Dinastia 2: A Coroa de Espinhos escrita por Isabelle Soares


Capítulo 58
Capítulo 58




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Um homem sem ambição era um rato. Esse sempre foi o pensamento de Aro Volturi. Era preciso crescer, deixar a sua marca a qualquer custo. No caso dele poderia parecer fácil, já que nasceu princípe. Mas era o segundo na linha de sucessão e o que isso adiantava? Mesmo sabendo que a regra era o mais velho chegar ao topo, ele jamais poderia admitir isso.

Marcus era a sua pedra no sapato. Aro não suportar a pose de comandante que seu irmão tinha, o seu charme com as garotas, a sua habilidade social. Ele era um líder carismatico e seria um rei popular, com certeza, apesar de sua cara sombria.

O pai de ambos os príncipes de Volterra amava o filho mais velho. O exibia para todos nas festas e fazia grandes planos. Enquanto ele? O que faria? Sua raiva só cresceu quando ouviu sem querer uma conversa do velho com Marcus onde ele afirmava com toda certeza que confiava muito mais o seu trono a uma pessoa equilibrada feito seu primogênito do que em Aro. Isso o derrotou. Ele sabia que o pai gostava mais de seu irmão mais velho, todos pareciam gostar mais dele, mas ouvir isso na cara dura era a pior coisa que poderia ter lhe acontecido.

Aro passou dias ouvindo em sua mente a frase impetuosa do pai. O que ele poderia fazer para prová-lo que ele estava errado? Como faria isso se o seu maldito irmão ainda estava em sua frente? Até que começou a surgir umas ideias em sua mente. Nunca tinha pensado nisso antes. Mas era algo que vinha insistindo. Indo e voltando. Será que ele teria coragem de fazer tal coisa? Sim, ele teria. E começoua martelar em como faria o seu irmão morrer. Era isso mesmo. Ele só teria alguma chance caso seu irmão desaparecesse da face da terra e cada vez mais que os dias passavam, mas desejava isso.

Então o plano perfeito veio. Um acidente. Era isso! E tinha que ser algo bem feito, que ninguém suspeitasse que foi armado. Com seu irmão longe, ele finalmente encontraria a luz. E começou a maquinar. Como seria esse acidente? Quando ocorreria? Os freios tinham que ser cortados. Marcus iria para uma festa com os amigos. Provavelmente beberia. Sairia em grande velocidade e pimba! Mas quem faria esse trabalho para ele? Por que tinha que ser feito enquanto o seu irmão tivesse na festa.

Analisou bem a situação. Ele mesmo estaria com Marcus nessa festa para não levantar suspeitas. Faria de tudo para que embebeda-lo. O deixaria louco! Seria ótimo! Mas e os freios? Então, veio-lhe uma ideia. Conhecia bem quem poderia fazer esse serviço para ele. Mattias, um dos motoristas do castelo. Era um funcionário antigo, de muita confiança e acima de qualquer suspeita. Soube que ele estava passando por um momento difícil. Seu filho tinha um problema no coração e não tinha como pagar o tratamento. Isso seria o seu passaporte para o seu sucesso.

Passou um mês se chegando a ele. Se Aro poderia se gabar de algo era sua tremenda habilidade em lidar com as pessoas em sua volta. Bastava jogar um papo e a pessoa caia. Então começou a conversar com ele e logo conseguiu ganhar a sua confiança. Quando sentiu que ele já estava no papo fez a proposta. Claro que ele ficou abismado. Aro odiava essa besteira que as pessoas insistiam em ter, sentimentalismo bobo! Quando se precisava de algo tinha que se conseguir a qualquer custo.

Aro não apelou. Sabia que ele iria refletir. O menino não estava bem e o príncipe sabia que ele iria piorar e forçar o seu pai a aceitar a barganha. Assim foi. Aro tinha certeza que o destino estava ao seu lado. Até Deus parecia querer que ele estivesse no trono e não o idiota do seu irmão. Mattias veio lhe procurar e Aro logo lhe ofereceu um valor altíssimo que certamente financiaria todo o tratamento em troca os freios do carro de Marcus deveriam ser danificados.

