Desejo e Reparação escrita por natkimberly


Capítulo 7
Mansfield Park




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Mansfield Park era gigantesca, poderia se dizer que ninguém da família Dashwood havia pisado em um lugar tão imenso na vida inteira. Para chegar na mansão tiveram que fazer uma longa caminhada pelo jardim, Jane nunca tinha visto tantas flores diversas em toda sua vida, tinha certeza que alí haviam todos os tipos delas. Emma nunca tinha visto uma casa tão bonita, era branca com detalhes dourados, ela se sentiria em um castelo de princesa se pudesse morar alí. Já Anne só descobriria a sua diversão quando visse a biblioteca do lugar, que pode se dizer que era uma das melhores do país.

Os seis entraram na casa e foram guiados pelo mordomo até a sala de estar, onde encontraram Sir Collins sentado escrevendo uma carta, Fitzwilliam Knightley lendo um livro e Gerald Knightley muito ocupado apreciando sua própria vestimenta. O Sir Collins e Gerald pararam, imediatamente, o que estavam fazendo, se levantaram e fizeram uma reverência, enquanto Fitzwilliam permaneceu sentado, agindo como se não tivesse visto ninguém chegar.

As meninas reverenciaram, e  em seguida tiraram seus chapéus. Jane fez questão de não deixar Emma sair do seu lado em nenhuma hipótese, as duas sentaram no sofá e Jane, sem nem ligar para os outros, sussurrou:

— Pode acabar com esse suspense? Estou morrendo de curiosidade para saber o que você e Mr. Russell conversaram a dança toda.

— Ah, sim! Havia até esquecido - ela respondeu, estava um pouco avoada olhando para a sala. - Bom, basicamente, eu consegui fazer o Mr. Russell me contar um confissão, ele me disse que o Charles veio à Meryton porque está gostando de alguém. Mas quem seria a sortuda? Isso ele não quis me falar.

— Então, foi só sobre isso que falaram? - Jane sentiu uma espécie de alívio, olhou para o Charles, que estava do outro lado da sala, e continuou: - Quem você acha que pode ser? Meryton não é uma cidade muito pequena, acha que ela é de uma classe inferior?

— Acho que ela convive conosco, com certeza a devemos conhecer. Charles não tem costume de sair muito, sempre andava com a gente para tudo que era lu…

Emma foi interrompida pela presença de sua pequena irmã, Anne. Ela sentou junto das duas e sussurrou para elas:

— O que acham da gente sair daqui? - Ela dizia tão baixo que elas mal conseguiram escutar - Está tão entediante.

— Como assim? Pra onde? - Jane perguntou.

— Para a biblioteca, óbvio. Eu estou morrendo de curiosidade, por favor. Deve ter o quíntuplo de livros que temos na nossa humilde casa.

— Anne, sua louca, não podemos sair assim do nada - Emma afirmou. - Papai nos mataria e, ainda por cima, nem sabemos onde fica, iríamos nos perder nesse castelão, de certeza.

Anne continuou a insistir, até que Jane e Emma cederam. O pai estava a papear com Sir Collins sobre riquezas, enquanto Charles e Mr. Russell estavam dialogando com Gerald sobre caça. As meninas se levantaram de fininho e começaram a caminhar na direção da porta para perguntar a algum criado sobre o trajeto necessário para ir ao tal destino. Quando Jane encostou na maçaneta:

— Aonde estão indo, senhoritas Dashwood? - Fitzwilliam falou tão alto que todos os presentes se viraram para elas. 

Jane e Anne ficaram vermelhas de vergonha, já Emma ficou de raiva. Ele estava sentado na frente delas, com certeza ouviu a conversa, mas queria que elas passassem por esse vexame. As três se encararam e Anne tomou partida:

— Nós estávamos querendo ir ao banheiro - ela disse com forçando sua voz para ficar fofa e fazendo uma cara de cachorrinho abandonado.

— As três indo ao banheiro de uma só vez? - Fitzwilliam perguntou, sem tirar os olhos de seu livro.

Emma estava pra matar ele, queria fechar aquele livro amarelado em seu nariz horroroso. A mesma se recompôs e falou calmamente: 

— A gente queria conhecer a biblioteca de Mansfield Park, mas não era nosso objetivo atrapalhar o diálogo de vocês. Pareciam muito concentrados.

