The V.A. escrita por RiLitros


Capítulo 3
Parte 3: Capítulo 3 - Grief


Notas iniciais do capítulo

O desdobrar dos eventos na realidade da 1ª T



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BBA e os meninos terminaram sua dança, Steve cai inconsciente, BBA também. Angie e French correm para checar como está o Steve. Buck por sua vez vai checar BBA. French sente um pulso fraco em Steve e anuncia gritando para Angie que ainda se mantém feliz, ela pega o celular para chamar o resgate. Eles se viram para Buck que está chorando. BBA está sem pulso.

Buck: Será que a gente chama mesmo o resgate? E se a BBA morreu?

French: Vamos tentar, talvez ela também tenha salvação ainda...

Angie: Precisamos salvar pelo menos o Steve!

Buck: Ok...

French: Qualquer coisa eu ligo de novo para o agente do FBI, o Elias Rahim... pode ser que ele nos ajude mais um pouco...

Logo o resgate chega. Steve é entubado e encaminhado rapidamente com uma ambulância, os amigos se agitam de ver a ambulância partir sem levar a BBA. Eles vão conversar com os atendentes no local, médicos e paramédicos.

Médico: Vocês são o que dela? Filhos? Netos? ... Vocês não estavam sendo procurados pela polícia?... Serei obrigado a reportar o que aconteceu aqui

Angie: Vamos por partes, somos amigos dela, ela não tinha parentes vivos, nem filhos...

Médico: Nós optamos por não insistir, ela teve uma parada cardiorrespiratória, até chegarmos aqui, ocorreu também um quadro de hipotermia severa, dada a ausência de circulação... não teve outro jeito. Óbito.

French: Tudo bem, pode reportar o que quiser, até o FBI já sabe sobre o nosso paradeiro... estamos sendo investigados

Médico: Se me permite perguntar, o que aconteceu aqui?

French: Eu não sei, a senhora era depressiva, não sei se estava sem remédios ou tomou demais, obesa, talvez já tivesse problemas de hipertensão, diabetes ou colesterol... nós não sabíamos, acho que ela sofreu um grande estresse recentemente...

Médico: Uma senhora obesa como ela ter uma parada cardíaca para mim é normal, mas um garoto de menos de 20 anos de porte atlético?

Angie: Ele estava de luto por um outro amigo nosso... que recentemente... teve sua passagem, ao, ao cometer suicídio... ele fugiu do carro em que estávamos... acho que ele estava há dias andando a pé sem se nutrir ou beber água, talvez tenha sofrido um colapso por exaustão extrema...

Médico: Hum... plausível, ainda bem que vocês ficaram tentando fazer as manobras de ressuscitação até nós chegarmos, sem vocês nem o garotão teria sobrevivido. Vocês deveriam considerar se tornarem médicos  ou enfermeiros um dia!

A ambulância sai com os profissionais de saúde, e um outro carro leva o corpo envelopado de BBA, os amigos começam a andar atrás do carro que leva a amiga 'morta', como numa procissão.

Buck: Ainda bem que vocês souberam enrolar os médicos, e que nós paramos de fazer os movimentos um pouquinho antes deles chegarem, e iniciarmos as "manobras"

Buck diz até com um leve sorriso

Buck: Para onde será que eles foram? será que eles foram juntos pelo menos?

Angie: Pelo menos eu sei que o Steve foi atrás da OA...

Buck: Será que a BBA não foi... não foi atrás do irmão dela, o tal do... Theo?

Os amigos vão andando pelo obscuro da noite até voltarem ao carro da angie que tinha ficado parado perto da clínica em Treasure Island. Os amigos entram ali e se abraçam aquecendo um ao outro para passarem aquela noite juntos. Amanhece, Angie liga o motor, é hora de voltar para casa, no Michigan.