Assim foi. Aro estudou todo o plano. Foram 15 dias armando tudo. Haveria uma festa de aniversário de um grande amigo, Aro também estaria lá e daria um jeito do irmão estacionar num lugar mais reservado, sem seguranças e testemunhas. Tudo ocorreu como planejado. Beberam, se divertiram, Marcus estava feliz. Aro queria garantir que ele se animasse ainda mais para continuar bebendo. Mattias veio se esgueirando no escuro e fez o seu trabalho sem ser visto. Um corte nos cabos e ficou escondido até ter a chance de sair pela floresta. Aro disse ao irmão que iria embora mais cedo, não estava muito bem e voltou ao castelo. Algumas horas depois veio à notícia do acidente. Todos morreram menos Marcus. Aro não podia a acreditar na má sorte, mais pelo menos ele ficara incapacitado de qualquer coisa. Depois disso esperou apenas a morte de seu pai para o seu momento de glória. Mas só em vê-lo arrasado por Marcus já deixou Aro satisfeito.

Nunca pensou realmente em fazer o mesmo com a duquesa de Richmond. Ela não era sua rival de verdade. Mas não podia negar que tudo foi um grande golpe de sorte. Mesmo antes de Antonius ameaçar o seu trono, ele não podia negar que Belgonia era muito interessante. Já fazia 5 anos que vinha adquirindo terrenos em New Visby e montando um resort, depois colocaria um parque aquático e seus planos só crescia. Já imaginava transformar aquele lugar um paraíso turístico que atrairia milhares de pessoas do mundo inteiro. Uma verdadeira mina de dinheiro.

A situação de Belgonia não estava boa e ele já estava começando a ganhar apoio entre políticos. Então a ideia de ter Alec no trono Belgão começou a surgir em sua mente, mas nada era muito concreto até se sentir ameaçado pelo seu maldito sobrinho. É claro que casaria Alec com alguém que poderia lhe oferecer grandes benefícios e com Renesme seria muito prazeroso. Teria um trono reserva e poderia crescer ainda mais em seus projetos de New Visby. Então, começou a traçar metas para isso. Comprou alguns jornalistas e se aproximou de alguns políticos importantes no parlamento. Um ano antes da morte da duquesa, uma pessoa que poderia ser muito bom aliado era Bono Donnalson.

Na época, ele vinha crescendo em apelo popular. Tinha umas ideias idiotas? Tinha, mas de repente poderia ser um grande comparsa. Chegaram a se encontrar e conversar algumas vezes, mas Aro preferiu não se posicionar. Bono Donnalson tinha ideias meio radicais e queria acabar com a monarquia, tudo que Aro menos desejava. Porém, preferiu permanecer de ambos os lados e ver o que dava.

O ano de 2044 foi interessante. Esquentou a rixa entre a duquesa e Donnalson. Aro estava amando acompanhar, mas tinha planos e tinha que agir com inteligência. Não esperava que Isabella fosse tão longe, porém precisava estar de perto para acompanhar tudo. Tinha que ter um espião dentro do palácio. Aliais, uma espiã. Emily era uma velha conhecida sua. Tinha trabalhado no castelo em Volterra. Aro tinha tido um caso com ela. Já estava viúvo há um tempo e a garota era fácil, ambiciosa. Jurava que ela queria ser a sua consorte e Aro estava achando que ela estava ganhando confiança demais. Resolveu convencê-la a se afastarem.

E quando as coisas começaram a se apertar. Aro voltou a ter contato com a sua antiga amante. É claro que ela não estava nada feliz com o fato dele tê-la mandado para longe. Porém, não precisou muito para que ele conseguisse trazê-la de volta. Soube que ela estava saindo com uma pessoa, um segurança do palácio, aliais fora ele que fizera a ponte para que ela conseguisse a vaga de secretária da duquesa. Aro achava o cenário magnífico. Bastou apenas alguns encontros com ela para que conseguisse convencê-la a vigiar as coisas no palácio. Contou-lhe que planejava casar Alec com Renesme e que se conseguisse isso, Emily seria muito beneficiada. Imaginou que ela pensou que finalmente eles pudessem se casar e que assim, ambiciosa como era, iria ganhar uma posição de destaque.

