A Farsa escrita por Linesahh


Capítulo 3
Oikawa entra em cena!


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde (quase noite) para todos!!! Estão passando a semana bem?
Então, gente, só pelo título do capítulo já dá pra ver que coisa boa NÃO VEM por aí ahuahuahau ^-^ Vocês acharam MESMO que o Oikawa ficaria parado chupando o dedo? Na-na-ni-na-não!
Voltamos para os dias atuais, e já passou uma semana desde o anúncio do relacionamento do Iwa-chan e do menino Kageyama...

Boa Leitura! ♥



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Dias atuais

— Ginásio Karasuno

 

Após mais um dia puxado de aulas e mais lições intermináveis, Hinata, como sempre, ficou extremamente aliviado quando o sinal tocou e todos foram liberados para as atividades dos clubes.

Já no ginásio e carregando uma bolsa de equipamentos, o qual fora incumbido de deixar perto dos bancos, por um instante, o garoto de cabelos alaranjados e espírito idealista e sonhador permitiu-se parar por um momento, apreciando o espaço ao redor. Seus amigos e companheiros de time iam chegando aos poucos, e Hinata observou, com um satisfeito sorriso, a imagem dos veteranos perto das janelas.

Daichi, Sugawara e Asahi conversavam calorosamente, enquanto arrumavam as tornozeleiras e braçadeiras em seus corpos. Mesmo conhecendo-os há pouco tempo, Hinata sentia que, talvez, aqueles três não sentiam-se tão animados em relação ao clube desde a sua entrada e a do restante dos primeiranistas no time. Afinal, o ruivo estava por dentro dos boatos, e no quanto o time do Karasuno vinha passando por altos e baixos nos últimos anos.

Agora, todos carregavam uma confiança obstinada, especialmente depois do treinamento de verão em Tóquio. Pela primeira vez, acreditavam firmemente — e não só como um modo de levantar a moral em meio à ruína — que podiam enfrentar e vencer qualquer oponente à sua frente.

E era exatamente isso que Hinata amava. Para quem passou seus anos no fundamental apenas em companhia da bola de vôlei, treinando e tentando aperfeiçoar suas técnicas sozinho, Karasuno era o time dos sonhos.

Acabou acordando com o chamado de Nishinoya, que perguntou, divertido, se ele estava no mundo das cenouras. Sorriu com a amigável zombaria, correndo e deixando a bolsa no lugar certo.

Assim que acabou de ajudar a montar a rede, a porta abriu-se à direita, chamando-lhe a atenção; principalmente por tratar-se da pessoa que vinha ajudando e moldando as novas habilidades de Hinata desde seu ingresso em Karasuno.

Se animou imediatamente, já virando-se na direção de Kageyama Tobio, ao longe.

— Ei, Kageyama! Que tal treinarmos o novo rápi...

Repentinamente, Hinata sentiu as cordas vocais travarem, não sendo capaz de terminar a frase.

Pois, sem esperar ou forçar, no instante em que olhou para o levantador, a imagem do "ex-cavaleiro" do "Grande Rei", Iwaizumi Hajime, surgiu perfeitamente em sua cabeça.

De repente, Hinata sentiu-se desnorteado, como se houvesse tomado uma rajada de ar bem forte. A mão que havia erguido para chamar a atenção de Kageyama foi baixada lentamente, enquanto sentia um estranho constrangimento apossar-se de seu corpo. Agradeceu o fato do treinador Ukai ter começado a conversar com Tobio assim que esse entrara, pois isso permitiu Hinata se afastar e fingir que não havia dito nada.

Em sua cabeça, o tão comum lapso de realidade — o qual esteve aparecendo varias vezes naquela semana — voltou a lhe fazer uma visita:

"É mesmo... ele e Iwaizumi-san estão namorando, agora."

Hinata, simplesmente, não sabia o que pensar sobre aquilo. Era tão estranho ver Kageyama... comprometido. Por alguma razão aos olhos de Hinata, essa era uma condição que não combinava nada com Tobio.

Assim, como, também, era algo que, por algum motivo, parecia criar uma espécie de "barreira" na amizade do alaranjado e do levantador. Por mais que na maior parte do tempo Hinata agisse normalmente em relação à tudo, sempre que Kageyama se aproximava, não sabia dizer, mas... é como se travasse por completo, e o rosto do atacante da Seijou, por sua vez, voltasse a surgir com tudo em sua visão.

