Sim, mais um conto de Natal escrita por annaoneannatwo, Kacchako Project


Capítulo 5
O final




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O centro comunitário tá lotado, de modo que é impossível não ser notado quando Katsuki adentra o recinto em uma roupa ridícula de duende, as orelhas pontudas ficam caindo, e exatamente como o Kirishima disse, o collant da calça aperta as bolas, mas ele avança, destemido, até onde ela está. 

A roupa de Mamãe Noel cai muito bem nela, botas felpudas, leggings pretas e uma túnica vermelha que agarra a figura curvilínea dela do modo mais lisonjeiro possível. Resumindo, ela tá uma gata, e ele tá ridículo. Mas o brilho no olhar dela quando o avista faz tudo valer a pena.

—  B-Bakugou-kun?

—  Tão precisando de ajuda com os pirralhos?

—  S-sim, hã… toda ajuda é bem-vinda, mas…

—  Então dá suas ordens, Mamãe Noel, sou seu ajudante. —  ela fica vermelha, mas o barulho das crianças parece impedi-la de se manter focada nele, então Uraraka só assente.

 —  Fica de olho pras crianças não puxarem os chifres do Todoroki-kun e hã… não esquece de sorrir.

—  Sim, Madame! —  ele não a olha diretamente pra não corar, e também se aproxima do Todoroki, que se vira pra ele rapidamente e volta sua atenção às crianças, mas volta a encará-lo, como se tivesse acabado de se dar conta de quem está diante dele.

—  Tsk, tá olhando o quê? Bora distribuir alegria pra pirralhada!



Mais cedo:



—  Kirishima, acorda aí! —  Katsuki bate na porta, na verdade, surra a porta,  pela terceira vez seguida.

—  Pô, mano… foi mal, não vou treinar não. —  ele abre a porta bocejando e coçando a barriga —  Sabe o que é, acordei malzão, tô com uma dor na… na… no umbigo, nem é porque é Natal e eu queria dormir mais um pouco, te juro, só tô com…

— Você não sabe mentir, Kirishima, cala a boca! —  ele cruza os braços —  Não quero treinar.

—  Não… não quer? —  o ruivo desperta um pouco mais —  Caralho, mano, você tá bem? Parece que não dormiu nada, tá todo trincado!

—  Tô bem. Escuta, cadê sua roupa de duende?

—  Minha… minha roupa de duende? Tá ali, por quê?

—  Me empresta. Ia alugar alguma, mas esse povo não quer saber de trabalhar, as lojas só abrem mais tarde, então vai a sua mesmo.

—  Hã… tá bom, pega ali. —  ele dá espaço para o loiro entrar —   As orelhas ficam caindo, e a calça aperta um pouco o saco, mas… não, peraí, pra quê você quer minha fantasia de duende, cara?

—  Ué, a Uraraka e o Meio a Meio não precisavam de um duende? Eu vou, pode ficar aí dormindo. 

—  Sério? Pô, valeu! Vou até falar pra Mina que vai dar pra gente tomar café juntos e… não,mano, eu preciso focar! Que diabos tá rolando aqui, Bakugou?

—  Eu vou ajudar, você pode ficar de boa.

 

—  Hã, ok. Tem certeza? 

—  Nunca tive tanta certeza como agora.

—  Caramba, másculo! —  ele balança a cabeça em aprovação —  Ok, né? Hã… o evento deles vai ser lá no centro comunitário, eles combinaram de sair às 8.

—  Ok. —  Katsuki recolhe todos os elementos da fantasia ridícula e dispara pela porta, mas antes de sair, ele se vira pro Kirishima e estende o punho pra ele. O idiota fica olhando pra cara dele sem entender, e então seus olhos se arregalam e ele ergue o punho também, batendo contra o dele animadamente —  Valeu por tudo, Kirishima, vejo você e os outros dois patetas mais tarde!

—  Ah… imagina! Até… até mais tarde! Feliz Natal!

—  Pra você também. —  o Kirishima parece chocado, mas sorri e assente quando ele dá as costas.

Katsuki sabe que deve muito a esse idiota e que talvez leve alguns anos pra recompensá-lo, mas vai começar a partir de hoje e comprar algo bacana assim que resolver um certo assunto mais urgente.




