Thomas Magnum tinha um vício. E ele odiava que isso fosse seu único ponto fraco em uma carreira brilhante. 

Logo depois do seu término com Abby seu coração se partiu. Primeiro Hannah, depois Abby. Ele olhou para o anel em seu dedo e sentiu a falta de Nuzo. Ele sentia falta de seus pais. Tudo o estava atingindo de uma vez só e álcool era a única coisa que ele pensava.

Se Thomas fosse honesto, ele se sentia bem sóbrio, mas ele precisava entorpecer a ferida de seu coração.

— Eu já vou fechar, querido. – A atendente olhou para Thomas. – Então, a menos que esteja planejando comprar o bar, eu preciso que você vá embora.

— Paguei por cinco bebidas. – Thomas fechou os olhos e bebeu mais uma dose. – Então eu vou ter todas.

— Suas cinco doses foram duas horas atrás. – A moça viu que ele estava chateado com alguma coisa, mas se limitou a pegar o celular de Thomas. – Vou chamar alguém responsável para vir te buscar aqui.

Olhando para os contatos de Thomas, o primeiro nome era de Juliet. Ela sabia que a mulher significava muito para o homem, mas no momento precisava de alguém.

Juliet estava sentada em casa. Ela sabia que Thomas estava um lixo depois da morte de Nuzo, mas ela não sabia que era tão profunda. Ela sentia que o homem precisava de ajuda. Mas ele se fechou e afundou no álcool.

O toque de seu celular com a música “eu não quero trabalhar” e a característica foto de batata com boné apareceu.

—Thomas Magnum, eu espero que tenha uma boa desculpa para- .... – Ela não terminou antes que alguém diferente falasse.

— Eu sou Andy Swan e seu amigo está aqui no meu bar. – Andy olhou para um Thomas deitado no canto do bar. – Olha, geralmente eu só os coloco em um táxi e seguro suas chaves, mas seu amigo dirige uma Ferrari e eu não gostaria que ela fosse roubada.

— Pode me passar a sua localização? – Juliet correu para o computador e sentiu o medo de Thomas estar completamente bêbado. – Obrigada.

Desligando o celular, Juliet fez questão de ligar para TC e Rick. Na manhã seguinte, ela inscreveria Thomas em um grupo de sobriedade e o ajudaria. Contando tudo o que ela sentia.

Thomas sentiu como se seu corpo todo tivesse sido jogado em um triturador de madeira. Ele também percebeu que estava no quarto da casa principal ao invés de sua casa de hospedes.

— Bom dia, Tommy. – Rick percebeu que o amigo estava acordado. – Aqui, tome esse copo de agua e a aspirina.

— Valeu. – Ele engoliu o remédio, mas sua cabeça iria demorar demais para funcionar novamente.

— Eu acho que precisamos de uma conversinha, amigo. – Rick se levantou e caminhou até Thomas, um pouco chateado pelo amigo estar desse jeito. – E eu não quero ouvir a mesma coisa que você sempre diz.

— Que eu posso lidar sozinho? – Thomas olhou para ele. – Como eu cheguei em casa?

— A bartender ligou para Jules. – Rick ofereceu a ele um copo de café. – Ela ficou preocupada com você e chamou a mim e TC para resgatar você.

— Acho que dessa vez eu fodi com tudo. – Ele olhou para si. – E por que estou assim?

— Você mesmo insistiu em tirar. – Rick corou. – Acho que foi quando disse que amava a Juliet. Devo dizer que nunca ouvi tanta sujeira na minha vida. Eu apenas deixei você sozinho.

— Merda. – Thomas olhou para a porta e viu Juliet parada, olhando para ele. – Oi.

— Rick, pode dar um momento com Magnum? – Ela viu o homem se levantar e sorrir para ele. – Como você está?

— Me sentindo um lixo total. – Ele tentou não chorar. – Juliet...

— Cale a boca e me ouça. – Ela parecia genuinamente chateada com tudo. – Você não deveria beber tanto, Thomas. Eu não vim aqui para dar a você um sermão. Embora você precise.

Olhando para os olhos da britânica, Thomas sentiu a preocupação dela e se sentiu pior. No entanto, o olhar dela não era de reprovação. Era de preocupação.

— Eu apenas esqueci de que eu não estou sozinho. – Thomas deu um sorriso fino. – Eu apenas pensei...

— Não precisa se desculpar. – Ela se sentou com ele. – Vá escovar os dentes. Eu vou salvar meu discurso para quando você voltar.

Thomas entrou no banheiro e escovou os dentes, sentindo que a pedra na cabeça dele havia sido removido. Voltando a sala de seu quarto, ele ficou feliz ao perceber que todos os que gostavam dele estavam sentados esperando por ele.

— Isso, meu amigo é uma reunião de intervenção. – Rick brincou, mas falando muito sério. – Desde que Nuzo morreu, você caiu numa espiral de álcool e sinceramente, ninguém aqui gosta disso.

— Por isso, inscrevemos você no A.A. – TC olhou para ele. – Esse é o primeiro passo.

— Eu tenho um sério problema com álcool. – Thomas viu todos sorrirem. Inclusive Gordon. – É, eu tenho um problema.

— O primeiro passo foi dado. – Juliet segurou a mão dele. – O que?

— Eu tenho um primeiro passo a mais. – Ele a puxou para si e a beijou.

A luz do sol criou um arco íris em um SunCatcher na janela do quarto. Ninguém ficou surpreso por Thomas se declarar para Juliet. Eles ficaram muito felizes ao ver que o amigo estaria em boas mãos.

— Uau. – Ela sorriu para ele. – Eu acho isso de um bom primeiro beijo.

Eles olharam, curiosos para ver se seus amigos continuavam lá, mas o lugar estava vazio. Apenas os dois estavam lá.

— Eu vou ficar muito bem, Juliet. – Thomas beijou ela novamente. – Eu prometo.

— Eu sei. – Ela sorriu e o fez se levantar. – Vamos. Eu quero levar você para a sua primeira reunião.

Thomas se sentia livre pela primeira vez em algum tempo. A reunião serviu como um balsamo para ele. Embora Juliet também tenha decidido a fazer os doze passos. Ela não tinha um problema com a bebida, mas ficou com Thomas durante todo o tempo.

— Então, como se sente? – Ela saboreou o sorvete que comprou para ela e Thomas depois.

— Aliviado. – Ele sorriu para ela. – E tentado a lamber esse seu creme.

— Eu acho que você não se refere apenas ao sorvete. – Ela sorriu para ele. – Mas enfim, fico tão feliz que esteja melhor.

— Que bom que você e os outros me forçaram a ir. – Thomas olhou para o restante dos amigos chegando. – Sem álcool?

— Em respeito a você, trouxemos uma garrafa de suco de melancia. – Rick colocou a garrafa de suco na frente do amigo. – Uma para cada um e mais para repetição.

— E Deus nos livre de álcool na sua frente. – Gordon sorriu para ele. – E não prender você vai ser um bônus.

Todos sorriram para Thomas e Gordon. Era perfeito e é claro, ajudar um amigo a superar seu vício em bebidas era perfeito. Eles eram uma família, afinal.