My little angel escrita por Lou5858


Capítulo 4
Epílogo




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A empolgação do Edward era simplesmente contagiante. Fazia pouco mais de dois dias que ele entrou no hospital para o plantão e desde então a ansiedade crescente era tão palpável que algumas pessoas evitavam ficar ao seu lado, temendo perderem-se no mesmo estado no qual ele se encontrava. Os dedos tamborilantes, pés que batiam no chão e mãos que constantemente percorriam seus fios acobreados tinham uma razão para existir; e uma extremamente importante. Bella.

Há pouco mais de um mês, quando ele decidiu que morariam juntos, percebeu-se em um túnel longo sem seu final visível. Isabella estava sempre em um mundo próprio, e que ela fazia questão de esconder. Ela interagia com as pessoas, mas nunca conseguia dar um sorriso sincero, ou demonstrar o mínimo de felicidade; por mais que Edward empenhasse-se fortemente para tal. Ele apenas observava, sentindo seus órgãos contraírem-se em agonia ao ver Bella deixar-se levar pela tristeza desesperadora.

Ele sabia que devia levá-la a um psicólogo. A certeza que ela precisava de ajuda profissional era clara em sua cabeça, entretanto, ao olhar para ela e notar que tudo o que ela precisava era das mãozinhas pequenas envolvendo seu pescoço, ele só conseguia fechar os olhos e torcer para que a dor que sentiam um dia se dissipasse.

O médico massageou sua têmpora, enquanto terminava de arrumar as coisas em sua sala para poder voltar para casa. Uma sensação ruim o perseguia desde que acordou no dia anterior. Bella e ele dormiam em quartos diferentes. Ela no de hóspedes e ele na sua suíte. A interação entre eles era confortável, mas nunca íntima demais. Era quase como se com a partida da Alice, os dois tivesse se distanciado consideravelmente e apesar dele sempre encontrar o jantar pronto quando chegava em casa dos seus turnos, Bella nunca esperava-o para comer. Era muito raro que eles dividissem um cômodo ao mesmo tempo, mas ainda assim ele certificava-se de demonstrar a importância dela em sua vida. Bilhetes à ela eram constantemente deixados em lugares que ele sabia que ela iria, como banheiro, cozinha e sala; e ele tinha certeza que ela os via, porque quando ele checava os papéis nunca estavam mais ali. Era a maneira dela mostrar como ele era importante em sua vida e, contanto que ela estivesse satisfeita com isso, ele também estaria.

Edward suspirou quando ouviu o clique do fecho metálico da sua maleta e estremeceu com o eco dos seus próprios passos. Trabalhar naquele hospital depois de tudo que foi vivenciado no último ano era nada mais do que tortura. Ele daria qualquer coisa para trocar sua locação de trabalho; o problema é que o fato de existir um hospital em Forks já era suficientemente bom. O máximo que ele conseguiria seria Port Angeles, mas ele estava certo que não conseguiria concentrar-se em seu trabalho sabendo que estava a, no mínimo, duas horas de distância da Bella.

O percurso, normalmente curto até o estacionamento do hospital, pareceu eterno. Especialmente depois que ele passou em frente ao quarto 141. Neste momento, Edward fechou os olhos ao sentir seu coração constringir quando percebeu que logo no andar de cima ele encontrou a sua motivação de viver, a pequena menininha que trouxe alegria a uma vida acinzentada, mas que não conseguiu manter-se em sua vida.

Os poucos quilômetros que separavam sua casa do hospital passaram como um longo borrão. O marrom e verde de Forks misturaram-se na visão periférica do homem que, por nenhum motivo aparente, estava com pressa demais de chegar em casa. Por sorte ele não foi parado no acostamento da rodovia durante o percurso dado a sua velocidade acima da permitida por lei. Quando ele chegou em sua casa que, por ser simples demais, parecia uma choupana, estacionou o carro e com mãos tremidas fez seu caminho para dentro. Ele suspirou quando notou o silêncio já costumeiro, mas sentiu seu coração disparar e uma onda de adrenalina invadi-lo quando nenhum cheiro de janta foi sentido.

O sol tinha se posto há poucas horas e esse era o horário que ele costumava chegar em casa para encontrar o jantar que Bella teria feito. Era rotineiro que ele sentisse o cheiro de comida já da entrada da sua casa, mas quando não sentiu, foi inevitável que o gosto ácido da bile atingisse a sua garganta, deixando uma sensação de aspereza e náusea.

— Bella? - seu chamado foi tímido, mas com o passar dos segundos, ficando cada vez mais agitado.

O tempo parecia correr de forma inconstante enquanto ele checava cada cômodo daquela casa para encontrar sempre a mesma cena. Vazio. Então ele fez uma segunda ronda, tentando prestar mais atenção em detalhes como bilhetes, o celular ou bolsa dela... Qualquer coisa que comprovasse que o que o seu corpo sentia não estaria, de fato, acontecendo.