Eles já imaginam que em breve será o velório da BBA, e seu enterro, então assim partem para sua terra natal. Ao chegar uma multidão está nas ruas como se estivessem aguardando seu regresso e atiram objetos, inclusive pedras, o para-brisas de vidro frontal chega a afundar e manifestar 5 trincas, eles param o carro, assustados e ficam com medo de descer. Até que as pessoas param de atirar. Uma senhora toda de preto e de véu está passando, eles param mais em respeito a ela do que a eles. Ela chega até o carro, abre a porta da Angie e pede para que eles desçam, que com ela, ninguém irá agredí-los. Eles conversam à beira do carro, enquanto eles descem, e começam a sua via crucis, pelas ruas tortuosas da cidade.

French: Nancy? É Você?

Nancy: Sim, querido, reconheceu minha voz? Como você é afável!

Angie: Não pensei que você ficaria tão enlutada pela professora Betty...

Nancy: Por quem?

Buck: A professora Betty Broderick-Allen que andava conosco

Nancy: Ah sim, mas por que eu deveria ficar enlutada por ela?

Angie: Você não está sabendo, então?

Nancy: Ela também faleceu?

Buck: Sim... recentemente, nós fizemos de tudo para evitar, mas...

Nancy: Meus pêsames... eu estou assim porque hoje foi o enterro do Abel, acabei de retornar de lá...

French: O Abel?

Alfonso "French" Sosa começa a chorar.

Nancy: Não fique assim, meu menino... ele gostou muito de poder conversar com você daquelas vezes em que vocês se encontraram, te agradeço por ter sempre nos apoiado em nossos momentos difíceis, por isso vim aqui ajudá-los. A cidade está me respeitando hoje, mas não é todo dia assim, afinal eu sou a mãe daquela que iniciou uma série de eventos estranhos nessa cidade... agora com a morte da Betty e a situação delicada em que o Steve se econtra

Angie: Você ficou sabendo sobre o Steve?

Nancy: Sim, os pais dele vieram conversar comigo, eles são simples, como todos nós, mas Abel e eu tínhamos feito um fundo para quando reencontrássemos a Prairie e para a nossa velhice, com a morte dela, esse dinheiro não teria utilidade alguma, doei a maior parte para que eles possam manter os custos hospitalares da internação do Steve pelo maior tempo possível... o próprio Steve tinha aberto uma campanha de fundo solidário para as causas da Prairie, eu instrui eles a utilizarem esses recursos para o mesmo fim.

Buck: Boas idéias, Nancy.

Nancy: Vamos, meninos, entrem em casa, vocês precisam de um bom banho, parecem com fome, vou lhes preparar uma boa refeição. Essa casa tem sido muito vazia, será ótimo ter a companhia de vocês.

Angie é a que se apronta primeiro e logo desce para ajudar Nancy com os preparos.

Nancy: Angie, você nunca fala sobre seus pais... Não quero ser invasiva...

Angie: É tranquilo, para mim, dona Nancy...

Nancy: Pode me chamar só de Nancy, querida.

Angie: Ah sim... eles são dois egoístas que vivem viajando o mundo e torrando o dinheiro que herdaram, não pensam em mim, e nem no meu futuro...

Nancy: Nem por isso você não precisa pensar no seu futuro... Sabe, o Steve parece ser um garoto incrível, mas não parece ser o tipo de homem que você precisa, se é que você precisa de algum homem, porque você me parece uma menina tão capaz de resolver tudo sozinha,

Angie: aprendi desde cedo a fazer tudo sozinha, mas nem por isso gosto de estar sozinha...

Nancy: entendo...

Os demais chegam para a refeição. Logo comem e vão para o enterro da Betty. Quando estão para sair pela porta, Nancy os interpela

Nancy: Têm certeza mesmo de que querem ir, crianças? Talvez seja perigoso

Angie: Nós damos conta do perigo! Eu acho...

Nancy: Eu só queria lhes dizer mais uma coisa, esses dias eu sonhei com a Prairie... ela estava linda, com um cabelo como nunca vi, uma pele perfeita e reluzente... mas ela parecia meio mal vestida, de pijama ou camisola... e dizia que era muito grata a mim... bem, obrigado por terem sido amigos da minha filha quando eu não pude ser também...

Eles se emocionam um pouco, titubeiam, e saem pela porta, entram no carro da Angie e vão para o funeral da BBA.

