O Engano escrita por Linesahh
Notas iniciais do capítulo
Yo!
Tenho três coisas para dizer:
1° Obrigada pelas recomendações de Given, agora com certeza será o próximo anime que eu e a Sahh veremos.
2° É unânime que Animal Crossing foi considerado o maior vilão de shipps nesse ano de 2021 (kkkk)
3° Kurokens, preparem os corações (*_*)
Boa Leitura ♥️
Em meio às calmas e serenas ruas de um bairro específico, um garoto de cabelos bicolores caminhava lentamente e com a atenção abstrata a tudo ao seu redor. Uma forte aura desnorteadamente reflexiva o sondava de corpo e alma, e, para qualquer pessoa que o olhasse, apostaria que o jovem de cabelos tingidos encontrava-se certamente sem rumo.
Bem, essa hipótese poderia até parecer bastante válida, mas ainda assim era equivocada.
Pois, a única coisa da qual Kenma Kozume encontrava-se perdido era em pensamentos.
A tarde já havia chegado, o que revelava que tanto Kenma quanto Akaashi haviam passado boa parte do dia em companhia dos companheiros dos times, que, pacientemente, explicaram e tiraram suas dúvidas sobre toda a confusão que havia florescido nos últimos dias, e que Kenma sequer tinha conhecimento do núcleo do problema.
Não até aquela manhã.
Kenma mantinha uma postura entre arrastada e entorpecida por todo o trajeto. Sua expressão, com os olhos amarelos sempre pregados no chão à frente, transpassava um misto de perplexidade e assombro, demonstrando todo o turbilhão de emoções que ele certamente estava a carregar no âmago.
Para o loiro, ainda era inacreditável tudo o que havia sido dito e escutado mais cedo. Descobrir que Kuroo havia se declarado para si há pouco mais de vinte quatro horas era surreal e assustador demais para sua mente. Se não soubesse que os garotos dos times possuíam personalidades sinceras, Kenma podia jurar que aquilo era mentira.
No entanto, considerava que, agora, a lembrança de Kuroo retirando-se atônito e cabisbaixo do ginásio começava a fazer pleno sentido em sua cabeça. O ato do mais novo em retirar os fones-de-ouvido só após Kuroo terminar de falar — o qual soava uma música altíssima do jogo em sua cabeça —, abriu portas para que uma situação constrangedora e humilhante caísse como uma avalanche sobre a cabeça de Kuroo.
… Enquanto que Kenma, por outro lado, somente permaneceu na ignorância e inocência, sem ao menos desconfiar de tudo o que havia acontecido mesmo com sua presença no local.
“Kuroo…”, o garoto prensou os lábios, claramente hesitante. “Ele gosta... de mim?”
Era surreal pensar que o moreno nutria esses tipos de sentimentos por sua pessoa, visto que o próprio Kenma já vinha acumulando, em seu interior, esses mesmos sentimentos em relação ao mais velho.
Mais uma vez, surreal. Surreal e, juntamente, com uma mistura animadora e assustadora.
Antes que os pensamentos de Kenma pudessem abranger-se e confundir-se ainda mais, foi com surpresa que, de repente, viu-se diante da residência de Kuroo, o qual tratava-se de seu destino desde que deixara a Academia Fukurodani.
Ficou paralisado.
Sua respiração oscilou, e sua mente entrou em um cruel impasse: entrar ou não entrar?
Reavendo todos os acontecimentos e descobertas que ocorreram naquele dia, Kenma acabou seguindo, mesmo que relutante, seu lado inquisidor e racional; afinal, ele tinha plena ciência de que ainda precisava resolver aquele mal entendido envolvendo seu suposto relacionamento com Akaashi.
Sendo assim, nem bem entrou e já foi recebido por uma sra. Kuroo muito simpática. Após cumprimentá-la rapidamente, a mulher logo notificou que se ele estava à procura de seu filho, este encontrava-se no quarto.
Kenma, então, respirou fundo. Pelo jeito, nada serviria como um imprevisto.
Um fato conveniente e, ao mesmo tempo, aterrorizante.
Juntando o máximo de coragem possível, Kenma subiu as escadas e, sem hesitar, bateu na primeira porta à direita. Um distante “entra” foi proferido pelo dono do quarto e, após puxar uma boa quantidade de ar outra vez, Kenma girou a maçaneta e entrou.
Na mesma hora que adentrou o cômodo, Kenma já avistou o amigo acomodado em frente à uma escrivaninha, de costas. De modo automático, Kuroo já foi virando o pescoço para trás, a fim de saber quem tratava-se da visita.
Kenma pôde notar quase que instantaneamente o sobressalto ocorrido no interior do mais velho quando ele pousou os olhos sobre si.
Aturdido, Kuroo se levantou.
