Over the Sunlight escrita por AnnaP


Capítulo 3
Over the Sunlight (Extra)


Notas iniciais do capítulo

Acabou-se o que era doce.



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No futuro...

Assim que eu pisei fora do carro pude ouvir o som ensurdecedor soar de dentro da casa.

Parei de frente para a porta e olhei para cima, sem conseguir identificar em qual cômodo Bella estava no momento.

Era assim quase todo dia. Desde que Bella passara a frequentar minha casa um ano atrás, ela estava mais barulhenta, mais feliz. Mais enfeitada também, ou seria decorada?

Fui engolido pela música assim que passei pela porta. Tirei o sapato e o paletó e olhei para os lados, encontrando todos os dispositivos de assistência tocando a mesma coisa. Por isso eu não conseguia identificar de onde o som vinha, ele vinha de todos os lugares.

Depois de não achar ninguém no andar de baixo, coloquei o pote que trouxe da casa dos meus pais na geladeira e fui direito para o cômodo que era o meu escritório no andar de cima. Desviei de caixas e lixo no corredor, e me apoie na porta para acompanhar o show que acontecia dentro do cômodo. Bella estava na ponta dos pés colocando um livro na última prateleira. De calcinha rosa e uma camisa azul curtinha de alguma cantora, ela gritava junto com a música enquanto arrumava suas coisas nas estantes novas.

Ela se mudara oficialmente para a minha casa fazia três dias e não havia arrumado nada além do escritório. Comprou as estantes, montou, e agora estava limpando e arrumando as prateleiras.

Eu me aproximei enquanto ela tirava a poeira de um livro, tocando a cintura dela com a mão. Bella se assustou e virou para o lado, dando com o livro na minha cara.

— EDWARD! – Ela gritou mais alto do que a música. – Alexa, cala a boca! Chega! Parar reprodução! Alexa!

— Alexa, interrompe a música.

A casa caiu em um silêncio sepulcral, que foi quebrado por outro grito de Bella.

— Você está sangrando! Muito! Meu Deus! Edward!

Eu senti o sangue escorrer pelo meu rosto, mas não consegui me mexer enquanto acompanhava Bella andar para um lado e para o outro decidindo o que faria comigo. Por fim, ela resolveu me empurrar para a poltrona de leitura e tirar a camisa, fazendo uma bola com ela e colocando no meu rosto.

— Desculpa, Edward! Por favor, desculpa! Fala alguma coisa!

— Demorou, mas você conseguiu cumprir a promessa de dar com alguma coisa na minha cara.

Eu achei que ela fosse rir, mas Bella estava realmente assustada, os olhos arregalados e marejados.

— Bella, fica calma. – Comecei a alisar a perna dela para acalma-la.

— Mas eu te bati! E você está perdendo sangue!

— Respira, Bella. – Puxei e soltei o ar e pedi para que ela repetisse comigo algumas vezes. – Deixa que eu seguro a camisa, vai vestir alguma coisa. – Ela olhou para o próprio corpo só de calcinha e sacudiu a cabeça negando. – Tudo bem.

— A camisa não parece estar ficando muito suja de sangue, – Ela observou levantando a mão. – acho que o corte não foi profundo. Vou ficar mais uns minutinhos grudada a você e depois a gente vai até o banheiro limpar isso.

— Sem problemas. – Puxei-a para o meu colo. – Fique pelo tempo que quiser.

— Eu ia dizer que você poderia ter feito algum barulho para avisar da sua presença, mas lembrei que eu não teria ouvido.

— Não mesmo. – Sorri. – Aliás, o show estava interessante. Gostei do figurino. – Fiz um joínha para ela, que me deu um tapa no ombro.

— Me conta como foi na casa dos seus pais. Eles estão bem?

— Estão ótimos. Deixei seus camarões na geladeira. Eu comi os meus lá, é tudo seu.

— Eu já amava a sua mãe, agora então que você passa lá depois do trabalho e traz a comida dela para mim... – Bella suspirou. – Ela ainda fica toda feliz quando você aparece, né?

— Ainda. – Rolei os olhos. – Acho que só me deixa sair de lá porque tenho você para voltar. – Distribuí beijos no ombro e pescoço dela. – Ela não cansa de dizer o quanto gosta de nos ver juntos.

— Eu também gosto. Amo! Um dia eu vou acabar de arrumar minhas bugigangas aqui e vou arrumar o resto da casa, juro! Não me expulsa, eu esquento o seu pé na cama. Você não pode descartar alguém que esquenta seu pé na cama.

— Bella, essa casa é sua também. Você pode levar o tempo que quiser. Fazer o que quiser.

Eu tinha ido até a casa dos meus pais por outro motivo além de vê-los. O outro motivo estava muito bem guardado no bolso do casaco no hall. Queria esperar um momento certo para trazê-lo à luz, mas se o momento certo não é o agora, quando seria?

— Como estão as coisas aí? – Apontei para onde ela ainda segurava a própria camisa no meu olho.

— Acho que bem. Não parece ter muito mais sangue.

Substituí a mão dela pela minha.

— Então espera aqui um pouco.