Logo na entrada da funerária encontram a prima da BBA, que começa a gritar " ASSASSINOS! SEITA MALDITA! MATARAM MINHA PRIMA! NÃO BASTOU DEIXAREM O AMIGO DE VOCÊS PRA TRÁS PRA MORRER TAMBÉM! QUEM MAIS VOCÊS VÃO MATAR?"

Angie demonstra ficar um pouco nervosa. French a segura.

Buck: Melhor nós irmos embora, nós amávamos a BBA, mas este momento é deles, não nosso.

French: Angie, se acalma! Segura a onda! Escuta a Buck, melhor a gente ir embora.

Angie: Vocês estão certos, essa cidade não dá mais, vou pegar umas coisas em casa e vou embora daqui, buck você vem comigo?

Buck: Sim... com meus pais aqui... realmente minha vida será impossível...

French: Do que vocês tão falando? Eu tô falando só desse momento, só desse funeral, isso vai passar.

Angie: Não, isso não vai, você não viu como está a Nancy? Acho que só ela foi no enterro do Abel, essa cidade se esqueceu deles por causa da OA e vai fazer de tudo para destruir todos nós.

French: Eu não vou embora daqui, minha mãe, meus irmãos, eu não posso...

Angie: Sinto muito, French, essa escolha é tua, te desejo boa sorte, então.

Angie e Buck entram no carro.

 Quando Buck, entra, vê um vulto no retrovisor, e ouve algo.

Buck: Angie, acho que a Rachel está tentando falar comigo novamente...

Angie: Vamos pegar nossas coisas! Nossa jornada está apenas começando.

Alfonso "French" Sosa voltou para sua casa, depois de muito conversar com sua mãe, e lhe explicar os eventos recentes da forma mais prática e razoável possível sobre seu sumiço. Ela não está nada contente, o fato do filho estar envolvido com uma "seita" poderia prejudicá-lo no ingresso a uma faculdade. Ela sugere que ele tente se expor como uma vítima da seita. Ele não aceita essa proposta; por mais incrédulo que ele fosse com as versões das histórias da Prairie/OA, ele passou a acreditar. Ele sai, vai para a cozinha, pega um dos últimos "pinos" de cocaína que ainda possui e aspira. Não sem que antes seus irmãos percebam e comecem a rir. Ele fica bravo, vai atrás deles, pega um dos mais velhos que diz que também pretende usar drogas, começa a bater nele. Até que sua mãe, ouvindo os barulhos dos tapas dados à e dos gritos da criança, sai do quarto, desce as escadas e inicia outra discussão com o filho.

Enquanto isso, Angie estaciona na frente da casa da família de Buck - cuja porta estava fechada - Buck bate na porta, seu pai pergunta "quem é?", ele responde "Buck". O pai de Buck responde que ali não mora ninguém com aquele nome. Buck então diz "Michele". O pai de Buck abre a porta, e diz que nem mesmo Michele é bem vinda naquele lugar. Buck entra, diz que só vai pegar rapidamente algumas coisas suas e irá embora; que ele não precisa se preocupar, que logo não retornará mais. A mãe de Michele/Buck entra no quarto, enquanto ele estava pegando algumas coisas; dizendo-lhe para ficar, que sempre quis ter uma filha, que "ela é a sua filha preferida".

Buck: Eu sou um homem, você sabe disso.

A mãe de Buck vem e lhe dá um tapa no rosto. Dizendo-lhe "Por que você é assim, tão radical? As coisas não precisavam ser desse jeito... Por que tudo tem que ser do jeito que você quer, por quê?"

Buck soca todas as coisas na mala o mais rápido e violentamente que pode, para logo sair dali, quando está para retornar ao carro de Angie se depara com algo desolador. A irmã de Jesse, Ali, está iniciando uma conversa com Angie.

Ali: É verdade que vocês mataram o Jesse?

Angie: Eu não sei o que te dizer...

Ali: Eu quero saber a verdade!

Buck: O Jesse... ele pôs vários patches de drogas controladas em si mesmo, acho que morfina... nós tentamos ajudar e evitar, mas era tarde demais.

Ali: dizem que vocês são uma seita da morte... Primeiro a loira que recuperou a visão, depois o Jesse, agora a professora de vocês... Eu só tinha ele...

