Velhos Amigos escrita por PepitaPocket


Capítulo 11
Declaração de Amor




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Shizune só não deu um grito diante da cena porque era muito tímida para fazer algo assim.

Na verdade, ela queria sair correndo... Mas, suas perninhas não obedeceram. E ela tinha medo de dar meia-volta e se deparar com Orochimaru e sua espada.

Por isso ficou ali, assistindo Iruka sendo beijado por aquela atrevida... Com vontade de tirar satisfações, mas ela também tinha receio de fazer algo assim.

Primeiro, porque ela não tinha direito de fazer nenhuma exigência para o Irukinha, pois ele era livre para se envolver com quem quisesse, afinal ele era um homem desimpedido... E também porque mesmo tendo sido muito bem treinada por Tsunade-sama, ela não gostava de briga e Anko era bem assustadora diga-se de passagem.

Já Iruka não sabia o que pensar, vinha sobrecarregado com seus problemas sentimentais, e as questões do trabalho. Como um aluno pirado, fora os gatinhos famintos do beco. Para no fim ser sequestrado, por algum iludido que achava que ele teria dinheiro para pagar um resgate, ou o mais triste... Que ele teria ALGUÉM para pagar o resgate.

Mas, no fim seu sequestrador era uma beldade transloucada que estava precisando de amor e carinho? Um grande ponto de interrogação surgiu na mente de Iruka que realmente não soube o que pensar.

Nem como reagir, ao que seria o primeiro beijo de sua vida (já que sua única tentativa até então foi um fracasso).

A experiência era aquém do esperado, mas incompleta. Pois, aqueles não era os lábios de sua doce Shizune.

Por isso, ele esperou o beijo finalizar pela falta natural de oxigênio.

Anko dera um sorriso presunçoso, sempre gostou de homens mais inocentes, tanto que seu apelido na época da academia era “papa anjo”.

Pena que a amarga experiência de ser ninja em tenra idade, levasse a inocência cedo da maioria dos rapazes... Tornando-os entediantes para a mulher dos cabelos roxos, que se sentiu momentaneamente realizada em ter pego aquele “coelhinho assustado”, dentro da armadilha.

— Orochimaru-sensei, sabe fazer um agradinho quando quer.

A mulher disse dando um olhar desconcertante para Iruka que ficou todo sem jeito diante daquele olhar, mulheres como Ano o assustavam.

— Orochimaru?! – Um arrepio percorreu toda a espinha do Umino ao pensar no ninja mais assustador de Konoha.

— Não precisa se preocupar já o resgatei... – Anko disse com a voz macia, enquanto acariciava o rosto de Iruka que ficou todo sem graça diante dos carinhos da mulher, ainda mais com os seios perfumados dela, pressionando sua face de um jeito tentador, afinal ele era homem.

E justamente por ser homem, ele não poderia se dar ao luxo de ficar “pensando com a cabeça errada”.

— Anko-san... – Ele murmurou o nome da mulher sentindo um calafrio no fundo da alma, afinal seria muito fácil cutucar o lado ruim de sua personalidade.

E quase nenhuma mulher (sobretudo as de gênio forte), gostam de serem rejeitadas.

— Vamos com calma... – Iruka disse aquilo de um jeito que colocou a Mitarashi quase que em um frenesi de excitação e tesão.

— Calma é tudo o que não precisamos, docinho! – Anko dissera em tom baixinho e com a voz cadenciada, de modo a atiçar o inocente através da sensei... Que se viu ali engolindo em seco, na exata divisória entre o certo e o errado.

Seria errado se deixar levar, mesmo uma mísera parte de si querendo... Mas, a maior parte exigia que ele parasse com aquela loucura, enquanto houvesse tempo.

— Anko-san, eu já gosto de alguém. – Shizune que tinha dado dois passos para trás, com os olhos rasos d’água, sentiu um nó formar-se em seu estômago ao ouvir aquilo.

Teve de levar a mão a sua boca, para que nenhum ruído estranho escapasse por sua garganta, embora Anko já soubesse que ela estava por perto.

— E daí? – Anko perguntou dando um sorriso de desprezo. – Não estou pedindo aliança de compromissos nem nada... – Anko dissera deslizando suas mãos pelo rosto de Iruka, que teve a impressão que a moça era uma espécie de serpente hipnótica que estava envolvendo-o em suas escamas.

Por isso, aproveitando que estava livre, Iruka apressou-se em afastar as mãos dela de si...

