Wake up call. escrita por Jones


Capítulo 5
What goes Around Comes back Around.


Notas iniciais do capítulo

Hello! Estamos na reta final, fingindo que hoje é 29 de fevereiro o/



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Astoria gostava de passar seu tempo livre com Draco.

E isso queria dizer muito, uma vez que seu tempo livre era escasso. Se pegou fantasiando em como seria se ela deixasse de ser a viciada em trabalho que sempre fora e pudesse sossegar com alguém. Se imaginava de mãos dadas, de férias em locais exóticos, fazendo amor sem pressa no horário que desse na telha. Passar parte do dia deitada no sofá jogando videogame.

Interessante que em todos os seus sonhos românticos o protagonista tinha a mesma pele branca demais, do tipo que se consegue ver as veias em tom azulado sob a pele. O mesmo corpo alto e esguio, com aqueles músculos definidos de quem nunca foi na academia, só pratica esportes para tirar o estresse do dia a dia. As mesmas írises de tons tempestuosos cinzentos, como um dia ruidoso em alto mar, aquela mistura de azul e cinza. Sempre o mesmo cabelo loiro, fino e que parecia tão macio de se tocar. Que shampoo será que Draco usa?

Draco.

Draco era o protagonista da sua mente nas últimas semanas e Astoria teve que admitir que não era só por sua beleza até padrão ela diria – um padrão perfeito. Era por seu humor ácido, pelo seu jeito tímido de fingir que não ligava para nada, mas que estava sempre interessado no que ela tinha a dizer.

Quando encontravam Córmaco e Daphne, abusavam nesse relacionamento falso. Se Astoria fosse confessar a verdade, entrelaçar os dedos aos dele, se apoiar ou abraça-lo pela cintura, era um bônus mais que positivo para a cara de desgosto da irmã e do ex-namorado – que pareciam sempre estar miseráveis.

Pode ser que o que os mantinham juntos era se esconderem, enganarem e mentirem. Deve ter algum tipo de excitação, sabe? Em fazer os outros de otários.

Em dos jantares com amigos em comum, Astoria descansava as pernas sobre as coxas de Draco.

— E aí Pansy me disse que Nott falou... – Blaise começou a dizer.

— Pansy e Nott ainda estão saindo juntos? – Astoria quem perguntou. – Eu tenho que apresentar a vocês pessoas de fora do círculo escolar ensino médio que acabou há mais de seis anos.

— Eles vivem nesse rala e rola deles. – Zabini encolheu os ombros. – Sem contar que ambos não superaram a era do auge da glória deles, então...

— E um dia Daphne me enganou dizendo que estava indo na despedida de solteira da Pansy. – Draco murmurou.

— Você é muito otário. – Zabini riu, abraçando Padma pela cintura.

— Falando em otários, vocês eram muito otários no ensino médio. – Padma murmurou em sua taça de vinho. – As coisas que Hermione me conta... Ainda bem que o tempo passa.

— Draco e Hermione se odiavam tanto que eu não ficaria surpresa se os filhos deles se tornassem um casal no futuro. – Blaise riu novamente, apoiando o queixo no ombro da namorada.

— Que filhos?

— Os que você vai ter com a Tori. – Zabini girou os olhos e levou uma cotovelada de Padma. – Eu sei, eu sei, vou segurar minha onda. Não é minha culpa se eu shippo o casal.

Astoria encarou os olhos da amiga que apenas encolheu os ombros como quem se fazia de inocente.  Será que Draco e Blaise conversavam sobre ela? Será que Padma sabia de alguma coisa? Precisava tirar isso a limpo depois

— O que você ia dizer mesmo sobre o que a Pansy disse para o Nott que te disse e etc.? – Astoria perguntou, tomando seu vinho.

— Eles têm reservas no sábado à noite Alain Ducasse. – o amigo fofocou.

— No The Dorchester?

— O restaurante mais caro de Londres? – Astoria quem quis confirmar. – Uau. Esse é um restaurante muito, muito bom. Eu estou chocada que eles queiram colocar esse esforço tremendo num relacionamento em que ambos vivem com a cara de quem chupou limão azedo.

