O Sabor do Poder escrita por Lana


Capítulo 2
Capítulo 2.


Notas iniciais do capítulo

Gente, alguém aqui mora no Rio de Janeiro? Tô precisando trocar uma ideia com alguém que more lá hahha então se alguém morar, pode me mandar uma MP, por favor? Fico muitíssimo grata!
Agora, boa leitura!!



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Ela acabou por ficar sozinha por bastante tempo. Quando voltou, Emmett pediu desculpas repetidamente, explicando que fora arrastado para lá e para cá pela família, conversando com ela animadamente e a levando para que conhecesse seu pai.

— E então, conheceu alguém enquanto estive fora? – ele quis saber.

— Seu primo James, na verdade. – Emmett riu.

— É claro que ele iria atrás da garota mais bonita da noite, não perderia essa oportunidade. – disse de forma simpática. Rosalie sorriu.

— Ele parece ótimo. – ela comentou e Emmett sorriu, feliz por ela estar se dando bem com a família.

— Ali está meu pai. – ele anunciou, apontando-o discretamente para ela.

Carlisle Cullen era um homem altivo e muito bonito, com cabelos louros e olhos pretos inteligentes, como os de Emmett. Ao contrário da esposa, havia sido bastante contido e apenas educado com Rosalie, que se esforçou para sorrir e parecer simpática. A avó de Emmett, ao contrário, era uma mulher graciosa e bastante sorridente. Rosalie automaticamente entendeu de onde Esme puxara a personalidade falante.

Depois de algum tempo rodando e conhecendo mais primos, tios e amigos da família de Emmett, ouvindo-os falar sobre os mais diversos tipos de coisas – desde política e economia a viagens de verão e empregados da família – ele foi mais uma vez carregado para longe dela, deixando-a daquela vez com a mãe e a avó. As duas senhoras mais velhas se juntaram a um grupo de amigas e uma discussão sobre um evento de caridade que aconteceria dali a duas semanas começou. Rosalie permaneceu calada, bebendo silenciosamente como se o único porto seguro daquele lugar fosse o copo em suas mãos, escutando cada frase dita e pensando quão hipócrita parecia aquela conversa. Deus, ela precisava sair dali antes que falasse algo do qual poderia se arrepender, porque ela realmente sentia as palavras parecendo vir com cada vez mais força; assim, pediu licença para ir ao toalete e caminhou para longe das senhoras, pegando um novo copo no caminho.

Ela encostou-se a um canto, sozinha novamente, olhando ao redor enquanto tentava achar Emmett – ou pelo menos James, a pessoa que parecia mais compreensível no meio de todas as outras. Com um suspiro, percebeu que nenhum deles estava à vista, então se sentou em uma mesa que estava vazia e pegou um novo copo em uma das bandejas.

Emmett havia sido levado pelo pai e pelo avô para o escritório do mais velho, insistindo que precisavam conversar, afinal, a prova para a faculdade de Direito seria dali a pouco mais de quatro meses e haviam planos a ser confirmados. Aro sentou-se na cadeira grande atrás da pesada mesa de mogno escuro, mas Carlisle permaneceu de pé, parado ao lado da mesa na qual o sogro se sentava. Emmett sentou-se despojadamente em uma das poltronas que havia no escritório.

— O que pensa que está fazendo? – seu pai perguntou, o semblante sério. O filho franziu as sobrancelhas.

— O que quer dizer? – perguntou confuso.

— Emmett, esse não é o tipo de garota com quem pessoas como nós se envolvem. – disse com a voz séria. Os olhos de Emmett assumiram um tom mais escuro.

— Não acho que estou entendendo. – o filho respondeu de forma dura.

— Você quer uma Jackie Kennedy e não a Marilyn Monroe. – o avô esclareceu com a voz pacífica.

— Ela não tem maneiras nenhuma, Emmett! É filha de uma ninguém, fruto de um estupro! – Carlisle irrompeu impaciente, a mão batendo pesadamente sobre a madeira.

— O que? – o filho arfou, mais surpreso do que qualquer coisa, se levantando. – Do que está falando? – ele nunca ouvira aquilo. Nada nem próximo daquilo, na verdade. Rosalie jamais mencionara o pai, é verdade, mas também nunca mencionara nada de estupro. O pai o olhou de cima, como se falasse com uma criança. – Espere um segundo, você a investigou?

— É claro que sim. – o homem louro disse em tom óbvio. – Nós temos grandes planos e não vou deixar uma ninguém entrar no meio deles.

— Pai, você não tinha o direito de fazer isso. – ele respondeu irritado. Carlisle nem sequer conhecia Rosalie!

— Você não fala o que eu tenho ou não o direito de fazer. – rebateu imediatamente. – É só uma criança e não entende nada da vida. – disse em tom exasperado.

— Emmett, deixamos você se divertir com a garota, mas é hora de acabar com essa brincadeira. – o avô dele decretou.

— Não é uma brincadeira. – grunhiu entredentes. – Eu a amo.

Os homens mais velhos trocaram um olhar e Aro exasperou uma risada.