— Ah, srta. Dashwood, por que não disse logo? - Sir Collins abriu um sorriso e caminhou na direção delas, Jane ficou na defensiva. - O almoço será servido agora mesmo, para em seguida, eu mesmo guiar as moças até lá, o mais rápido possível. 

Sir Collins disse isso se direcionando à Jane em especial, o que fez ela ficar mais vermelha do que já estava antes, mas Emma sabia que a irmã estava mais que irritada com toda essa situação. Sir Collins saiu da sala e pediu para os criados servirem o jantar imediatamente e, quando voltou, ainda perguntou se elas estavam precisando de mais alguma coisa. Emma adorava essa paparicação, e esperava que a visita demorasse até o anoitecer.

O grupo se direcionou para a vasta sala de refeição. Sir Collins sentou-se na cadeira principal e Sir Dashwood, logo fez questão de sentar ao seu lado e puxar Jane para sentar próximo à si, Emma, como uma boa irmã, sentou do lado de Jane.

Os criados serviram a comida, mas isso não foi motivo para por fim à conversa de Sir Dashwood com Sir Collins, ambos pareciam se conhecer há tempos. Enquanto isso, Anne se virou para o Mr. Knightley e o perguntou:

— Mr. Knightley, vi que estava lendo um livro na sala, qual seria? - Anne disse timidamente, Fitzwilliam parecia incrédulo que alguém tivesse tido coragem de dar uma palavra a ele.

Emma quase se engasgou com o pedaço de carne, por que a irmã estava falando com aquele traste? Gerald logo reparou a expressão de Emma e começou a segurar o riso, a garota o olhou com ar de espanto.

— Estou lendo O Morro dos Ventos Uivantes - ele a respondeu, sem tirar os olhos da comida.

— Ah, sim! Escrito pela Emily Bronte, não é? Sempre tive interesse de ler ele - Anne disse empolgada, adorava conversar sobre livros com qualquer um. - Ouvi dizer que é uma leitura muito intensa e controversa.

Emma tentou desviar o rosto, mas estava a escutar tudo, percebeu que Gerald a chamava e sussurrou para ela:

— Parece que sua irmã está caidinha pelo meu irmão, eles não teriam filhos lindos?

— Vire essa boca para lá! - Emma acabou o refutando um pouco alto, com isso seu pai voltou a prestar atenção na existência das filhas.

— Como eu havia esquecido? Sir Collins e eu estávamos conversando, Jane, e descobri que ele gosta de animais, assim como você. Que coincidência - Sir Dashwood falou.

— Isso mesmo, eu tenho alguns animais na minha casa em Londres - Sir Collins disse, sorridente. Emma não sabia se olhava para essa conversa ou para a conversa da Anne com Fitzwilliam. - Já tive muito cachorros e cavalos, inclusive, quando tive o prazer de visitar a Índia Ocidental, trouxe comigo uma espécie de porquinho-da-índia, um encanto de animal, minhas irmãzinhas o adoram.

— Um porquinho-da-índia? - Jane indagou, amava animais mais que tudo, e nunca havia visto um porquinho na vida. - Como ele é? É realmente muito pequeno, ouvi dizer que dão trabalho e podem ser nervosos.

Emma viu que a irmã estava confortável e voltou-se para a mais nova, que estava agora toda falante para cima de Fitzwilliam:

— Acho incrível homens que apreciam à escrita feminina, Mr. Fitzwilliam. Geralmente, a sociedade não nos leva a sério, acha que não podemos escrever nada além de romances bobos ou tragédias previsíveis.

— Eu considero a escrita delas superior à dos homens, é mais sentimental - ele a respondia dessa vez a olhando de verdade, mas, ainda assim, sem parecer completamente envolvido com o diálogo. - É bom ver que mais mulheres estão escrevendo obras hoje em dia, se puder me recomendar alguma, ficaria grato pois vejo que tem um intelecto presente.

— Pelo amor de Deus, me tira daqui - Emma cochichou a Gerald, que estava no fim de seu prato, apreciando a cena e rindo da cara da morena.

Quando todos tinham terminado, Sir Dashwood disse em voz alta se levantando da mesa:

— Bom, agora, nós vamos à biblioteca, enquanto Sir Collins vai mostrar à Jane os cavalos que os trouxeram.

— O quê? Pai, eu quero conhecer à biblioteca também.

