Meu Nerd Favorito escrita por PepitaPocket


Capítulo 2
Trabalho em Equipe




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Shino não queria, mas Ino insistiu para eles fazerem tudo juntos. Na verdade, de início ela queria que ele se encarregasse de pegar os insetos, mas ele não aceitou, apenas porque assim como ela, não queria apenas seguir as regras de alguém.

Então, depois de muito impasse, por mensagem via celular, decidiram fazer TUDO JUNTOS. E, essa era a razão dele acordar 9h de um sábado, pegar sua bicicleta e pedalar vários quilômetros, até a casa da moça. Que ficava no mesmo local de uma floricultura que ficava na entrada do bairro que ele morava.

Assim que ele chegou, ela veio toda sorridente abrir o portão, passando por um quintal muito bem cuidado, onde era possível ver um bonito jardim, rodeando um deck com uma piscina, que parecia convidativa naquela manhã quente.

— Seja bem-vindo. – Ela disse com educação, e Shino também a cumprimentou, educadamente.

Já que ela estava se esforçando para ser simpática, ele poderia se esforçar para fazer sua parte também.

— Obrigado. – Ele disse acomodando a bicicleta na garagem, porque ela pediu. Depois ela o convidou para entrar na ampla sala da família que era bem moderna, com sofás brancos de couro sintético, mas com bom acabamento.

Uma televisão ficava suspensa em um suporte, e abaixo tinha uma mesa com várias flores. Talvez, por isso a casa da moça fosse tão perfumada.

— Fique à vontade. – Ela disse fazendo um gesto para que ele se sentasse.

E, Shino não conseguiu evitar dar uma olhada nas pernas dela, que eram compridas, e estavam bem bronzeadas do sol.

“Aposto que fica muito na piscina, e nem estuda.”

Ele pensou ainda com os dois pés atrás, com a garota.

Logo ela viera com uma bandeja trazendo dois refrescos de manga.

Ele aceitou porque a educação mandava, pois não era chegado nessa fruta. Mas, tinha que reconhecer que até estava gostoso.

Depois, disso um homem alto e loiro, com os olhos quase da mesma cor de sua filha aparecera por ali. Dizendo que o escritório estava liberado, e de fato... Era um local amplo, com um all in one em cima da mesa, e um note do lado, uma impressora grandona, e livros, muitos livros e arquivos.

— Que foi? Meus pais não me deixam ter meu próprio computador. – Ela disse revirando os olhos de um jeito que Shino até achou engraçado.

— Essas acontecem com quem é filhinha de papai... – Ele disse em tom neutro, pois ele tinha um velho positivo que ele comprou juntando sua mesada, e fazendo trabalho extra na loja de artigos de pescaria da sua família.

— Poxa... – Ela disse fazendo um beicinho que fingia chateação. – Acho que você não vai com a minha cara!

Ela parecia espantada com esse detalhe, pois sendo popular, Ino acostumara-se com as pessoas orbitando o seu redor, e dobrando-se as suas vontades.

Mas, pelo visto isto não aconteceria com aquele exótico garoto que ainda estava usando um casacão, apesar do calor.

— Adivinha? Não tenho nada contra você, mas também não tenho nada a favor.–- Ele disse com suavidade, e Ino arregalou os olhos diante de suas palavras.

 Ela não estava acostumada com pessoas que dissessem verdades nuas e cruas, tão duramente assim na lata.

— Pois, saiba que posso te surpreender, bonitinho. – Ela disse por fim sorrindo, sendo a vez de Shino ficar surpreso, por ela não se abalar com o que ele disse.

— Bem, vamos começar procurando os insetos que poderemos achar em Konoha, e depois de termos as informações gerais, a gente planeja como vamos pegá-los.

Ela disse em meio a um tremor, pois não estava entusiasmada, para pegar nem mesmo um grilo, por mais simpático ele parecesse.

— Talvez, possamos começar pelo seu jardim. – Shino sugeriu casualmente.

— Hã? Minha mãe vive colocando remédios contra pragas, dificilmente vamos achar algo lá!

Ino disse um tanto ofendida, pois a ideia de ter insetos em seu jardim, lhe pareceu que Shino, estava querendo dizer que ela e sua família, eram desleixados de alguma maneira.

— Insetos existem em toda parte, até mesmo no jardim de uma riquinha esnobe como você.

Shino disse desistindo de fazer força para ser minimamente simpático, ao constar isso, Ino rolou os olhos com certa dramaticidade.

— Primeiro, meus pais não são ricos, apenas trabalham, incluindo sábados e domingos. – Ino disse com sinceridade, levando a mão na cintura, com raiva já que falando daquele jeito, parecia que tudo vinha de mão beijada para sua família.

— Além do mais não tenho que ser simpática com que não tenho nada contra, mas também não tenho nada a favor. – Ela disse finalizando seu discurso inflamado, com um sorriso zombeteiro, que fizera com que Shino arqueasse a sobrancelha, surpreso pelo brilhante argumento da garota.