Já havia passado uma semana desde que todos descobriram sobre o relacionamento de Kageyama e Iwaizumi, e, ainda agora, não se falava em outra coisa senão isso. É claro que Hinata estava por dentro das fofocas, mas, ainda assim, não conseguia se acostumar com a ideia daqueles dois estarem em um relacionamento.

E o mais esquisito em toda aquela história era que, mesmo agora namorando, Iwaizumi e Kageyama dificilmente eram vistos juntos no mesmo espaço, e, por falta de demonstrações de afeto em público, a pergunta que todos faziam, em seus íntimos, era como eles haviam começado a namorar.

É claro que nenhum dos jogadores do Karasuno tinha coragem ou a cara de pau de perguntar algo assim à Kageyama (menos Nishinoya e Tanaka, que, na verdade, haviam aproveitado da situação para tirar sarro do levantador, dizendo coisas como: "Bela vingança para o Grande Rei!", ou "Como você joga sujo, Kageyama!".

Hinata, como sempre, admirava a ousadia daqueles dois, pois, tinha certeza que, se fosse ele a fazer tais zoações com Kageyama, já estaria todo enfaixado.

Num lapso, esqueceu todos esses pensamentos após o chamarem para o aquecimento. No entanto, ao invés da comum animação, Hinata, daquela vez, passou a maior parte do treino calado e perdido em divagações, mas, pelo menos, não fez nenhuma burrada. Os outros não pareceram notar a aura sinuosamente distraída que rondava o pequeno alaranjado, no entanto, como sempre, aquela mudança de humor de Hinata não passou despercebida para um certo rapaz ali.

Sugawara Koushi, olhando Shouyou discretamente, decidiu que, por hora, observar era a melhor opção.

 

◾◾◾

 

Mais tarde, enquanto voltava para casa, Hinata continuava a pensar em tudo aquilo, agora tendo o foco preso sobre um ponto em particular naquela história toda; se bem recordava, foi desde o amistoso contra o Aoba Johsai que Kageyama havia começado a ficar um pouco estranho. Por algum motivo, ele já não mais reclamava da falta dos amados iogurtes, ocasionando, felizmente, na redução do estresse do moreno. No entanto, conforme Hinata havia pensado consigo mesmo antes da bomba do relacionamento de Kageyama e Iwaizumi estourar, o levantador realmente parecia mais quieto que o normal. Cogitou: será que, naquele amistoso, havia ocorrido alguma declaração às escondidas entre os ex-companheiros de time do Kitakawa Daiichi ou algo assim?

E foi se perguntando isso, enquanto saía de uma loja de conveniência com um pão de yakisoba em mãos, que Hinata escutou, claramente:

— Psiu!

O pequeno travou. Por um milésimo de segundo, sua mente especulou a cena de alguém tentando chamar a atenção de um gatinho de rua, no entanto, isso mudou ao olhar para o lado e se deparar com o beco escuro à sua esquerda. Àquela altura, os últimos raios de sol já haviam ido embora, dando espaço às estrelas e a leve brisa fria da noite. Por não haver a iluminação da lua daquela vez, Hinata não conseguiu distinguir o vulto que estava ali.

Logo, o mesmo "psiu!" de antes se repetiu, e Hinata sentiu-se ainda mais confuso.

— ... O quê? — questionou, um leve medo começando a adentrar seu corpo.

— Hey, Chibi-chan! Aqui!

Um estalo de compreensão foi sentido na cabeça de Shouyou, no entanto, o pobre garoto acabou por esquecer até o próprio nome quando, num segundo, sentiu uma mão agarrar-lhe o braço, o puxando para a escuridão do beco.

Durante os exatos cinco segundos necessários para o vulto levar Hinata até o fundo daquele lugar estreito, o alaranjado — que, felizmente, havia lembrado de quem era — estava pronto para soltar seu berro mais alto e escandaloso, torcendo para que, assim, alguma boa alma escutasse, quando sentiu as costas serem pressionadas na parede atrás de si, e a imagem de seu "sequestrador" fez-se mais nítida em sua visão.

Hinata conseguiu observar dois detalhes que aquele momento carregava:

1° — O lugar onde se encontrava agora felizmente recebia a fraca iluminação de uma luz não muito confiável, pois a lâmpada ficava piscando sem parar. Além disso, estava nos fundos da loja de conveniência a qual Hinata havia acabado de sair.

2° — O que raios o "Grande Rei" estava fazendo ali?