O pai das meninas conseguia causar um desconforto absurdo a elas, criando essas situações forçadas, ele logo disse:

— Mas, Sir Collins está disposto a passear com ela. - Emma viu que Sir Collins estava levemente constrangido, então, a garota disse:

— Mas, não tem necessidade, eu e Jane conhecemos os seus dois amáveis cavalos ontem, quando Mr. Gerald nos emprestou sua carruagem. Seus cavalos são adoráveis, Sir. Collins, não é, Jane?

— Sim, com certeza. O cinza era muito belo.

Sir Dashwood não tinha mais o que dizer, tinha sido nocauteado, calou-se e caminhou junto com o grupo em direção à biblioteca. Era um homem muito impertinente quando queria, o que só aumentava as impressões negativas que os irmãos Knightley tinham sobre ele, principalmente, as do Fitzwilliam, que o achava um homem deplorável e desmerecedor de seu cargo de baronete, por causa de suas inconveniências.

Ao andarem pelo vasto caminho, Emma puxou Anne e a perguntou:

— Perdeu a noção do juízo?

— Ahn? Do que está falando?

— Estou falando de você aí, toda de conversa com Fitzwilliam, ele não presta!

— Por que não? Achei ele simpático.

— Simpático? Você acha todo mundo legal, mas ele é deplorável, isso sim. Por favor, não seja ingênua..

Anne assentiu, mas pareceu nem se importar com o aviso da irmã. Emma continuou andando até sentir uma pessoa atrás dela, e escutou a sua voz em seguida:

— Destruindo futuros casais, Srta. Dashwood? Que coisa feia, eles pareciam combinar tanto - Gerald dizia andando, agora, ao lado de Emma. A garota apenas ergueu o rosto e disse confiante:

— Sei bem o que estou fazendo, Mr. Knightley, deles dois não quero nem que uma simples amizade ocorra, pelo bem da minha irmãzinha, ele não a merece.

— Se for contar o número de vezes que você não tira o nome do meu irmão da boca, eu diria que está apaixonada - Gerald respondeu sorrindo, esperando a bomba de histeria que viria.

— Você não fale isso nem de brincadeira, ouviu? Se me conhecesse saberia que posso ter uma leve preferência por morenos, mas sinto densa aversão por arrogância. E, para ser mais sincera, nem sinto interesse em me relacionar com ninguém, casamentos só geram dores de cabeça, e eu sou muito nova para sofrer.

— Mas que convicção incomum para uma mulher - Gerald retrucou, muito surpreso. Resolveu continuar com uma brincadeira: - Aposto que seu pai amaria ouvir isso. Vou chamá-lo aqui para escutá-la dizer isso.

— Nem pense em abrir a boca, isso só causaria confusão e meu pai iria ficar com raiva por não poder me persuadir a mudar de ideia.

— Pelo visto, eu e ele vamos ter que tentar fazê-la reformular esses pensamentos - ele terminou se afastando para abrir a porta da biblioteca.

Emma não entendeu o que quis dizer, mas ao entrar naquele imenso lugar, esqueceu-se por completo de tudo. Era enorme, poderia se perder ali facilmente. Sua irmã, Anne, não parava quieta e balbuciava palavras para si mesma, como se estivesse tendo uma conversa muito interessante com sua mente. Emma começou a pensar que Anne pertencia àquele lugar, e que nunca a havia visto tão feliz, nem mesmo quando seu pai presenteou a irmãzinha um cavalo, como presente de aniversário de 15 anos (fez o mesmo com Jane e Emma, é uma espécie de tradição de Sir Dashwood), mas Anne era uma menina muito caseira para se aventurar no hipismo, por isso, seu cavalo até hoje segue abandonado e sem nenhum treinamento, pobrezinho. 

As únicas pessoas que estavam dispersas do grupo, eram Anne e Jane. A última seguia caminhando sem nenhum entusiasmo em busca de algum jeito de fazer o tempo passar mais rápido, pois sentia que naquela casa estava estagnada no ponteiro de meio-dia. Como ela não havia se alimentado bem no almoço e estava sentindo muita aflição e calor, começou a se sentir nauseada. Em busca de ar fresco, Jane tentou abrir as janelas, mas estavam trancadas. E, a mesma, não podia ir pedir ajuda ao grupo, pois se não seria um estorvo para as pessoas felizes. Resolveu, então, sair de lá e ir para o vasto jardim afora, não foi difícil achar a porta principal. Quando a loira sentiu o canteiro ensolarado e o forte cheiro de flores, se tranquilizou, sentou-se em um banquinho coberto com sombra e sentiu a brisa amena se encontrar com ela.