— Ora, Carlisle, controle o garoto antes que isso saia da linha. – disse para o genro, em tom baixo para que o neto não ouvisse, por fim se levantando. – Tenho que voltar para a festa agora, mas espero essa situação resolvida quando eu retornar do Texas. – avisou antes de atravessar a grande porta de madeira pesada.

— Pai... – Emmett começou a falar, mas foi interrompido.

— Emmett. – o pai o cortou. – Nós temos um plano, um bom plano. Você não quer fazer tudo sobre o que conversamos? Seu avô acredita em você. – questionou.

A verdade era que Carlisle e Aro haviam preparado Emmett desde muito cedo para se tornar um dos próximos governantes do país. Aro vinha de uma família que construíra fortuna em cima do petróleo e vários advogados de renome haviam saído daquele sangue. Mas ali eles estavam prontos para o próximo passo, para erguer ainda mais as apostas. Queriam alguém que fosse ser eleito um senador, para que depois de alguns anos, fizessem uma tentativa na casa branca. E aquele alguém era Emmett.

O neto de Aro havia sido criado, desde muito jovem, voltado a esses valores. Haviam construído cuidadosamente suas virtudes e seus passos, para que nada saísse errado no futuro. Incutiram nele o amor pelo Direito e pela política, e já tinham toda sua vida desenhada antes mesmo que ele entendesse quanto eram dois mais dois. Sabiam que ele se graduaria em Direito, em qual área atuaria e por quantos anos trabalharia na grande firma da família antes que lançasse sua candidatura. Sabiam exatamente com que tipo de mulher ele se casaria, qual deveria ser sua aparência e quais tipos de atividade ela devia fazer.

— Eu...

— Não quer consertar todas as coisas que estão erradas em nosso país? – continuou Carlisle, de maneira incisiva. – Você sabe que esse é seu momento, que pode fazer isso. Temos todo o apoio de que precisamos, mas nenhum de nós pode vacilar. Você pode mudar o país, Emmett.

Aquelas palavras batiam muito profundamente no mais novo. Sendo trabalhado desde cedo para aquele objetivo, tinha criado visões muito claras do que podia fazer pelo país, mais do que aquilo, do que queria fazer pelo país. Quantas pessoas ele poderia ajudar. Quantas coisas ele poderia consertar. Tinha esperança de ser ele aquele capaz de mudar a cara da América.

Mas era Rosalie de quem eles falavam ali. A linda, divertida e incrivelmente única Rosalie. Nada daquilo parecia certo. Qual era o problema em ela ser diferente deles? Aquilo não era empecilho... Era?

Ele vacilou, ficando mais abalado do que pretendia. O homem mais velho notou a hesitação, e aproveitou a deixa para dizer mais palavras de poder ao filho, contando sobre todos os objetivos que já haviam sido alcançados e quão perto tudo estava de se tornar real. Emmett engoliu em seco, ouvindo as palavras de Carlisle com atenção, tentando separar em sua mente tudo o que precisava ser entendido, tentando tratar com lógica algo que vinha de seu coração.

Ambos ainda ficaram no escritório por cerca de vinte minutos depois da saída de Aro e, quando por fim não podiam mais adiar, voltaram para a festa. A primeira coisa que notou ao chegar ao meio das pessoas foi os cochichos. Os olhares de lado. Logo a mãe apareceu ao seu lado.

— Querido, que bom que você apareceu. – disse pegando-o pelo braço de maneira firme e o carregando com ela. Emmett não entendeu, mas seguiu-a prontamente.

— O que há?

— Sua acompanhante passou um pouco da conta nas bebidas e certamente dos limites. – murmurou com a voz nada simpática. – Está se envergonhando, e por Deus, envergonhando nossa família. É hora de você dar um jeito nisso.

— O que? – franziu as sobrancelhas, olhando ao redor à procura de Rosalie. – Onde ela está?

— Sua avó a levou para a cozinha para tirá-la do meio da festa, estávamos esperando você voltar para que você resolvesse isso. – avisou. – Mande o carro a levar e volte para o discurso de sua avó.

— Eu... – ele fechou a boca, confuso, sem entender de fato o que acontecera.

Resolveu seguir para a cozinha em silêncio e ao chegar lá encontrou uma Rosalie muito bêbada, sentada numa cadeira enquanto comia diversos petiscos de uma bandeja. Os olhos da senhora mais velha cintilaram ao ver o neto. Ela sorriu e seguiu em sua direção antes que ele alcançasse a loura ou ela sequer o visse.

— Onde estava? Estava o procurando há horas. – reclamou.

— No escritório do meu avô. – Sulpicia revirou os olhos.

— Vocês e essas reuniões que não podem esperar.

— Vovó, o que aconteceu? – ele perguntou confuso. Ela manteve os lábios em uma linha fina por alguns segundos e então suspirou brevemente.

— Sua namorada tem opiniões muito... fortes. – explicou. Emmett franziu o cenho.

— O que isso quer dizer? O que aconteceu? – repetiu impaciente.

— Ela bebeu mais champanhe do que deveria, obviamente. – disse acenando com uma mão na direção de Rosalie. – Então acabou entrando em várias conversas ao redor dela e falando coisas... desagradáveis, para dizer o mínimo. Quando Anne sugeriu que era hora dela parar de beber, Rosalie foi inteiramente grossa com ela e depois acabou derrubando um garçom com uma bandeja cheia em cima dos convidados! – ela balançou a cabeça, desgostosa. Emmett ouviu em silêncio, sem saber o que falar, a cabeça parecendo ter ficado vazia de palavras de repente.

