A distância entre nós- Fremione escrita por Anna Carolina00


Capítulo 14
Nosso natal




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Hermione POV

Pedi para dormir juntos dos elfos naquela noite. Dobby me arranjou uma coberta e dormi no chão frio, ainda assim, foi um sono inigualável! Confesso que senti falta de dormir de verdade, então aproveitei cada segundo possível.

Acordei pela manhã com o cheiro de ovos mexidos e café, como feito pelos não mágicos. Pelo visto Dobby aprendeu mais receitas com meu pai enquanto esteve em minha casa.

—Bom dia, Dobby...

—Bom dia!  A senhorita Hermione Granger dormiu a noite inteira aqui.

—Sem gênios me fazendo acordar e andar por aí?

— Sem gênio, a senhorita Hermione Granger.

Abracei meu amigo de quase um metro e peguei meu café da manhã. Pelo visto, uma boa noite de sono me deu fome!

—Já falou da novidade para seus colegas da cozinha?

—Todos ficaram muito animados! Quando contei a história do Papai Noel, quase ninguém conhecia, ficaram empolgados em poder comemorar o primeiro grande senhor que os Elfos tiveram!

Eu não queria pensar dessa forma, como se fosse uma festa sobre sua servidão. Mas era um evento cultural importante para o elfos, mesmo com uma origem controversa, era bom que eles tivessem um momento para descontrair e comemorar.

Dobby me olhava como se quisesse pedir um favor.

—Senhorita Hermione Granger… Dobby jamais poderia te obrigar a fazer alguma coisa. Dobby não quer incomodar de forma alguma… Mas alguns elfos perguntaram se a senhorita Hermione Granger não poderia vestir isso.

Ele me entregou uma roupa vermelha, lembrava muito uma roupa de Papai Noel, mas com um tecido mais rústico, como um vestido em forma de casaco para o frio.

—Dobby contou como nas festas sempre havia um elfo representando o Papai Noel, mas como foi a senhorita Hermione Granger que teve a ideia da festa, todos concordaram que essa honraria deveria ser sua.

— Eu fico muito lisonjeada, Dobby! Seria um prazer ser o Papai Noel esta noite! 

Dobby abriu um grande sorriso! Em seguida, ouviu Blink lhe chamando para voltar ao trabalho antes que sua torta de maçã queimasse no forno. Pouco depois foi minha vez de sair da cozinha, avisei que voltaria mais tarde para ajudar na festa de Natal.

 

***

Voltei para o quarto e não havia sinal de Lilá e Parvati. Pela hora, o expresso Hogwarts já deve ter saído. Isso quer dizer que não pude desejar feliz natal para Harry, Gina… ou Rony. Quem sabe depois do Natal as coisas se acertem. Além disso, tem Fred. Eu disse que o veria neste Natal, mas agora eu não tenho a menor condição de ir passar o Natal na casa de Rony considerando que não estamos nos tratando como amigos há semanas.

Foi só pensar em Fred que senti um calor em meu bolso.

 

Hemione! Preciso de seu vasto conhecimento trouxa!

 

Ainda tentando convencer Jorge que os trouxas foram para lua há uns 20 anos?

 

Também, mas a discussão fica para depois. Temos prioridade em resolver outra coisa. Um presente para nosso pai. Qual a  coisa mais legal e trouxa você acha que poderíamos comprar para nosso pai em alguma horas na véspera de Natal?

 

Considerando que as ruas de Londres devem estar lotadas e eles quase nunca vão para a Londres não mágica, pensei em responder “Nada”, mas para não cortar a empolgação deles em pelo menos encontrar algo legal para o senhor Arthur, pensei em outra alternativa.

 

Não indico vocês tentarem comprar algo no meio das lojas superlotadas de Londres, mas se quiserem algo diferente, deixei minha calculadora em casa. Você pode buscar lá se quiser já que meus pais estão viajando.

 

O que é uma calculadora?

 

É um objeto capaz que fazer contas matemáticas básicas em grande velocidade, basta digitar a operação entre os números que deseja. Seu pai deve conhecer, com certeza.

 

Em vista da urgência, vou aceitar. Tínhamos decidido levar um despertador que relincha, mas mamãe ficou absurdamente irritada quando o ouviu essa manhã, então tivemos que dizer que era nosso ou papai se meteria em problemas… Porque ele com certeza iria adorar ter um desse no quarto.

 

Antes de aparatar, recite “Amarelo, beliscão, cascalho, dente, ervilha”, assim os contra-feitiços não irão lhe impedir de entrar em nossa casa.

 

Se inspirou em Dumbledore para ter essa senha?

 

:)

 

:)

Até mais tarde!