Depois de alguns minutos assim, refletindo sobre o que pudesse, enquanto brincava com algumas flores que estavam perto. Jane olhou para o lado e viu alguém vindo em sua direção, mas como tinha uma visão afetada, em junção dos seus cabelos lisos cobrindo seus olhos por conta do vento, não conseguiu distinguir quem era. Mas, rezava que não fosse seu pai ou Sir Collins, se fosse o último ela seria vista como uma visita completamente rude e indiferente. E, Jane, não gostava quando os outros tinham falsas impressões dela.

Por sua sorte, era Mr. Russell que vinha a seu encontro, a garota logo perguntou:

 - Estão sentindo minha falta? Se quiserem que eu volte, vou ter que ficar me abanando o tempo inteiro e bebendo uma água muito gelada.

— Não perceberam que você saiu, seu pai está muito interessado nas questões políticas que o Sir Collins tem a debater, na verdade, quem me incentivou a vir aqui foi sua irmã, Emma, ela suspeitou que tivesse vindo buscar refúgio nesse jardim - ele concluiu, sentando ao seu lado no banquinho e sentindo-se cansado de tanto se perder ao tentar achar a saída de Mansfield Park. 

— Emma me conhece bem, ela deve saber que eu saí por não aguentar o calor, esse é um ponto muito negativo dessa região - expressou Jane, estava se sentindo melhor, mas ainda assim, preferia estar no conforto de sua casa. -  Não sei como Sir Collins consegue deixar todas as janelas trancadas!

— Também sou um amante do frio, aí está o lado bom de ser oficial, você conhecer muitos lugares com ares diferentes. O meu favorito é Bath, acho que a senhorita se daria bem lá, pela brisa marítima.

— Bath? Está muito enganado, pois não gosto de praia, Mr. Russell, quem ama é a Emma. Preferiria morar em um lugar como Rosings, no campo, mas ainda sim é mais frio do que aqui, só não acho que suportaria a vizinhança. Todos parecem ser muito importantes e polidos, não aguentaria viver num lugar tão “perfeitinho” como lá.

Noah não sabe explicar o porquê, mas sentiu um alívio escutando aquilo vindo dela, mostrava que Jane não era tão sofisticada, como a sua aparência e seu estilo de vida faziam parecer. Jane notando seu silêncio e não gostando, o questionou:

— No que está pensando, Mr. Russell? - indagou a loira, o fitando enquanto tirava pétalas da margarida em sua mão.

— Estou pensando em como sua família é diferente da minha - disse -, vocês com certeza não se dariam bem.

— Por que diz isso? Como eles são? - Jane demonstrou curiosidade, pois só agora havia reparado que não sabia nada sobre o paradeiro de Noah e suas relações familiares.

Noah deu um longo suspiro, parecendo que estava se relutando para evitar esse assunto, mas como já havia jogado lenha na fogueira, agora Jane já estava curiosa e não o deixaria em paz se não a respondesse. Noah estava com vergonha de contar para a garota que vinha de uma família muito humilde e com hábitos diferentes do que ela estava acostumada a achar normal. Jane, depois de alguns segundos percebeu que ele estava incomodado, logo veio a dizer:

— Mr. Russell, não deveria se sentir assim. Eu não vou rir de você, nunca faria isso. E, se sua família estiver passando por problemas com dinheiro, é só me avisar que eu arrumo um jeito de convencer meu pai a ajudá-los, sem contar para ele que você pediu, é óbvio.

Mr. Russell nem sabia como iria responder aquilo, então deu um sorriso sincero. Jane tinha um coração muito bom, e isso o fazia temer que as pessoas achassem que eles estão se aproximando porque ele tem interesse em seus bens materiais, o que era falso. Os dois continuaram a conversar e Noah contou para ela que antes de entrar para o Exército, vivia com seu pai e seus 3 irmãos homens, ele era o irmão mais novo, sua mãe havia morrido quando era muito novo, por complicações com tuberculose, e isso desestabilizou a cabeça de seu pai, pois ele passou a gastar todo seu dinheiro em jogos e bebidas, o que com que sua família fosse para um estado de pobreza muito grande. 