A simples ideia de admitir o fato que ela poderia ter partido fazia não só sua ansiedade subir a níveis não alcançáveis, como a certeza que falhara com ela confirmara-se. Ele sabia que não tinha conseguido passar pelas camadas de proteção que ela ergueu sobre si depois do incidente com sua menina, no fundo verdadeiramente sabia, e por mais que doesse admitir que não estava nem perto de conseguir proporcionar a felicidade que a prometeu, ele tinha esperanças que um dia ela conseguisse desabrochar.

Mas ele checou cada superfície daquele lugar com olhos clínicos. E achou algumas coisas. Duas canetas, uma calça de moletom, algumas blusas, sua escova de cabelo e um par de pantufas. Edward ficou confuso com o porquê da presença destes pertences, mas optando por não mais enganar-se com falsas esperanças, prostrou em sua cabeça que foram deixados para trás apenas pela pressa. Mas a verdade - da partida - estampada e esfregada em seu rosto fazia uma onda de incapacidade atingi-lo de uma maneira violenta e nada agradável. E junto destas sensações desagradáveis veio uma onda forte de exaustão.

Ele estava cansado das mais de cinquenta horas acordado. De trabalhar no único lugar que ao mesmo tempo recordava os melhores e piores momentos da sua vida. Exausto de chegar em casa para observar a mulher que ele amava mais do que a si mesmo distanciar-se mais e mais. De sentir-se perdido, fraco e incapacitado de fazer o que ela precisaria. Cansado de esconder que ele estava machucado, para evitar fazer sua Bella sangrar mais e mais. De enterrar o rosto no travesseiro toda noite nas últimas semanas e conversar com Alice, implorando que ela ajudasse sua mãe. Esvaecido de sentir seu pulmão pesar com cada respirada mais profunda. Da dor de perder alguém, mas de notar que a pessoa que você mais ama está deixando-se perder também. Exausto de temer cada instante fora de casa, de deparar-se com aquele mesmo momento de fraqueza que Bella sentiu no penhasco de La Push, mas diferentemente daquela vez, não estar suficientemente perto para impedir que aconteça

Edward estava cansado de viver uma mentira, mas optaria por dez desta se pudesse ter Isabella de volta.

Ainda no quarto que Bella ocupara pelos últimos dias ele notou uma perna de pano saindo debaixo do travesseiro e ofegou quando percebeu a boneca. Muitas coisas aconteceram naqueles poucos segundos que sucederam. Ele segurou o brinquedo em um aperto firme em sua mão, enquanto seus joelhos sediam, derrubando-o dolorosamente no chão, ao passo que lágrimas grossas, quentes e ácidas corroíam seu rosto.

Deus, será possível que este sofrimento nunca vai acabar?!

Este foi o último pensamento que permeou sua mente até que o corpo cansado tocasse o colchão macio. Edward sentiu seus órgãos contraírem-se quando o cheiro da Bella atingiu seu organismo. E então estava dormindo. E o sonho durou por mais de um dia. E quando acordou não demorou para relembrar o que aconteceu.

Em menos de uma hora, ele estava na frente da casa do pai dela andando de um lado ao outro sem saber ao certo o que fazer. Sua sorte era que o asfalto era suficientemente resistente às suas passadas insistentes.

Edward não notou que estava chovendo até sentir uma gota cair em seus longos cílios e então ele olhou para cima e deixou-se perder por um longo tempo na imagem das gotas caindo em sua direção, mas nunca exatamente em seus olhos. Ele sempre achou isso fascinante quando criança, mas lembrou-se claramente da sua mãe explicando-lhe que não são as gotas que desviam das suas orbes verdes, mas sim os olhos das gotas. O movimento deveria ser imperceptível até mesmo para ele, já que nunca reparou.

Ele sorriu lembrando-se da Elizabeth segurando seu rosto, enquanto o menino teimoso olhava para chuva. Com o rosto preso não demorou muito para que pingos grossos caíssem sobre seus olhos e então ele sorriu lembrando-se da gargalhada feminina e que era comodidade, aquecimento, chocolate, cheiro de chuva, lareira e casa. Lembrar da sua mãe não era algo rotineiro ao homem, mas sempre que o fazia ele terminava com um sorriso no rosto. Não importa o quão dura fosse a lembrança, o simples fato dos traços delicados dela aparecendo em sua mente era digno de um grande sorriso e um suspiro satisfeito.

Charlie observou atônito o garoto olhar para a chuva com um largo sorriso no rosto. Da janela da sua casa ele enxergava infância e inocência. Com passadas largas o homem de meia idade fez seu caminho até a porta e abrindo-a, convidou o médico para entrar, despertando-o de um possível transe em um sobressalto.