 

Preferi não respondê-lo, afinal, não haveria um "mais tarde" já que eu não iria para a Toca neste Natal.

 

***

 

Acabei decidindo colocar meu sono em dia. Passei o dia dormindo e só acordei no final da tarde, pronta para ajudar a organizar a comemoração de Natal dos Elfos.

Chegando na cozinha encontrei Blink.

—Boa tarde, senhorita Granger! Aceita alguns biscoitos? Torta de maçã?

Sentir cheiro da comida sendo preparada para a ceia de natal me lembrou que acabei perdendo o almoço.

— Aceito a torta, Blink. Obrigada!

Segui com o prato em mãos rumo ao galpão onde os elfos dormem.

O espaço sem redes parecia visivelmente maior, também haviam mais banquinhos do tamanho de elfos e mesas para servir comida. Ao lado de uma grande mesa estavam a vitrola e o violino, além de uma caixa cheia de enfeites de natal, como guirlandas, laços e velas. Não haviam meias para pendurar.

Peguei minha varinha e comecei a pendurá-los, vez ou outra algum elfo com tempo livre apareceria e ajudava a organizar algum enfeite; logo a mesa de comida também começou a ser posta.

 Já era hora da ceia de Natal no salão, mas sem Harry, Rony e Gina para passar o natal comigo, preferi não participar da ceia e ficar para comer com os elfos. Haviam algumas comidas de gosto duvidoso, como as larvas trazidas pelo Monstro, mas no geral parecia delicioso como a ceia que costumam fazer para os alunos e professores!

Voltei ao dormitório para banhar e me vestir adequadamente. Pensei em levar presentes, mas minhas tentativas de oferecer libertação para eles foram desastrosas, então preferi não forçar uma situação inconveniente. 

Me vesti como papai Noel, com direito a um gorro vermelho, botas e uma manto vermelho sobre os ombros. 

Já era quase meia noite. Dei uma última checada no pergaminho e não havia mensagens de Fred.

Bem… Ele não tinha obrigação de falar comigo ou algo assim... Deixei o pergaminho ao lado do presente que planejei lhe enviar no dia seguinte e voltei para a cozinha para nossa ceia de Natal!

 

***

 

As coisas estavam quase como as deixei. Havia mais comida e o que mais chamava atenção era um grande barril de cerveja amanteigada colocada sobre a mesa. Vários copos ao redor. Espero que Winky, com seu histórico problemático com bebida, consiga ficar bem.

 

A música era divertida,  Berilla tocava com o violino uma música irlandesa contagiante. (exemplo de música: https://www.youtube.com/watch?v=UNokOSPkrs8&ab_channel=peakfiddler ) Os elfos seguiam com palmas, alguns dançavam, outros bebiam, até mesmo Monstro estava na brincadeira, sentado com outro elfo idoso e ambos reclamando de tudo.

Fazia tempo que eu não me sentia tão bem. Naquele momento eu não sentia nenhum peso ou responsabilidade nas costas, apenas tinha que comer, conversar e dançar. Eu não sabia como um elfo dançava, mas à medida que me chamavam para roda, fui aprendendo os passos. 

Alguém assumiu o violino e colocaram um disco na vitrola. Os sons ficaram misturados, mas aquele caos parecia combinar com a atmosfera contagiante dos elfos! Dobby parecia querer se aproximar de Berilla que agora dançava sozinha no meio da roda. Ela parecia adorar aquela bagunça sonora e era maravilhoso ver uma elfa se divertindo tanto!

No último segundo, Dobby mudou de ideia e decidiu dançar comigo. Dei-lhe um olhar indignado, ele sabia que eu sabia que estava dançando com a moça errada.

Ele parecia pedir algum encorajamento com o olhar, então ajeitei sua bela gravata vermelha e lhe dei um tapinha nos ombros. Era agora ou nunca.

E meu querido galã conseguiu, a elfa empolgada aceitou sua mão e agora eram dois elfos girando e dando saltos junto da música! Blink assumiu seu lugar me acompanhando até que ouvi uma voz que me arrepiou da cabeça aos pés:

—Me concede a dança? 

Lá estava ele. Cabelo ruivo. Vestes de pele de dragão. Absurdamente bonito. Meu Weasley. Fred Weasley… Com aquele sorriso meio travesso que deixa bamba.

—Senhor Weasley!  Perdoe por essa bagunça … Precisa de alguma coisa? Podemos voltar para a cozinha  imediatamente!! 

Blink foi direto no ruivo tentando atender qualquer necessidade. Depois de ler o conto escrito por Dobby, me sinto ainda pior por saber que é um medo de voltar correr riscos ensinado por gerações que fazem os elfos agirem dessa forma.