Presente:

 

Uraraka não para de olhá-lo, o que poderia ser considerado um bom sinal, mas o olhar dela é de estranheza e de algo como ultraje, como se ele fosse um alien que, além de muito estranho, fosse também um alien muito desagradável.

—  Toma aqui, Feliz Natal! —  ele sente os olhos dela perfurando-o pela nuca, mas prefere ignorar e continuar na sua missão de entregar os presentes pros pirralhos formando fila. 

Tem criança pra caralho, e ela também foca no seu dever de sorrir, distribuir presentes e desejar Feliz Natal.

—  Bakugou, o que você está fazendo aqui? Achei que o Kirishima seria o duende. —  é o Todoroki que quebra o silêncio e manda a pergunta do dia quando eles dão uma breve pausa no trabalho. O Meio a Meio usa uns chifres enormes que parecem ser feitos de galhos e uma malha de cor marrom escura.

—  E ele obviamente não pôde vir, por isso tô aqui. Por quê, tô atra

—  E ele obviamente não pôde vir, por isso tô aqui. Por quê, tô atrapalhando alguma coisa? —  ele lança um olhar enfático na direção da simpática Mamãe Noel conversando com alguns adultos, provavelmente os organizadores desse evento. Caralho, ela tá linda mesmo! Dá pra entender porque o Meio a Meio teria começado a se apaixonar por ela hoje. Se já não se apaixonou, que merda!

—  Não venha projetando seus próprios sentimentos em mim.  —  mas a expressão entediada de sempre desse metido é toda a confirmação que ele precisa de que o que era pra acontecer não vai mais, e por mais aliviado que Katsuki esteja, talvez ele se sinta um pouquinho mal —  Por que está me olhando assim?

— Ela não tava feliz, deu pra perceber. E você não pode usá-la pra esquecer seu passado.  Tudo depende de você, Meio a Meio. —  O Todoroki passou por umas paradas fodidas e ainda passa, o futuro dele deveria não ser tão merda.

O intervalo deles está quase no fim, e o olhar dela se cruza rapidamente com o dele, Katsuki lança um sorriso todo torto e desajeitado, o qual ela surpreendentemente devolve com muito mais graça e doçura que ele. Parece um excelente sinal, mas não dá pra ter certeza, é o sorriso de uma heroína profissional, não o de uma jovem mulher. Ela está contente em vê-lo aqui, mas não ele de fato,e sim alguém para ajudar. É um sorriso pra qualquer um.

Tudo bem, dá pra entender o porquê da Uraraka se sentir meio em guarda, dá vontade de se aproximar e dizer que é melhor ela se preparar porque ele tá só começando, mas foram suas palavras que os colocaram numa posição comprometedora, então, é melhor ficar de boca fechada por enquanto. Menos palavras, mais ação.

 

***

—  Caramba! É a versão ultra dedicada do Bakubro, a gente não o via fazia um tempo! —  o Pikachu se admira quando o encontra na cozinha junto do grandão bocud-, quer dizer, do Sato, preparando biscoitos e outros doces pra festa, que vai acontecer daqui a algumas horas.

—  Pois é… —  o Fita Crepe assobia e concorda —  Tá tudo bem aí, cara?

—  Por que não estaria? —  ele mal os olha, apenas colocando uma nova leva de biscoitos no forno.

—  Hã… por nada, é que… a gente achou que você já tinha ido pra casa já que não vai participar da festa.

—  E quem disse que não vou participar?

—  Hã, você tinha dito… ontem.

—  E agora tô dizendo que vou, algum problema? —  ele fecha a cara, não querendo se irritar com esses dois e falhando.

—  Aí, vocês dois, não espantem ele! Ele tá me ajudando pra caramba com os quitutes! —  o Sato interfere, pondo a mão no ombro dele e sorrindo —  Eu levo mais jeito pra doce, ainda bem que você tá aqui pra me ajudar com os salgados, Bakugou!

—  É, é… eu não entendo muito de doce, então a gente tá quite, eu acho.

 —  Oh… —  os três se admiram.

—  B-Bom, que legal que… você mudou de ideia, bro! A gente se vê à noite, então! — o Pikachu sorri e acena com a cabeça pro Fita Crepe, os dois se viram e começam a sair.