Os dois homens passaram horas conversando sobre Bella e seu passado. Logo de cara, Edward descobriu que ela havia decidido passar um tempo com sua mãe em Phoenix. Charlie explicou-lhe que Renee, sua ex mulher, não aceitou bem a gravidez da sua filha e deixou implícito que preferia que essa criança nunca nascesse. Edward ficou mortificado quando ouviu isso, mas sentiu um frio tomar seu corpo quando o homem grisalho explicou que a partir deste momento, a relação mãe-filha passou de quase inexistente para simplesmente inexistente.

Bella parou de procurar sua mãe no segundo que aborto deixou os lábios venenosos da mulher, e Renee não pareceu se importar tanto com a ausência da sua filha.

A verdade, que Bella não imaginava existir, é que Charlie passou mais de uma hora no telefone com Renee cuspindo todo e qualquer tipo de ofensa existente pelo o que ela fez com a sua garotinha. Ele deixou claro que tomaria conta da sua filha e neta e que não admitiria que ela voltasse a participar da vida de Bella ou disse que se ela tentasse usaria a justiça para separar as duas legalmente.

Ele sabia que não havia nada que pudesse fazer contra a Renee, mas ela, não. Então optou por passar esses cinco últimos anos vigiando sua filha e neta a distancia. Ela manteve contato com algumas pessoas que moravam em Forks, utilizou-se de sites de relacionamento para ver atualizações e fotos da sua menina e de pouco a pouco se apaixonou pela garotinha que ela um dia preferiu que não viesse ao mundo.

Charlie não sabia que Renee sofreu todos os dias dos últimos anos, mas não estava muito preocupado com esse fato, e foi por isso que quando Bella apareceu em sua casa, mais cedo naquele dia, dizendo que passaria um tempo na casa da sua mãe, ele surtou.

Poucas palavras foram necessárias para que ela conseguisse explicar ao seu pai que nenhuma mãe deveria viver sem ter o mínimo de contato com sua filha. Talvez a mensagem não fora passada pelas palavras ditas, mas sim pelos sentimentos expressados.

Bella estava exausta. Seus olhos eram emoldurados por sombras escuras, sua pele cada vez mais pálida e seu rosto mais magro. Charlie percebeu que sua menina estava definhando a olhos nus e decidiu, naquele momento, que faria qualquer coisa para que ela melhorasse.

O fato de não ter mais a sua bolinha de energia puxando as suas calças e insistindo que ele a levasse para pescar – só para ela nunca permitir que os peixes fossem retirados do lago – doía demais. A sensação de dormir a noite sem antes passar no quarto da pequena Alice para vê-la em meio a sonhos machucava-o, dilacerava seu ínterim; e ele podia imaginar como essa ausência afetava sua filha.

Então tudo o que bastou foi um longo beijo na testa gelada e uma ordem para que ela ligasse para ele pelo menos uma vez por dia e, enfim, com outra estaca perfurando seu coração, ele observou sua filha deixar sua cidade natal, rumando para o lugar que Charlie jamais imaginou que ela fosse.

Edward não estava chorando, enquanto ouvia a história de uma menina que cedo demais precisou transformar-se em mulher, e, ao mesmo tempo, conseguir suportar uma rejeição materna. Ele não chorou quando percebeu que Bella era completamente altruísta, ou quando notou-se ainda mais apaixonado e completamente alucinado pela mulher que perdeu o seu melhor tesouro, mas que optou por apagar as dores do passado para não permitir que a mulher que mais a magoou não deveria perder o seu tesouro também.

Ele definitivamente não deixou lágrimas caírem, mas o nó apertado em sua garganta impediu-o de falar por quase uma hora. Apenas ouvindo o homem mais velho relatar cada fase da vida da sua menina.

— Charlie. – Edward falou, sentindo sua voz tremida. O pai assustou-se com a interrupção e corou ao perceber que foi pego balbuciando.

— Charlie. – Edward repetiu com mais certeza e notou um aceno mínimo vindo do homem a sua frente. Ele endireitou sua postura e encarou com firmeza os olhos castanhos, extremamente cansados, mas que tanto lembravam os das meninas que ele ama mais do que sua própria vida.

— Fale criança. – Charlie encorajou.

— Eu vou buscá-la. – o alívio que ambos ouviram com aquela frase foi tão perceptível quanto o barulho da chuva batendo nas telhas daquela casa antiga. – E eu vou trazê-la para casa.

— Graças a deus. – Charlie sussurrou, sentindo seus olhos lacrimejaram. – Edward, por favor, traga a vida da minha menina de volta a ela. Eu sei que agora só você é capaz.

— Venha comigo, Charlie. Ela vai precisar de nós dois.

E dessa forma o arranjo foi feito. Combinaram de sair na manhã do dia seguinte bem cedo já que tinha um vôo de Port Angeles para Seattle às nove e, as onze um para Phoenix, Arizona, saindo do aeroporto de Seattle. Eles calcularam chegar na casa da Renee no meio da tarde e, sem fazer ideia de quantos dias ficariam, optaram por fazer apenas uma grande mala, cada um.