Emily ficou a espreita de tudo. Todas informações importantes de dentro do palácio chegavam ao príncipe de Volterra. Quando a guerra fria entre a duquesa e Bono Donnalson realmente começou a esquentar. Aro não sabia bem em que lado ficaria. Resolveu observar e trabalhar em ambos os lados. Estava tudo ficando tão agitado que ele próprio resolveu ir a Belgravia para ver tudo de perto e sentir a situação. Mandou Alec para Belgonia como um teste para ver a reação de Renesme e da família real.

A partir de tudo isso ele chegou a perceber que precisava criar uma realidade onde a família real não tivesse outra escapatória a não ser apoiarem a união do filho dele com a princesa. Começou a vazar informações importantes sobre a duquesa para que ela entendesse que havia sido Donnalson, a briga dos dois iria ser ótima para Aro. Ele queria que eles tivessem certeza que só com o seu apoio conseguiriam vencer Bono, que essa altura não interessava mais ao príncipe de Volterra.

A morte de Elton foi mais um trunfo! Agora precisava usar isso para deixar Isabella ainda mais convencida de que Bono Donnalson queria matá-la. Queria elouquecê-la a tal ponto que ela o pediria ajuda e ele, sempre solicito, iria ajudá-la. Emily foi de grande ajuda nesse processo, tinha que confessar isso. Ela foi ardilosa o suficiente para plantar evidências para a duquesa ter certeza que a perseguiam e ao mesmo tempo deixava a entender dentro do palácio o quão desequilibrada estava ficando a sua patroa e todos caíram direitinho.

Ao mesmo tempo, Aro conseguiu inaugurar algumas partes de seu projeto em New Visby. O retorno foi tão rápido que seduziu muitos políticos. Muitos deles passaram a investir ações no empreendimento e viam em Aro uma oportunidade de ganhar dinheiro fácil. Tudo estava indo tudo “de vento em popa” até que Bella faleceu. Outro golpe de sorte!

Aro poderia jurar com certeza que não teve nada com isso. O crime realmente foi armado por Bono Donnalson podia afirmar isso sem medo. Mas também não podia negar que teve um pequeno dedo nisso. Uma vez, muito antes do acidente, pediu a Emily que mexesse no carro de Bella para que ela entendesse a gravidade da situação. Então a secretária pediu a seu namorado, James, o segurança de Bella, para mexer no airbag do carro. A intenção nunca foi matá-la, mas acabou esse detalhe beneficiando a isso.

Desde o falecimento da duquesa tudo ficou mais fácil para Aro. Seu plano estava no gatilho. Para boa parte dos deputados do parlamento aprovavam a ideia de ter Aro no controle do palácio de Belgravia. Eles ficariam mais poderosos com o apoio da monarquia em seu controle. O casamento foi uma chegada à largada, finalmente!

Porém, o que Aro não podia contar com o fato de que sua nora não contribuiria com nada. Primeiro incentivando a investigação do caso da morte de sua mãe. Isso para o príncipe regente era realmente muito chato. Reabrir o caso poderia colocar a luz situações que ele queria esconder. Iria expor pessoas que ele não estava interessado que fossem expostas. Além do mais, ele a queria preocupada em ter um herdeiro com Alec para garantir a permanença dos Volturi no trono de Belgonia. Mas tinha certeza que ela evitava a todo custo engravidar. Isso o deixava revoltado por que sabia que ela era extremamente fértil, o médico tinha garantido isso para ambos. Odiava essa teimosia dela.

Não esperava também que a suprema corte de Volterra também iria ser tão favorável a Antonius. Achava que ninguém levaria a sério um filho bastado de seu irmão, mas estava enganado totalmente. Precisou concentrar todas as suas forças em recuperar o seu trono na Itália, porém foi só se distanciar de Belgonia por uns dias que o caos foi instaurado. O idiota do seu filho foi pego traindo a princesa e esta colocou o estúpido detetive do Serviço Secreto para fazer perguntas aos funcionários do palácio. Agora Emily temia que eles tivessem descoberto tudo.

— O que vamos fazer agora? Tenho certeza que eles sabem!

— Eles não sabem de nada! Fique calma. O que temos que fazer é permanecer em silêncio. Se eles tivessem provas de alguma coisa já tinham mandado prendê-los.

