Por Bella.
Eu estava tentando me manter calma, como se hoje fosse um dia qualquer, mas quem eu queria enganar? Meu estômago doía e um nó de ansiedade subia e descia por minha garganta.
Hoje era meu primeiro dia na universidade, eu sei que é normal pessoas ficarem nervosas nessa situação, mas no meu caso eu estava duplamente nervosa!
Era um desafio enorme pra mim sair de uma cidade minúscula onde todos se conheciam pra estar pela primeira vez conhecendo gente nova, deixa eu explicar melhor minha história.
Meu chamo Isabella Swan, tenho 19 anos e à 2 anos venci um câncer, câncer esse que me acompanhou dos 13 aos 17 anos, tornando minha adolescência uma turnê interminável entre hospitais e centros de tratamento especializado.
Eu já estava dois anos sem nem sinal de câncer, mas ele não me deixou vencer intacta, tive um pulmão todo retirado e por isso dependo de um cilindro de oxigênio que carrego em mochila, eu já me acostumei a viver com ele, tendo em vista que os médicos preferem esperar mais um tempo pra me submeterem a tentativa de um transplante.
Não que eu tivesse vergonha ou algo assim, as eu não me sentia confortável com os olhares de pena, respirei fundo me olhando mais uma vez no espelho, eu estava apresentável, jeans era justo e minha camiseta tinha sido presente da minha mãe especialmente pra esse dia.
Ajeitei os cabelos, aceitei o respirador no nariz, É vamos lá! Seja o que Deus quiser!

Mesmo chateada minha mãe concordou em eu ir sozinha, se eu queria passar despercebida com certeza chegar com a mãe a tira colo não me ajudaria, ainda mais a minha que adorava fotos e demonstrações de afeto em público.
Desci do carro e entrei no campus, era tão enorme e cheio de salas e é prédios que com certeza me perderia sem o mapa, tirei o meu da bolsa procurando a secretária, lá pegaria meus horários e salas, eu iria cursar direito.
Assim que entrei no prédio vi alguns grupos já formados, outras pessoas com mapa como eu, fim, ninguém estava realmente prestando atenção em mim, isso era ótimo.
Foi aí que trombei com um pessoa derrubando todo meu material no chão e pro meu constrangimento a mangueira de soltou do cilindro fazendo um som de gás, era só colocar de volta e não teria problema eu ficar uns minutos sem o cilindro mas provavelmente as pessoas não sabiam disso pois os olhares apavorados e pedidos e ajudem ela ecoaram como se eu fosse morrer ali, vergonha me definia naquele momento, É tudo piorou quando um par de olhos verdes encontrou o meu, mas nele não vi pânico nem pena, apenas surpresa, e com uma calma incrível ele simplesmente abriu a mochila, encaixou a mangueira no cilindro e sorriu amarelo pra mim.
—Me desculpe! Eu estava distraído! Ele dias e me ajudando a levantar.
Olhei ao redor e as pessoas já nem estavam olhando mais, era muita gente circulando.
—Prazer eu Edward Cullen, você é? Disse ele me estendendo a mão.
—Isabella Swan! Eu disse apertando a mão dele.
—Você faz que curso? Perguntou ele enquanto caminhamos pelo corredor.
—Vou fazer direito! Hoje é meu primeiro dia!
—Também faço direito, estou no quarto semestre, talvez tenhamos alguma aula juntos!Ele disse gentil.
—Ah, legal! Foi a única coisa que consegui dizer.
Ele foi chamado em grupo que estava sentando em uma mesa.
—Você não quer tomar um café com pessoal? Ainda da tempo antes da primeira aula! Ele disse
—Obrigada! Eu ainda preciso pegar meu horário, pra que lado fica a secretária?
—É no final do corredor! Não tem como se perder! Ele disse sorrindo torto.
Eu não queria ser ridícula de pensar que um cara lindo desses estava me paquerando, mas ele era muito gentil e aquele sorriso acompanhado de uma piscada de olho fez eu corar de novo.
—A gente se vê então! Ele disse indo em direção aos amigos.