Bella estava sentada na antiga poltrona de couro. As mãos pequenas da sua mãe fazendo carinho nos seus cabelos, enquanto ela recontava cada experiência vivenciada nestes últimos anos.

No momento em que os olhos da mãe encontraram o da filha, uma explosão de emoções ocorreu dos dois lados da porta.

Bella tentou segurar o choro, a saudade, a necessidade de mimo e o orgulho. Enquanto Renee fez questão de não esconder nada. Choque, apreensão, antecipação, braços apertando sua filha contra si, lágrimas, soluços e sussurros de amor.

Era tanta saudade que a mulher sentia que ela não conseguiu conter-se. Renee sabia que Alice tinha falecido há pouco mais de um mês. Ela acompanhava a vida da sua Bella mesmo de Phoenix. Phill, o seu segundo marido, costumava dizer que ela parou de viver a sua vida, para vivenciar a da sua filha através dos outros. Ela não podia se importar menos.

É obvio que ela arrependeu-se de sugerir o aborto no momento em que aquela menina veio ao mundo. Ela era tão pequena e frágil, branca e delicada. A necessidade de ver sua neta e filha era praticamente insuportável, mas mais uma vez Charlie fez o trabalho de colocá-la em seu devido lugar.

Renee tinha apenas uma certeza em sua vida – a que o erro que cometera há pouco mais de três anos era irreparável. Percebeu-se, entretanto, quando sentiu que sua filha correspondeu o seu gesto abraçando-a forte contra si e chorando as lágrimas que afogavam seu coração.

Era demais. Intenso demais, triste demais, feliz demais, perfeito demais e errado demais.

Não era dessa forma que Renee gostaria de receber sua filha de volta, mas percebeu que aceitaria qualquer coisa que sua menina pudesse oferecer. E então, as duas passaram o resto do dia, da noite, madrugada e manhã entretidas em uma conversa que envolvia a vida de ambas, em específico o período em que ficaram afastadas.

Renee não se demorou a pedir desculpas e contar o que fazia desde que Alice nasceu. Bella não custou a ignorar os erros da mãe e focar-se só no futuro. Ela não queria remoer-se mais ao passado. Na verdade ela queria modificá-lo desde o dia em que sua menina partiu. E então reatar sua relação com sua mãe. Assim sua vida seria perfeita.

Renee estava completamente desconfortável na sua atual posição. Fazia horas que ela estava sentada no braço da cadeira, enquanto Bella relaxava seu corpo contra o dela. Mas não existia nada que a fizesse mudar de lugar. Ela temia não mais conseguir afastar-se da sua filha.

— O que? – Bella sussurrou, como fizera durante toda a noite, porque sentiu sua mãe abraçá-la forte.

— Só não consigo acreditar que você está aqui. – soluçou. Bella sorriu de maneira triste e para ninguém em especial. Seus dedos faziam carinhos desconexos na moldura amadeirada do enorme porta-retratos que encontrara na noite passada.

Era um composto de quatro fotografias. A primeira era a dela grávida e com um enorme sorriso no rosto. Estava sentada em um balanço de pneu e seus cabelos voavam em todas as direções. Ela lembrava-se perfeitamente desse dia. Bella tinha saído para comprar alguns ingredientes para cozinhar o jantar, quando encontrou uma amiga antiga no mercadinho. As duas saíram para passear na cidade e a foto foi tirada no parque escondido entre as árvores musgosas da região.

A segunda fotografia era da Bella segurando uma Alice recém-nascida e completamente suja. Ela literalmente tinha acabado de nascer e Charlie cuidou de registrar o primeiro abraço entre mãe e filha.

A terceira foto era do Charlie sentado em sua cadeira de aconchego com Alice no colo. Ele tinha um sorriso bobo no rosto e a ponta do dedo na bochecha gorda da criança adormecida. Bella, que não esperava ter sido pega na foto, estava no reflexo do espelho.

A última foto era da Alice adormecida na cama da Bella. Ela vestia um vestido florido e um casaco estilo cardigan rosa. A chupeta pendurada no pescoço e um enorme bico em seus lábios e seus bracinhos gorduchos cruzados em cima da barriga. Ela estava saudável, e Bella agradeceu pela nova visão que substituía a última que teve, quando viu sua criança fria e sem respirar deitada em uma mesa de cirurgia no hospital.

Renee explicou que as fotos foram retiradas ao longo dos anos do facebook da Isabella e as imprimiu. Nada foi discutido a respeito disso, mas Bella não mais abandonou o porta-retratos desde que o retirou de cima da prateleira da sala.

As palavras não eram corridas, mas sussurradas. Era como se a conversa fosse preciosa demais para ser ouvida por outrem. Phill estava viajando e as casas vizinhas não eram suficientemente próximas para que uma conversa entre duas pessoas incomodasse. Mas era o contrário. Elas não queriam que o mínimo barulho emitido do lado de fora quebrasse a bolha que as envolvia.