— Eu... – ele se debateu com a falta de palavras. – Eu sinto muito, vovó. – ela deu um sorriso terno.

— Bom, já passou, não é mesmo? – deu de ombros, então voltou o olhar para Rosalie, que agora parecia cochilar em cima dos aperitivos. – Eu sei que ela é linda, querido, mas talvez seja melhor tomar mais cuidado com o champanhe? – sugeriu. Emmett suspirou.

— Minha mãe está furiosa, não está? – perguntou e a avó sorriu.

— É claro que está, mas você sabe como Esme é.

— E meu avô viu tudo também? – Sulpicia hesitou antes de assentir.

— Ele me falou que você diz amar essa garota. – confidenciou, dando um riso carinhoso em seguida.

— Eu amo. – ele confirmou, encarando Rosalie com os olhos confusos. A avó inclinou o pescoço, observando-o.

— Eu entendo isso, Emm. Porém, Rosalie não é... uma garota como nós. – Emmett voltou o rosto automaticamente para a senhora, irritação tomando conta de sua face.

— Meu avô pediu a você que falasse isso? – perguntou de forma bruta. As sobrancelhas dela se ergueram.

— O que? É claro que não. – rebateu. Seu olhar se tornou mais suave. – O que quero dizer é... Rosalie não foi criada como você, não compartilha de seus valores e claramente não compactua com a vida que nenhum de nós leva. Honestamente, depois de algumas coisas que a ouvi dizer, sequer sei como ela se relaciona com você, já que claramente despreza a família McCarthy. – exagerou a senhora.

— O que? – Emmett recuou, surpreso.

— Sabe que te amo, querido, e quero te ver feliz, mas me pergunto se essa garota conseguirá fazer isso. – ela ponderou. – Sei que ela é uma garota especial, Emmett, não poderia jamais dizer o contrário. Mas você também é, e merece alguém que te ame por completo, não que ame apenas algumas partes de você.

Emmett permaneceu parado, encarando a avó que retribuía o olhar com força. Por fim, a mais velha sorriu e acariciou o rosto do neto, beijando-lhe levemente a bochecha antes de se endireitar totalmente e tirar um cisco imaginário do vestido preto.

— Bom, preciso voltar à minha festa agora, caso contrário haverá ainda mais falatório essa noite, e acho que já tivemos o suficiente disso. – ela sorriu docemente. – Por que não pede ao motorista para levar Rosalie para casa e me encontra lá fora?

— Claro. – murmurou sem de fato concordar com qualquer coisa.

Sulpicia sorriu e se afastou, deixando Emmett a encarar Rosalie, que permanecia adormecida. Naquele momento, tudo em que conseguia pensar rodava em torno das palavras da avó e do pai. Rosalie ser inadequada. Seu objetivo de uma vida estar ao alcance. Ela não o amar completamente. Ela ter dito coisas que ele sequer sabia o que eram sobre sua família, a coisa que ele mais valorizava na vida. Sobre ela desprezar sua família. Ela ser fruto de um estupro. Ela ter ficado bêbada no aniversário de sua avó. Ela não poder estar a seu lado em uma disputa eleitoral. Ela não se envolver de fato naquela sociedade. Ela não acreditar nas mesmas coisas que ele.

Muitas daquelas coisas, ele sabia, já tentavam entrar na relação deles aos poucos, muitas vezes levantando discussões. Eles já haviam discutido sobre valores. Sobre casamento, política, grandes corporações, comportamentos destrutivos, ideação familiar, carreiras políticas, economia... Eles já haviam discutido tanto, Emmett percebeu consternado.

Com um suspiro pesado, ele seguiu em frente até ela e tentou acordá-la. Ela murmurou, sem querer de fato abrir os olhos, resmungando palavras incompreensíveis. Impaciente, ele pegou-a nos braços, carregando-a pela saída dos fundos até seu carro, colocando-a no banco do passageiro e passando o cinto de segurança por seu corpo.

— Ei. – ela sussurrou quando ele sentou no banco do motorista, um sorriso de lado em seus lábios, os olhos mal abertos cobertos por uma névoa de embriaguez. – Finalmente você voltou. Senti saudades. – sua voz lenta e um pouco embolada poderia ter prejudicado as palavras, mas Emmett só percebeu o sorriso e o cabelo ensolarado que tanto amava.

— Eu também. – foi tudo que murmurou antes de dar partida no carro.

Naquela noite deixou-a em seu dormitório, certificando-se de que estava na cama e bem antes de seguir para seu apartamento. Não voltaria à festa, nem se despedira de ninguém, mas a cabeça seguia um caos e tudo que ele queria era espaço, solidão e seu fiel saco de pancada. Então, rapidamente, guiou o carro até seu prédio caro.