A cinco dias depois...

Pov Edward

Eu estava deitado no alojamento, já passava as 23h e meus planos se reuniram a dormir , mas Emmett entrou no quarto fazendo a maior algazarra.
—Cara levanta dai! Vamos dar um rolê, ver as calouras na festa de boas vindas!
Quando ele falou calouras eu pulei da cama, será que ela estaria lá? É bem maluco isso, mas desde segunda feira quando conhecia uma garota eu não parava de pensar nela, não cruzei mais com ela pelo campus e não conseguia parar de pensar nela.
—Vamos, espera só eu colocar um roupa apresentável! Eu disse me arrumando rapidamente.
As festas de boas vindas aqui eram muito tranquilas, nada de trotes violentos ou qualquer coisa humilhante , pessoal se reunia mais pra se conhecer mesmo, mas o que rolava bastante era um parceria pra sexo, mas hoje eu não estava focado nisso, meus olhos percorreram o espaço e não encontrei ela com a turma de calouras de direto, elas estavam animadas usando a camiseta feita especialmente pro curso de direto.
Talvez ela não tenha vindo, será que ela estava doente? Percebi que ela tinha algum problema respiratório mas ela parecia bem.
Depois de algum tempo ali eu fui pro alojamento dormir, ela não foi a festa, talvez não goste muito de agitação, ou os pais ficaram com medo de trotes. Fui dormir desanimado, amanhã era domingo e pelo menos não teria que acordar cedo.
....

Pov Bella.

Domingo amanheceu chuvoso, me senti em Forks , mas pelo menos não era tudo verde e marrom. Minha primeira semana na faculdade foi produtiva, muito conteúdo, mas não fiz nem uma amizade, a única pessoa que conversei mais tempo foi Angela , uma veterana que teve apenas uma aula comigo .
No mais foi tranquilo, a maioria já tinha grupos de amizade, não eram muito abertos mas acho que alguma hora me enturmaria com pessoal, não cruzei mais com Edward Cullen, mas ele não saia dos meus pensamentos, tão gentil e lindo.
Sacudi a cabeça espantando esse pensamento romântico com ele, ele certamente já tinha namorada.
Meus pais iriam na casa de uns amigos para almoçar, eu me iria me virar aqui por casa mesmo, as vezes eu gostava às vezes de ficar um pouco sozinha.
O dia estava chuvoso então peguei minha capa de chuva e guarda chuva já que meus pais tinham levado o carro, fui até o mercado mais próximo.
Eu estava caminhando pelos corredores, pensando o que que eu iria fazer para o almoço quando de repente sinto uma mão no meu ombro
—Oi tudo bem!
Eu não precisava me virar para saber era ele, eu pensei naquela voz a semana inteira.
—Oiii, como vai? Tentando não demonstrar meu nervosismo.
—Bem, não te vi mais ! Ele disse caminhando ao meu lado pelo corredor.
—É muita gente circulando, mas eu estava lá!
—Não quis ir na festa ontem?
—Não fui convidada! Eu disse rindo, porque apesar dos comentários sobre a festa ninguém realmente me convidou.
—Se eu soubesse teria de convidado! Mas eu não tinha seu telefone! Ele disse pegando celular do bolso.
Passei meu número pra ele, talvez ela quisesse realmente ser meu amigo, era única explicação pra um cara como ele puxar papo comigo.
Conversamos pelo corredor enquanto íamos em direção ao caixa.
Ele entrou em uma fila e eu em outra, mas a fila, mas o caixa dele andou pra mais rápido e eu fiquei aliviada quando ele passou as compras dele e saiu.
Eu estava com borboletas no estômago, era como se eu pudesse ter me apaixonado por ele em apenas dois encontros.
Passei minhas compras decidida a esquecer essa besteira antes que eu me magoasse, mas saindo na porta a chuva engrossou e não pude conter o sorriso ao ver ele parado acenando pra mim.
—Quer carona? Disse mesmo de longe ainda.
—Aceito! Respondi no impulso.

Continua...