Renee ouvia atentamente a cada murmúrio que deixava os lábios da sua menina. Até durante um curto momento em que Bella pegou no sono, os ouvidos da sua mãe continuaram atento aos murmúrios e lamúrias deixadas durante o sonho.

E doía. Deus como doía reviver toda aquela dor com a sua menina. Como doía ver como ela sofreu ao longo desses meses. Como doía notar a pontada de agonia e saudade que a afligia quando ela falava do Edward, o médico da Alice. E como doía não saber exatamente o que ele era para ela. Mas felizmente a aflição não precisou durar tanto tempo.

Durante a tarde seguinte, enquanto começavam o jantar, batidas firmes foram ouvidas na porta da frente, seguidas pelo soar do alarme da campainha. Bella olhou para sua mãe e franziu as sobrancelhas em questionamento. Renee encolheu os ombros sem saber o que acontecia e fez seu caminho até a porta. Bella preferiu manter-se na cozinha, picando os ingredientes da salada.

Todavia, a voz do seu pai cumprimentando Renee a alarmou e Bella imediatamente abandonou a faca e fez seu caminho até a porta de entrada. Ver Edward ali, entretanto, mexeu muito mais com seu coração do que ela imaginava ser possível.

Suas mãos tremeram, sua respiração ficou descompassada e deus como doía. Os olhos dele imediatamente encontraram os dela e, sem nem preocupar-se em cumprimentar a dona da casa, alcançou a sua mulher em poucas longas passadas.

— Nunca mais faz isso. – ele ordenou de maneira firme, esmagando o corpo miúdo contra o seu.

Bella não hesitou moldar-se a ele no instante em que sentiu o calor do corpo dele abraçar o seu. Ela sabia que o que fizera foi a atitude certa, mas se ele discordava não era ela que manteria a opinião.

Charlie observou com um sorriso pequeno no rosto a rendição dos dois jovens. Seu coração ressonou no peito quando ele percebeu um sorriso igualmente pequeno no rosto da sua menina e a expressão de contentamento no rosto do garoto quando ele acariciou os cabelos da sua garota.

Renee estava atônita, estática e completamente encantada com a cena. Sem querer perturbar o momento, Charlie colocou a mão no antebraço da sua ex mulher, com o objetivo de chamar sua atenção, enquanto movimentava a cabeça para o lado. Entendendo o recado, Renee guiou Charlie para a cozinha, entregou uma cerveja bastante gelada a ele e demandou respostas.

Eu amo você. As batidas rápidas no coração da Bella gritavam ao Edward.

Nunca mais me deixa. Os dedos masculinos demandantes contra a pele dela exigiam.

Nunca mais. Os beijos languidos contra a camisa suada dele respondiam.

Nunca mais. O beijo casto no topo da cabeça dela declarou. Nunca mais.

— Dá uma volta comigo? – ele perguntou de maneira suave contra os cabelos sedosos. Bella apenas acenou com a cabeça, enquanto sentia-se ser guiada para fora da casa e em direção a um carro que ela não conhecia. Era prateado e novo. Provavelmente alugado.

— Pra onde? – ele perguntou quando se sentou na cadeira do motorista.

Bella encolheu os ombros.

— Apenas dirige. – sussurrou encarando o sol amarelo demais que estava no alto do céu.

Edward aproveitou o fato do carro ser automático para segurar a mão dela com a sua. Era quase como se seu corpo não aguentasse um só segundo sem tocá-la. Ao menos não depois de passar por uma situação em que achou que pudesse perdê-la.

Eles passaram horas dentro daquele carro que cheirava a "novo". Ela explicando suas motivações de deixá-lo. Tentando fazê-lo entender que ele era perfeito demais para ter que passar o resto dos seus dias com alguém imperfeito, e ele contrapondo ao dizer que o que amava eram as imperfeições dela e que estava igualmente quebrado, mas disposto a permitir que fosse reparado. Edward passou tempo demais expondo seus sentimentos e dizendo que ela deixou de ser só a mulher que ele amava, mas passou a ser, também, a mulher com a qual ele se inspirava e que se orgulhava e respeitava e desejava. A mulher que ele queria como amiga, amante e companheira.

Ela choramingava enquanto ouvia as palavras gentis deixarem os lábios dele e, por mais que ela soubesse que era errado prendê-lo a si, não encontrou forças para afastá-lo. Não enquanto ele estava tão perto. Tão ao seu alcance.

Foi só depois de horas conversando que ela aceitou ser dele e enfim seus lábios voltaram a se tocar. E como da primeira vez, a sensação foi inigualável. Era calor, conforto, casa. Era um dia ensolarado com cheiro de chuva. Era cobertor com chocolate quente numa manhã de inverno. Eram beijos de nariz. Eram toques infantis. Era andar de mãos dadas com sua paixão secreta pela primeira vez. Era fechar os olhos e deixar seu corpo ser embalado por uma melodia de violão em uma noite estrelada. Era amor. Era paixão, respeito, necessidade e admiração. Era tudo. Era simplicidade e requinte. Era Edward, e era Bella.