— Edw-

Corri do quarto, dando com o cotovelo na porta.

— Puta merda!

O barulho mais o meu xingamento fizeram Bella aparecer atrás de mim no corredor.

— Ei, era para você estar no banheiro. – Falei olhando para trás enquanto descia a escada.

— E deixar você se quebrar pela casa? Não mesmo! Vim ver se não bati forte demais e afetou seu cérebro.

Olhei para o casaco pendurado. Ela seguiu meu olhar e franziu as sobrancelhas.

— O que foi? – Perguntou.

Voltei a olhar para ela, só de calcinha no hall da nossa casa, enquanto eu segurava uma camisa sobre um olho sangrando.

Essa era a minha vida agora. E eu não a trocaria por dinheiro ou emprego nenhum no mundo.

Peguei a caixinha no bolso e fiz um gesto com a mão chamando Bella até a sala. Ela viu o que eu segurava e arregalou os olhos, um sorriso enorme enfeitando o rosto. Queria estar com meu celular por perto para tirar uma foto. A minha boa memória teria que servir.

Puxei a manta do sofá para cobri-la quando nos sentamos, e tirei o anel da caixinha. Eu sorri, observando-a abrir e fechar a boca como um peixe.

— O anel da sua avó! – Exclamou esticando a mão, mas puxando-a de volta em seguida.

— Como você sabe da existência desse anel, Bella? Eu soube uns três meses atrás.

— Seu pai contou que a mãe dele deixou o anel de noivado para você. Você não é o único que gosta de histórias, History. – Bella alisou meu braço que ainda segurava a camisa no olho. – Você não prefere limpar isso? – Fez cara de nojo para o sangue seco.

Eu tirei a mão do lugar, me arrependendo quando vi a cara de espanto que recebi de volta.

— O que?

— Ei, Adrian, ele conseguiu! – Ao invés de me responder, ela brincou com uma frase de Rocky, e começou a rir. – Você parece que levou um soco, Edward. Seu olho está horrível, quase roxo. – Ela tocou bem de leve no meu rosto. – Agora você espera aqui.

Esperei.

Bella voltou com uma toalha úmida,  antisséptico, curativo e um saco de ervilhas congeladas.

E pijamas limpos para mim e para ela.

— Pronto. – Colocou o saco de ervilhas no meu olho e minha mão para segurar. – Continue.

Antes de continuar, eu a puxei para mim e a abracei. Deixei as ervilhas de lado por um momento e enterrei o rosto no pescoço dela. Tinha alguma coisa no cheiro dela que me deixava louco. Foi o cheiro dela que me envolveu naquele quarto do resort e me fez ficar de quatro. Eu sentia o cheiro de Bella por trás de qualquer sabonete, perfume ou creme diferente que ela passasse no corpo.

Peguei o anel de cima da mesinha de centro e olhei para os olhos castanhos agora marejados.

— Eu gosto de imaginar que nós acabaríamos juntos de alguma forma. Que a vida estava só esperando para eu finalmente te enxergar na minha frente. Ou para você me enxergar. – No timing da palavra, Bella pegou o saco de ervilhas derretendo no sofá e apoiou o cotovelo no encosto para segura-lo no meu olho. – Obrigado. Bella, eu quero você do meu lado pelo tempo que for possível, para sempre se for assim que tiver que ser. Eu quero casar com você, encher essa casa de barulho, de risos, de falas de filmes sussurradas, de outros seres humanos, de mais amor. Você aceita casar comigo?

O saco de ervilhas caiu no meu colo quando Bella o largou para me agarrar.

— Você é a minha paixão de verão que deu certo, Edward. Meu amor, meu melhor amigo, meu velho ranzinza que eu amo ao infinito e além e quero apertar até explodir! – Ela apertou. Com a força dela, mas apertou. – Sim! Com certeza, sim! – Bella se afastou de novo. – Eu quero casar com você, e trazer mais seres humanos para a sua convivência Bárbara. Fazer você decorar diálogos de filmes infantis, desenhos, e andar de patins. – Mordeu o lábio inferior quando terminou de falar.

Bella tinha dito o sim, tinha me aceitado.

Acho que nunca fiquei tão nervoso na minha vida como no momento que deslizei o anel no dedo dela. Minhas mãos estavam suando e tremendo. Meu coração a qualquer momento explodiria de tão rápido que estava batendo.

— Eu já te amei por dois verões, quero te amar por todos os outros. – Beijei a palma da mão dela.

— Você acabou de... – Bella franziu as sobrancelhas.

— É, eu fiz uma licença poética com a música.

— Deus... – Ela jogou as ervilhas na mesa de centro, subindo no meu colo. – Casa comigo?

— Sim.

Ela começou uma gargalhada gostosa que foi impossível acompanhar com o olho machucado.

— Eu achei que você fosse responder ‘não’! – Falou sem fôlego.

— Não. – Pisquei para ela, me arrependendo profundamente.  – Nunca para essa pergunta.

— Para outras...

— Nada muda.

— Assim que eu gosto, meu bárbaro.

AGORA SIM FIM


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Notas finais do capítulo

Acabou-se o que era doce. Gostaram?? Até a próxima!!



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