Wake up call. escrita por Jones


Capítulo 6
As I take your hand and lead you to the dance floor.


Notas iniciais do capítulo

O título desse capítulo vem de Careless Whisper aka a melhor musica já feita HAHAHAHAH

Tô muito feliz de estar aqui finalizando com semanas de atraso essa fanfic que eu amei escrever. Eu já estava com mais que a metade escrita, mas sem nenhum tempo de continuar. Quero tentar terminar agora tudo o que estiver pendente da melhor forma possível. Espero que vocês gostem ♥



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Draco Malfoy foi criado no meio do 1%. Aqueles que nunca tiveram que se preocupar com dinheiro na vida, que gastam milhares de dólares em um prato num jantar beneficente. Cujos ternos são como segunda pele e nós de gravata foram ensinados antes de nós em calçados.

Por isso se sentia ridículo ali, em frente ao seu espelho, trocando sua gravata pela milésima vez e tentando aperfeiçoar um nó que aparentemente não queria se comprometer com a simetria. Ele não deveria ligar para esse jantar, era só mais uma vingancinha para devolver o incômodo do chifre aos ex-namorados/noivos.

Só que dessa vez não era.

Dessa vez parecia um encontro oficial, não uma daquelas vezes que tinham saído como amigos para almoçar, tomar um café ou assistir a um filme.

Amigos fazem isso, não é?

Estava prestes a mudar de gravata ou de paletó novamente quando ouviu o elevador de sua cobertura apitar direto em sua sala de estar. Poucas pessoas sabiam a senha... O que significava que Astoria estava adiantada.

Caminhando em direção ao hall, estava pensando em alguma coisa sarcástica e interessante para dizer, mas não conseguiu diante da visão em vermelho na sua sala de estar.

Seus saltos eram perigosamente altos, o que faria sua cabeça provavelmente encostar em seus ombros. Eram finos, porém discretos em um tom mais claro que sua pele dourada, uma tira por cima de seus dedos redondinhos e outra adornando seu tornozelo fino. Uma perna estava obscenamente exposta até o quadril – o que fez Draco se perguntar se ela usava calcinha e depois sacudir sua cabeça para afastar pensamentos que refletiriam em partes de seu corpo. Era um tecido leve, do tipo que flutuaria com a menor exposição ao vento, mas ainda assim, estava bem ajustado a sua cintura, num entrelace que vinha de seu decote. Decote esse que não era tão expositivo, porém que destacava os seios exuberantes de Astoria. As mangas longas do vestido (que deixavam seus ombros e colos livres) lhe serviam tão bem, que parecia que a peça tinha sido feita para ela.

— Seu cabelo... Está diferente. – ele balbuciou quando percebeu que ela chamava sua atenção.

— Ah, você gostou? – ela passou as mãos pelos fios distraidamente.

Os fios estavam um pouco mais curtos, nos ombros agora, em ondas castanho escuras com alguns fiozinhos mais claros, iluminando seu rosto.

— Ficou bonito. – Draco se sentiu idiota e ainda assim grato por conseguir desenvolver falas em seu idioma.

— Queria mudar um pouco, sabe? – ela sorriu, radiante.

— Você está... Assim, perfeita. – ele não conseguia evitar sorrir também. – Uau. Eu vou apenas terminar e a gente já pode ir.

— Você já está ótimo. – ela evitou morder o lábio que tinha um batom pouco mais escuro que o tom naturalmente coral de seus lábios. – Deixe-me só consertar isso aqui.

Ela se aproximou do coração pulsante a um nível taquicardíaco de Draco e refez o nó de sua gravata. Draco tentou se acalmar para evitar que ela escutasse o quão perdido por Astoria Greengrass ele estava.

Mas a cabeça dela estava erguida, e ela não tirava os olhos dos lábios dele.

— Acho... Que deveríamos ir. – ela se afastou do peito arfante dele antes que fizessem algo precipitado. Será que ele quer o tanto que eu quero? Será que ele ia pensar em mim, somente em mim quando me beijasse ou o fantasma que era Daphne apareceria?

 — Isso. Vamos. – ele sorriu e estendeu o braço para ela. – O que foi? Estamos fazendo isso de maneira própria.

Ela riu e enlaçou o braço ao dele.

O motorista de Draco (e gente, isso é tão coisa de gente rica), se apressou para abrir a porta para Astoria, mas Draco o dispensou com um erguer de sobrancelhas. Astoria girou os olhos repreendendo o comportamento de Draco e sorriu para o motorista que se sentiu envergonhado pelo corar de suas bochechas.

