Aram se levantou da cama e começou a preparar seu café da manhã. Era mais um dia e ele estava quase ansioso para ir para o trabalho. Todo o problema com Elizabeth havia sido resolvido e embora as coisas ainda estivessem estranhas entre ela e Reddington, parecia que caminhavam para um rumo melhor.

Anne se levantou e foi direto para o chuveiro. Era seu primeiro dia na força tarefa secreta e ela precisava correr. Colocando a roupa que Cooper lhe dera para usar no trabalho, ela pegou um bolinho e deu partida em seu carro.

Saindo de seu carro, Aram olhou para as vagas quase vazias, a não ser por um carro que ele nunca havia visto antes.

Uma garota saiu dele com sua bolsa estampada de oncinha e saltos cor de rosa em direção a ele.

— Bom dia. – Anne cumprimentou o agente e seguiu seu caminho.

— Bom dia. – Ele ficou confuso com a presença da garota.

Ela parecia totalmente diferente do ambiente sério do FBI e da própria força tarefa. Seus óculos eram de gatinho roxos e ela usava piranhas em seu cabelo. O terno preto dava a ela alguma seriedade.

— Então. – Aram e Anne estavam dentro do elevador. – Primeiro dia.

— Sim. – Anne manteve a compostura. – E você?

— Eu trabalho aqui há quase nove anos. – Aram respondeu. – Já te passaram as regras?

— Não contar a ninguém sobre o trabalho, manter a compostura e sobretudo, nunca questionar o senhor Raymond Reddington sobre o acordo feito com ele. – Anne surpreendeu Aram com sua sabedoria. – Mais alguma coisa que eu deveria saber?

— Acho que você já sabe de tudo. – Aram sorriu e os dois chegaram ao prédio principal. – Tenha um bom dia de trabalho.

— Você também. – Ela entrou e seguiu direto para a mesa reservada a ela por Cooper no dia anterior.

Aram se sentou na mesa dele e olhou para a garota. Ele se lembrava de quando Samar entrou para a equipe. Mas agora ela estava Deus sabe onde e ele nem sabia o que aconteceu com ela.

Ressler entrou no prédio e viu Aram e a nova agente. Ele havia feito a entrevista com Anne no dia anterior junto a Cooper, então ele a conhecia um pouco.

— Está de olho em Anne? – Ressler olhou para o amigo. – Eu sabia que alguma coisa nela iria chamar a sua atenção.

— Eu nem sabia o nome dela ainda. – Aram sorriu. – Ela veio para ficar?

— Se ela se adaptar bem, sim. – Ressler jogou um punhado de balas no colega. – Olhe, eu sei que ela te lembra de Navabi, mas lembre-se do que fazemos aqui.

O dia foi passando e Anne se encaixou bem na equipe. Apesar dela se recusar a participar do briefing com Reddington. Ela tinha um pequeno medo dele e o criminoso entendeu perfeitamente.

— Tenha uma ótima noite. – Aram disse para Anne.

— Obrigada. – Anne ligou o carro e saiu do estacionamento.

Ela estava curtindo sua playlist favorita enquanto parava no sinal vermelho.

— Saí do carro! – Uma voz forte ordenou e Anne se viu sendo arrancada do veículo e levada para uma van. – Entra aí!

O carro de Anne foi deixado lá parado e a van com a agente dentro saiu em disparada do sinal.

Aram voltou correndo para a sede da força tarefa assim que ouviu sobre o sequestro da agente.

— Aram, que bom que chegou. – Ressler viu o amigo ficar ansioso. – Não sabemos muita coisa sobre o sequestro.

— Como isso poderia ter acontecido? – Aram se sentou e colocou as mãos sobre a cabeça. – Ela estava aqui há um dia e já foi levada.

— Na verdade, Aram, ela já estava sendo visada pelo nosso Blacklister. -Reddington apareceu com Dembe ao seu lado. – Anakin Dubois é um homem que sequestra agentes em troca de favores com seus amigos criminosos.

— Anne trabalhava para a NSA antes de vir para cá. – Elizabeth disse. – Ela deveria saber muitas coisas.

