O Futuro Está Aqui escrita por Vanilla Sky


Capítulo 12
Fix You


Notas iniciais do capítulo

Olá meus queridos e queridas! Espero que estejam todos bem nessa tarde de sábado ;) peguem seus chás, cafés, e comidinhas para aproveitar um capítulo novo de O Futuro Está Aqui!
Acreditam que eu fiquei sem luz? Pois é, quase que esse capítulo demora mais ainda para sair. E, na verdade, eu estava tão focada com For Those que mexi menos nessa fic essa semana, peço desculpas. O bom de ficar sem luz é que eu consegui escrever mil palavras no bloco de notas do PC, já que estou usando o word no navegador e ele não estava disponível por causa da internet. Bom, o capítulo acabou ficando maior, e até melhor, do que eu esperava :)
O título do capítulo é referência a Coldplay SIM, porque eu gosto de como essa banda foi especial na minha vida. Mas assim, não precisam escutar a música enquanto leem, era só pelo fato da Wanda estar machucada mesmo. Ela, junto com The Scientist, estão na minha playlist de músicas que lembram a Wanda e o Visão q
Espero que gostem :) boa leitura!



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O sangue de Wanda pingou no chão quando chegaram no jardim da residência. 

Visão cuidadosamente a colocou no chão, e um gemido escapou de seus lábios junto do líquido viscoso molhando a relva verde. Ele buscou suas mãos, a guiando para dentro de casa para, em seguida, indicar uma cadeira na cozinha para ela se acomodar. 

O machucado estava pior do que ele imaginava.  

Visão respirou fundo, mesmo que não possuísse um sistema respiratório. Wanda piscou algumas vezes enquanto sentia a dor do vidro fincado irradiar por todo o seu corpo. O sintozóide percorreu a cozinha procurando um kit de primeiros socorros nas gavetas, atônito. 

— Vizh...? 

Wanda o chamou, ainda fraca, mas ele não respondeu. 

— Vizh, você não precisa ficar chateado.   

— Como não, Wanda?  

Ele fechou uma gaveta e caminhou até parar completamente em sua frente, observando a face de sua amada marcada pelas lágrimas e pelo incômodo da dor.  

— Como eu posso ficar calmo quando você está machucada e eu não fiz nada para impedir?  

Utilizando o braço que não estava machucado, Wanda esticou a mão e a pousou delicadamente sobre a bochecha metálica de Visão, acariciando com a ponta dos dedos. 

— Você fez o que podia.  

Ele sentiu o carinho de Wanda, o amor emanando pela sua palma quente contra o seu rosto gélido e sem vida. Aquele calor era o que fazia Visão se sentir humano, e ele se agarrava naquela sensação com todas as suas forças. 

Depois, se afastou, o cenho franzido e a expressão séria ao dizer: 

— Eu deveria ter protegido você. E se fosse um machucado na sua barriga? 

A moça engoliu em seco e pôs a mão, antes no rosto de Visão, sobre o símbolo crescente de sua gestação. 

Visão somente achou o kit de primeiros socorros em uma gaveta no segundo andar, e Wanda se arrastou até ele, usando de suas habilidades para se equilibrar nos degraus da escada e, finalmente, se acomodar na cama com o braço machucado pendendo para fora. O sintozóide ofereceu um analgésico, e avisou, com pesar: 

— Isso vai doer. 

Wanda assentiu e tomou o remédio enquanto ele higienizava uma pinça para puxar o pedaço de vidro enterrado no braço de Wanda. Seus olhos azuis demonstravam temor, ainda que sua programação interna trouxesse maneiras de lidar com emergências médicas. 

Sua vista ficou embaçada com o pavor tomando conta de seus sistemas, o seu medo de machucá-la gritando mais alto que o aviso de sua checagem médica, o qual piscava na frente de Visão em letras colossais dizendo que, se não agissem rápido, havia uma chance grandiosa de danos maiores, uma porcentagem de possibilidade tão absurda que Visão resolveu ignorar. Suas mãos, geralmente precisas, se encontravam trêmulas no momento que ele segurou a pinça, porém, sabia da necessidade de passar um mínimo de segurança para Wanda. Então, uniu forças para dizer: 

— Respire fundo. 

Ela prontamente obedeceu, e ele agarrou a parte visível do vidro com a ponta da lança, puxando com calma e delicadeza. Apesar do analgésico começar a fazer efeito, Wanda urrou de dor, e seu grito ecoou pelas pareces da casa junto com uma rajada escarlate que jogou ao chão um copo de plástico com água o qual restava sobre a cômoda. Visão fez uma pausa, aguardou ela se recompor, antes de seguir com o curativo. Tanto o chão de madeira quanto a roupa de cama estavam completamente encharcados com o sangue escorrendo do braço até a ponta das unhas; o corte não havia sido nada superficial. 