— Obrigado, Sr. Dobbs. – Draco se sentiu compelido a ser educado.

Essa mulher está entrando na minha mente.

Quando chegaram ao restaurante de mãos dadas, Draco praticamente se assustou ao ver Daphne e Córmaco. Era obvio que estariam ali. Era todo o motivo para que estivessem juntos ali naquele restaurante... Quer dizer não todo, eles estavam ali para experimentar a comida cara e ter uma noite agradável entre amigos.

Mas aquela noite parecia diferente de todas as vezes que pareciam estar tendo um encontro para implicar com o casal de traíras. Era como se eles fossem os intrusos naquele momento especial de alguma forma para Draco e Astoria.

Já Astoria ao ver o rosto irritado da irmã e o semblante surpreso de McLaggen lançou lhes uma piscadela. Pensou que fora a mesma que pediu para que evitassem confusão e que esquecessem que o outro casal existisse, mas não resistiu. Com o nariz franzido e um rosto de deboche, Daphne entrelaçou os dedos aos de Córmaco e se ergueu sobre a mesa para beijá-lo.

— Acho que eles estão ligados na gente.

— Como assim?

— Eles estão fazendo o nosso lance. – ela explicou sem explicar.

— Andamos tanto juntos que por incrível que pareça eu te entendi. – Draco implicou e sorriu.

Astoria puxou o lábio inferior na sua maior imitação de Daphne e Draco não conseguiu tirar o sorriso do rosto, girando os olhos para o drama de Greengrass. Sobre a mesa, ele colocou a mão sobre a dela, carinhosamente. Queria acabar com toda aquela etiqueta de restaurante caro e simplesmente morder o lábio de Astoria na frente de todo mundo.

Honestamente, quem poderia culpa-lo? Sua companhia era a pessoa mais bonita do restaurante inteiro.

— Eu vou fingir que não me ofendi com o recado de que passamos tempo demais juntos. – Astoria pegou a carta de vinhos.

— O que você está fazendo?

— Escolhendo um vinho.

— Depois de você ter escolhido um Pinot Noir ao invés de um Pinot Grigio para acompanhar nosso sushi na semana passada? Não mesmo. – Draco mostrou a língua e ela devolveu a careta rindo.

Ele queria construir uma mansão e viver para sempre naquele sorriso.

— Ah, então hoje vou pedir um Sauvignon Blanc com bife.

— Sacrilégio, sacrilégio. – Draco fingiu exasperação. – Se vai pedir um Sauvignon que seja Carbenet.

— Eu nem sei o que eu vou pedir. – ela encolheu os ombros expostos.

Draco riu e o garçom apareceu, perguntando qual seria a escolha deles para aquela noite no Alain Ducasse no The Dorchester. Draco e Astoria ficaram em dúvida entre o menu com peixe e o menu com carne e resolveram pedir os dois.

Teriam uma entrada que ambos pediram diferentes, para que pudessem experimentar um do outro, o prato principal de frutos do mar e o prato principal com carne e sobremesas.

Tudo parecia delicioso, o primeiro prato de Astoria era um lagostim escaldado com pistache e salicórnia (o aspargo do mar) e romã; já o de Draco era um confit de foie gras, com raiz de escorcioneira fermentada, flores de nasturtium e amêndoas torradas.

Antes que Astoria pudesse assassinar a refeição com seus pedidos aleatórios de vinho, o maitre trouxe taças e garrafas distintas.

O som que ela fez ao degustar seu lagostim fora quase que pornográfico, Draco pensou que talvez não sobrevivesse a noite caso ela continuasse fazendo sons completamente deliciados como aquele. E ela fez mais uma vez quando experimentou o foie gras de Draco.

— Nunca fui de comer foie gras, mas esse está maravilhoso.

— Você está maravilhosa. – ele deixou escapar e olhou para o prato com o rosto avermelhado.

— Você também. – ela resolveu ser sincera e mordeu o lábio inferior.

Draco mal conseguia prestar atenção ao que acontecia ao seu redor, às vezes mal escutava o que Astoria falava... Só conseguia pensar no seu coração batendo acelerado pelo sentimento da mão dela na sua. Quando ela começou a desenhar padrões diversos com a ponta de seus dedos em seu pulso, Draco tentou se concentrar em olhá-la nos olhos.

Ela precisava saber como ele se sentia.

— No que você está pensando? – ela interrompeu seu fluxo de nervosismo.

— Em como todo o conceito de destino parece vago, mas talvez seja algo que exista sabe?

— Você me parece tão cético. – ela sorriu.

— Eu costumava ser. – ele não pode evitar devolver o sorriso, mordeu o lábio inferior. – Mas de alguma forma, nesse momento não parece uma ideia tão ridícula.