—  Peraí, vocês dois! —  ambos tensionam visivelmente e se voltam para ele com uma expressão apreensiva —  Toma aqui! —  Katsuki estende dois saquinhos na direção deles.

—  Hã… o que é isso aí?

—  Biscoitos, porra, o que mais seria?

—  O-oh! Valeu, cara! —  o rosto do Pikachu se ilumina e ele abre o saquinho, o Fita Crepe pula quando o loiro elétrico toma uma colherada de pau na cabeça —  Ai, Bakugou! Pra quê isso, pô?

—  Você é idiota, por acaso? Não é pra você comer, é pra dar pra Orelhuda! —  os dois paspalhos arregalam os olhos e se entreolham.

—  C-como… como você sabe?

—  Tsk, todo mundo sabe, vê se toma coragem e faz alguma coisa que preste esse ano!

—  Hã… é, eu… tava mesmo pensando nisso, eu… valeu, Bakugou! — o Pikachu sorri sem-jeito,  Katsuki apenas estala a língua e dá de ombros.

—  Ei, Bakubro, eu também posso dar os meus pra alguma menina? —  o Fita Crepe pergunta, e o tom malicioso dele o faz pressentir que vem alguma gracinha por aí —  Tava pensando em dar pra Uraraka…

—  Tenta a sorte, se você quiser. —  ele dá um meio sorriso que desarma completamente o bobão e o deixa todo sem-graça, o Pikachu ri da cara dele —  Feliz Natal, otários.

Os dois só acenam com a cabeça, ainda abismados. Ele sabe que ainda não é lá aquelas coisas como bro, mas pô, ninguém pode dizer que ele não tá tentando.

 

***

O barulho e as luzes natalinas o irritam, mas Katsuki segue firme sentado ao lado da Rosinha e do Kirishima, que conversam animadamente. Ele a observa interagir com o Quatro-Olhos e a Menina Sapo, rindo enquanto come e se diverte, quem a vê assim nem pensa que daqui a algumas horas vai ficar toda triste por estar sozinha nesse prédio enorme quando todo mundo for pra casa dos pais pro recesso de fim de ano, ele cerra os punhos e os dentes.

—  Por que você só… não fala com ela? —  a Rosinha o tira do transe, cutucando-o insistentemente no ombro —  Tipo, falar, falar mesmo, não berrar e dar as costas como se nada tivesse acontecido?

—  E quem disse que eu não vou, Rosinha? Me deixa quieto, caralho!

—  Ah… você vai? —  ela abre um imenso sorriso.

—  Vou, só tem outra pessoa que preciso ver antes… Deku! —  o nerd passa por eles quando ruma à cozinha e pula ao ser chamado.

—  Tá falando comigo, Kacchan?

—  E tem outro idiota chamado Deku aqui?

—  Meu Deus! —  A Rosinha exclama.

—  Ele tá tentando, amor, deixa ele… —  o Kirishima diz baixinho.

O nerd se aproxima de modo desconfiado, sentando-se relutantemente quando a Rosinha abre espaço pra ele no sofá.

—  P-pois não, Kacchan?

—  Cadê meu presente?

—  Hã?

— O boneco do All Might que você me deu no amigo secreto, cadê?

—  Ah… tá no meu quarto, p-por quê, Kacchan? Eu entendo se você não tiver gostado, mas é um item raro, se você quebrar, é difícil achar peças de reposição depois e…

—  Quem falou que eu vou quebrar, porra? Só quero meu presente!

—  Ah… ok! —  ele sorri timidamente —  Vou lá buscar e te dou.

—  Tsk, faz assim: você vai pra casa da sua mãe no feriado, não vai? Leva pra lá e eu busco.

—  S-sério?

—  Sim, aí aproveito e levo um bolo de frutas pra ela. Sua mãe ainda gosta dessas coisas, não gosta?

—  S-sim, muito! Ela adora o bolo de frutas da sua mãe, vai ficar muito feliz!

—  Tsk, é porque nunca comeu o que eu faço, o meu põe o da velha no chinelo! Você vai ver! —  o nerd só faz que sim com a cabeça, olhando-o como se ele tivesse um braço crescendo pela testa —  Fechou, então. Não esquece, caralho!