— Que horrível! - exclamou Jane. - E seus irmãos, como eles reagiram?

— Não tenho uma boa relação com meus irmãos mais velhos também, eles agem como brutamontes. Não fizeram questão de aprender a ler e escrever, como eu fiz. Quando consegui virar um oficial, meu primeiro pensamento foi de que conseguiria me livrar da presença daqueles que nem se importavam com a minha. Eu era indiferente naquela casa, e todos sentiam pena de nos - Mr. Russell sentia que poderia estar contando detalhes demais, então, concluiu: - Quando eu lhe disse que estava pensando em como nossas famílias eram diferentes, estava pensando em como nossos pais reagiram de maneiras diferentes ao falecimento de suas respectivas esposas. Sim, Charles me contou que sua mãe morreu quando deu a luz à Anne, espero não estar sendo indelicado, ou tocando em alguma ferida sua, Srta. Dashwood.

Jane negou, mas sentiu arrepios ao ouvir ele falar da morte de sua querida mãe assim do nada, pois lembra de cada detalhe do dia em que seu pai a contou que ela tinha falecido por complicações no parto de Anne, na verdade,  era um milagre Anne estar viva mas ela não tinha uma saúde tão forte como a de Jane e Emma, por isso, passava tanto tempo em casa lendo. 

Ela começou a ficar presa em seus pensamentos, sua mãe faleceu quando ela tinha só três anos:

—Meu pai deve ter mudado também - disse Jane -, eu não me lembro muito, mas Charles me dizia que ele começou a gastar muito com coisas fúteis, apenas para que pensem que ele é rico e pode comprar tudo que bem vier. E, isso não é verdade, pois, vou te contar um segredo, mas ano passado ele gastou tanto com viagens desnecessárias, que no final do ano ficou tão apertado que quase teve que demitir três empregados. Ele é muito consumista, e isso pode nos levar à falência algum dia. Acho que por isso que ele anseia tanto que nos casemos com homens ricos, quanta bobagem.

— Bom, pelo menos, para a felicidade dele, já já terá uma união bem vantajosa vindo. - Noah replicou, e Jane não gostou nem um pouco de ouvir aquilo, o respondeu:

— Eu não vou me casar com o Sir Collins, se é isso que está querendo dizer - a loira disse em tom de indignação, e quando estava preste a continuar a falar, Noah a interrompeu.

— Não estava me referindo a você e ele. 

Quando Jane o questionou quem era o casal em questão, ambos ouviram a voz de Emma vindo de perto da porta:

— Ahá! Vocês estão aí. Por que demoraram tanto? Jane, você está fingindo estar passando mal para que o Mr. Russell te dê atenção, não é? - Jane quase a matou por falar aquilo em voz alta, Emma se aproximou dos dois e continuou: - Vamos logo, levante daí, você já descansou o suficiente, loirinha. Já vamos para casa e você vai poder desfrutar da sua caminha e fazer vários nadas o dia inteiro, como você ama.

— Emma!

A irmã segurou sua mão e puxou para caminharem dentro da mansão:

— O que estavam conversando, posso saber? - Emma sussurrou.

— Mr. Russell estava me contando que sabe de um casamento muito vantajoso para o nosso pai que está por vir. De quem será?

— Com certeza, de você e Sir Collins, né? Não seja lerda. 

— Silêncio! Não repita isso nunca mais, já disse que não quero nem amizade com ele. Noah disse que não era de nós dois que ele estava se referindo, então com quem você anda flertando, Emma?

— Eu? Flertando? Não sei nem o que é isso, bom se não sou eu, nem você e nem a Anne, só resta o Charles. Ou seja! A sua fútura namorada deve ser rica. Que droga, odeio esse suspense, quero conhecer minha cunhada logo.

— Eu poderia saber quem era, se você não tivesse nos interrompido daquela forma! 

Emma se arrependeu amargamente disso até o caminho de volta para casa, só conseguiu parar de pensar no seu erro quando percebia que, da carruagem até entrarem dentro de casa, Jane e Noah estavam parecendo mais íntimos, e agora Emma teria de começar a sentir a ameaça de perder o cargo de ser a companhia preferida de sua irmã mais velha.


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Notas finais do capítulo

Em breve a continuação.



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