— Eu não sei... Acho que estão esperando o momento certo.

— Só fique em silêncio! Hoje o tal Bengt vai dar o depoimento dele e todos vão acusar Bono. É isso que precisamos.

Emily ficou mais calma e Aro voltou para a sala para esperar a princesa descer para o café. Queria deixá-la encurralada e colocá-la em seu lugar. Torceu para que Bengt viesse realmente a cumprir o trato e condenasse Bono Donnalson. Aro mandou um intermediário até ele para propor um acordo milionário caso contasse tudo. Tinha garantido ao ex-comandante geral da polícia que a família real não iria usar pena de morte contra ele. Passaria uns anos na cadeia e depois desfrutaria de uma poupança gorda na Suíça. Acusar Bono agora iria distrair Renesme de continuar investigando e ela se concentraria em outras coisas. O caso acabaria e pronto.

Quando chegou a sala onde eram feitas as refeições no palácio. Encontrou a princesa sozinha tomando o seu café da manhã. Ele se aproximou dela e puxou o seu braço com toda a força que pôde.

— Onde você esteve esse tempo todo?

— Não te interessa.

— Pelo contrário, me interessa muito. Se eu souber que você esteve com aquele imbecil do William Lamb...

— Vai fazer o que? Mandar me matar?

— Jamais faria isso. Sou incapaz de matar alguém. Mas existem outras armas.

— Não duvido disso. Porém, não precisa usá-las. Eu não estava com William. Acha mesmo que depois do escândalo que seu filho fez, eu iria ficar aqui para receber as bombas? Pensei que Emily tivesse lhe contato que eu estava em Seraf, na casa de campo.

— Espero que realmente seja verdade. Você e Alec irão amanhã para a Itália. É importante que conheçam uns empresários importantes.

— E mostre para todos que eu perdooei o seu querido filho.

— É claro. Devo lembrá-la que seria um escâdalo para a família caso vocês se separassem agora.

— Eu sei bem do que eu devo ou não fazer. Agora me solte! Tenho um compromisso importante.

Aro soltou o braço da princesa e ela seguiu determinada para fora da sala. Aro, então, torceu para que tudo saísse como ele planejou.

Renesme seguiu até o carro pensando no que Aro dissera. Tinha que proteger William. Jamais poderiam saber que os dois tinham ficado juntos. Ela tinha certeza que estava apaixonada por ele e gostaria muito de poder continuar vivendo esse sentimento ao lado dele, mas sabia o quanto era arriscado. Jamais poderia pensar na possibilidade de perdê-lo nas mãos de Aro. Se ele realmente fez algo contra Bella por que não poderia fazer contra William também? Renesme sentiu um arrepio. Era melhor manter as coisas em mares brandos.

Pensou também que viajar para a Itália seria uma excelente oportunidade para descobrir mais sobre seu sogro. Nada melhor do que estar no terreno inimigo para conseguir as táticas de guerra. Queria conhecer Antonius. Estava certa que poderia conseguir uma boa aliança com ele. Perder o trono de Volterra seria o castigo perfeito para Aro e era isso que ela queria vê-lo sem essa pompa toda.

Não sabia se podia confiar em Alec, mas em sua mente vinha rondando cada vez mais a possibilidade de abrir o jogo para ele e tê-lo como aliado. Alec seria a melhor pessoa para indicá-la onde poderia encontrar coisas que pudessem revelar os segredos de Aro. Porém, não sabia até onde ele poderia estar envolvido nos planos do pai.

O carro parou no estacionamento do presídio. Ela pôs os óculos escuros e seguiu com austeridade para dentro do prédio. Não podia deixar de sentir um arrepio. Aquele lugar era repugnante e cheio de energias negativas. Tinha que preservar a sua sanidade. Tudo estava perto do fim.

— Bom, eu e Timur ficaremos o interrogando ali naquela salinha. Vocês poderam escutar tudo na sala anexa. – Adem explicou. – Não se preocupem! Ele não saberá que estão ouvindo.

— Tudo certo. – Edward falou com segurança.

— Por favor, deixe-me conduzi-los para dentro.