Na manhã seguinte, Rosalie acordou com a cabeça pesada e a boca seca, em grande necessidade de um café. Alice ainda dormia, então saiu silenciosamente para conseguir um pouco de cafeína. Voltou algum tempo depois, um copo grande de café nas mãos, e encontrou Alice sentada na cama, mexendo no notebook. A baixinha ergueu os olhos ao vê-la entrar.

— Ei!  - cumprimentou de bom humor. – E então, como foi o encontro com a família do Emmett? – quis saber. Rosalie quase se encolheu.

— Ótimo. – ela forçou um sorriso. – Exceto que foi o contrário de ótimo e eu fiquei super bêbada e posso ter dado um pequeno vexame. Ou um grande vexame. – os olhos de Alice se arregalaram.

— O que? – Alice perguntou, erguendo as sobrancelhas. – O que você fez?

— Alice, eles me odiaram e o Emmett meio que sumiu por um tempo para conversar com o pai e o avô e eu fiquei sozinha, com muito uísque e aquelas pessoas parecendo me olhar como se eu fosse lixo, e você sabe que eu não posso beber uísque.

— Então por que você bebeu? – retorquiu como se Rosalie fosse idiota.

— Porque eles me odiaram e eu estava sozinha e foi a primeira coisa que eu vi! Eles estavam vestidos como se fossem a algum evento totalmente importante, tipo um casamento de presidente, e eu-

— Estava vestida com esse vestido de linho totalmente sem graça? – a baixinha riu. Rosalie olhou para o corpo, reparando que sequer se trocara ao sair, usando ainda o mesmo vestido verde da noite anterior.

— Esse vestido é o que eu considero arrumado, o que só deixou claro quão absurdamente não conheço o estilo de vida dos bilionários do país. – ela corrigiu. – E nem estou adequada a ele.

— Bom, isso nunca foi segredo. – Alice sorriu, complacente, e Rosalie fez uma careta.

— Alice, a família dele é ridiculamente rica. O tipo de riqueza que a gente acha que só vai ver nos filmes. Quando cheguei à casa dos avós dele achei que estava entrando numa propriedade da família real. – contou.

— Bom, nós já sabíamos que ele era rico. – ela deu de ombros.

— Você não está entendendo o tipo de rico. Um dos tios dele chegou com um helicóptero, eles tem um heliporto no jardim de trás. Eles têm um brasão, Alice, um brasão, que usam em umas roupas arrumadas nesses eventos de família. – comentou.

— Uau.

— A família inteira estava me olhando como se eu fosse um alienígena. Eu não pertenço àquele lugar. – Rosalie decretou e Alice hesitou.

— O que o Emmett disse?

— Nada. Não acho que ele sequer notou. Ele é apaixonado pela família, isso ficou mais que claro, e idolatra o avô. E, bom, depois eu meio que fiquei bêbada e não me lembro direito de tudo que aconteceu, mas sei que passei vergonha e sei que ele me trouxe para casa.

— Nossa, Rose. – ela fez uma careta. – Você realmente devia tomar cuidado com as bebidas. – alertou e Rosalie revirou os olhos, irritada.

Não é como se ela fosse uma alcoólatra. Ela gostava de beber, é verdade, e às vezes passava da conta e não se lembrava direito do que acontecia... Mas não era um problema. Não era uma viciada que não sabia lidar com bebida, apenas bebia demais às vezes. Emmett costumava reclamar disso vez ou outra, e ela sempre falava que melhoraria as quantidades para não perder totalmente os limites e a memória, entretanto o comportamento voltava a se repetir.

— Então, você estava falando da família dele. – Alice incentivou, vendo a feição mal humorada que se formava no rosto de Rosalie e querendo evitar tamanha negatividade pela manhã. A loura aceitou a deixa de bom grado, continuando de onde tinha parado.

— Enfim, ele adora a família e parece que ele é o escolhido pelo clã, o herdeiro dos herdeiros, aquele que vai fazer tudo que o avô ainda não fez. – Alice riu. – Isso não é engraçado, Alice! – ela resmungou e a amiga tentou reprimir o sorriso.

— Ah, fala sério, meio que é sim. – ela respondeu e Rosalie mordeu o lábio.

— Argh! – ela revirou os olhos. – E eles são realmente sérios sobre essa coisa de política, pelo que ouvi das conversas. Todos eles já tratam o Emmett como se ele fosse se lançar a candidato de alguma coisa no próximo ano.

— O Emmett vai lançar candidatura de alguma coisa? – a baixinha perguntou confusa.

— A família dele realmente quer que ele siga carreira política e ele nunca mencionou isso comigo de forma tão concreta, mas quando estava lá falando com eles... Ele parecia bastante certo sobre isso. Acho que ele pretende se tornar político mais para frente. – assentiu e se encolheu.

— De todas as pessoas em Nova York que você poderia se envolver, você resolveu se apaixonar por um político por escolha. – a morena riu novamente. – Mas talvez ele só estivesse falando aquilo por causa da família? Sei lá, o Emmett parece muito bacana para ser político.

— Não é?! – Rosalie concordou. – Não consigo imaginar me relacionar com alguém assim. Ainda mais um republicano!

— O que obviamente toda a família dele é. – Alice assumiu e franziu o cenho; Rosalie assentiu, resignada.