— Você tem um ponto. – Ele disse dando de ombros, sem acreditar que ele estava passando um sábado na casa de Yamanaka Ino.

Muitos garotos daria o braço para isso acontecer, embora a situação fosse no mínimo inesperada.

— Além do mais, se formos ser parceiros, é melhor acabarmos com essa “amorosidade”. – Ela disse se atrapalhando um pouco ao falar.

— Acho que você quer dizer animosidade. – Ele falou vagarosamente, como que corrigindo uma criança pequena, e Ino sentiu seu rosto aquecer.

Ela que nunca teve nenhum problema com timidez, se viu corando na frente daquele paspalho, para sua total indignação.

— Mas, nenhum trabalho em equipe dá certo, se os envolvidos ficam brigando e se provocando. – Ela disse com um repentino desejo de ser bem quista por aquele estranho quatro olhos.

— E, se quiser pode tirar o casaco. – Ela disse apontando para a roupa que ele usava.

E, Shino acabou concordando, e logo abriu o zíper, sentindo sobre si o olhar de expectativa de Ino.

            Que jurava que ele deveria ter alguma coisa nos braços que quisesse esconder. Imaginou desde uma tatuagem feia, até alguma cicatriz horrível, e no fim ele mostrou estar usando uma camiseta do Dir En Grey, o que era uma escolha peculiar de gosto musical, para Ino.

            Ela conhecia a banda como todo mundo, por causa daquele clipe assustador da música Obscure. Isso os tornava uma banda para pessoas com gosto peculiar e excêntrico, na opinião de Yamanaka.

            Mas, a moça não quis começar nenhuma discussão interminável com o rapaz, que parecia confortável ali sentado na confortável cadeira reclinável de seu pai. Ela teve que puxar uma outra cadeira e sentar-se de seu lado, e de vez em quando os braços deles se esbarravam um no outro.

            E, nas primeiras vezes eles trocavam olhares constrangidos, e pediam desculpas um para o outro. Mas, com o tempo eles foram se acostumando, e Ino até gostou daquele contato e Shino também.

            Pois, aquilo era o mais perto que ele tinha chegado perto de uma garota.

Para Ino foi um pouco tortuoso ficar pesquisando sobre todos aqueles insetos, e ainda Shino ampliou umas imagens, e as imprimiu com uma riqueza de detalhes que a deixou toda arrepiada, e não de um jeito bom.

— Bem, agora a gente tem que ir a campo buscar os insetos. – Shino dissera ajeitando seus óculos, e Ino ficou na curiosidade sobre que cor seus olhos teriam, pois não lembrava de tê-lo visto sem aqueles óculos.

— Hum. Admito que não estou ansiosa por essa parte. – Ino disse com sinceridade, e Shino ficou apenas a encarando com uma expressão enigmática. E, com aqueles óculos ficava ainda mais difícil visualizar o seu rosto e fazer uma leitura adequada de suas expressões.

— Anda, diz que é porque sou uma loirinha fresca... – Ela disse empurrando seu ombro para cima dele, que corou com o gesto, porque com isso ela esbarrou sem querer parte de seu seio também.

Não foi intencional, mas Shino estava em uma idade de hormônios afloradas, então aquele tipo de coisa tinha muito efeito sobre ele. Mesmo ele sendo um rapaz reservado.

— Não diria isso... Porque não seria justo. – Ele disse ajeitando seus óculos, com um pouco de nervosismo.

Garotas o deixavam desse jeito. Aliás, de modo geral, interações sociais o deixavam inseguro... Só se dava bem com Kiba Inuzuka, até ele se tornar um idiota e mulherengo.

Não concordava com sua atitude predadora, de querer “pegar o máximo” de garotas até o fim do ensino médio.

Pior, que garanhões baratos como o Inuzuka, tinham sucesso com as mulheres, enquanto caras mais sérios, e com boa índole como ele, dificilmente recebiam uma chance, por causa da métrica das aparências.

— Injusto porque? Já me chamou de esnobe, e outras coisas mais... – Ino disse com certo rancor, queria que ele reconsiderasse as coisas ruins que disse dela.

Não era uma flor de pessoas, mas não se considerava espinhosa a ponto de alguém não gostar dela. Ao menos em sua ingênua concepção.

— Digamos que eu não tenho nada contra você, Yamanaka Ino. – Shino disse com simplicidade e sinceridade também. – Se é o que pensa, não posso fazer nada.

Ele disse a olhando, e ela ficou inquieta com aquele olhar por trás da lente de óculos.

Por isso, sem pensar duas vezes, ela tirou o objeto do rosto dele, que ficou perplexo pela a atitude dela. Mas, a sensação do deslizar de seus dedos em sua bochecha o deixaram inquieto.

— Prontinho! – Ainda mais quando ela lhe deu um sorriso, presunçoso, mas não menos charmoso.

— Colegas de equipe olham nos olhos um do outro... – Ela disse parecendo sincera, e ele tinha de admitir que sem quere ela estava ganhando alguns pontinhos com ele.

E, ela por sua vez tinha ficado encantada com aqueles lindos e profundos olhos castanhos.


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