Ouviram passos da escadaria, e tanto Steve quanto Sam, ambos liderados por Natasha, se posicionaram na porta para ver o que acontecia. As exclamações da colega machucada devem ter chamado a sua atenção quando estavam próximos da casa. 

— Oh, céus... — Sussurrou Natasha. Mesmo sendo a mais durona da equipe, ela estava nitidamente assustada com a situação. 

— Ela precisa de ajuda médica. E rápido — Foi a única fala possível de Steve, que se aproximou do leito, contudo, foi parado pela mão esticada de Visão. 

— Eu possuo a situação sob controle. Wanda, respire fundo.  

Ela repetiu o movimento, e Visão utilizou de sua destreza perfeita para puxar mais um pedaço do caco de vidro, provocando um novo grito de Wanda enquanto seus colegas observavam, penalizados. O Capitão América voltou para a soleira da porta, enquanto Sam e Natasha correram escada abaixo para buscar água quente e panos para colocar sobre a testa de Wanda. Novamente, rajadas vermelhas escaparam por entre seus dedos cerrados, e um travesseiro voou em direção à janela semiaberta e caiu no chão ao bater de frente com a superfície de vidro. Novamente, Visão parou a ação e aguardou se recuperar para retirarem a última parte. Ele colocou a pinça sobre a cômoda e segurou o ombro da moça. 

— Wanda. — Ele falou. — Me escuta. Só me escuta. Eu estou quase conseguindo tirar o vidro, mas preciso da sua ajuda para ele sair inteiro. Ok? — Ela assentia, alguns fios de cabelos grudados na testa febril. — Se ele sair inteiro, eu consigo fazer o curativo e nós não precisamos procurar um médico. Então, força. Eu estou aqui com você, tudo bem?   

Natasha se aproximou com panos úmidos e os colocou sobre a testa de Wanda para controlar a febre. Ela nada disse, porém se surpreendeu com o jeito de Visão falar, parecendo, essencialmente, um humano. Ela se sentou ao lado da amiga no colchão do box de casal, e segurou sua mão oposta para transmitir apoio, olhando profundamente em seus olhos.  

— Três... Dois... Um... 

Ao final da contagem, utilizando a ponta da pinça, o sintozóide puxou o final do vidro e o deixou cair no chão, coberto de sangue. Dessa vez, Wanda não gritou. Talvez fosse o analgésico efetivamente funcionando. Porém, a dor era inegável por conta das lágrimas que correram pelos seus olhos e os choramingos em voz alta. Visão teve a sensação de que seus batimentos cardíacos sintéticos haviam cessado pela dor em vê-la chorar daquela maneira, e sua mente foi transportada para o hotel em Edimburgo, onde ela dolorosamente soluçou quando finalmente se reencontraram. Somente depois ele descobrira que Wanda lidara com os primeiros meses da gravidez completamente sozinha, sem a presença dele; e, naquele dia, prometeu proteger a ela e a criança a todo custo.   

Não acontecera conforme planejado. 

O sangue desceu vagarosamente, comprovando que, felizmente, não havia atingido uma artéria. Steve e Sam se ajoelharam e limparam o chão, separando o estilhaço para jogá-lo fora no momento apropriado. Visão buscou antissépticos, gases, e remédios líquidos a base de iodo para limpar a região, além de uma agulha e linha para pontos. 

— Tem certeza de que não precisa de ajuda? — Questionou Steve. — Eu estive no exército., você sabe 

— Não se preocupe, Capitão Rogers. — Visão ofereceu um sorriso fraco em resposta. — Eu possuo um protocolo médico adequado para esse tipo de situação.  

Seu colega assentiu e deixou o quarto, sendo seguido por Sam, o qual observou Wanda com pesar. Natasha a ajudou a tirar o casaco, e o levou para o andar debaixo, enquanto Wanda se apoiou nas costas da cama utilizando o braço sadio. Visão jogou a capa dourada para trás — ainda nem havia percebido que permanecia com as roupas de trabalho até aquele momento —, e se sentou ao lado de Wanda, passando remédios anestesiantes antes de fincar a agulha no início da sua pele macia. 

— Não bastavam as estrias, agora tenho mais uma marca. — Ela riu após soltar um gemido baixo, porém, Visão permaneceu sério. — Vizh? 

— Sim, Wanda? 

— Você não teve culpa de nada. 