— Claro que sim. – suspirou. – Nem consigo imaginar o Emmett assim. É como se eu não conseguisse compreender totalmente esse lado dele, que está ligado a essa família.

— Bom, para falar a verdade ele nunca realmente escondeu essa tendência. – Alice comentou de forma casual.

— O que quer dizer?

— Ele sempre deixou suas opiniões sobre assuntos polêmicos – Alice inseriu aspas no ar – muito claras. Inclusive vocês já discutiram em mesas de bar indefinidamente por isso.

Rosalie se remexeu, desconfortável. Sim, era verdade. Era verdade que ela e Emmett discordavam em muitas coisas, mas nunca a incomodara tanto até ver a família dele. Até ver a que ponto estava embebido aquele tipo de opinião, de onde saíra cada ideia, cada escolha. Antes de conhecer a família dele, Emmett parecia apenas ser Emmett, porém, agora, ele parecia... Emmett McCarthy, maior herdeiro do petróleo do país.

Com um suspiro ela se dirigiu até a porta do banheiro e Alice a olhou, curiosa.

— Não importa. Vou deixar tudo isso para lá. – deu de ombros. – Quem se importa com a família dele? Estou me relacionando com o Emmett, não com seus parentes. – resmungou. Alice ergueu uma sobrancelha e balançou a cabeça.

— Querida, nem você é tão ingênua assim. – murmurou antes de Rosalie bater a porta com força. Precisava tomar um banho, parecer bem o suficiente para sair na rua novamente e pedir desculpas ao namorado.

Ela precisou se desculpar profusamente, tendo total ciência de que seu comportamento não havia sido o melhor. Sua memória, fragmentada por conta da bebida, foi razoavelmente preenchida pelas palavras de Emmett, que contou parte ou outra do que ouvira sobre a cena. Rosalie se sentia péssima. É verdade que não gostara exatamente da família dele ou dos amigos, e que aquele lugar era o antro de tudo que ela desprezava, mas ainda assim não era razão para ser rude ou causar uma cena. Estava envergonhada por seu comportamento e sentia-se mal por ter causado uma impressão pior do que imaginara na família dele.

Família que, aliás, havia tecido muitos comentários sobre a namorada de Emmett, a mãe dele até mesmo indo visita-lo naquele final de semana para conversar sobre suas escolhas. Parecia a Emmett que era uma concepção geral da família que Rosalie parecia inadequada, a única exceção sendo seu primo, James, que realmente gostara da garota.

Ela se esforçou para conseguir o perdão do grandão, que acabou se dando por vencido, porém, não esquecendo totalmente tudo que a família o havia dito. Tudo que o pai colocara tão claramente. Não sabia o que fazer sobre a descoberta da concepção de Rosalie; não tinha coragem sequer de perguntar a ela. Primeiro, porque era uma informação íntima demais – se é que ela sabia daquilo. Não tinha certeza se a loura sabia ou queria falar sobre aquele assunto. Era ainda mais inconcebível falar sobre quando se pensava em como ele havia descoberto a informação, como o pai havia feito uma investigação sobre a garota! Ele estava tão irritado com Carlisle por causa daquela atitude. Sabia que o pai muitas vezes ultrapassava alguns limites, já o vira fazer o mesmo com outras pessoas, mas jamais imaginou que seria com alguém tão próximo a ele.

Algumas semanas mais tarde, todos os amigos se reuniram numa festa surpresa para Bella. Realizaram o evento em um dos bares preferidos da garota e reuniram os amigos mais próximos. Edward estava lá, já que Bella e ele haviam se dado muito bem e desenvolvido uma amizade forte, e até mesmo James apareceu quando Emmett o convidou.

— Então, vamos ser diretas: quão solteiro é o primo do Emmett e quão complicado seria leva-lo para a cama? – Alice perguntou quando parou ao lado de Rosalie na mesa. A loura reprimiu uma risada e moveu a cabeça em direção às costas da amiga. Emmett estava parado ali, duas cervejas nas mãos e um sorriso divertido no rosto.

— Muito solteiro e acredito que seria bem fácil, nada complicado mesmo. – respondeu bem humorado enquanto Alice franzia o cenho, constrangida.

— Isso não poderia ser mais embaraçoso. – a baixinha comentou com um gemido. Emmett riu.

— Eu não diria isso ainda se fosse você. – Rosalie cochichou, apontando para James que estava logo atrás de Emmett, com um sorriso brilhante nos lábios.

— Alice, eu estava prestes a te perguntar se eu poderia te pagar uma bebida. – ele disse, tentando faze-la se sentir menos constrangida. Ela gemeu novamente, apertando os olhos com força, então virou o resto do drinque colorido em seu copo, batendo o recipiente vazio na mesa em seguida.

— Depois dessa eu acho que você certamente deve. – respondeu, levantando-se. Rosalie e Emmett riram enquanto os assistiam se afastar.

— Aí está um casal que nunca imaginei. – a loura comentou, pegando a cerveja que Emmett trouxera para ela.

— Seria divertido. – Emmett deu de ombros e logo depois Rosalie o puxou para mais perto da aniversariante que conversava animada com Edward.

— Então, está gostando da surpresa? – Rosalie perguntou à Bella. Ela sorriu.