— Kenma… — pronunciou seu nome como se visse um fantasma, a expressão, de imediato, ganhando traços desnorteados e abalados.
O outro, com um semblante ainda pior contido em insegurança, conseguiu somente dar um aceno de cabeça, sem olhar diretamente nos olhos do mais velho.
Por fim, conseguiu falar algo.
— Oi, Kuroo… — sua voz saiu baixa e repleta de desempolgação. Os olhos do garoto de madeixas bicolores, além de desanimados, mostravam-se estar cabisbaixos. — Eu vim… Falar com você.
Foi então que, tomando uma dose a mais de coragem, Kenma obrigou-se a encarar os olhos de Kuroo, perdendo-se nas mais intensas e pulsantes pupilas-finas rodeadas pela cor-avelã.
E foi nesse pequeno instante que Kenma compreendeu duas coisas:
1° — O motivo que explicava todas as vezes que fora fixado por aquelas mesmas orbes com decepção e desagrado, visto que Kuroo pensava que Kenma estava junto de Akaashi e, consequentemente, havia traído sua confiança ao não ser comunicado sobre tal suposta relação;
2 — A razão pela qual se apaixonou indubitavelmente por ele.
Tal certeza ainda parecia ser bastante recente para Kenma, mas era essa a verdade; o que havia florescido ao longo de vários e vários anos, para o Kozume pareceu ter sido em somente em um instante.
E, de repente, viu-se nutrindo todos aqueles sentimentos, carregados de nervosismo, por Kuroo.
A relação dos dois sempre foi baseada na mais sincera e pura confiança. Kenma considerava Kuroo um de seus maiores portos-seguros; alguém com quem podia se abrir sem medo de ser julgado ou ridicularizado. Longe disso; Kuroo sempre lhe ajudou com conselhos e conversas profundas, mesmo que tal coisa fosse algo difícil para alguém de fora acreditar vir do Tetsurou.
Mas as coisas eram assim, e Kenma, mais do que ninguém, sabia bem disso.
E foi assim, envolvido nessa homogênea confiança, que aquele sentimento começou a crescer.
De um momento para o outro, os olhos de Kuroo tornaram-se algo desafiador demais para Kenma conseguir fixar mais que alguns segundos; a voz descontraída e aveludada do mais velho, quando adentrada de repente em seus ouvidos, passou a causar breves reviradas em seu estômago, que cessavam tão rápido quanto vinham…
… A vontade reprimida, mas esmagadora em desejar que aquela amizade se tornasse algo além de somente companheirismo.
Envolvido por todos aqueles pensamentos, Kenma forçou-se a retornar para a vida real. Kuroo continuava logo à frente, esperando por qualquer elucidação que fosse.
Sendo assim, o Kozume suspirou.
— Eu vim explicar a você todo o mal-entendido que houve.
Na mesma hora, o olhar de Kuroo tornou-se desconfiado.
— Você quer se explicar agora? — um tom nítido de ironia, carregado de aborrecimento, foi proferido com aspereza em sua voz. — Não acha que está um pouco tarde demais, Kenma?
O mais novo permitiu-se engolir em seco rapidamente, o cenho franzido em desventura enquanto erguia os olhos ao amigo outra vez. Kuroo, sendo alguém de personalidade irônica quando estava com raiva, fazia com que a conversa ficasse mais complicada de ser abordada.
Mesmo assim, Kenma negou com vigor.
— Não. Na verdade, nunca esteve. — afirmou.
Uma sombra de surpresa perpassou pelas feições de Kuroo, que surpreendeu-se levemente pelas palavras de Kenma.
Na mesma hora, deu-se para notar que o moreno apresentou mais disposição para ouvir, ainda que não estivesse cem por cento aberto a isso.
Assim, Kuroo sentou-se na cama, cruzando os braços. Encarava Kenma com inquisição e calculada estimativa.
— Se é assim, tudo bem. — anuiu, inflexível. — Explique-se.
Kenma, mais uma vez, respirou fundo.
Decidiu por dizer tudo de uma vez.
— Mais cedo, eu e Akaashi finalmente compreendemos o motivo para você e Bokuto-san estarem tão estranhos, evasivos e mal-humorados ultimamente. — disse breve. — Foi o pessoal de ambos os times que nos fizeram abrir os olhos, na verdade.
Kuroo não pareceu gostar do que ouviu.
— Ah, não me diga… — fingiu se impressionar. — Foi preciso ajuda externa para fazer vocês compreenderem? Até mesmo você, Kenma? Não é sempre você o tão orgulhoso “cérebro-da-equipe?”
Kenma retraiu-se, desviando o olhar para outro canto, em nervosismo.
— Não fale assim, Kuroo… — pediu, incomodado.
Repentinamente, o mais novo assustou-se quando Kuroo ergueu-se da cama com brusquidez.