Aram não estava mais conseguindo aguentar ali sentado sem fazer nada. Ele pegou a arma e o distintivo e colocou sobre seu paletó.

— Agente Mojtabai! – Cooper tentou chamar Aram. – Onde você está indo?

— Salvar Anne. – Aram chamou o elevador e assim que ele chegou, entrou dentro e se afastou da porta.

Ele saiu do estacionamento cantando pneu. Ele tinha a localização do GPS que era escondido em um par de brincos de Anne.

— Ele está apaixonado por ela. – Ressler olhou para os outros. – E só faz um dia.

— Aram realmente precisa de um novo amor, Ressler. – Cooper notou um endereço anotado. – E parece que ele nos deu algo para seguir também.

Anne estava amarrada em um dos quartos do homem que a levou. Seus olhos tinham uma venda e suas mãos e pés estavam presos com braçadeiras de plástico.

Ela podia sentir alguns cheiros de comida, mas afinal de tudo, ela estava presa em um armário de condimentos.

Ela sentiu que seu corpo estava lentamente desligando depois do copo de agua que havia recibo alguns minutos atrás.

Aram estacionou na frente do restaurante de onde o GPS de Anne mostrava. Ele saiu do carro, arma na mão e raiva em seus olhos.

Ele desligou a parte em que estava apaixonado pela garota que conhecia há apenas um dia e chutou a porta. Não havia ninguém além do bandido que eles procuravam.

— O que você quer comigo, garotinho? – Anakin se levantou, mas antes que conseguisse alcançar a arma, sentiu uma bala queimar o peito dele.

— Aram! – Red gritou atrás dele. – Vá atrás de Anne! Deixe que Dembe e eu cuidamos disso.

El guardou a arma, mas usou uma cadeira para fazer o guarda desmaiar.

Abrindo a porta do armário, ele viu Anne caída no chão. Ele removeu a venda com cuidado e procurou o pulso dela. Ele abriu o canivete e cortou os lacres.

— Ela está bem? – Red chegou perto de Aram.

— Acho que deram algo para apagar ela. – Aram tocou o cabelo dela. – Dembe, pode me ajudar?

— Claro. – O homem de pele escura pegou Anne do chão e a colocou em seus braços. – Acho que ela precisa de um hospital.

— E quanto a Anakin? – Aram perguntou, esperando uma única resposta.

— Não precisa mais se preocupar com ele. – Reddington guardou a arma. – Finalmente vocês se juntaram a nós.

— Transito ruim. – Ressler olhou para o jeito protetor de Aram sentado ao lado de Anne que estava em um dos sofás do restaurante. – Está tudo bem com ela?

— Ela foi drogada com algo. – Red pegou a garrafa de vinho de cima da mesa onde o corpo de Anakin estava. – Perfeita.

Quando Anne acordou, ela viu Aram perto da janela de seu quarto. Ele era uma visão perfeita para se ver quando ela acordou no hospital.

— Ei, você acordou. – Aram sorriu para ela. – Fiquei com medo de não acordar.

— Sério? – Anne sorriu. – Você me salvou?

— Eu tive uma ajuda. – Aram sentiu seu coração sorrir. – Mas estou feliz por ter desobedecido meu chefe.

— Você não precisava desobedecer seu chefe. – Anne viu como Aram ficou e sorriu. – Mas eu agradeço.

— Eu estava pensando em como eu fiquei quando vi você pela primeira vez. – Aram sabia que precisava contar a ela. – Eu fiquei apaixonado por você.

— Eu também fiquei apaixonada por você. – Anne sorriu. – E me perguntei como um rapaz tão lindo poderia estar sozinho.

— Mas eu não estou mais sozinho. – Aram sorriu. – Isso é, se você aceitar ser minha namorada.

— Então você não está sozinho. – Anne beijou o agente. – Porque agora eu sou sua.

Ressler, Cooper, Lizzie, Reddington e Dembe olharam para a interação entre os dois agentes e sorriram. Mesmo que o relacionamento tenha sido feito depois de um sequestro, ainda era uma bonita história de amor.