—Feliz Natal, Blink! O que mais quero no momento não pode ser feito por você, nem por nenhum outro elfo. Apenas a senhorita Granger pode atender meus desejos.

Ele me olhou com certa ansiedade, culpa, talvez?

Fui pega desprevenida com um empurrão que me levou diretamente para os braços de Fred. Ele me segurou com firmeza, como se eu fosse desaparecer dali…Mas nada poderia me tirar de perto dele naquele momento.

—Fred.

—Hermione...Agora que já nos apresentamos formalmente, me concede essa dança?

Com borboletas no estômago, só pude expressar um “sim” e ele me girou como estivéssemos no baile de inverno. A sensação era que eu tinha esperado todos esses anos para ter esse momento com Fred. Não havia dúvidas, nem inseguranças. Só senti uma imensa alegria por estar nos braços de quem eu amo.

Amo? 

Acho que não vale mais  a pena duvidar dos meus sentimentos.

Só precisei olhar diretamente em seus olhos para entender. Aquilo que eu sentia quando via Rony e Lilá não era ciúmes, era saudade. Saudade do que eu nem tinha vivido com Fred, mas que poderia. Quem sabe, daqui uns anos, nossas noites sejam como essas: Fred me levantava no ar e me girava, então me abraçava. Eu me sentia segura e mesmo que nunca tivéssemos falado nisso, sabia que ele também me amava.

A música parou por uns instantes, mas nossas mãos continuavam juntas. A ponta dos seus dedos deslizavam carinhosamente por minha mão.

Eu não queria me afastar dele agora, mas vi Winky já meio bêbada se aproximar e chamar atenção de Fred.

—Hey, não devia negar um convite de um elfo para dançar!

Ele me olha uma última vez enquanto é puxado pela pequena mão de Winky.

Sentei em um banquinho e passei a observar aquele ruivo atlético tentar acompanhar uma elfa alcoolizada. Era ele quem parecia estar tonto tentando seguir o ritmo enérgico da elfa. 

Com o fim da dança, Fred parecia esgotado. Recuperou o fôlego, agradeceu Winky e veio sentar ao meu lado apoiando sua cabeça em meu ombro.

Fiz carinho em seu cabelo e sussurrei enquanto lhe fitava de perto:

—Então… Você costuma entrar de penetra em festas de Natal ou essa é a primeira vez?

— Foi a primeira, mas juro que vou entrar de penetra em qualquer festa se isso significa ficar perto de você…

Seu rosto estava corado, muito próximo ao meu.

—Fred…

—Ok. Desculpe, prometi que não flertaria mais até que resolva as coisas com Rony. Mas tem que entender como é irresistível para mim falar sobre como você é maravilhosa e mexe comigo como ninguém…

Muito, muito próximo.

— Fred…!

—Ta bom, estou fazendo de novo...Desculpe.

— Não, Fred!- segurei seu queixo com delicadeza - Para um galanteador como você, está perdendo tempo demais falando quando deveríamos estar aproveitando o Natal!

E lhe beijei, o beijo que tanto desejei durante aquela noite. Que tanto senti falta durante meses. Eu mordiscava seus lábios e puxada seu corpo para mais perto, como se pudesse perdê-lo a qualquer instante.

— Definitivamente eu amo o Natal!

—Só posso concordar com você, Fred Weasley.

A música alta se misturava com nossos beijos.

Perdi noção do que estava fazendo e quando dei por mim, Fred havia me guiado por uma passagem para o telhado acima da cozinha.

A noite estava estrelada, uma brisa fria me fazia arrepiar, mas eu me sentia aquecida com Fred ao meu lado. Deitamos juntos no chão para apreciar a vista.

—O que veio fazer aqui, Fred? Você já tinha uma festa de Natal para participar.

—A festa não seria a mesma sem você… Eu não seria o mesmo sem você. A cada segundo sua imagem vinha a minha mente me fazendo pensar  se estava bem.

— Não poderia ter apenas me perguntado pelo pergaminho?

— Não. Eu precisava olhar para você. Abraçar você... Além disso, precisava ver sua reação quando visse o presente que encontrei...

Fred puxou um embrulho do casaco e me entregou, era um livro. Só o título dele já me emocionou:

—"Extraordinários: relatos sobre tradições élficas e outros elementos que compõem a vida de um elfo livre".

O livro parecia ter um encadernamento clássico, cheiro de antiguidade e ainda assim preservava um entalhamento com fios dourados muito bonito. E o conteúdo? Só precisei olhar o nome dos capítulos para saber que tinha em mãos uma preciosidade!

— Fred, nem Hogwarts possui um assim! Como o encontrou?! 