A irmã de Jesse começa a chorar, Angie e Buck a abraçam.

Angie: Me desculpe, querida, nós estamos para ir embora daqui... essa cidade nos odeia...

Ali: Eu vou com vocês!

Buck: Tem certeza?

Ali: Minha jornada aqui também acabou, ele era a última coisa que me prendia a este lugar. Deixei a minha porta aberta, como ele sempre pedia.

Angie: É hora de irmos!

Ali: E para onde vamos?

Buck: Vamos voltar a uma clínica que o Jesse pesquisou em São Francisco, em Treasure Island.

Angie começa a dirigir, Buck vê novamente o vulto de Rachel no retrovisor, como se ela estivesse sentada ao lado da irmã de Jesse, viajando com elas no carro.

Buck: Ali, você não vai me achar louca se eu te disser algo, vai?

Ali: Depende... o quê?

Buck: eu creio que estou enxergando um espírito.

Ali: O meu irmão?

Buck: Gostaria que fosse, mas não é... é outra pessoa, uma mulher que creio que atenda pelo nome de Rachel.

A figura vultuosa de Rachel parece acenar com um sim, e Buck vê o sinal pelo retrovisor.

Ali: Isso é um pouco assustador... mas tudo bem... consigo lidar com isso.

Buck: Eu acho que seu irmão está vivo e bem em outro lugar, sabe, Ali?

Ali: Obrigada pelas palavras, Buck.

Buck: Obrigado por me chamar tão prontamente de Buck, a maioria ainda me chama de "Michele".

As quatro (contando com Rachel, que é visível pelo retrovisor) esboçam risadas. Angie interrompe o momento de descontração.

Angie: Buck, não seria bom pegar o contato do agente do FBI, o Elias Rahim? O French tem... você poderia ligar para ele e por no viva-voz?

Angie passa o celular reserva que pegou em sua casa. Buck liga para a casa de French. French ainda estava discutindo com sua mãe por seu comportamento, ela ouviu os meninos falando dele usar drogas, ela foi checar, e encontrou alguns pinos de cocaína vazios. "Então é isso o que você faz com o dinheiro que ganha nos seus trabalhos?" ; e ele responde:

— Além de sustentar toda essa casa, já que você nunca faz nada?

O telefone toca, a mãe de French pede para todos sossegarem que ela vai atender. "Quem é?"

Buck e Angie preferem ficar em silêncio, têm medo que a mãe de French fique nervosa por elas estarem ligando. Ali, por uma presença de espírito começa a falar.

— Posso falar com o French?

— Quem é? Só os da seita chamam ele assim! Eu vou desligar...

Angie e Buck balbuciam "Alfonso", então Ali continua

— Eu sou uma colega de escola, apenas, Ali, eu também o chamava assim... não sabia que era coisa da seita... queria falar com o Alfonso sobre um trabalho de química que ele ia me ajudar

A mãe de French afasta o telefone e o chama por Alfonso dizendo que uma colega de escola quer ajuda com Química, "siga neste caminho, menino... não se perca mais, por favor!"

French pega o telefone.

Angie: French?!

French: Angie? Que perigo você me ligar aqui assim, deixa eu sair um pouco... tomar um ar fresco e ficar longe da minha mãe... o que você quer?

Angie: O contato do Elias Rahim, me mande um e-mail, você tem meu e-mail ainda né?

French: Ok, logo eu te mando. Onde vocês estão?

Buck: Não se preocupe, vamos ficar bem, estamos com a Rachel e a Ali, a irmã do Jesse.

French: Boa sorte meninas!... e menino! Desculpem por eu não poder ajudar mais...

Angie: Relaxa, French! Um dia vamos voltar e salvar você desse lugar horrível também!

Buck: A rachel está falando comigo, é a primeira vez que ouço sua voz... antes ela só solfejava as notas, agora ela fala claramente...

Angie: O que ela está te dizendo, Buck?

Buck: Que precisamos fazer um pequeno desvio, nosso destino não é a clínica em Treasure Island, mas uma casa em Nob Hill!

Fim do 3º episódio


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