Hinata sentiu a mente pifar. Por um segundo, pensar no capitão da Aoba Johsai bem ali, no início de uma agradável noite de segunda-feira, e "raptando", aparentemente sem motivo algum, um jogador de um time rival, parecia a coisa mais sem sentido do mundo.

No entanto, ali estava Oikawa, com sua aura e estatura alta, brilhante e intimidadora — ao menos para Shouyou — de sempre.

Um Oikawa...

... totalmente diferente daquele que Hinata conhecia.

— Daiō-sama! — se assombrou. — Você agora faz parte de uma gangue?!

Oikawa Tooru, ocupando em subir os óculos escuros acima da cabeça, olhou para Hinata com uma expressão indecifrável após ele perguntar aquilo. Pela linha torta que sua boca havia formado, o mais velho pareceu surpreso e confuso (talvez por conta da forma como o alaranjado havia se referido a sua pessoa, também).

Todavia, Hinata não estava exagerando. Nas ocasiões em que via Oikawa, ele estava sempre com vestimentas claras, além de seus cabelos mostrarem-se arrumados num penteado entre rebelde, mas alinhado. Agora, porém, o levantador da Aoba Johsai estava todo de preto, com um casaco e botas de couro ameaçadores; os cabelos penteados para trás com gel; e, por fim, os óculos escuros que agora residiam acima de sua cabeça.

Ele estava super assustador. Parecia um delinquente e — Hinata apostava —, se Tanaka ou Nishinoya estivessem ali, borbulhariam de raiva pelo fato de que, mesmo vestido daquele jeito, Oikawa parecia pronto para desfilar em qualquer passarela apresentando sua beleza avassaladora para o mundo.

Shouyou só foi despertar de sua análise ao "Oikawa-mafioso" quando o próprio suspirou profundamente, seus finos traços apresentando contida irritação.

— Claro que eu não faço parte de uma gangue, Chibi-chan; isso é apenas um disfarce, para passar despercebido. — explicou como se fosse óbvio.

Hinata até pensou em argumentar que, comparado a todos os moradores da região, não seria exagero dizer que Oikawa era a própria definição de um grão de café boiando no leite alvo, mas, num lapso, decidiu manter o bico fechado.

Afinal, se em ocasiões normais o pequeno já tinha certo temor de Oikawa, a situação de agora não era nem de longe uma boa notícia.

Ao invés disso, forçou-se a seguir o diálogo mais lógico.

— Daiō-sama... — começou, meio hesitante. — O que está fazendo aqui e por que me puxou para cá? Eu achei que fosse algum assassino! — acabou soltando, alarmado.

Oikawa começou a massagear as têmporas, denunciando que estava com a cabeça tão cheia e agitada quanto o mais novo. Soltou o ar, insatisfeito com alguma coisa.

— Foi mal. Acabei sendo precipitado e te assustei. — suas íris castanhas encararam Hinata com leve franqueza. — No entanto, eu realmente estou sem tempo. — aproximou-se com impetuosidade. — Chibi-chan, você é o único que pode me ajudar.

Hinata gelou com a declaração séria. Olhando seu rosto com melhor clareza com ajuda da fraca iluminação da lâmpada acima deles, o ruivo percebeu que Oikawa realmente não estava em seus melhores dias. Além da aparência cansada e fatigada, moldadas juntamente com uma permanente impaciência, Oikawa tinha olheiras fundas abaixo dos olhos, além que — como ele mesmo havia dito — parecia estar com muita pressa, seus gestos e palavras transpassando agitação.

No entanto, tudo isso mostrando, indiscutivelmente, um ar decidido.

Mas, agora, digerindo as palavras de Oikawa, Hinata se preocupou. Ele queria sua ajuda?

Engoliu em seco. Só torcia para que não tivesse nenhum "enterro de cadáver" envolvido.

— Hã? Ajudar no quê?...

Oikawa pareceu inacreditado com sua pergunta, como se esperasse que Hinata já soubesse exatamente suas vontades ou que, simplesmente, tivesse uma bola de cristal ou algo assim.

— O que mais seria, oras? — se indignou. — Para separar o Iwa-chan do maldito do Tobio-chan! — ele fez questão de tranferir uma consideravel carga de ódio no "maldito" em questão.

O semblante de Hinata apresentou surpresa, mas isso não queria dizer que sua mente não havia clareado após tal declaração.

"Ah... entendi agora."