— Eu te amo. – ele sussurrou por entre os lábios dela.

— Você é a minha vida agora. – ela respondeu, sentindo sua garganta constringir. – Não me deixa. – e a mensagem não foi mal interpretada.

— Eu não vou. – e de fato não iria. E ela sabia. A vinda dele para Phoenix foi exemplo disso.

— Eu te amo. – ele repetiu.

— Eu te amo. – ela respondeu, sabendo que ele precisava ouvir essas palavras.

Já estava de noite quando eles voltaram para a casa da Renee e não se surpreenderam quando notaram os dois sentados no sofá. Posturas tensas e preocupadas.

Bella sorriu para ambos. Renee tentou esconder a lágrima e Charlie movimentou agradecidamente a sua cabeça na direção do Edward.

— A gente vai... – Bella coçou a sua nuca e pigarreou. – subir para o quarto de hóspedes, ok?

Edward gargalhou, quando notou o quão adolescente essa cena era, mas tentou esconder com uma tosse. O casal chega em casa para ver os pais da garota esperando-os na sala e a menina fica envergonhada de dizer que vai subir com o namorado.

— Só vou colocá-la para dormir, depois partimos para o hotel, certo Charlie?

Bella virou seu rosto rapidamente para Edward quando ouviu que ele não ficaria com ela.

— Claro que não. Vá descansar. Charlie fica aqui na sala e vocês dois no quarto de hóspedes. Temos roupa de cama para todos aqui. – Renee interferiu.

— Não, mãe! Papai fica no quarto e a gente aqui. O senhor está enferrujado para dormir no sofá. – ela disse piscando o olho.

Charlie murmurou algumas coisas incompreensíveis e em pouco tempo cada um já estava em seu devido cômodo. Um dos sofás da sala era um sofá-cama, então Edward e Bella estavam deitados de lado, de frente para o outro, sussurrando palavras de carinho.

— Eu achei... você... nossa Bella, foi horrível. – ele sussurrou acariciando da extensão da cintura dela até o rosto.

— Eu estou aqui. – ela sussurrou em resposta, segurando firme o rosto entre suas mãos.

— Eu sei. – ele disse inseguro, quase como se estivesse tentando se convencer do fato, enquanto puxava-a contra si. Bella moldou-se a ele, mas sentiu algo pontudo em sua coxa.

— O que é isso? – ela disse apontando para a calça dele.

Edward franziu a testa, mas apalpou o lugar. E quando sentiu o papel no bolso, ofegou.

— O que? – ela perguntou com mais firmeza.

Ele engoliu em seco e fechou os olhos, enquanto retirava o papel dobrado do seu bolso.

Quando Edward tinha combinado o horário com Charlie, decidiu ir ao hospital arrumar seu escritório e notificar que tiraria uma semana de folga. Ele sabia que não estava no direito de folgar, mas também estava certo que não seria mandado embora. Quando chegou em sua sala e percebeu que não encontrava seu relógio em lugar algum, decidiu ir até o setor de achados e perdidos checar por lá. Mas ao contrário da jóia cara, o que chamou a sua atenção foi um caderno surrado jogado no canto da sala. Um caderno que ele tão intimamente conhecia.

— E-eu achei isso no hospital ontem. – declarou com voz e mãos tremidas.

Bella posicionou sua mão acima da dele e depositou um beijo carinhoso nos lábios.

— Shiu, meu amor. Não tem motivos para você ficar nervoso.

Edward levantou-se da cama e depositou um beijo longo na testa dela, enquanto repousava o papel dobrado em suas mãos.

Bella suspirou alto e fechou os olhos, quando sentiu seu coração inflar com tamanho amor. Ela sabia que era errado demais sentir-se assim por ele, mas estava disposta a procurar uma melhora para a sua situação. Se ele a queria, a teria de maneira certa.

Enquanto ele mexia em sua mala, provavelmente procurando um pijama para dormir, Bella desdobrou o papel. A figura simples surtiu o efeito de um soco no estômago. A mulher sentiu seu corpo inteiro estremecer quando fitou o desenho do papel.

Eram pessoas de palitinho. Três. Dois adultos e uma criança. Um casal e uma menina. Edward, Bella e Alice. Por pior que o desenho fosse, sua mensagem era clara demais. A menininha que mal batia no meio das pernas da mulher tinha suas duas mãos seguras por cada um dos adultos ao seu lado. O homem era mais alto do que a mulher e tinha o cabelo um pouco marrom, mas também vermelho, enquanto a mulher o tinha apenas marrom. Os olhos verdes do Edward eram grandes e tão expressivos quanto o enorme sorriso que pintava o rosto da menininha. Bella tinha a expressão sóbria, mas acima dela tinha um enorme coração torto, tremido e rosa.