— Claro.

— Rá! – Edward bufou e riu.

— Qual o problema? – Emmett perguntou, confuso ao ver Rosalie e Bella rirem.

— Bella não é a maior das fãs de surpresas. Ou aniversários. – Rose explicou. O namorado franziu as sobrancelhas.

— Então por que fizeram uma comemoração surpresa para ela? – quis saber.

— Porque ela e a Alice são fãs de ambos. – a garota de olhos chocolates respondeu e Rosalie riu, puxando-a para um meio abraço.

— Porque apesar da Bella ser uma chata total quando se trata disso, gostamos de fazê-la comemorar essa data, e se não fizermos uma surpresa ela definitivamente foge da ocasião. – ela corrigiu. – Mas ah, fala sério! Estamos em poucos, num bar, bebendo. Não pode ser chamado de festa, é uma coisa totalmente casual.

— Tirando a parte do bolo. – concedeu Edward.

— E de todo mundo cantando parabéns para ela. – Emmett completou sorrindo. Bella se encolheu.

— Achei que depois de sair da casa dos meus pais essas humilhações acabariam. – ela reclamou e Rosalie riu novamente.

— Amiga, nós somos sua família agora. É nossa obrigação moral te envergonhar. – explicou, como se fosse uma informação óbvia.

Cerca de dois meses depois, tudo estava tão bem quanto possível. Emmett mais atarefado que o normal, estudando ainda mais para a prova iminente, Rosalie trabalhando duro para uma apresentação que se seguiria. Alice estava com um novo namorado, então mal aparecia no dormitório das duas, ficando sempre na casa do garoto – que Rosalie classificara como ideal para a baixinha. Uma noite de terça-feira, Emmett a estava esperando no dormitório dela depois de Alice deixa-lo entrar e sair, livro aberto no colo enquanto ela não chegava de um ensaio. A baixinha avisara que Rosalie tinha uma surpresa e estava realmente empolgada sobre aquilo, deixando Emmett curioso.

Rosalie entrou animada em seu quarto cerca de vinte minutos depois de ele chegar lá. Ela ainda vestia seu traje do ensaio de balé e carregava uma bolsa de lado pendurada no ombro. A loura sorriu quando o viu, largando a bolsa no chão, e se jogou nos braços dele, dando-lhe um beijo empolgado. Emmett retribuiu, gostando do humor, deixando o livro de estudo de lado.

— Ganhei uma bolsa de intercâmbio. – ela disse assim que se separaram, a voz maravilhada, os olhos brilhantes. – Tudo pago por um semestre na Rússia. Vou estudar na Bolshoi, Emmett, Bolshoi! A faculdade vai me sustentar por todo o tempo que eu estiver lá, não vou gastar com nada, nem com passagens! Eu nem acredito nisso! – ela riu encantada. – Alice já está me ajudando a preparar tudo.

— O que? – ele perguntou, surpreso pela última frase, caindo do bom humor há pouco adquirido. – Você vai para Rússia por seis meses?

— Sim. – confirmou, empolgada.

— Você pretendia me consultar sobre isso? – ele perguntou irritado, levantando-se da cama. Rosalie ergueu as sobrancelhas, se levantando também.

— Desculpe, não sabia que você era meu dono e eu precisava de permissão. – ela disse de forma debochada. Emmett comprimiu a boca.

— Sou seu namorado, esse é o tipo de decisão que envolve discussão entre duas pessoas quando se está num relacionamento. – rebateu.

— Não, essa é uma decisão que cabe somente a mim, já que diz respeito à minha vida. – discordou.

— Nós compartilhamos uma vida, Rosalie, acho que seria apenas justo eu poder falar algo a respeito. – a voz de Emmett soou fria e controlada, tal qual aprendera observando sua família.

— Essa não é uma oportunidade que eu possa me dar ao luxo de perder, não há discussão. – ela disse igualmente firme.

— Meu pai estava certo sobre você. – ele resmungou amargurado e Rosalie recuou.

— O que? – ergueu as sobrancelhas.

Não era segredo para Rosalie como o sogro se sentia em relação a ela. Ele já havia até mesmo a abordado, no mês anterior, insinuando que ela deveria terminar o relacionamento com o filho, oferecendo até mesmo dinheiro para que ela o deixasse; ela nem mesmo comentara o fato com Emmett, enojada pelo comportamento, confidenciando o fato apenas a Alice. Aquela frase deu então início a mais long discussão que já haviam travado, onde acabaram falando sobre todas as coisas que haviam os incomodado durante aqueles dois anos juntos, todas as pequenas brigas já passadas.

Sobre os valores diferentes, as crenças que não compartilhavam, ela tomando decisões tão importantes sem o consultar, a bebida em excesso de Rosalie, o constrangimento que ela causara a ele durante o jantar de família em que ficara bêbada, a expectativa dele de se tornar uma figura pública e o que aquilo inferia na vida dele, sobre casamento e filhos, uma das coisas sobre as quais mais diferiam, e sobre o futuro que esperavam para si.

A discussão pareceu durar uma eternidade, e ao fim dela ambos estavam esgotados, parados um ao lado do outro, sentados na beirada da cama de solteiro do dormitório pequeno.

