Velhos Amigos escrita por PepitaPocket


Capítulo 7
O Plano Mirabolante de Tsunade




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— Kukuku. Não vai dar certo.

Orochimaru disse fitando uma emburrada Tsunade.

— Não pedi a sua opinião, apenas quero que execute a missão, como o ninja habilidoso que eu sei que você é.

Tsunade disse encerrando, seu mini discurso com um beliscão na bochecha, que deixou Orochimaru lacrimejante.

 — Só para constar, é crime um ninja de Konoha ser sequestrado, a mando da própria Godaime. - Orochimaru disse com certo divertimento.

Desde que havia conseguido provar parte de sua inocência. Ele voltará a morar em Konoha, para quem ele iria prestar serviços comunitários, e não poderia sair das imediações da vila… sem ordens da Godaime.

— Já disse que não mandei você dar opinião… apenas fazer o que eu MANDO. - Tsunade disse batendo com as duas mãos na mesa e espichando os lábios em contrariedade.

Em parte, porque não adiantava ela dar uma de esquentadinha, com aquela cobra maldita. Poderia quebrar toda a sala, que não iria acertar um único cascudo naquela cabeça brilhante, mas distorcida que ele tinha.

— Acho que alguém está com certo fetiche de dominação… com algumas condições eu deixo você me dominar um pouquinho.

Ele disse dando uma olhada para a Godaime, de um jeito que certamente apenas o Kusanagi teria coragem.

— Orochimaru… - A neta de Hashirama trincou os dentes, tentando em vão acertá-lo, mas ela corria em torno da mesa sem alcançá-lo.

Foram umas cinco voltas, até que ambos se dessem por conta que alguém tinha entrado.

— Gomensai. Eu bati na porta e… - Sakura olhou com incredulidade para o homem e a mulher.

E, seus olhos verdes voltaram-se raivosos, para Orochimaru que não se importou com isto e a olhou, com um brilho diferente nos olhos.

— Entrou antes que eu autorizasse. - Tsunade disse com certa rispidez e Sakura se encolheu um pouco.

Odiava quando sua shishou, entrava no modo berrão.

— Gomensai. - Sakura disse fazendo um biquinho quase igual ao de sua sensei.

Seus olhos correram na direção de Orochimaru, que vira um misto de rancor e desprezo naqueles olhos, junto ao medo misturado com o fascínio que sua exclusiva pessoa causava nos outros.

— Sakura… - Tsunade chamou baixinho, pelo nome de sua aprendiz que a olhou com certa desconfiança.

— Preciso que trabalhe junto com Orochimaru em uma coisinha para mim.

Tsunade disse se esforçando para dar um sorriso para a rosada. Queria parecer confiante e até carinhosa, mas aquilo só fez a garota ficar ainda mais duvidosa.

— Porque com ele? - A médica-nin, perguntou apontando para Orochimaru, ainda com desdém.

— Orochimaru foi bode expiatório de muitas das ações de Danzou. Somos forçados a dar-lhe um indulto parcial, porque ele ter se tornado nukenin foi responsabilidade de Konoha.

A jovem não parecia convencida disso, mas não iria discutir "coisas de adulto", com uma adulta que podia rachar sua cabeça com um belo de um cascudo.

— Por isso ambos são ninjas de Konoha. E, tem que fazer o que mando pelo bem de Shizune.

A cara amarrada de Sakura se desfez quando ouviu o nome de sua querida senpai.

Por Shizune ela aguentaria a companhia daquele homem detestável.

Iruka sabia que era um funcionário exemplar. 

Mas, ele não conseguiu evitar aquela terrível sensação de culpa, quando voltou a trabalhar no dia seguinte.

O diretor Omaeda, estava com a cara amarrada. Mas, não lhe disse nada, até porque ele usufruiu de um direito trabalhista.

Apesar desses detalhes, Iruka sentiu-se voltando ao eixo, quando passou por aquele portão.

O cheiro da merenda sendo preparada. O cheiro do gramado, do campo de treinamento. O cheiro do alvejante usado para limpar o piso.

Tudo lhe parecia estranhamente revigorante.

Amava seu trabalho, a ponto de conseguir compará-lo aos braços carinhosos de um familiar.

E, ter ficado em casa no dia anterior, lhe pareceu um erro bobo. 

Como dizia sua mãe: "mente ociosa, oficina para coisa ruim."

Por isso, ele achava que trabalhar lhe faria bem.

Isto até ele ver Konohamaru, ao lado de sua mãe que estava com cara de poucos amigos. O que fez com que o sensei percebesse o quanto aquele seria um dia de trabalho árduo.

Sentada naquela árvore, Sakura só queria saber que tipo de livro de romance esquisito sua shishou andava lendo, para ter aquelas ideias estranhas.

Orochimaru iria sequestrar Iruka-sensei, e ela iria atraí Shizune para o lugar de cativeiro dos dois. Uma Cabana que a shishou dela mantinha alugada nos arredores da vila, por razões que ela não soube explicar.

Sakura não botava nenhuma fé naquele plano. Na sua opinião, aquilo seria um primeiro encontro ruim.

"Eu não ia querer que as coisas fossem assim, com Lee-k… quer dizer com o Sasuke-kun."