Bella fechou os olhos firmemente, enquanto sentia suas mãos tremendo, fazendo o máximo de força para não amassar o desenho.

Será possível que a cada dia piora?

Edward notou arfadas e soluços, e imediatamente levantou sua cabeça, deparando-se com Bella. Ele estava tão preocupado com seu próprio nervosismo que não imaginou o que a visualização daquele desenho pudesse fazer com ela.

Imediatamente ele estava de volta na cama, com Bella em seus braços. O desenho entre os dois, enquanto ele murmurava palavras apologéticas e de consolo. Bella não sabia ao certo o porquê chorava; só que doía.

— O que é isso? – Ela ofegou e Edward sentiu a boneca de pano que retirou da sua mala, escorrer da sua mão. – Edward... – o nome saiu como um sussurro, enquanto Bella tocava o anel preso no brinquedo. Estava muito escuro, mas ela conseguia enxergar um anel oval e bastante brilhante. Parecia uma jóia vitoriana, mas ela não poderia afirmar com certeza.

— Bella... – Ele disse, levantando o rosto pequeno pelo queixo. – Eu quero ser quem você precisa.

— Ed—

— Eu quero te fazer feliz. – ele a cortou porque sabia que se pausasse não teria coragem, e ela permitiu, porque sabia que precisava ouvir o que ele tinha para falar. – Me deixa ser quem ela imaginou que eu seria... que nós seriamos.

— Estamos incompletos... – ela sussurrou.

— Não estamos. Ela está aqui. – ele apontou para seu próprio peito. – E aqui, - então posicionou sua mão no seio esquerdo dela. – E nos corações de cada um que entrou em contato com ela. Alice nunca foi uma menina qualquer, meu amor. E achei que você soubesse disso. Tudo o que a sua pequena fez, foi pelo bem de outra pessoa. Conosco não foi diferente.

— Meu amor... – ela sussurrou, sentindo seus olhos marejarem e a garganta novamente constringir naquele aperto conhecido.

— Diz que quer casar comigo. Diz que quer formar uma família, e que vai me deixar cuidar de você, e que vai cuidar de mim. Diz que vai ser minha, Bella. Eu preciso disso, de você. Me diz...

— É por isso que você faz isso? – ela levantou o desenho com suas mãos tremulas torcendo, no âmago do seu ser que ele negasse.

— Foi Alice quem nos aproximou, Bella, mas é por você que quero seguir adiante.

Foi com lágrimas nos olhos que os lábios voltaram a se tocar naquela noite. O beijo foi extremamente apaixonado e necessitado. Bella, desde a primeira vez que o viu, sabia que ele seria o responsável por cuidar da sua vida. Na época em questão, sua vida se resumia à sua menina, mas dessa vez era nela mesmo que pensava.

— Eu te amo. – ela sussurrou para a noite fresca, enquanto sentia o metal frio deslizar pela extensão do seu dedo.

— Você é a minha vida. – ele repetiu as palavras que por ela foram proferidas mais cedo.

— Está pensando em que? – Edward perguntou, escorregando para sentar atrás da Bella. Seus braços circularam a cintura fina que estava coberta por um vestido leve, tomara que caia e branco; seus cabelos presos em uma trança lateral que continha enfeites de flores e os dedos dos pés descalços enterravam-se na areia fofa daquela ilha paradisíaca.

Bella sorriu quando notou a blusa branca de botões arregaçada até os cotovelos e a calça preta dobrada até os joelhos. Ela perdeu algum tempo brincando com os pelos loiros da perna dele, enquanto recebia beijos castos nos seus ombros e pescoços.

— Está pensando em que, Senhora Masen?

Ela sorriu e encostou-se ao peitoral dele, enquanto ambos observavam a enorme variedade de cores tingir o céu, em um prenúncio do nascer do sol.

— Em ontem. Hoje. – ela disse com uma risadinha, sem saber ao certo quando os dois se reafirmaram os votos matrimoniais, já que passaram a noite naquela praia sem dormir.

— Uhum... – ele disse e trouxe-a mais para perto de si. – Sei... – comentou espalhando beijos pelo pescoço esguio. – Trouxe um côco, se quiser. E uns biscoitos.

Bella sorriu e depois de dar um beijo casto nos lábios dele, trouxe o a fruta até seu colo e deu um longo gole.

Bella e Edward lembravam-se do evento de dois anos atrás - do casamento extremamente íntimo e simples - que recebeu como convidados apenas os amigos e parentes mais próximos. Angela e Ben, Emmett, Rosalie e Garrett, Renee e Phill e Charlie.

— Foi bonito... – Edward comentou.