Seguiram Edward, Joel e Adem na frente. William passou um tempo trocando olhares com Renesme antes de entrarem juntos na pequena sala. Não se falaram. Não podiam passar a imagem de cumplicidade, mas Renesme sentiu tudo que precisava sentir naquele olhar. Sua vontade era beijá-lo, porém, conteve-se.

Não demorou muito para que Timur e Adem do outro lado, na sala de interrogatórios, começassem a questionar Bengt sobre seu envolvimento nos crimes ocorridos até aquele momento. O ex- comandante geral da polícia parecia cansado. Estava magro e nada lembrava do homem poderoso que era. Edward sentia-se envergonhado de saber que instituições tão importantes no país tinham um escroto daquele como chefe.

— Você tinha alguma ligação aos movimentos de extrema direita que cometeram esses últimos ataques?

— Sim, eu tinha. – Bengt disse com segurança. Parecia que não queria mesmo continuar negando. Ele demonstrava uma segurança que impressionou a todos. O que poderia ter mudado fora o fato de que tudo estava contra Bono Donnalson?

— Eu os comandava. Fui um dos fundadores dos “Águias”.

— Qual era o seu objetivo com eles?

— Tinhamos que derrotar os inimigos de Bono. Eu não tinha nenhuma intenção além dessa. Esses ideais deles era coisa do chefe.

— Então, está me afirmando com certeza que Bono Donnalson está envolvido com esses movimentos e consequentemente com os crimes cometidos?

— É claro. Ele sabia desde o começo. Era ele, alguns políticos do partido conservador e empresários aliados que mandavam toda a verba que era preciso.

— E você? Qual a sua função lá dentro?

— Comandar as operações.

— Era você que determinava todos os atos?

— Não exatamente. Os movimentos tinham seus líderes e eles agiam de acordo com os seus propósitos, mas eu passava aquele pano quando chegava os B.Os. Eu só assumia de verdade quando o chefe mandava.

— Qual o seu envolvimento no caso de Elton?

— Esse eu participei nas elaborações do plano. Bono queria acabar com ele e tinha que ser de uma forma eficiente. As coisas acabaram saindo além do combinado. O que pretendiamos era desaparecer com o corpo dele, mas os rapazes foram bem radicais.

Pra não dizer brutal, pensou Renesme. Ela se sentia completamente enojada com tudo que ouvia e ainda mais pela frieza que era tudo revelado. A princesa era incapaz de compreender como um ser humano poderia ir tão longe!

— E com relação à duquesa? O que realmente aconteceu com ela?

— Caan foi bem sincero o quanto a isso.

— Eu quero ouvir de você. – Timur falou com rispidez.

— Não havia qualquer planejamento para matá-la. Mais uma vez os caras passaram dos limites. O plano era pegá-la desprevenida e assustá-la, apenas isso. Donnalson também não queria problemas com a família real. Mas não podemos negar que foi um alívio tê-la fora da jogada.

— Seja mais específico!

Bengt respirou fundo e fez, mais uma vez, uma expressão cansada, como se não quisesse repetir a mesma história.

— Tom foi recrutado para vigiá-la. Eles nos passava todas as informações necessárias. Bono queria estar preparado para rebatê-la quando foi preciso. Até que as coisas começaram a ficar quentes e então o chefe determinou que dessemos um susto nela para ela aprender.

— Eram vocês que mandavam ameaças para ela?

— Algumas sim. Os caras gostavam de se divertir com a ideia de vê-la se desesperando. Era o lance das mensagens que eram apagadas. Garanto que foi somente isso. As outras coisas não vieram da gente.

— Como seria o “susto” que vocês dariam nela?

— Foi pensado em muitas coisas, sequestros, explosões, e acabou sendo o encontro com ela naquela estrada na saída de Seraf.

— O que planejavam para aquele dia?

— Os caras queriam explodir tudo em volta naquele compromisso dela com Sean Renard. Estava tudo certo para isso acontecer, mas Tom os fez mudar de ideia. Realmente, tenho que concordar com ele, seria um chamariz para nós. Então, desistimos. O lance era ele prestar o seu último serviço nos informando quando a duquesa iria sair e pra onde. Os caras dos “Águias” a seguiriam e a prensariam. Apenas isso.

— Então foi Tom que informou tudo?