— Hã, sabe, Daiō-sama, o problema é que eu não queria me meter nisso... — coçou a nuca, inseguro. — Por que você mesmo não tenta falar com o Iwaizumi-san? — arriscou.

Os olhos de Oikawa faiscaram, despertando o sentimento de "alerta-perigo" em Hinata, que afundou-se mais na parede, como forma de proteção. Mesmo sabendo que a raiva do mais velho não estava exatamente direcionada a si, era sempre melhor prevenir.

— E você acha que eu não tentei? — ok, aquela expressão um tanto desvairada no rosto de Oikawa estava um pouco assustadora. Hinata devia começar a correr? — Iwa-chan me bloqueou em todas as redes sociais, não consigo falar com ele nem na escola e nos treinos, pois ele me evita completamente. — Tooru começou a desabafar, tapando os olhos em cólera e amargura. — Desde que essa droga de relacionamento entre ele e o Tobio-chan foi anunciada, eu não consigo dormir direito; meus levantamentos nunca foram tão ruins e, para piorar, sinto como se minha vida fosse uma piada. Está tudo uma droga, uma droga!

Após Oikawa descarregar toda a frustração que estava sentindo — com Hinata, numa atitude sábia, permanecendo calado —, o belo levantador enfim respirou fundo, a cabeça baixa e as mãos sendo levadas à cintura.

Pelo menos ele parecia mais calmo.

— ... E, para piorar — Oikawa continuou, controlado. —, os pais dele não me deixam entrar em sua casa.

Shouyou arqueou as sobrancelhas finas.

— Você tentou? — perguntou, impressionado.

— Claro que não! — Oikawa fingiu-se ofendido, mas seu exaspero já denunciava a verdade. — Isso é apenas algo que Iwa-chan faria!

O alaranjado, mais uma vez, achou melhor não retrucar. Ao invés disso, prensou os lábios intensamente, pois ainda havia uma coisa naquela história que ele, simplesmente, não conseguia entender.

— Mas... — engoliu em seco. — Por que é justamente da minha ajuda que você precisa? Não tinha outra pessoa para chamar? — perguntou, sincero. Realmente estava confuso sobre aquela parte.

Oikawa, parecendo ser tirado de pensamentos aborrecedores, com a pergunta, finalmente olhou para Hinata como se o visse pela primeira vez na vida. Tooru franziu levemente as sobrancelhas, como se fosse Hinata o desentendido ali.

— Oras, Chibi-chan. — seu tom saiu com mínima desconexidade, como que evidenciando um fato já claro para ambos. — Se há alguém no mundo que precisa fazer alguma coisa, esse alguém somos nós.

Após soltar a declaração curiosa para Shouyou, Oikawa enfim se deu conta do horário e se alarmou ao ver que já era tarde para alguém que morava longe. Antes de ir, porém, avisou Hinata para que este ficasse em alerta, pois logo o procuraria para darem início aos "planos".

Depois de assistir o "Grande Rei" ir embora como um verdadeiro fugitivo, Hinata permaneceu por mais alguns segundos ali, como que tentando compreender toda a situação inusitada que havia acabado de acontecer.

Lembrou-se, então, das palavras de Oikawa:

"Se há alguém no mundo que precisa fazer alguma coisa, esse alguém somos nós."

Não podia-se dizer que o alaranjado havia entendido muito bem.

"Deve ser porque sou amigo do Kageyama...", considerou, logo entortando a boca em completa infelicidade. "Ah, mas que droga! Agora estou envolvido nessa loucura do Daiō-sama e nem tive a chance de responder "sim" ou "não" para tudo isso...".

No entanto, no fundo sabia que, para alguém como Oikawa, isso não fazia a menor diferença.


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Notas finais do capítulo

Genteeeeeee, eu NECESSITO de uma arte do OIKAWA-DELIQUENTE/GÓTICO!!!! hauahuhua Eu quero um pôster dele pendurado no meu quarto, preciso ver ele de gel PRA ONTEM!

Kkkkkk deixando o surto um pouco de lado agora; o que acharam do capítulo? Pra quem teorizou que teria OikawaXHinata romanticamente... errou! Seria clichê e, cá entre nós, eles não combinam N-A-D-A.
Agora vem a minha parte preferida da fanfic: OS PLANOS!!! :D :D O que o Oikawa vai aprontar?

Gente, para o próximo capítulo... eu só digo uma coisa: preparem-se. Ele está no top 2 da lista de "capítulos mais polêmicos-de-A-Farsa". Pobre Hinata...

Até o próximo ^-^



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