—  N-não vou esquecer! O-obrigado, Kacchan!

—  Tá, tá! —  ele o dispensa com um aceno e estreita os olhos quando o Kirishima e a Rosinha fingem que não tavam prestando atenção —  Que foi?

—  Nada, só tô… hã… que bom que você mudou de ideia e resolveu vir hoje. —  o ruivo diz e sorri —  Certeza que ela também vai dar valor ao seu esforço, mano!

—  Ela não precisa fazer nada que não queira. —  Katsuki bebe um gole de seu refrigerante e se levanta, indo em linha reta em direção à ela —  Posso falar com você?

 

***

Tá frio pra caralho! Mas não mais do que naquele sonho que não era sonho lá no cemitério, Uraraka parece se arrepiar e agarra os próprios braços, recusando quando ele oferece seu casaco pra ela.

A entrada dos dormitórios tá coberta de neve e os passos deles mal são audíveis no solo branco e fofo.

—  Uraraka-

—  Não! Eu falo primeiro! Você falou demais e eu só escutei, mas agora é minha vez, ok? —  ela dispara assim que se vira pra ele.

—  Ok, é justo. —  ele encolhe os ombros, ela parece um pouco surpresa, mas não se deixa abalar.

—  Eu… não entendo qual é a sua, Bakugou-kun, de verdade! Tem momentos em que você é… você é incrível e faz coisas que me fazem pensar que na verdade, você é muito legal e gentil, tipo hoje! Mas aí tem dias como antes de ontem... que você dá uma de doido e fica simplesmente insuportável, e eu quero tentar te entender, mas quanto mais eu tento, mais confusa eu fico! — ela solta as palavras como balas de um revólver — Porque eu tava muito em paz comigo mesma! Feliz que tinha conseguido virar sua amiga e me aproximado o bastante pra sentir que, pelo menos, fiz minha parte e que você realmente não é ruim, é só inseguro e confuso tanto quanto eu, mas nããão!!! Você precisava acabar com a minha paz e me dizer, não, dizer não, BERRAR pra quem quisesse ouvir que gosta de mim e que eu, EU sou a burra por nunca ter percebido!!! Agora, me fala, se eu sou burra, você é o quê?! Porque eu tô igual a uma tonta te admirando por aí já tem mais de um ano! Ah, mas aí tem mais!

—  Tem mais?

—  Lógico que tem! Porque não contente em gritar que gosta de mim, você simplesmente dá as costas e sai andando como se não tivesse acabado de despejar um caminhão de neve na minha cabeça, e não me dá chance de falar nada! E depois nem olha na minha cara! E acabou, Bakugou-kun!?

—  Não?

—  Claro que não!!! Porque aí hoje você chega lá no centro como o salvador da pátria! E passa o resto do dia agindo como o cara incrível que eu sempre achei que você fosse!!! E eu fico aqui sem entender nada, porque não importa o quanto eu tente, eu… —  ela vacila e funga, os olhos se inundando de água —  ... eu não entendo, eu não te entendo mesmo! —  Uraraka avança e fecha os punhos contra o peito dele —  E isso deveria… deveria me fazer querer distância de você pra sempre, mas é justamente o contrário porque eu… eu… eu gosto tanto de você, Bakugou, se você soubesse…

—  Eu sei. —  ele segura os punhos dela, não para impedi-la, mas trazê-la mais pra perto —  Agora eu sei. —  Katsuki a abraça desajeitadamente, permitindo que ela chore o quanto quiser —  Me desculpa por isso, por tudo, na verdade... Você tá certa como sempre, eu sou mesmo muito inseguro e confuso, você me entende bem até demais, se quer saber…

As mãos dela relaxam, apoiando-se sobre o peito dele e podendo sentir seu coração acelerado, o dela própria parece um beija-flor alucinado, Katsuki observa algo no pulso dela brilhar por entre a manga da jaqueta e a luva, e sorri levemente.

—  Bonita essa pulseira aí.

—  Ganhei do maior idiota que eu conheço. —  ela resmunga, enxugando os olhos nas luvas.