— Sim. Ele queria sair do movimento. Se apaixonou pela princesa, acho. Imbecil! – Bengt deu uma gargalhada. – Como se ela quisesse um pobre segurança que estava armando contra ela. Mas enfim... Bono ameaçou ele pessoalmente. Acredite. Ele costumava aparecer, apenas dava ordens de longe. Não queria o nome dele envolvido por conta das eleições. Mas com Tom, ele fez questão. Bono tinha muita confiança nele e estava se sentindo traído.

— Foram vocês que mandaram matá-lo na cadeia?

— Não. Eu tenho absoluta certeza que não foi ninguém ligado aos movimentos.

— Hum... – Timur proseguiu sem acreditar muito no que Bedgt tinha dito. – Os “Águias” seguiram a duquesa até o sítio e foi de lá que saiu a ideia de cortar os freios dela?

— Sim. Tudo ocorreu da forma que Caan tinha relatado antes. Bono ficou muito feliz com a eliminação dela, porém ele não esperava as consequências que vieram. Bono Donnalson é muito imediatista. Ele nunca pensa no depois.

Adem parou de escrever no seu caderno e fez um gesto para Timur para fazer uma pergunta. Ele concedeu.

— Como você, através do seu cargo, prejudicou as investigações iniciais do caso da morte da duquesa?

— De todas as formas possíveis. Não podiamos deixar que descobrissem o envolvimento de Bono e de ninguém dos movimentos. A ideia era que tudo fosse abafado e todos pensassem que foi um simples acidente. Fizemos pouco caso sim.

Renesme apertou a mão em punho com raiva e não conseguiu mais se manter ali. Saiu da sala antes do interrogatório terminar diante do olhar de todos. Se sentia mal. Sua adrenalina estava em alta e sentia tremores. William a seguiu e pediu uma sala afastada para poder fazer a princesa se acalmar um pouco. Foi concedido. Ele a conduziu até o recinto e a abraçou fortemente, sentindo-na se desmanchar em seus braços.

— Eu não aguento mais William. Estou cansada dessas maldades todas. Oh Deus!

— Eu sei, meu anjo. Eu também estou enojado. Mas está chegando ao fim.

— Não está. Ainda falta comprovar quem estava dando ordens a Emily e James. Está mais do que claro que não foi Bono Donnalson. Nem precisa terminar de ouvir Bengt para saber disso.

— Vamos descobrir também, não se preocupe.

— Eu tenho que pegar Aro e fazê-lo pagar, William. Minha mãe merece justiça e esse desgraçado não vai sair impune. Nem que eu gaste todas as minhas forças.

— Se acalme, certo. Temos que ter paciência e planejar os passos agora. O depoimento de Bengt hoje vai forçar a CPI a dar a sentença de Bono e a polícia vai decretar a prisão dele. Temos até o julgamento para pegar Aro desprevenido. Ele vai achar que esquecemos de Emily e James.

— Ele vai nos mandar a Itália amanhã. Quer nos manter longe daqui. Eu acho uma oportunidade perfeita para descobrir mais sobre ele.

William balançou a cabeça indeciso quanto a isso. Não queria ficar longe de Renesme e não confiava ela perto de Aro. Lá ele poderia fazer o que quisesse.

— Eu vou com você.

— Não.

— Ele desconfia que estamos juntos e Deus me livre de você correr algum risco por minha causa. Eu não quero te perder.

William olhou para os lados e averigou se não havia nenhuma câmera, só depois de ter absoluta certeza que não estavam sendo vigiados, inclinou-se e beijou a sua princesa com todo fervor. Os dois tinham entrado num caminho sem volta.

— Eu vou para a Itália e está decidido. Você fica em Volterra e eu em Pisa pertinho de você. Qualquer coisa poderei te ajudar. Não quero você sozinha naquele lugar.

— Assim está certo. Mas não podemos dar nenhuma margem a Aro desconfiar de nada. Temos que nos proteger.

— Tudo vai dar certo, meu pardal lindo. Você vai ver.

Renesme deixou-se encontrar o corpo de William novamente. Absorvendo o seu calor gostoso e cheiro inebriante que a fazia manter firme todas as esperanças. COMENTEM BASTANTE!


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