Astoria não costumava ficar vermelha, mas se sentiu da cor do seu vestido com o olhar intenso de Draco no fundo de seus olhos.  Era forte, magnético e profundo.

Do tipo avassalador, que te atrai e te destrói ao mesmo tempo. Ela percebeu que não aguentaria por muito tempo a falta dos lábios dele nos dela, mesmo que nunca os tenha sentido antes... E então foram interrompidos pelo garçom que perguntava se eles desejavam alguma coisa.

Riu quando percebeu que no restaurante chique tocava ao fundo em versão instrumental a música Careless Whisper. Pensou em como era conveniente que a balada de George Michael sobre traição tocasse no meio daquele jantar onde estava sua irmã e seu ex.

Olhou em volta pela primeira vez em talvez o que fossem horas, entre salmões e trufas.

— Eu nem percebi que eles tinham ido embora. – Astoria comentou.

— Nem eu. – ele encolheu os ombros. – E eu espero não ter que vê-los mais.

— Cansou de ir para encontros falsos comigo? – ela escondeu o nervosismo dando um gole em sua taça de vinho.

— E esse encontro foi falso? – Draco se sentiu corajoso e a desafiou com o olhar.

— Não, talvez não tenha sido. – ela sorriu o sorriso mais largo que ele já vira em seu rosto.

— Quando a gente contar para as pessoas a história de como nos conhecemos, será que você pode deixar de fora a parte de que eu quase quebrei sua porta? – ele não conseguiu evitar replicar o sorriso dela.

— Eu vou dizer que eu não soube que eu te amava quando você apareceu na minha porta, mas que eu deveria saber... Porque eu nunca tinha visto uma pessoa tão bonita enquanto bravo, com uma cara tão certinha e ao mesmo tempo tão errada. – ela sorriu tímida. – Nunca tinha visto uma pessoa me censurar nas minhas loucuras e ao mesmo tempo embarcar nelas de cabeça, alguém que me defende e que me olha com carinho, respeita minhas ideias e que quer passar tempo comigo e com meus amigos. Eu não sabia que estava apaixonada por você naquele dia, mas eu sei agora.

Draco quis derrubar tudo que estava sobre a mesa e simplesmente beijá-la.

— Sobremesa? – disse o garçom, hesitante em interrompê-los.

— Acho que vou querer a conta. – Draco disse sem tirar os olhos dos de Astoria. Parecia que o coração que ele acreditava não ser capaz de sentir, fosse explodir, escapar de seu peito e se expor ali para todos os clientes daquele restaurante. Olhe para essa mulher linda, ela me ama e eu a amo.

Eu a amo.

Draco nem viu o valor da conta enquanto a assinava e passava um de seus cartões. Ele a levou de dedos entrelaçados quase que correndo para a privacidade de seu carro. Mr Dobbs fez a corrida na metade do tempo após ver o rosto ansioso de seu patrão.

— Eu vou te beijar agora. – ele avisou quando ambos entraram no elevador, antes mesmo que ele pudesse digitar o código para a cobertura.

Astoria tremeu com a antecipação e excitação do momento e apenas o pressionou na parede. Ele encostou os lábios nos dela, docemente, memorizando o formato e as curvas de sua boca. Com as mãos nos quadris dela, ele tentou fazer com que nenhum espaço existisse entre os dois, perto demais não era o suficiente.

— Isso não é o vinho falando?

— Eu também te amo, Tori. – ele sorriu a beijando firmemente. – Desde um pouco depois do momento em que quase derrubei sua porta.

— Foi antes ou depois da destruição do carro?

— Antes? – eles riram com as testas coladas. – Talvez durante. Sua tacada de golfe é assim, digna de Tiger Woods.

— Eu deveria dar aulas.

— Certamente. – ele riu quando a porta do elevador se abriu. – Primeiro você, namorada.

— Ah, obrigada, namorado. – ela riu. – Que coisa de adolescentes.

— Eu esperava mais de uma Greengrass médica como você.

— Babaca. – ela mostrou a língua e ele a beijou novamente.

Pela primeira vez na vida existia algo no mundo que o fazia feliz e ele não pretendia perde-la por nada nesse mundo. 

 E se algum McLaggen ou alguém do tipo tentasse alguma coisa com ela – ou vice-versa, já tinham a cartilha do que fazer: quebrar o carro caro, rasgar as roupas e quebrar os objetos, fingir um relacionamento e se apaixonar de verdade.

Brincadeira!  


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Notas finais do capítulo

Drastoria foreveeeer ♥



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