—  Duvido, o Deku não tem bom gosto pra escolher uma pulseira dessas! —  ele ri fracamente, apenas o suficiente quando garante que ela está rindo um pouquinho também —  O presente desse ano não é tão brilhante, mas acho que você vai gostar mais. —  ele observa a expressão confusa dela quando saca um envelope do bolso do casaco e entrega pra ela —  Deu sorte, Cara de Lua, de ida só tinha uma passagem.

—  B-Bakugou-kun, isso… —  os olhos dela se enchem de lágrimas de novo —  eu não posso aceitar, é…

—  O caralho que não pode! Já tá comprado, é só não se atrasar! Você vai mesmo desperdiçar a passagem e ficar aqui chorando as pitangas o feriado inteiro quando pode ir lá ficar com seus velhos e fazer sei lá eu o que você gosta de fazer?  —  ele se aproxima —  Vai pra casa! Descansa a cabeça e, quando você voltar, pode pensar em me perdoar e aceitar minha confissão.

—  Bakugou-kun, é que… é realmente muito caro, eu nem sei como… peraí, isso é… é sua confissão?

—  É, a outra não valeu. Só… aceita meu presente, ok? Comprei no nome da velha, então finge que é um presente da família Bakugou.

—  Sua… sua mãe? Nossa, ela vai ficar brava, não?

—  Eu falei com meus velhos antes de comprar, foi ideia deles comprar no nome dela, assim você não pode recusar. —  ela o olha feio, ele só ri —  Ela deve achar que é a primeira coisa boa que eu faço em muito tempo, eu… não posso discordar….

Uraraka olha pras passagens e funga, vê-la chorar o faz querer socar a própria cara, mas pelo menos agora sabe que não é totalmente de tristeza.

—  Obrigada. —  e quando ela sorri, é como se a neve derretesse por inteiro.

—  Vem, vâmo entrar logo! Senão aquele merdinha do cabeça de amora vai comer tudo! —  ela ri e os dois se encaminham de volta pra dentro, mas ele para de andar quando pisa em algo. Ah, é o azevinho, essa merda caiu de novo?

—  Oh! Caiu de novo? Tinha caído ontem, eu achei que tinha prendido direitinho. Dá aqui que eu penduro de novo!

—  Tsk, não tá querendo parar, deixa isso quiet- —  ele é surpreendido por um par de lábios gelados e macios, pressionados desengonçadamente contra os dele, Katsuki pensa em se afastar, mas não o faz porque realmente não quer. Ele ajusta sua posição para beijá-la direito e de um jeito mais confortável, envolvendo-a pela cintura e virando a cabeça um pouco pro lado, e, podem ter se passado só alguns segundos ou horas, ele sente que pode começar a consertar seus erros do passado para melhorar seu futuro, mas o que importa mesmo é o presente, é estar aqui com ela.

—  Desculpa… —  Uraraka murmura contra sua pele, esquentando-o ainda mais, se isso é possível.

 

—  Pelo quê?

—  Eu… não tenho presente pra você. —  ela parece muito mais envergonhada com isso do que com o fato de que acaba de sugar a cara dele.

—  Eu não mereço mesmo. —  ele dá de ombros e abre a porta pra ela passar, fazendo-a dar um sorriso abobado.

A verdade é que ela já é um puta presente na vida dele, tão preciosa e reluzente que o faz ter certeza que o futuro pode ser melhor. Katsuki ainda não sabe se conseguiu realmente alterá-lo, pode ser que a tal explosão do reator nuclear ainda aconteça em um Natal daqui a 15 anos e que ele ainda estará lá para tentar impedir, mas de uma coisa ele sabe: não estará sozinho, terá uma vida pela qual vale a pena lutar para manter, afinal, ela estará lá com ele, nesse e em todos os Natais que ainda estão por vir. Mas sem essa história de fantasma ou o que quer que tenha sido aquela merda, ah não, nunca mais.

 

***

 

Nome: Papai Noel

Individualidade: Espírito Natalino. Esse ser lendário cria pequenos portais temporais para ajudar algumas pessoas a encontrarem sua felicidade. Infelizmente, só funciona uma vez por ano.


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Notas finais do capítulo

Feliz Natal, pessoal!



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