Distraída, em seus pensamentos, ela quase despencou da árvore, quando sem aviso Orochimaru sentou ao lado dela.

Ele chegou tão repentinamente, que ela só foi se dar por conta que ele estava ali, quando ficou cara a cara com sua presença pálida.

— Kukuku. Um ninja nunca se distrai em missões.

Orochimaru, disse calmamente. E, uma veia brotou na testa da Haruno.

— Tira a mão de mim. – Sakura disse querendo bancar a durona, mas só então ela percebeu que estava sendo pendurada pelo cangote de sua blusa, pois ela de fato havia se desequilibrado e quase caído.

 — AHHHHHHHHH.

E de fato ele a soltou.

"Cobra maldita".

Shizune tinha sido dispensada àquele dia. Teria de supervisionar o treinamento de Sakura e Ino.

E, embora achasse as duas garotas dois amorzinhos. Elas também eram duas barulhentas, que só iriam torturar sua mente já atordoada, por pensamentos debilitantes.

— Kato-san? - Estava tão desacostumada a ser chamada por seu sobrenome, que a pessoa teve de chamá-la uma segunda vez, para que ela enfim notasse, Kurenai a chamando.

— Oh, Yuuhi-san! - Shizune cumprimentou com timidez, pois até para estabelecer relações de amizade, Shizune era terrivelmente insegura.

Mas, o sorriso sincero de Kurenai foi acolhedor o bastante para Shizune, não bolar a primeira desculpa para sair correndo.

— Muito obrigada por ter me cobrindo, ontem. - Shizune disse ainda timidamente.

— É para isto que serve os companheiros, não é mesmo? - A responsável pelo time oito dissera, com um sorriso simpático.

E, os olhos da médica-nin foram atraídos pela aliança que Kurenai estava usando, e como que percebendo o olhar de Shizune, Kurenai mostrou o objeto fino e metálico.

— Vamos nos casar no fim do ano. - Kurenai nem precisou dizer quem era o felizardo, pois todos sabiam que ela estava com Asuma.

— Perdão, eu não quis ser indiscreta… - Shizune dissera com as bochechas em flamas, mas seu sorriso era sincero. - Mas, fico feliz por você.

Kurenai fez um aceno com a cabeça, e também sorriu, sem esconder seu torpor amoroso.

— E, logo será sua vez. - No fim a jounin especial, deu uma piscadinha que fizera Shizune ter quase uma síncope, ainda mais quando a outra lhe disse bem baixinho, quase que movendo apenas os lábios.

— Ele é moreno e tem cabelos espetados, e o coração mais bondoso de todos.

Shizune olhou para sua mão vazia, e por um instante imaginou Iruka a segurando, mas logo sua insegurança tratou de boicotar o sonho, fazendo-a acreditar que era impossível acontecer.

Sakura fechou os olhos preparando-se para a batida que não veio.

Pois, assim como estava em cima, Orochimaru estava em baixo, a segurando com cara de paisagem.

Enquanto, Sakura a olhava com assombro.

— Pelo menos, por um momento, não sou alvo de sua raiva gratuita.

Sakura o fuzilou com o olhar, fazendo-o interromper sua risada.

— Você é doente. - A Haruno disse-lhe esperneando para que ele soltasse, mas só pra contrariar ele a segurou com mais força, até que ela ficou cansada de se debater.

— Foi você que pediu para eu soltar você. - Orochimaru disse inabalável.

E, Sakura ficou ainda mais vermelha, e com mais raiva.

— Você é doente ao quadrado.

Ela disse estufando as bochechas, enquanto Orochimaru revirava os olhos.

— Vamos prosseguir a missão.

O sannin disse sucinto, percebendo que não seria fácil se aproximar da pirralha, quem sabe Tsunade tivesse razão: melhor deixar as coisas como estavam.

Sakura não entendeu o porquê da mudança daquele esquisitão, mas preferiu daquele jeito. Mesmo assim, foi um estranho dia ao lado dele.

Quando Iruka saiu da academia, estava cansado.

E, ainda mais preocupado com Konohamaru que além de ter desvios de comportamento, também tinha uma mãe omissa que achava que seus problemas comportamentais, eram apenas reações as mortes do pai dele e do Sandaime.

Mas, Iruka tinha suas dúvidas.

Conhecia centenas de órfãos, e a maioria se tornava pessoas decentes, com um comportamento razoável dentro do que se espera de um cidadão honesto.

Tanto Orochimaru, quanto Sakura achavam o plano de Tsunade mirabolante. 

Mas, quando Iruka dobrou o estreito beco, para deixar comida para alguns gatos de rua, Orochimaru sabia que era o momento ideal.

Sakura ficou receosa daquela cobra horripilante querer comer seu ex-sensei, mas ele estava agindo sob ordens da Godaime, e não faria uma coisa dessas.

Ao menos, enquanto saia em busca de Shizune, Sakura não pode deixar de sorrir, pois geralmente era o mocinho que salva a mocinha, mas graças a um empurrãozinho alucinado de sua shishou, seria o contrário e…

Shizune teria de salvar, Iruka.

E, Sakura queria muito saber onde aquilo iria dar.


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