— Eu gosto de outra mulher. – O Umino admitiu com as bochechas em chama, fitando um canto no horizonte, enquanto sentia o olhar confuso de Anko tornar-se mais intenso...

— Provavelmente, ela vai querer qualquer homem melhor do que eu. Mas, mesmo assim eu... – Iruka nem conseguiu terminar de falar, levou uma pisadela dolorosa no pé.

— Se vai me dar o fora, faz com toda a certeza do mundo, bebezinho. – Anko dissera dando um sorriso assustador para Iruka que se encolheu todo, primeiro porque achava aquela senhorita assustadora e depois, porque ele sabia que indiretamente estava ferindo seus sentimentos. Ou melhor dizendo, ferindo sua estranha e repentina atração.

— Eu gosto de Shizune-chan. – Ele disse depois de fazer muitas caras e bocas, como se estivesse com dor de barriga, sendo que a verdade é que ele estava buscando coragem no âmago de seu ser para falar de seus sentimentos.

— Ela é uma mulher incrível. Tão incrível que acho que nunca vou conseguir estar a sua altura, tamanha minha insignificância perante aqueles olhinhos negros apaixonantes. – Ele disse tropeçando nas palavras um pouco, mas entonando cada palavra com tanto sentimento que até Mitarashi ficou impressionada.

Todavia, nada se comparou ao que Shizune sentiu.

Lágrimas desceram em cascata por sua bochecha. De um jeito um tanto exagerado. Mas, não é como se Shizune estivesse conseguindo se controlar.

Não diante da “revelação” de que seus sentimentos eram correspondidos.

Um grande peso desapareceu de seus ombros e ela sentiu que poderia começar a flutuar ali mesmo.

Mas, ao invés de flutuar para longe ela acabou o fazendo para perto.

Como se fosse, uma lufada de vento ela passou por aquela porta, parando diante de Iruka.

Que teve seu campo de visão, tomado pela imagem de sua encantadora Shizune.

— Iruka... – Shizune murmurou quase mordendo a língua para evitar chama-lo de “Irukinha”. – Eu, ouvi tudo  e... – Shizune continuou em um fôlego só, sentindo suas bochechas aquecerem ainda mais.

— Shizune! – Iruka por sua vez, estremeceu dos pés a cabeça. Já imaginando que levaria um grande “fora” de sua musa.

— Eu... – Mas, quando ela pegou as mãos dele, presenteando-lhe com seu toque macio, toda sua hesitação pareceu ir embora.

E ele se viu repetindo as palavras dela.

— Eu... – Ele dissera suando frio. Shizune por sua vez sentia como se houvessem borboletas em seu estômago, aliás finalmente ela entendia o significado dessa expressão e o sentia na pele.

Eu gosto de você. – Os dois disseram em uníssono.

E pararam chocados simultaneamente.

Encararam-se surpresos por terem ousado a falar de seus sentimentos um para o outro. Surpresos por estarem ouvindo da boca um do outro que seus sentimentos eram recíprocos.

A troca de olhar foi tão intensa, que parecera durar uma eternidade. Ela só foi interrompida quando Anko pigarreou exageradamente, dando um tapinha doloroso no ombro de Shizune.

— As bobocas sempre ficam com o melhor peixe.

Ela disse com certa indignação antes de se afastar aborrecida por nunca ter prestado atenção no Irukinha.

— Iruka... – Shizune acabou ficando encarando o chão, sem coragem de olhar o sensei nos olhos.

— Shizune... – Iruka repetiu o nome da moça também sem coragem de olhá-la nos olhos.

Ficaram assim um tempo prolongado, ouvindo apenas sua respiração estando em sinergia.

 Até que finalmente encontraram novamente a coragem de se encarar. E nos olhos um do outro, viram novamente o reflexo de seus sentimentos e ali a coragem para finalmente dar um passo rumo a realização.

Foi assim, que desajeitadamente. Tremulamente. Hesitantemente seus rostos aproximaram-se... Coração estava na garganta, mas antes que seus lábios se tocassem...

Um Anbu apareceu sob ordens da Godaime para interromper, os mais novos pombinhos, caso eles fizessem algo “indecoroso”.

Mas, suas mãozinhas continuaram interligadas... E em mais uma troca de olhar em meio a sorrisos de constrangimentos, eles tiveram certeza de que aquele beijinho poderia ser guardado...

Para breve... No primeiro encontro, quem sabe?


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