Velhos Amigos escrita por PepitaPocket


Capítulo 10
Um Incentivo Não Esperado




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— Então foi isso! – Shizune se deixou cair sentada na cadeira, com a mão na boca e olhos arregalados.

Depois da entrada “triunfal” de Orochimaru, Tsunade teve que explicar seu plano mirabolante.

Claro, que em meio a explicação ela fuzilou o Orochimaru com o olhar umas duzentas vezes... O que ele considerou uma tremenda injustiça com sua ilustre e exclusiva pessoa.

Pois, não é como se ele não tivesse avisado que ia dar errado.

Na verdade, isso era mais do que obvio mas Tsunade tinha o dom de tapar o sol com a peneira.

Por causa disto ali estavam eles, tendo um debate totalmente infrutífero, ao explicar o que não tinha explicação...

— Você é má, Tsunade-sama... Pobre, Irukinha... – Shizune falou toda melosa para constrangimento dos ouvintes.

“Será que todo apaixonado se comporta assim?” Sakura perguntou-se querendo distrair-se de uma dúvida que surgiu no fundo de sua testinha brilhante, mas geralmente confusa.

Shizune se referiu a “sua mãe” como uma provável assassina de velhinhos xaropes. Mas, Mebuki só poderia fazer isso de duas maneiras ou com sua rabugice ou na base da pancada usando uma frigideira. Mas, Tsunade-sama por outro lado poderia fazer isso, só com um peteleco dado em um ponto estratégico da cabeça do desavisado.

“Será que Shizune estava se referindo a Tsunade-sama? Então, isso significava que a pessoa referida como sua mãe seria Tsunade-sama, mas como?”

Sakura sentiu que precisava de um pouco de ar, mas quanto mais ela tentava se soltar, mais Tsunade a apertava... O que já era estranho numa situação normal, agora com a ideia que estava vindo a sua cabecinha cor de rosa, era assombroso demais...

— Kukuku. Ele está amarrado na cabana número sete, perto da velha zona de caça... E é todinho seu. – Orochimaru disse aquilo com uma naturalidade espantosa, mas suas palavras chocaram as três mulheres.

— Orochimaru, seu pervertido! Que tipo de mulher você acha que minha aprendiz é? – Tsunade pergunto entredentes, lançando um olhar ainda mais fulminante para a ilustre e exclusiva figura de Orochimaru, que viu sua noite “de paixão luxuriante” com Tsunade voar para longe como um pássaro feio e desgrenhado

— O tipo de mulher apaixonada que fica fazendo doce ao invés de tomar uma atitude. Kukuku. – Orochimaru esboçou sua opinião sem se importar com a opinião alheia, e lógico que não foi bem compreendido em sua intenção.

— Não fale o que você não sabe.... Shizune se apaixonou por alguém tão sem atitude quanto ela, não é como se fosse culpa dela. – Tsunade tentou de um jeito torto defender a sua aprendiza, mas suas palavras fizeram quase o mesmo efeito que as de Orochimaru.

Deixaram Shizune ainda mais cismada consigo mesma.

— Além do mais são os rapazes que sempre tem que tomar a atitude. – Tsunade repetiu seu jargão puritano... O que avermelhou o rosto de Sakura que lembrou com um tantinho de vergonha, quando ela se declarou para o Sasuke-kun.

Foi rejeitada, mas pelo menos não ficou atrás da árvore babando pelo que não podia ter.

“E o que adiantou você se declarar? Já que você continuou sem ter!” – O comentário acido de sua inner deixou Sakura duplamente constrangida, isso porque ela não conseguiu se livrar dos braços de ferro da Tsunade-sama.

Ao menos não sem ser grosseira e ela jamais o seria com a pessoa que lhe devolveu a dignidade ninja.

"Antes de Tsunade-sama, não é como se você tivesse tido alguma”. – A inner continuou cutucando Sakura que se perdeu totalmente em seus pensamentos e preferiu assim, para não ter de lidar com a duvida assombrosa sobre sua origem.

Afinal, ela sempre soube que foi acolhida por Mebuki-san e Kizashi-kun, no regime de família solidária e que por sinal eles ganhavam muito bem para isto. Eles era chatos na maioria das vezes, um pouco erráticos, mas carinhos a sua maneira.

Tanto que ela nunca teve curiosidade com relação a própria origem. Na sua mente se seus pais biológicos não a quiseram, então ela não ia querer saber deles... Porque quando ela brincava com suas bonecas e seus ursos de pelúcia, ela sentia que não podia se desfazer de nenhum... Tanto que eles estavam acumulados no seu quarto, para eterna frustração de Mebuki que nunca conseguiu convencer aquela testuda se desfazer de seus brinquedos.

Quem dirá de um filho? O dia que ela tivesse um bebe com o Lee... Er, quer dizer Sasuke-kun, ela o criaria com todo o seu amor... – Sakura continuou se distraindo com seus pensamentos, e nem inner perturbou mais a paz caótica dos pensamentos da garota, que já tinha muito o que lidar.