Ele me deu uma piscadela marota.

—Segredo de negócios. E pelo seu sorriso, valeu a pena o risco.

— Eu não sei nem como agradecer, eu… Bem, planejava te mandar seu presente amanhã de manhã. Não tenho nada comigo para poder lhe dar…

—Bem, tem algo que posso aceitar como presente que está com você neste momento.

— O que é?

Fred se aproximou o suficiente para eu sentir sua respiração sobre meu corpo.

—...Um beijo.

—Um beijo?

—Exatamente. Quero o direito a um beijo seu na hora e circunstância que eu preferir. Você vai ter aceitar as condições e apenas me beijar...

—O que está planejando, Fred?

—Nada demais… Eu juro! Apenas quero ter certeza que terei um último beijo seu se algo der  terrivelmente errado entre nós.

Eu tinha certeza que não daria.

—O que vai querer para garantir que cumprirei seu pedido, um voto perpétuo?

—Não! Depois de Rony, não quero nunca mais mexer com isso…

Rimos um pouco e eu não podia tirar os olhos de Fred. Ele me prendia contra o chão, eu ansiava por um beijo que me tirasse o fôlego como só ele sabe dar. 

Foi como se tivesse lido minha mente:

—Quero um beijo para selar o presente!

—Outro beijo?

—Quanto mais, melhor!

Fred desatou minha capa, deixando meus ombros expostos, mas eu não sentia frio. Não com Fred Weasley sobre meu corpo me aquecendo e fazendo minha mente viajar em pensamentos excitantes.

Eu queria Fred naquele momento, no telhado, sem me preocupar com consequências. 

Nos beijamos. Senti sua mão deslizar sobre meu corpo me fazendo delirar. Quando tocou meu seio, me arrepiei com a sensação.

Fred beijou meu pescoço e seguiu com uma trilha de beijos até meu ombro onde me mordeu. Tremi com seu toque e meu corpo respondeu por reflexo tentando aumentar nosso contato, encaixando nossos corpos e abrindo espaço para que Fred deslizasse sua mão abaixo da minha cintura me arrancando suspiros. Senti a palma de sua mão apertando minha coxa.

Naquele instante, Fred parou e me encarou, como se pedisse permissão para prosseguir. Só consegui sussurrar um “Tudo bem...”  e “Fred, Por favor...” e ele atendeu meus desejos.

Fred voltou a me beijar e nossas peças de roupas foram tiradas entre os beijos.

Desde nosso verão eu sabia que seria com ele… Tinha que ser. Meu corpo ansiava por ele, assim como não conseguia tirá-lo da minha mente. E foi perfeito, como deveria ser. Fred sem graça e meio sem jeito para desabotoar o vestido, seus olhos me desejando enquanto percorria meu corpo com beijos. Seus braços eram fortes e não resisti, percorri seu peitoral com minhas mãos sentindo os pelos ruivos com a ponta dos dedos.  Suas costas ficaram arranhadas, seu pescoço com marcas roxas.

 Eu queria fazê-lo sentir prazer tanto quanto ele me fazia naquele momento.

 

***

Acordei com Fred me dando beijinhos sob a luz dos primeiros raios do Sol. Seu cabelo bagunçado e um sorriso irresistível, era uma visão do paraíso.

As memórias da última noite me deixaram corada. Ainda estávamos sem roupa, Fred me olhava cheio de tesão. Acho que seríamos capazes de repetir a noite passada se não fosse por um lapso de sanidade. 

Tínhamos que sair de lá. Já fora muita sorte não sermos pegos até aquele momento.

Vestimos rapidamente e voltamos para a cozinha.

Fred falou com Blink para aparatar comigo no Salão da Grifinória e depois o levar para casa. Antes disso, nos beijamos uma última vez e eu lhe perguntei quando nos veríamos novamente.

— A vida é uma caixinha de surpresas, Hermione. Quem sabe eu apareço durante seus treinos de aparatação.

Ele me deu um último beijo e o sorriso Weasley que tanto amo, o sorriso de Fred Weasley.

 

Logo voltei para meu dormitório e voltei a dormir. Sonhei com Fred e nunca desejei tanto que um sonho se tornasse realidade. Agora só precisava ter Fred ao meu lado pelo resto de nossas vidas!

 

Eu só não sabia o preço que teria de pagar para esse desejo se realizar.


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Notas finais do capítulo

Para quem quiser ler sob a perspectiva do Fred, aqui o especial de natal:

https://fanfiction.com.br/historia/797981/Nosso_Natal_-_Fremione/

Já estamos nos encaminhando para o final da história. Espero que tenham gostado tanto quanto eu de acompanhar a história desse casal ♥



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