— Foi perfeito. Quase. – ela riu, enquanto lembrava-se dos seus gêmeos correndo na areia ao invés de levar a aliança ao altar, ou melhor, tentando correr já que as pernas gorduchas de crianças que tinham pouco mais de dois anos sempre impossibilitava tal atividade.

Lizzie e Tony eram bolas de energia desde que nasceram - três meses depois do casamento. De início, a notícia foi surpreendente, mas nada traumática. Eles já estavam noivos há quase um ano e faziam terapia no mesmo período. Ainda era difícil para ambos aceitarem uma realidade em que Alice não mais existia, mas sabiam que precisavam seguir em frente e a notícia que estavam esperando um casal de gêmeos foi, definitivamente, o empurrãozinho que precisavam.

— Do que você está rindo? – ele sussurrou no ouvido dela. Bella estremeceu e deu um tapa ressonante na perna dele. – Comporte-se.

— Sim senhora. Do que você está rindo? – voltou a perguntar, enquanto roubava um gole do suco da fruta que estava seguro nas mãos dela.

— Seus filhos encapetados.

— Meus?

— Seus.

— A culpa é minha?

— Lógico que é! – ela exclamou exaltada. – Os espermatozóides são seus.

— Os genes de "encapetisse" são seus, meu amor.

A referência à Alice não foi maliciosa, mas existiu. Ambos calaram-se e Bella sentiu seus olhos arderem. Seguidas piscadas foram necessárias para manter as lágrimas em cheque.

— Perdão. – murmurou contra a pele nua do ombro dela.- Me desculpa. – a voz dele estava grossa e tremida.

Bella acariciou a perna dele, enquanto o desculpava com palavras mudas.

Uma gargalhada infantil e feminina se fez ouvir e Bella estremeceu, lembrando-se imediatamente da sua menina que partiu há alguns anos. Ela sabia que essa risada deliciosa não era da Alice, mas isso não significa que seu coração era suficientemente racional para diferenciar os timbres de voz das duas meninas que ela mais amava em toda a sua vida.

Lizzie vestia uma camisola de algodão rosa e Tony uma cueca estampada com carrinhos. Ambos corriam na direção dos seus pais e, sem perder uma batida, Bella agarrou o corpo miúdo da sua menina, enquanto Edward segurava o moleque. Os garotos ajustaram suas posições para ficar ao lado das mulheres. Edward então passou seu braço esquerdo por trás do ombro da sua esposa, enquanto sentia Tony aconchegar-se contra si.

— Onde está meu bom-dia, Lizzie-bizzie?

— Bom dia, papai! – Ela comentou sonolenta, mas com excitação na voz.

— E o bêo, papai? Tem que dá bêo! – Lizzie fechou os olhos e fez um enorme bico, esperando o beijo carinhoso do seu pai. Edward sorriu antes de dar um beijo carinhoso nos lábios da sua menina, enquanto Bella acariciava a mãozinha do Tony que estava apoiada nas pernas do pai.

Ela não conseguiu falar nada nesse momento. Apenas observar. Seu coração ainda recuperava-se de um passado dolorido, mas ao mesmo tempo regozijava-se de um presente curador.

O sol começava a surgir no horizonte e Bella admirou o morrer da noite e o nascer de um novo dia, percebendo o quão parecido esse fenômeno era da sua própria vida.

Ela então fechou os olhos e fez uma pequena oração à sua anjinha que certamente a olhava diariamente. Ela agradeceu por ter existido na sua vida, e por ter dado um presente tão espetacular. Agradeceu pelo dia-a-dia e por não esquecer dos traços do seu rosto. Agradeceu por ter deixado lembranças e ter feito história. Agradeceu por Alice nunca ter, de fato, partido. Agradeceu por ela recusar-se a deixar o coração daqueles que um dia a amaram e que todos os dias a relembram da importância que teve em suas vidas.

Foi com calmaria no coração que ela abriu os olhos e notou seu presente e passado unidos, caminhando para um futuro.

E foi com lágrimas nos olhos que ela jogou um beijo ao vento, esperando que caísse no rosto pequeno daquela que tanto a marcou.


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Notas finais do capítulo

E viveram felizes para sempre. *suspira*
Por mais tortuoso e dolorido que sejam os caminhos, a gente sempre vai passar por um nascer do sol.

Brigada, Gordo (Rodrigo Reis) por me acompanhar desde as correções, passando por opiniões até o ombro amigo que por muuuitas vezes eu precisei, enquanto escrevi isso aqui. Obrigada por ser não só um beta, mas um amigo que não tem medo de criticar quando precisa – apesar de eu reclamar pra caraaaca quando você o fez – e por ficar comigo até o final! S2

Um agradecimento em especial à ~Cella_E_S e ~blueberrytree por terem opinado e não me deixar morrer, enquanto escrevia o epílogo. Obrigada, minhas amoras (a fruta super combinou, berry)!

Estou no twitter, se quiserem papear! @lou5858_

Vejo vocês por aí.

Lou.