— Não acredito que isso está acabando. – Rosalie murmurou enquanto olhava para o chão, tentando evitar que as lágrimas caíssem de seus olhos claros.

Aquele era o único fim possível depois da longa briga rodeada de acusações e gritos. Eram completamente diferentes e era desgastante insistir em algo que estava claramente fadado ao fracasso. Ele a trouxe para mais perto de si, engolindo em seco.

— Eu amo você. – Emmett a assegurou, a voz soando muito intensa.

— Eu amo você. – ela devolveu, o rosto enterrado no peitoral dele. Ambos sabiam que aquilo não era suficiente. O silêncio perdurou por um longo momento até que ela voltasse a falar. – Se o mundo estivesse acabando  e não houvesse futuro ou decisões, nós ficaríamos juntos? – ele ergueu uma sobrancelha, sem compreender exatamente o ponto dela. – Se o mundo estivesse acabando, você viria, certo? – tentou novamente. Emmett ainda não conseguia entender totalmente, mas respondeu, hesitante.

— Certo.

— Estamos nos separando, mas ainda nos amamos, certo? Ainda nos amamos mais do que qualquer outra pessoa? – checou. – E por isso você viria. Você ainda me ama mais do que a qualquer pessoa. – explicou.

— Certo. – ele repetiu, tendo uma maior compreensão das perguntas confusas dela.

Continuaram meio abraçados por um tempo, até que Emmett suspirou e se ergueu da cama, deixando-a sentada sozinha. Olhou ao redor do dormitório amarelo e feliz que se tornara tão comum a ele nos últimos anos enquanto Rosalie o observava.

— Eu acho que isso é um adeus. – ele disse por fim. Ela mordeu o lábio inferior, os olhos se enchendo de lágrimas ao registrar a situação, então assentiu, incapaz de soltar palavras sem chorar. – Então adeus, Rose.

Emmett a encarou profundamente uma última vez e seguiu em direção à porta. Rosalie escorregou até ficar numa posição deitada, enrolando-se na cama enquanto derrubava lágrimas pesadas que molhavam seu lençol azul. Foi daquela forma que Alice a encontrou, algumas horas depois, ao chegar ao dormitório.

Preocupada com a cena, correu até a amiga, perguntando o que havia acontecido. Rosalie chorou mais, dessa vez nos braços de Alice, até por fim ser capaz de contar o que havia se passado. A baixinha ouviu, assentindo em alguns momentos, acariciando a mão de Rosalie em outros, falando que ficaria tudo bem, até que a loura enfim se acalmou depois de tomar uma xícara de chá que Alice a preparou.

— Olha Rose, entendo que você o ama e o Emmett é mesmo ótimo, mas você tem que entender que amor não é o suficiente em um relacionamento. – Alice explicou com paciência, se compadecendo pela situação da amiga. – Sei que pode parecer e essa é uma noção realmente romântica e bonita, mas depois de um tempo a gente entende que não é assim. Você e o Emmett têm ideias totalmente diferentes para o futuro. Vocês nem mesmo conseguem concordar em coisas básicas. Me desculpe falar, mas parecia fadado ao fracasso há um bom tempo. – comentou com a voz delicada, sem querer que Rosalie voltasse às lágrimas, mas com as palavras implorando para sair.

— Alice!

— Rose, me desculpe, mas é verdade. O que você achou que aconteceria depois de um tempo, quando ficassem mais velhos e o Emmett quisesse se casar? E quando ele quisesse ter filhos? Você não quer nenhuma dessas coisas, nunca quis, e até onde eu sei ainda não quer. – ergueu uma sobrancelha, como se esperasse Rosalie a contradizer; a loura não o fez.  – O Emmett já deixou claro que isso é uma coisa que ele quer e também não está disposto a abrir mão, logo... E esse é só um dos pontos. Nem vou entrar na família louca que ele tem e ama, nem sobre ele querer virar um político. – a baixinha quase cuspiu as últimas palavras.

— Olha Alice, não estou falando que isso não é verdade, mas... Eu não sei. Eu o amo. Nada disso parece ser importante agora quando estou aqui me despedaçando porque amo aquele cara.

— Eu sei, amiga, e eu realmente sinto muito por isso. Mas você tem uma oportunidade maravilhosa aqui, de ir para a Bolshoi e aprender coisas incríveis e ser quem você sempre quis. – disse de forma solidária, apertando a mão de Rosalie. – Você sabe que eu te amo e não queria te magoar falando aquilo, mas é a verdade. E acho que a melhor forma de lidar com isso é sendo madura, indo atrás dos seus sonhos e conseguindo coisas que quer, de preferência se divertindo com alguns europeus no caminho. – sorriu, erguendo uma das sobrancelhas.

As palavras de Alice não amenizaram o sofrimento de Rosalie, mas algum tempo depois ela estava em um avião a caminho da Rússia, pronta para viver um grande sonho e aproveitar ao máximo a oportunidade. Os seis meses lá passaram mais rápido do que ela esperava, entre trabalho duro e um pouco de turismo. Conheceu muitas pessoas, treinou com dançarinos incríveis, se dedicando à sua modalidade preferida: balé.