— É quase como se eles quisessem provar alguma coisa. – Draco completou.

— O sexo deve ser incrível para a galera querer pagar 500 a 600 dólares num prato.

— Se for pela performance do McLaggen, incrível não é a palavra adequada. – Astoria soltou um riso bufado. – Um lance preguiçoso sem paixão.

Draco riu e Astoria quis perguntar se a irmã dela era de alguma forma melhor, mas decidiu pela dor que sentiu no peito (que era inédita, portanto, analisaria mais tarde) que não era uma boa ideia.

Ele percebeu que ela ficara silenciosa de repente.

Se sentiu inseguro pela primeira vez em tempos: será que ela se sentia mal porque as coisas entre o ex e a irmã estavam avançando? Será que ela ainda gostava do cara? Será que ela estava mentindo e o sexo com McLaggen era incrível sim?

— Está tudo bem? – ele perguntou baixinho, quando Padma e Zabini se ofereceram para levar a louça para a cozinha.

— Sim, eu só... Sempre quis ir ao Ducasse. – ela sorriu, timidamente, o que era preocupante para Draco, uma vez que Astoria era mais estrondosa que tímida. – Não parece o tipo de coisa que combina comigo, eu sei.

Ela riu e Draco experimentou encostar o queixo em seu ombro.

— É só que tem três estrelas Michelin, parece o lugar perfeito para comer a melhor comida do mundo com alguém que você gosta de verdade. – ela encolheu os ombros. – E eu, não pela primeira vez nessa história toda, sinto que nunca fui amada de verdade.

Draco se sentiu triste por ela e por ele mesmo e isso não estava certo, então começou a fazer esquemas na sua cabeça.

— No que você está pensando? – Zabini perguntou, reconhecendo o rosto de moleque idiota da época da escola.

— Tori, você está livre no sábado à noite?

— Eu?

— Que tal um encontro com Draco Malfoy no Ducasse?

— É tão egocêntrico falar de si mesmo na terceira pessoa. – ela girou os olhos e mordeu o lábio inferior. – Sem contar que todas as outras vezes que fingimos sermos um casal, foi porque os encontramos acidentalmente por aí, não porque forçamos a barra no encontro dos outros. Faz parecer que a gente liga e eu não ligo.

— Eu também não. – Draco murmurou cruzando os braços. – Mas vai ser divertido, sem contar que você vai poder experimentar a comida do Ducasse e conhecer o chef, que é amigo da Narcisa minha mãe. Vamos nos vestir elegantemente e quando McLaggen te ver vai pensar no quanto ele se fudeu. Vai ser o último prego do caixão dos dois.

— Mas isso é tão mesquinho. – ela murmurou, mas sorriu.

— Mas meu nome é Draco Mesquinho. – ele riu. – Sem contar que eu sempre quis ir lá e nunca pensei em levar Daphne, porque bem... é a Daphne, então seriam apenas bônus!

— Ok. – ela bufou. – Mas a gente não vai ficar provocando ninguém. Eu não quero que nenhum dos dois tentem voltar com a gente.

Com a gente, não “comigo”.

— Eu concordo. – ele disse sorrindo. – Esse último mês foi muito melhor do que qualquer um do último ano em que estive com ela.

— Combinado então! Vou escolher meu melhor vestido. – ela sorri e deixa um beijo na bochecha de Draco, fazendo-o corar.

— Olha que bonitinho, os dois estão vermelhos. – Padma observou.

— Não estamos! – eles disseram em uníssono.

— Que coisa de gente branca. – Blaise disse, oferecendo mais um pouco do vinho para o “não-casal”.

— Vamos parar de constranger Drastoria. – Padma implicou, fazendo o tom vermelho permanecer no rosto dos dois.

— Dra o que? – Astoria quase cuspiu seu vinho.

— Drastoria, o nome do shipper. Acompanhem.

— Ah, tá.

Draco e Astoria se olharam, ambos com o rosto corado e riram. Pensando exatamente na mesma coisa: como manter a ansiedade e a sanidade em dia para um encontro entre amigos no próximo sábado?


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Notas finais do capítulo

E aí, como vai ser esse date?