicou Ethan o meu “coordenador” – Alguma pergunta?

— Preciso mesmo trabalhar descalça? – Precisei confirmar. A primeira orientação que tive foi que dentro do prédio ninguém deveria usar sapatos ou algo do tipo, pelo visto é uma regra seria.

— Sim. – Ele só respondeu e me guiou por mais um corredor antes de entrarmos no elevador. – A sala de vocês é no décimo quarto andar e é só trabalhar bem que vai ser reconhecida. Aqui o sistema de meritocracia realmente funciona!

— Bom saber. – Respondi assim que saímos do elevador, esse andar era muito bonito e tinha até uma área para o cafezinho, entretanto, o mais impressionante foi ver um quadro enorme na parede. Três de altura por dois de largura, moldura dourada e a pintura era um castelo gigante, lindo e escuro com uma lua vermelha no fundo... Eu reconheceria essa pintura onde quer que estivesse. – Como conseguiram esse quadro?

— Eu não questiono os gostos de decoração da dona do prédio. – Ele respondeu.

— Esse quadro é de mais de meio século atrás. – Comecei a me aproximar do mesmo. – Ele tecnicamente foi dado como “destruído”.

— Tudo que vale muito no mercado negro é dado como “destruído pela humanidade”. – Uma voz muito forte e bonita respondeu. Pude observar uma mulher que vinha na nossa direção, se ela tivesse trinta já seria muito, os cabelos castanho escuros eram maravilhosos e combinavam com os olhos escuros, ela estava usando um vestido vermelho com uma abertura em uma das cochas e assim como todos no local, descalça. – “O Castelo de Drácula” Mil duzentos e trinta e sete. Magnifico concorda?

— É realmente um tesouro perdido. – Concordei com ela. – Adrienne. – Respondi estendendo a mão.

— Katrina Balaus. A presidente da empresa. – Ela apertou minha mão de uma forma simples e eu podia jurar que a mão dela estava bem mais quente que o normal. – Encontrei esse quadro a uns cinco anos e precisei comprar.

— Posso dizer que entendo a senhora. – Respondi ainda intrigada, imaginando se já a tinha visto agora que ela estava do meu lado. – “Claro que já vi, ela é famosa”.

— Você é uma amante de artes da pré-renascença? – Perguntou ela curiosa.

— Meu avô me ensinou muito sobre isso, acho que aprendi a gostar. – Brinquei.

— Bom ele é um homem de bom gosto. – Respondeu Katrina. – Ele...

— Sim, infelizmente ele já se foi.

— Sinto muito minha jovem. – Ela declarou e nos deu as costas. – Espero que goste de trabalhar conosco. – Ela disse enquanto caminhava corredor a fora.

— Ganhou pontos com a manda chuva! – Ethan que tinha recuado finalmente se aproximou. – Acho que deveria ter te contratado para alguns andares mais altos.

— Ela não parece tão terrível. – Comentei.

— Relaxa é apenas o seu primeiro dia lindinha. – Ele então me levou até uma sala onde havia apenas mais um funcionário de olho no computador. Era um homem alto e moreno, seu cabelo era escuro também, ele não nos percebeu ou fingiu muito bem. – Essa é a sala onde você vai trabalhar com Miguel. Boa sorte Adrienne.

— Obrigada. – Respondi antes dele me deixar sozinha em minha mesa, havia um número considerável de pastas sobre ela e a poeira era uma decoração linda. – Vamos trabalhar!


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Notas finais do capítulo

goxxtaram?