Emmett, em contra partida, fez o teste para entrar na faculdade de Direito, obviamente sendo aprovado, e recebendo felicitações de toda a família. Depois da partida de Rosalie, eles pareciam muito mais calmos e seguros do futuro do herdeiro, até mesmo o apresentando a garotas que consideravam uma boa opção para o garoto. Ele as recusou, pouco inclinado a se envolver seriamente com alguém quando ainda nutria sentimentos pela loura. Não se falaram durante aquele tempo, mas aquilo não impediu que nenhum dos dois ainda se mantivesse firme a um sentimento antigo. Acompanhavam a vida um do outro pelas redes sociais, sempre em silêncio, observando as fotos, as conquistas e as viagens. Emmett viu Rosalie se empenhar na dança, enquanto ela o viu conseguir um estágio importante que era a cara de sua família.

Ela voltou para os Estados Unidos, seis meses depois, com mais conhecimento e prática do que imaginara, e feliz por, apesar de estar deixando um sonho, estar de volta ao lado dos amigos. Voltou a dividir o dormitório com Alice, conhecendo outro namorado novo, divertindo-se com as histórias que não vivera ao lado deles naqueles últimos meses, saindo sempre que podia para matar a saudade de seus lugares preferidos e sempre acompanhando Alice a algum bar nos finais de semana.

Em um daqueles finais de semana, na comemoração do aniversário de Bella onde Edward estava, já que ambos haviam virado amigos inseparáveis, Rosalie se sentiu doída como em muito tempo não se sentia. Era fácil não sofrer quando estava em outro continente ou quando estava tão ocupada que mal tinha tempo de pensar. Até mesmo perto dos amigos era fácil não sofrer, mas ver Edward ali, depois de tanto tempo sem ver Emmett, no exato bar em que haviam se conhecido, só a fez se lembrar do ex namorado.

Em algum ponto da noite, depois de várias doses de tequila, ela levantou-se e foi até a porta do bar. Pegou o telefone enquanto caminhava lentamente, observando um número que não usava há muito tempo, perguntando-se se ele continuava o mesmo. Deu mais alguns passos, respirando fundo, reunindo o resto de coragem que precisava.

— Alô? – ela ouviu a voz do outro lado dizer, um barulho de conversa e risada no fundo, e seu corpo todo pareceu sentir aquele som.

— Já faz um ano. – ela disse, sem cumprimentos nem nada, a voz um pouco lenta por causa de todo o álcool. – Já faz um ano e a gente nunca mais se falou e, sabe, eu sei que a gente não daria certo, mas sei lá, sinto sua falta, sabe? – falou de uma vez, não dando espaço para respostas antes de continuar. – Sinto sua falta, Emm. Se o mundo estivesse acabando, a gente não teria que se preocupar com mais nada. Hoje fiquei pensando na primeira noite em que nos vimos. Você foi a única pessoa que dançou comigo no meio de um bar. Sinto falta de dançar em bares com você.

— Rosalie! – ela ouviu Alice gritar de repente, aparecendo na porta do bar e indo na direção dela.

— Se o mundo estivesse acabando você viria, certo? – perguntou, insegura, antes que a baixinha conseguisse por as mãos nela, dando passos rápidos para longe da amiga. Alice se apressou atrás da loura.

— Sempre. – foi tudo que ela conseguiu ouvir antes das mãos pequenas de Alice agarrem o celular e finalizarem a ligação.

Rosalie sabia que Emmett compreendia o que aquilo significava. Sabia que ele entendia que aquilo queria dizer: não existe ninguém além de você. Não estamos juntos e não nos falamos há um ano, mas ainda é você.

— Não me faça te perseguir de novo, eu não tenho velocidade o suficiente para isso. – Alice resmungou a empurrando de volta para o bar, onde os amigos ainda bebiam. – Você vai se arrepender muito dessa ligação bêbada amanhã.


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Notas finais do capítulo

Oi gente! Como vocês estão?
Antes de tudo, fala sério, quando na minha vida de escritora eu postei capítulos tão rápido? hahaha
E aí, o que acharam? Quero agradecer demais aos reviews do capítulo passado, vocês me deixam felizes demais!! Sempre que vejo que ainda tem gente aqui me lendo (e curtindo!) fico mais animada de continuar escrevendo (e logo venho com uma long-fic que virou meu xodózinho) hahah espero que vocês tenham gostado e mal posso esperar para ouvir o que acharam!
Ia postar antes, mas nesses últimos dias estive "reescrevendo" uma antiga fanfic, Encontros Casuais, para rever algumas coisas ortográficas (porque na época meu word não estava 100% e a pobre fanfic sofria) e mudar alguns diálogos e coisas afins. Lendo aquilo percebi o quanto minha escrita mudou ao longo dos capítulos (e como eu evolui muito em relação a plot e afins kkkkk socorro, desculpa quem leu aquele enredo doido kkkkk), mas acabei não mudando muito da história, porque foi muito bacana revisitar e ver esse desenvolvimento pessoal. Enfim, desabafei aqui, né? hahahah
Sem mais delongas, volto logo com a próxima parte! Espero que tenham gostado e que estejam se cuidando e todas bem.
Beijos,
Lana.



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