— E como você quer que eu fale, então? — Kenma recuou automaticamente para trás, sentindo-se preocupado ao ver Kuroo parar a sua frente. — Você já não confia mais em mim, Kenma! — o moreno exclamou, raivoso. — Resolveu esconder de mim algo tão simples, tão… banal. Pra quê isso?!
Kenma surpreendeu-se com o tom extremamente repulsivo que Kuroo demonstrou. No entanto, o amigo estava elevando cada vez mais a voz, o que não ajudava o coração do levantador a bater com mais harmonia e concentração.
— Não grite, por favor. — implorou. — Escute, o fato é que você e todo mundo entenderam errado. Akaashi e eu não estamos e nunca estivemos juntos, não da forma que pensa…
Kuroo riu com escárnio e infelicidade.
— Não me faça rir... — meneou com a cabeça, estressado. Cerrou os dentes. — Sei muito bem que…
— Nós estávamos apenas jogando. — Kenma finalmente revelou o núcleo central da questão, insistindo intensamente. — Não escondi nada de você, apenas… — sua expressão vacilou, tornando-se mais esmorecida. — Não achei que fosse necessário comentar… — sussurrou a última parte com abalo.
Sentindo-se desconsolado, o silêncio inesperado de Kuroo assustou o mais novo. Esperava ouvir qualquer resposta, compreensiva ou não, mas o bloqueador parecia paralisado.
Desse modo, um sentimento de urgência invadiu o interior de Kenma, o qual pronunciou-se, pela primeira vez em muito tempo, com grande carga de emoções.
— É sério, Kuroo! Akaashi só queria ajuda com um game que tinha acabado de baixar, tenho o perfil dele aqui, com dados e tudo, posso provar pra você, se quiser. — propôs, tirando o celular do bolso. Olhou para Kuroo, o condoimento bastante incontido, apertando os lábios em emoção. — Eu não sei o que te fez pensar que Akaashi e eu estávamos em um relacionamento; não sei o que viu, ouviu, achou, pensou… Mas o que estou te dizendo é a verdade, eu… Eu nem sei por que estou me explicando tanto, você não está acreditando em mim. — Kenma desviou a cabeça, chateado e transtornado, a respiração falha e oscilante. Fez um perturbado movimento de negação. — Eu… nem devia ter tentado, foi precipitado vir aqui.
Prestes a girar o corpo para se virar, Kenma de repente foi brecado; de um instante para o outro, as mãos de Kuroo seguraram-lhe firmes pelos ombros e, sem mais nem menos, seus lábios foram envolvidos pelos do amigo.
O tempo parou. Completamente.
Foi como se o interior de Kenma houvesse explodido, ao mesmo tempo que havia se acalmado por completo. Como um ambiente que, outrora preenchido pela mais turbulenta e desesperadora música, suavizou após a mesma ter sido cessada de vez.
Tão rápido quanto aconteceu, Kuroo deu fim ao contato, afastando-se para trás. Kenma enquadrava-se na mais pura situação de quem fora pego de surpresa, o peito subindo e descendo pela respiração assombrada e os olhos-de-gato presos sobre o mais velho, este que encarava-lhe com igual falta de reação, mas com um olhar que revelava algo em específico:
Que o que Kuroo havia feito foi exatamente o que ele quis fazer.
E, de maneira inesperada, o ar escapou num segundo dos pulmões de Kenma quando Kuroo, já não sendo mais capaz de se segurar, novamente avançou os lábios contra os seus.
O espírito de Kenma diluiu-se por completo, apenas para reunir e juntar-se outra vez; a sensação inebriante que começava a tomar conta de cada parte de seu ser era uma das únicas sentidas, cada músculo de seu corpo relaxando e, finalmente, entregando-se àquele momento novo e especial.
Sentindo a confirmação muda de Kenma através de sua estatura segura, Kuroo passou a avançar e explorar mais o simples contato, movimentando os lábios com calma e cuidado. O interior do mais velho explodia em emoções agitadas, mas ele sabia que, com Kenma, aquele momento necessitava de zelo à mais.
Assim, continuou aprofundando lentamente aquela união tão viva que era ter os lábios de Kenma contra os seus, aproximando o pequeno ainda mais ao envolvê-lo pela nuca. Kuroo emocionou-se com a timidez e afabilidade com que Kenma entregava-se ao momento, demonstrando todo o carinho e sinceridade que ele destinava para si.
Logo, não demorou para o coração do mais novo começar a bater mais forte devido a Kuroo mostrar, gradualmente, cada vez mais ardência e ímpeto em cada toque e gesto; seja através do apaixonado beijo que ambos trocavam, seja pela ação de seu polegar em acariciar sucessivas vezes a face de Kenma.