Ele evitou de observá-la diretamente nos olhos, somente costurando sua pele delicadamente. O corte se dera na horizontal, e a lasca de vidro era reta. Desta forma, não ocasionou problemas maiores.   

— Vizh. — Wanda insistiu. — Não foi culpa sua. 

Silêncio reinou entre eles por alguns instantes. Visão eventualmente disse: 

— Eu deveria ter impedido isso, Wanda. E se... 

— ... Fosse na barriga? — Ela complementou e riu. — Isso me assusta, também, mas não é um dado concreto como você geralmente computa, Vizh. É meramente uma suposição. 

Wanda sentia-se cansada. Exausta. Seus olhos pesavam, e ela fazia força para mantê-los abertos, sem muito sucesso. Principalmente, ela precisava descansar, após tantas emoções e analgésicos pesados para aguentar a dor. Ela bocejava e piscava algumas vezes, sendo que a única sensação a impedindo de dormir era sua pele sendo puxada pela linha do ponto.  

— Não quero você se sentindo triste. Por favor.  

— Eu me considerava incapaz de sentir tristeza, Wanda. — Visão fez uma pausa. — Impossibilitado de computar sentimentos humanos. Até conhecer você, e toda essa gama de sentimentos que você me trouxe. Alegria, tristeza, medo de ver você mal ou machucada. Considero isso uma evolução em termos de humanidade. 

— Com certeza é. – Wanda acrescentou, sorrindo. 

— Hoje, quando aquele homem machucou você, eu senti que queria espancá-lo até ele ficar inconsciente. Mas, no fundo, acho que eu queria apanhar por não conseguir proteger você e nosso bebê como eu deveria. – Ele baixou o tom de voz. – Só posso pedir desculpas. 

Ele finalizou os pontos e cortou o excedente com uma tesoura presente no kit de primeiros socorros, fazendo um pequeno nó para não desatar. Alívio preencheu seus sistemas quando finalmente a viu com o curativo completo. Agora, precisavam cuidar daquela febre.  

Ainda na ponta da cama, Visão se aproximou do rosto quente de Wanda, pondo uma mão sobre a sua testa para medir sua temperatura. Alta. Pegou novos panos com água e colocou-os na sua face, aproveitando para tocar seu nariz no dela e sorrir junto de sua amada. Mesmo com toda a dor, ela achou um motivo para rir e ficar feliz. 

— Você não precisa surrar o homem. – Ela disse por fim, já quase se entregando ao sono. – Você só precisa ficar comigo. 

— Até as estrelas pararem de queimar. Lembra? 

Mas Wanda não respondeu, e suavemente fechou os olhos para pacificamente descansar. Visão notou que ela tremia, uma reação comum para a febre. Portanto, fechou a porta e buscou uma camisola de lã na gaveta para, em seguida, tirar devagar suas roupas, a começar pelas botas, e depois ir para a calça, calcinha e, por fim, a blusa. Observou o corpo nu de Wanda enquanto vestia suas mangas e fechava os botões sobre o seu peito, um cuidado absurdo para não a machucar ou mover de maneira busca que a pudesse fazer acordar. Manipulou-a com carinho, deitando-a novamente sobre a cama, e buscando uma meia e uma calcinha para finalizar. 

Depois, pegou uma coberta, juntou o travesseiro e o copo que caíram no chão durante o curativo, e a enrolou com carinho sob o tecido quente. Por fim, quando ela estava pronta, ele pôs a mão por baixo da manta e buscou a barriga de Wanda, usando a ponta dos dedos para senti-la. 

Lá estava aquele coraçãozinho pulante, que deixava Visão feliz só de escutar a alegria da vida florescendo dentro dela. Ele sorriu, feliz por estar tudo bem e os danos não terem sido piores. Antes de deixar sua amada descansar, disse, tão baixo que mais parecia uma canção para ninar um bebê que se recusa a dormir: 

— Deixem a mamãe descansar, tudo bem? 

Ele saiu do quarto sem perceber que se referira às crianças no plural.


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Notas finais do capítulo

Queria ter colocado mais umas coisinhas, PORÉM acho que fechou bem aí. Vou deixar essas coisinhas mais para frente. Fiquem calmos que vai ter mais mimos! Esse capítulo foi bem focado na humanidade do Visão mesmo, e eu amo capítulos assim.
Amanhã temos encontro marcado em For Those!
Lembrando que eu aceito críticas e sugestões em todas as minhas histórias, ou seja, podem ser brutalmente honestos, ok?
Um beijão e um abraço bem quentinho da Vanilla Sky ~ ♥ ~



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