Enquanto Sakura se debatia em pensamentos, Orochimaru e Tsunade se encaravam e Shizune mantinham a cabeça baixa, também lidando não só com seus pensamentos, mas com seu eterno sentimento de inadequação.

— Mas, como os rapazes vão tomar a iniciativa, se a moça não mostra o quanto está a fim? – Orochimaru perguntou olhando para Tsunade, achando que ela estava o acusando nas entrelinhas de alguma coisa.

As coisas entre eles dois, sempre foram na base do impulso.

Depois que o impulso ia embora, restava a inércia. E a inércia os deixava em um ponto longe um do outro.

— Além do mais... – Orochimaru fez um gesto para que Tsunade se calasse. – Shizune-san, como ninja você deveria saber que a vida é feita de perdas e ganhos... Ser rejeitada por quem quer que for.. Não é tão ruim como ser atravessada por uma espada em um campo de batalha, e você sabe que esse risco para nós é real.

Orochimaru tentou o seu melhor para aconselhar Shizune e botá-la no trilho amoroso de uma vez... Pois, ele e Tsunade tinham que acertar seu trilho familiar, a julgar pela expressão que Sakura estava fazendo tentando entender algo que ela era muito jovem para entender.

“As razões que fizeram dois ninjas, que tiveram um bebezinho no meio de uma guerra, para deixar esse mesmo bebezinho na segurança de um abrigo”.

— Prefiro ser atravessada por uma espada. – Shizune disse estremecendo toda...

O que deixou os três com uma enorme gota na cabeça.

— Eu fui rejeitada pelo Sasuke-kun, e nem por isso desisti. – Sakura deu sua opinião, que não melhorou em nada o constrangimento de Shizune que ficou com uma gota maior na cabeça.

— Pensei que gostasse do Lee... – Tsunade murmurou baixinho ao pé do ouvido de Sakura que só não saltou no teto, porque Tsunade estava a segurando bem apertada.

Para a surpresa de todos, Orochimaru simplesmente invocou uma espada que não era sua preciosa Kusanagi porque essa foi roubada pelo Uchiha, mas era afiada o bastante para dar um susto naquela coelhinha medrosa.

— Não seja por isso, atravesso você com a espada... Desse jeito você vai perceber que seria melhor ter se declarado para o Irukinha, mesmo correndo o risco de ser rejeitada... Mas, isso não é nada, porque você pode tentar outra vez, já sua vida você não recupera caso perca. A não ser que eu te reviva com o edo tensei, mas isso é outra história.

Já sem paciência Orochimaru começou a girar o pescoço, e no fim colocou a língua de fora e fez uma expressão tão assustadora que Shizune praticamente saiu correndo, determinada a se declarar... Porque ela entendeu que se não fizesse Orochimaru ia assombrá-la até em seus sonhos...

...

Iruka por sua vez, colocou-se do melhor jeito possível em posição de batalha, mas teve suas intenções de luta, interrompidas por um belo par de seios que parou bem no meio de seu rosto.

E tinha um cheiro forte e característico, uma essência que em um primeiro momento pareceu-lhe masculina, mas que trazia uma sensualidade marcante quando combinada com a bela silhueta que desenhava-se a sua frente.

— Hm. Aquele cretino sabe de meu fraco por homens amarrados e com cara de coelhinhos indefesos...

Um arrepio percorreu a nuca de Iruka quando foi capturado pelos olhos castanhos claros de Anko, que lhe dava um sorriso ainda mais assustador do que a situação em que se encontrava.

— Você veio aqui me resgatar ou... Hm.... Trazer mais problemas? – O sensei perguntou suando um pouco frio, pois não sabia como lidar com aquela maluca.

Já tinha ouvido falar de histórias sobre Anko.

Tivera um ou dois colegas que classificaram como “intensa” a experiência de sair com ela, o que talvez justificasse a razão de uma mulher tão bonita ainda ser solteira.

Se bem que na verdade, aquela poderia ser uma opção da parte de Anko que encarava Iruka, achando-o uma gracinha fazendo aquela expressão enquanto amarrado.

— Posso desamarrá-lo, mas você terá de me dar uma recompensa.. – A mulher dissera dando uma encarada sensual em Iruka que perdera o fôlego.

E encara nos olhos castanhos claros de Anko, lamentando ter feito isto, pois ele ficara a mercê de seu charme.

...

Paralelo a isto, Shizune correra a toda velocidade em direção a cabana onde estava Iruka, ainda receosa de Orochimaru estar em seu encalço e mais receosa ainda do devir.

Pena que ela chegaria no momento mais inoportuno de todos, quando Iruka estaria com os lábios grudadinhos em Anko.

E agora o que seria dessa história de amor que nem começou?


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