No entanto, logo o moreno retornava a delicadeza habitual, encorajando Kenma que, ainda que não soubesse o que fazer com as mãos — uma vez que ambas encontravam-se enlaçadas timidamente uma na outra sobre o próprio tórax, pressionadas pelo corpo de Kuroo —, movimentava os lábios com delicadeza e afinco.
Não foi preciso muito tempo para Kuroo dar-se conta de que precisava se afastar, uma vez que Kenma não possuía grandes reservas de ar.
Os dois encararam-se em êxtase, ofegantes. Era como se o momento anterior houvesse sido um sonho; algo inexistente mas, ao mesmo tempo, tão vívido, encantador e…
… Viciante.
Kuroo queria continuar com aquele momento. Desejava isso mais do que qualquer coisa. No entanto, não podia simplesmente forçar Kenma, que ainda encontrava-se desgastado e com a respiração apressada.
Por conta disso, tomou uma investida diferente.
Delicadamente, envolveu o rosto do loiro na região pouco acima da nuca, acariciando sua delicada e macia cutis com ambos os polegares. Antes que Kenma pudesse indagar qualquer coisa, o pequeno surpreendeu-se ao Kuroo avançar suavemente contra seu rosto, passando a ofertar rápidos e doces beijos por cada canto de sua face; ora sendo na ponta do nariz e queixo; ora sendo sobre as bochechas e cantos dos lábios.
O peito de Kenma passou a subir e a descer mais rápido e engasgado; estava inacreditado com a tamanha força e magnitude que aquele contato íntimo causava em seu corpo e espírito.
Completamente atônito com tão grande demonstração de afeto, Kenma, num impulso, afastou-se sem jeito, postando-se de costas e escondendo o rosto aturdido e ruborizado da visão do mais velho.
— Me dê um pouco de espaço, Kuroo… — reclamou baixo, totalmente desconfortável e envergonhado. Parecia que abriria um buraco em seu peito há qualquer instante, e seu coração violento, pularia para fora.
Tal gesto cômico e tímido do pequeno só fez com que o coração de Kuroo, por sua vez, batesse de maneira forte e, ao mesmo tempo, suave, derretendo-se ao achar graça. Logo, o mais velho colocou-se ao lado do mais novo, enlaçando seus ombros com o braço esquerdo — gesto já comum de se fazer com Kenma.
— Oh, Kenma, por favor, não se acanhe! — pediu com forçado tom de dramaticidade, leve e descontraído como há muito tempo não sentia-se. Em seguida, o moreno abriu um sorriso de canto, pousando os singulares e atraentes olhos humorísticos e intensos sobre o rosto de Kenma. — E então, o que me diz? — indagou com naturalidade. — Quer embarcar nessa aventura comigo?
Kenma, por sua vez, encarava o mais velho com um olhar levemente retraído, e, com a pergunta, desviou-os para o chão, pensativo. Logo, soltou um baixo suspiro e desvencilhou-se do braço de Kuroo, colocando-se diante do mais alto.
Em seu rosto — e pela primeira vez naquela semana —, um pequeno e simples sorriso, mas carregado de certeza, foi-se formado.
— Sendo com você, Kuroo, eu embarco sim. — foi sua resposta final.
Após isso, Kenma aproximou-se do mais velho e, tímido e desengonçado — no entanto, em um gesto carregado da mais única e verdadeira pureza —, depositou um leve encostar de lábios sobre os de Kuroo, e, em seguida, aconchegou-se nos braços do moreno, pousando a cabeça contra seu peito. O mais novo sentiu o interior alegrar-se ao escutar as altas e incontroláveis batidas do coração de Kuroo, confirmando que, dentro dele, também ocorria a mais forte explosão de emoções.
Ignorando o marejar dos olhos, Kuroo envolveu o corpo de Kenma com os braços, circundando-o e apoiando o queixo no alto da cabeça do de cabelos bicolores.
Antes que Kuroo expusesse qualquer palavra ou frase que fosse, foi Kenma, então, que agiu mais rápido:
— Kuroo… — os olhos do loiro encontravam-se fechados e relaxados, assemelhando-o a um pequeno gatinho que se aninhou em seu canto preferido no mundo e, por isso, estava agora na mais completa paz. Kenma estava aliviado. — Obrigado por tudo.
Emocionado, Kuroo apenas assentiu com a cabeça, não sendo necessário dizer mais nada; possuía certeza de que tudo capaz de ser captado em si próprio, fosse pela postura, expressão ou aura, exalava a mais pura e intensa gratidão existente.
Era isso. Kuroo podia ser um bloqueador nato, mas, com Kenma, ele nunca mais barraria sentimento algum.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Simplesmente não tenho palavras para comentar esse capítulo. Deixarei isso em suas mãos, pessoal.
Espero que tenham gostado e para quem está ansioso por Bokuaka, aviso que o próximo não tardará a sair
Beijos ♥️